Meu mundo é você escrita por Karmen Bennett


Capítulo 25
O pior plano


Notas iniciais do capítulo

Oi, como vão? Espero que bem mais uma vez obrigada pelos reviews de vcs, pela compreensão com a demora, por tudo! Espero que gostem do cap e por favor, leiam as notas finais! Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/250030/chapter/25

Estar cercada novamente por aquelas paredes frias e úmidas era como estar tendo um mesmo pesadelo pela segunda vez, com a diferença de que não havia a menor chance de acordar e se descobrir sobre uma cama quente e segura. Na verdade o que mais a preocupava era o fato de ver, através da pequena fenda no teto, o dia começar a clarear novamente depois das longas horas que permanecera completamente escuro e a pessoa que esperava que viesse vê-la não ter dado qualquer sinal de vida.

Sabia que Freddie estava no mínimo decepcionado com ela, mas não esperava que ele lhe fosse indiferente, isso com certeza não. Tudo o que queria era conversar por alguns minutos com ele, mas como súdita do que como amiga. Mas estava certa de que falhara, e que morreria sem obter ao menos o perdão do amigo de infância.

Ao ouvir o som das grades próximas as escadas abrindo-se e chocando-se logo depois com violência contra as paredes, deduziu que a hora havia chegado. Tentou inutilmente não chorar, não pensar nos pais, nos amigos, em todos que decepcionara em função da própria fraqueza. Ela sentou encolhendo-se contra o canto da parede e levou os joelhos ao peito, abraçando-os com força desejando que algum milagre acontecesse, que a parede atrás dela se abrisse de modo que ela pudesse correr para bem longe dali, como deveria ter feito a muito tempo.

Ela ouviu as grades da sela serem abertas, e permaneceu ali, em silencio, esperançosa que aquilo fosse feito rápido e indolor. Mas, abruptamente, foi puxada pelos braços e forçada a encarar o que provavelmente seria o seu assassino.

–Freddie? –Perguntou surpresa.

–Quem pensa que é para me chamar desse jeito?

–Eu...

–Calada! –Esbravejou. –Você não fala, você fica calada está entendendo?

Ela não pode esconder o espanto diante da fúria dele que naquele momento em nada lembrava o Freddie que ela conhecia. Chocada, ela se desvencilhou dele e se afastou indo se encostar a parede.

–O que veio fazer aqui?

–JÁ MANDEI FICAR CALADA! –Ele avançou agarrando-a novamente. –Que diabos pensa que está fazendo hem? Então acha que morrer é a solução? É covarde a esse ponto, Sam?

–Por favor, escute-me existem coisas que estão acima disso tudo e...

–Fique quieta! –Gritou sacudindo-a. –Você não vai mais abrir essa boca, está entendendo? Está entendendo?

–Para de falar assim comigo! –Pediu em lágrimas.

Ele diminuiu a força com que a segurava e por um instante pareceu que ia abraça-la, mas ao invés disso, ele se afastou passando as mãos pelos cabelos nervosamente e voltou a encara-la tentando se manter calmo.

–Você vai descer, vai se trocar e voltará a trabalhar ainda hoje, entendeu? –Disse pausadamente.

–O quê? Mas...

–Não, hoje é melhor que se alimente e descanse um pouco. –Refletiu. –Amanhã poderá iniciar suas tarefas.

–Alteza, isso não...

Ele avançou novamente e pôs as mãos contra a parede, um de cada lado do corpo dela, prendendo-a ali. Deixou que o rosto de ambos ficasse a centímetros de distancia de modo que pudesse amedrontá-la e também objetivando um contato mais próximo com aquele corpo de que tanto sentia falta.

–Escute bem. –Disse ameaçadoramente. –Se cogitar a longínqua possibilidade de repetir esse ato transloucado, eu juro por tudo o que há de mais sagrado, Sam que ponho fogo no seu vilarejo com todas as pessoas dentro, fui claro?

Ela permaneceu imóvel por alguns segundos extremamente espantada com aquele ataque de fúria de Freddie, e incapaz de dizer qualquer coisa, acabou por assentir em silêncio. Ele forçou um sorriso e afastou-se dirigindo-se a saída.

–Agora ande. –Disse. –Já me aborreceu demais.

–Alteza…

–Calada! Ao menor sinal de desobediência o seu povoado sofrerá as consequências, não vou mais tolerar seu comportamento rebelde, Puckett!

Vencida, ela desistiu de se fazer ouvir e acompanhou o rapaz para fora daquele lugar assombroso. Ambos permaneceram em silencio, até alcançarem as escadas que davam acesso a saída daquela torre. Além dos dois guardas parados a porta, havia ali um homem alto e magro que iniciou um sorriso simpático ao vê-los, mas conteve-se diante da expressão aborrecida do príncipe.

–Spencer, conduza-a até os seus aposentos e a auxilie no que for preciso.

–Sim, alteza. Devo deixa-la no estábulo depois?

–Não, ela só começará a trabalhar amanhã. –ele fitou a garota uma última vez e voltou-se a Spencer. –Qualquer coisa, me procure.

Fez questão de pronunciar aquelas últimas palavras em alto e bom som, para que os outros dois homens ouvissem, de modo a fazer circular pelo castelo que embora fosse uma prisioneira, aquela jovem estava sob os cuidados diretos do príncipe, e que maltrata-la seria algo pouco inteligente a se fazer. Ele então desceu as escadas apressadamente, deixando Sam com Spencer, o criado que mais confiava naquele castelo, que no fundo sabia ser muito mais que um criado. Sentia-se um perfeito idiota por continuar se rebaixando daquele jeito por Sam, mas não podia negar a si mesmo que de certo modo estava feliz por tê-la reencontrado e que a raiva que sentia era mais por ela ter atentado contra a própria vida do que por ter sido encontrada conspirando.

Ao alcançar o salão principal, deparou-se com o pai encarando-o severamente.

–Acha que isso é correto, Freddie?

–Papai já conversamos sobre isso.

–E acha que sou tolo a ponto de acreditar no que me disse? Que mantê-la viva e por perto é uma questão estratégica?

Freddie silenciou desconcertado lembrando dos fatos.

Após descobrir a decisão de Sam, ele procurara o pai imediatamente para impedir que a garota fosse executada, mas o rei afirmou que não podia interferir na decisão que ela mesma havia tomado sendo que lhe havia sido outra opção.

Freddie passara então a argumentar de maneira falsamente racional, afirmando ser a atitude dela, algum tipo de estratégia e que não podiam fazer o que ela queria. Afirmou ainda que matar uma garota que se mostrara arrependida na frente de quatro testemunhas poderia ser um golpe contra eles mesmos, tamanha seria a revolta que aquilo causaria. Por fim Freddie insinuou que se sua opinião não era levada em conta, não via motivos para cumprir com tratado algum.

–Escute aqui, Freddie é melhor que saiba lidar com essa menina dessa vez. –Dizia o rei agora. –Se realmente a quer, faça o que tem que fazer sem deixar que ela o faça de tolo. Lembre-se, seu casamento com Charlotte é sua ponte para a glória, abra mão dele e assista a destruição do que levamos anos para construir. Você entendeu?

–Entendi. –Respondeu secamente.

–Mas gosto do seu poder persuasão. Só precisa direciona-lo melhor. Agora vá conversar um pouco com sua noiva, ela está no jardim principal com sua mãe e irmã.

Freddie assentiu em silêncio e afastou-se em direção a saída do castelo, observando atentamente as possibilidades de fuga que Sam poderia ter de modo que pudesse tomar medidas preventivas depois. Se preocupava com os rumos que aquela situação podia tomar, mas ainda assim estava certo de que o melhor era manter Sam por perto, ao menos por enquanto.

Não muito distante dali, um pequeno grupo de homens se encontrava reunido no meio da floresta, discutindo a melhor forma de resgatar sua líder, mas estava difícil de se chegar a um consenso. Após montarem uma intensa vigília nas proximidades do castelo, Robie finalmente vira a garota sendo levada ao rei, e agora dizia aos berros que deviam invadir o castelo o quanto antes, mas os outros achavam o plano perigoso demais.

–Então o que pretendem fazer? –Perguntava. –Deixar que ela sofra todo o tipo de violência nas mãos daquele tirano? Depois de ter se disposto a lutar por nós?

–Não é isso, Robie não estamos dando as costas a Sam, de maneira nenhuma –Dizia Nicolau. –Ao contrário, estamos procurando uma forma de tira-la de lá com vida!

–Então o que sugere? Que esperemos o rei liberta-la por bondade? Ora, por favor! Há pelo menos quatro povoados em qu as pessoas se mostram revoltadas com a prisão da Sam, não se oporão a lutar por ela!

–Não, não e não! -Gritou o mais velho. -Pense garoto, estamos em completa desvantagem numérica, e armamentista, não podemos chamar atenção, muito menos entrar em confronto com a guarda real! O que quer, um derramamento de sangue?

O jovem se mostrou contrafeito, mas não argumentou mais.

–Bom, sugiro que voltemos ao acampamento para montarmos nossa estratégia, juntar armas, pessoas e escolhermos a noite da invasão. –Disse Nicolau com um ar exausto. –Gibby pode cuidar do pessoal, Robie das armas, Lucas e eu construiremos uma estratégia e mais tarde nos reunimos novamente para os acertos finais. Alguma objeção?

Houve um murmúrios de “nãos” e eles começaram e se dispersar lentamente até só restar Nicolau e Lucas na clareira. Por questão de segurança, eles não tinham mais lugar certo para ficar e cada noite vinham acendendo uma fogueira num lugar diferente para dormir. Estava sendo difícil mas todos, mas sabiam que se quisessem se manter longe das masmorras teria que ser assim até que estivessem longe do reino.

Humbert caminhava de um lado para o outro na pequena sala onde Serafim costumava ler no fim da tarde, e receber visitas de familiares próximos, as velas já estavam acesas devido a escuridão que começava a emergir, mas a sensação sombria que o homem sentia nada tinha a ver com a austeridade daquele lugar. Sentia uma espécie de aperto no coração, uma angústia terrível que nem mesmo ele conseguia compreender, mas começava a perceber com temor que sua preocupação com as atitudes da espiã iam além do fato dela poder mudar de lado novamente.

–Algum problema alteza? –Chamou-o uma voz.

Ele se virou deparando-se com um Serafim bastante preocupado.

–Não que eu saiba. -Respondeu.

–Entendo, e peço que perdoe-me pela intromissão, mas é que... Percebo que estás um pouco pensativo. O fato do príncipe ter salvado a espiã o aborrece?

–Claro que sim. -Respondeu. -É um risco deixá-la vivendo no palácio.

–Eles tem guardas, mais do que qualquer outro no mundo, o que uma menina pode fazer?

Ele silenciou contrariado.

–Alteza, queira me desculpar mas a forma como a olhava ontem... Se há uma coisa que sei sobre espiões é que quando são pegos, sempre fingem mudar de lado, e são sempre convincentes. A caso não se deixou enganar...

–É claro que não. -Esbravejou. -Como ousa insinuar tal coisa?

Serafim sentou-se calmamente em uma cadeira próxima a janela e observou a paisagem enquanto buscava as palavras certas a dizer. Há muito já havia percebido a cobiça do duque por tudo o que pertencia ao príncipe e temia que tal cobiça estivesse sendo direcionada a Samntha Puckett, o que tornaria tudo muito mais complicado dada a forma como ela já se mostrara esperta. Mas ciente da importância de um aliado como o duque, Serafim procurava concentrar seus esforços em mantê-lo ao lado do rei.

–O rei Teodoro parece saber muito bem o que faz. -Disse Serafim. -Reconhecendo a impossibilidade de nos vencer em batalha, usa uma linda jovem para semear a discórdia.

–O que quer dizer?

–Que foi um erro não ter matado a espiã quando a capturou.

Dizendo isso, o homem levantou e deixou a sala, esperançoso de que aquelas palavra surtissem algum efeito sobre o duque. E surtiram, não da forma que Serafim esperava, mas surtiram.

Na manhã seguinte, assim que acabou de tomar café com sua família, o rei descobriu que tinha uma visita. Estranhou ver o duque em sua sala tão cedo, e mais ainda ao ver o nervosismo no semblante do homem.

–Majestade, perdoe-me por vir tão cedo e sem avisar, mas ocorre que o assunto é da máxima urgência.

–O que há? -Perguntou o reis sentando-se.

–Há rumores de revolta em alguns povoados por causa da prisão da espiã.

–Maldição! -Disse socando a mesa. -O que mais podem querer? A deixamos viva!

–Majestade, trata-se de um plano muito bem arquitetado pelo rei Teodoro, ele quer nos desestabilizar, causar uma guerra interna. Essa moça tornou-se uma líder entre os camponeses, creio que a única solução seria casá-la com um aliado.

–E quem aceitaria tal união com uma aldeã rebelde?

–Majestade. -Disse levantando-se repentinamente. -Eu em minha lealdade incondicional prontifico-me a fazer qualquer coisa pela estabilidade desse reino. Qualquer coisa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Sinalizem os erros, por favor, peço desculpas caso não tenha ficado bom... Gostaria de ressaltar que o duque não sabe dos planos de resgate dos amigos da Sam, apenas dos rumores de revolta nos povoados. Gente queria saber se vcs querem que a fic acabem logo ouse ela demore mais um pouco. É isso amores, por favor não deixem de comentar, preciso saber o que estão achando em breve eu volto pra postar mais! Bjos!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu mundo é você" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.