Fiquei presa naquele olhar. Parecia que estava sugando minha alma, mas sentia uma sensação boa. Estranha mas boa.

- Mad?

- Hm?

- Vamos?

- Pra onde?

- Pro ensaio (?)

- Ah, sim, é, claro, uhum, vamos - falei meio sem graça pelo o que aconteceu.

Fomos caminhando até a casa do Math. Almoçamos lá, já que os pais dele tinham viajado, ficamos fazendo nada por um tempo e depois começamos o ensaio. 

Lipe era guitarrista, Sophie baixista, Blaze baterista, Math vocalista e eu guitarrista solo. 

Iríamos tocar cinco músicas no tal festival, e como já era semana que vem, então precisaríamos ensaiar bastante. Escolhemos Master Of Puppets - Metallica, Alone - BFMV, Critical Acclaim - Avenged Sevenfold, Walk - Pantera e God Hates Us - Avenged Sevenfold.

Ensaiamos por duas horas e meia e fomos beber. 

Já estavamos bêbados e resolvemos ir pra praia. Quando chegamos lá, um grupinho de "rockeiros" provavelmente da mesma escola que nós, estavam lá. Calma, eu disse mesmo rockeiros da mesma escola que nós? Sim! Um milagre aconteceu.

Math começou a conversar com eles, logo o resto começou a se enturmar. Preferi ficar na minha e sentei num canto afastada, perto de umas pedras. Reparei mais naquele grupo e... 

- PORRA! 

Todos olharam pra mim com cara de "WTF?" e eu apenas fingi que não aconteceu nada. Aquele menino do tal chapéu tava lá, cara! Ele tava me perseguindo, só pode! Resolvi parar de olhar e coloquei meus fones, ouvindo Second Heartbeat e cantando.

- Hm... bom gosto, e, bonita voz. - Abri o olho e dei um pulo

- CARALHO, QUE SUSTO, PUTA QUE PARIU! 

Ele riu e acho que fiquei vermelha na hora. Um buraco pra me enterrar, porfa? Vocês que estão achando que o tal "menino estranho do chapéu" tá do meu lado falando que tenho bom gosto... ESTÃO ABSOLUTAMENTE CERTOS!

- Cofcof... tá fazendo o que aqui mesmo? 

- Ui, grossa. Nada, só elogiando uma garota que nem agradece minhas humildes palavras.

- Legal. - Me levantei e fiz questão de ir pro outro lado. Menino chato. 

Depois de um tempo resolvi ir embora e apenas acenei de longe pra todos. Eu, sozinha, andando, na rua, noite = vai dar merda.

Mas não, não deu merda. Cheguei sã e salva em casa. Um milagre, já que tenho tanta sorte ~ironia~.

Todos estavam dormindo (GRAÇAS A DEUS!!!), então fui direto pro meu quarto e tomei um banho gelado. Coloquei um pijama e deitei na cama. Logo adormeci.

(...)

Acordei com um barulho de porta sendo arrombada e depois gritos, chamando alguém. Me sentei na cama e logo alguém abriu minha porta. Era minha irmã. Mas o que minha irmã estava fazendo aqui? Que eu saiba ela estava internada! Ela estava chorando. Depois quem entrou no meu quarto foi o meu "pai". Ele puxou ela com força e começou a bater nela, acertou algo nela e depois começou a sangrar. 

- Agora é a sua vez, querida. - e sorriu.

Eu não conseguia me mover. Ele  chegou mais perto com uma faca, apontando pro meu pescoço...

Acordei. Porra, então tinha sido um sonho? Mas... como assim?