Please Please Me escrita por Alys Piazzini


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5 - RINGO STARR

Os anos foram se passando, e eu já nem queria mais voltar para minha época, já estávamos no ano de 1962, e os Beatles já estavam ficando populares pela região. Era um fim de semana qualquer, e os garotos estavam apresentando, e eu fui até o final do clube, e um homem que estava na porta, me puxou e disse:

– A senhora conhece os garotos que estão tocando?

Aí respondi:

– Sim, sou a melhor amiga da banda e...

– Diga a eles que eu posso arranjar uma gravadora para eles – me interrompeu o homem- entregue a eles o meu cartão, aqui está.

– Nossa! Uma gravadora? Que ótima notícia.

– Sim. Dê-me a resposta daqui dois dias... AH, já ia me esquecendo, diga para eles que não vou grava-los tocando com aquele baterista horrível, avise que eu conheço um garoto que sabe tocar muito bem, o nome dele é Richard, mas seu nome profissional é Ringo Starr.

– Oh, claro senhor, te darei a resposta.

– Obrigado, e até logo madame.

– Até logo.

Depois do show, fui correndo dar a noticia aos meninos:

– Tenho ótimas noticias!

– Diga amor.

– Um homem chamado Brian, ele vai mandar vocês para uma gravadora!

– Isso é ótimo! – gritou George.

– Devo dar a resposta daqui dois dias, aceitam?

– Ligue para ele neste exato segundo! É claro que aceitamos e...

– Mas esperem meninos, tem uma condição.

– E qual é? – perguntou Pete.

– O Pete vai ter que sair da banda, não agradou o homem o jeito que ele toca.

E John disse irritado:

– Ah diga para esse sujeito que não vamos aceitar nada sem o Pete, ele faz parte de banda e...

Interrompeu Paul:

– John, temos que pensar no grupo, e não só em um de nós, somos um conjunto e não podemos ser prejudicados por...

Interrompeu John:

– ORA! Se nós somos um GRUPO, temos que pensar no Pete também! Ele é meu amigo!

– A gente trabalha nesse clube idiota há mais de três anos, e ninguém nunca quis nos gravar. – acrescentou George.

– Caralho George! Essa é a primeira vez, mas quem disse que é a ultima? – gritou John.

– Calem a boca, todos! EU SOU O PETE! Eu decido, e eu decido sair deste lixo que vocês chamam de banda, Estou vendo que alguns aqui não me querem nessa porcaria! Vão lá gravar, e viram uma bandinha passageira que milhões de criancinhas de sete anos vão ouvir! Adeus!

E assim saiu Pete correndo do clube.

– Anna! – gritou Paul- ligue para esse sujeito e diga que aceitamos!

John olha fixo para Paul, chuta a bateria, pega o casaco e sai correndo do clube. Eu liguei para o homem, afinal, Pete não voltaria. Passou algumas semanas, e os garotos foram gravar. Chegaram lá e o baterista novo estava arrumando os equipamentos, John o viu e disse:

– Me recuso a tocar com essa metade de anão!

– John pelo amor de Deus, para com isso – disse eu.

– Mas olhem o tamanho do nariz dele pessoal, uma semana aqui e ele vai sugar todo o ar só para ele e...

– Chega de criancice John – interrompeu George- Olá Ringo, meu nome é George, aquele é Paul e este babaquinha aqui é o John.

– Olá garotos, e olá garota que não sei o nome – disse Ringo ingênuo e tímido.

– Ah sim, meu nome é Anna.

– Vamos parar de blá blá e ir tocar? – disse Paul.

– Vamos tocar “love me do” – disse George- aqui Ringo, uma folha com as notas, tente nos acompanhar.

– One, two, one, two, three four:

Love Love me do,

You know, I love you

I’ll always be true

So please…

–Pare tudo! – gritou John- a batida dessa droga está toda errada!

Todos ficaram em silêncio, e John continuou:

– Então é esse o grande baterista que nos arranjaram? O ser nem sabe tocar uma droga de música com dois acordes! – John gritava. Então eu disse:

– John, não seja duro com ele, é a primeira música que ele toca conosco, vou chamar alguém para nos ajudar aqui! Você aí! Venha toque essa música aqui. Obrigada. E quanto a você Ringo, venha comigo, vou te levar para tomar algo.

Levei Ringo para tomar café e disse a ele toda a história de Pete e John. Quando voltei, Ringo já conseguiu tocar as outras músicas, e uma semana depois, um dos chefes dos meninos disse:

– Vocês vão para um programa de televisão semana que vem, vão conversar com um cantor de folk aqui da região e...

– Cantorzinho folk? Qual o nome da peça? – Interrompeu John.

– Bob Dylan, ele é novato nas paradas britânicas assim como vocês.

Passou uma semana e estávamos lá no programa, John já estava fazendo amizade com Ringo, e os Beatles já iam começar encerrar as gravações do primeiro disco, iria se chamar “Please Please Me” mas ainda faltava um single para o álbum, e os garotos ainda estavam pensando na música. Enfim, eles entraram no Palco:

– E hoje estamos aqui com um grupo de garotos da cidade de Liverpool, os Beatles!

E eles entraram e cumprimentaram o apresentador e é claro, o cantorzinho folk, Bob Dylan.

– E esse nome de boiola Bob? De onde tirou este escândalo? – disse John, tentando tirar onda, e o Dylan respondeu:

– De onde eu tirei esse “escândalo” não te interessa - Disse Dylan rindo mais ainda.

Foi uma noite longa, e depois do blá blá blá do programa, os Beatles foram fazer uma festa no hotel onde estavam, chamaram um monte de gente, inclusive o Dylan. Eu tinha ido a cozinha, e quando voltei para sala vi uma cena que jamais pensaria em ver. John estava beijando uma vadia que ele avia convidado, comecei a sentir raiva, ciúmes, vontade de chorar tudo ao mesmo tempo, ninguém estava nem aí pra mim, saí daquela casa maldita chorando, estava no quintal, quando ouvi uma voz atrás de mim que disse:

– Uma moça tão bonita quanto você deveria estar curtindo a festa não acha?

Virei para trás e era ninguém mais que o cantorzinho folk, Bob Dylan, então eu sorri para ele, e ele disse:

– Gostaria de ouvir uma música que estava compondo?

Balancei a cabeça dizendo que sim, e ele começou a cantar para mim.

Hey mr tambourine man play a song for me

I’m not sleep

– Bem, por enquanto, é só isso que eu tenho.

Dei um sorriso e ele terminou:

– Vamos até a minha casa, lá irei te mostrar minhas outras composições.

Ele segurou a minha mão, e lá fui eu para a casa de Bob Dylan, entramos, ele acendeu apenas uma luz do fim do corredor, ele disse para eu me sentar, ele foi e colocou um disco para tocar, virou-se e veio caminhando até mim, ele não sentou do meu lado, parou na minha frente, e veio aproximando do meu rosto, quando nossos lábios estavam quase juntos ele segurou minha cintura e me beijou. Por dentro eu me sentia mal, afinal, eu amava John, mas ele me traiu, então não interrompi o beijo, depois disso ele disse:

– É mesmo uma pena que algumas pessoas não deem valor a uma pessoa tão perfeita como você.

Passei a noite na casa de Dylan, e naquela festa maldita, parecia que ninguém sentiu a minha falta, tocaram a campainha e eu fui atender a porta, quando vi quem estava lá me surpreendi, era Jimmy entregando uma correspondência, logo eu disse:

– Jimmy!

– Anna, há quanto tempo! Mas o que você faz aqui?

Nesse momento Dylan chega e diz:

– Posso ajudar?

E Jimmy fala revoltado:

– Anna, você passou a noite com esse cara? Mas, mas, e o John? O que aconteceu?

E Dylan disse:

– Não te interessa pirralho!

E antes que eu pudesse conversar, Dylan pegou as cartas e bateu a porta. Jimmy saiu correndo de lá e foi até a Rua de John gritando:

– JOHN! JOHN!

E John disse:

– O que foi moleque?

– Eu vi a Anna! Ela passou a noite na casa de um homem e...

John inconformado e desesperado com o que acabara de ouvir perguntou:

– Que homem Jimmy? Quem é ele? Quem?

– Eu o vi em um jornal que integrei, e ele estava junto com sua banda John, no programa da noite, se chama Bob Dylan.



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