– Els meu amor, você pode ir lá embaixo pegar meu celular? Por favor?

May pediu ao fazer uma cara impossível dizer não. Harry ficou olhando para mim, sem dizer nada.

– O que foi? - Perguntei.

– Nada, não posso te olhar mais não?

Ele levantou as mãos para cima e se levantou indo sentar perto da Mayara. Deitei na cama de barriga para baixo e fiquei pensando até que dormi.

Carolina

Liam adormeceu no final do filme. Me levantei com o máximo de cuidado para não acordá-lo mas uma garota o fez quando desceu as escadas correndo e esbarrou na mesa, o vaso que havia em cima da mesma caiu no chão se quebrando. Fuzilei-a com o olhar, ela sussurrou um "desculpa" e começou a rir. Eu a conhecia de algum lugar, tenho certeza disso.

– O que acont... AMANDA? O QUE VOCÊ TA FAZENDO AQUI? - Liam gritou pulando do sofá enquanto arrumava a camiseta.

– Amanda? - Perguntei.

– Eu? Hum, eu ontem... Ah, eu dormi aqui e... - Olhei para Liam com desespero. Ela deu risada - Não queria atrapalhar.

Senti minha pele ferver, certamente devia estar parecendo um pimentão. Liam sentou no sofá e esticou as pernas colocando-as em cima da mesinha de centro.

– E você acordou agora?

Ela me olhou como se soubesse o que nós dois havíamos feito. Amanda apenas assentiu. Passei a mão nos meus cabelos tentando não me torturar pensando se ela viu ou não.

– Eu te conheço. - Amanda disse se aproximando de mim com os olhos cerrados. - Você. Carolina do time de vôlei, torceu o pulso na semi final. Certo?

Assenti. Então tudo veio como um flash em minha mente.

Na época tínhamos uns 13 anos. Amanda era minha melhor amiga. Cabelos escuros e cacheados, na altura dos ombros, pele e olhos claros. Jogadora reserva do time juvenil de volei do colégio Holmes J. School. Nos conhecemos quando uma garota, Luna Haloum, acertou com a bola na minha cabeça. Amanda foi comigo até a enfemeria e lá planejamos o que fazer com Luna. Éramos muito próximos porém, tive que me mudar para Itália. - à trabalho do meu falecido pai.

– Meu Deus, você não mudou nada! - Eu disse rindo, puxando-a para um abraço.

– Digo o mesmo! - Nós rimos. - Quando voltou? Por que não me procurou? Você tem muito o que me contar. Tudo o que eu sei agora é que você e Liam se pegam no sofá do apartamento dele.

Senti meu sangue subindo. Olhei de canto para Liam que adormecera novamente.

– Vamos subir.

Assenti. Subimos as escadas correndo, no final do corredor trombamos Zayn.

– Vejo que já está bem melhor hein Amanda. - Ele disse com um sorriso malicioso no rosto.

– É. Depois de sua grosseria eu precisava melhorar quanto antes.

Ela sorriu falsa e me empurrou para dentro de um quarto trancando a porta. Ela também tinha muito o que me contar. Olhei em volta, era o quarto do Liam. Andei lentamente até a cama onde me sentei, bati a mão para que Amanda se sentasse do meu lado. Havia um boneco de pelúcia do Xerife Woody, tinha seu delicioso perfume nele. Respirei fundo e voltei minha atenção à Amanda.

– Pode começar. - Ela disse. Contei tudo o que acontecera nos últimos 4 anos. Desde minha mudança para Itália até a morte de papai. - Nossa, mas e a tia Val como está?

– Por incrível que pareça minha mãe está ótima! Foi tão recente, fiquei com medo de ela não suportar... Mas e você Amanda?

– Ah, nada mudou, absolutamente nada desde que você foi embora. Bom, à uma semana os meninos se mudaram para nossa escola e ontem fomos à uma balada, bebi além da conta e acabei passando vergonha na frente do Zayn. Resumindo é isso.

Dei risada. Desde pequena Amanda passa vergonha na frente de quem gosta. Inevitável. Ela me contou de suas amigas, sobre a separação de seus pais, tudo.

– De onde conhece o Liam? Antes me fala, eu sei que não passaram de apenas simples beijos hoje cedo ali na sala, mas quero ouvir de você, o que vocês fizeram? - Ela sorriu maliciosa.

– Nos conhecemos ontem numa balada... Agora me lembro de uma louca dançando em cima do balcão querendo tirar o vestido! - Começei a rir fazendo Amanda corar. - Ta, enfim. Nós começamos a conversar, depois dançamos por um bom tempo e ele perguntou se eu queria ir para o apartamento dele. No começo eu resisti mas logo aceitei. Chegando aqui, bom, você sabe o que aconteceu.

– Não eu não sei. Me conte. - Ela sorriu divertida. Droga.

– Ok, transamos. Feliz?

– Você não faz idéia. Só não se iluda, acho que assim como Louis, ele ainda sente alguma coisa pela Danielle. Não se apresse está bem? - Assenti.

Ficamos conversando bom um bom tempo, Liam nos interrompeu perguntando se queríamos ir ao Nandos com ele, Niall e Zayn.

Mayara

– Harry sai de cima de mim, por favor! - Implorei pela 54321 vez.

– Eu to bem aqui.

– Mas eu não. Por favor Styles.

Olhei em seus olhos, por um segundo, - apenas um segundo - me perdi em seu olhar. Respirei fundo juntando minhas forças, o empurrei para o chão novamente e me levantei.

– Niall e Els estão demorando muito. - Bufei.

– Mayara? - Harry se levantou e caminhou até mim. Puxou minha mão e sentamos na cama. Olhei para ele com desdém. - A Els gosta do Niall certo?

– Ele é tudo para ela. Por que isso agora? - Perguntei. Afinal, o que esse garoto pensa me perguntando uma coisa tão visivél. Qualquer um notaria o jeito que ela o olha, o jeito tímido e a vergonha excessiva de Elizabeth sempre que Niall Horan chega perto dela.

– Curiosidade.

Ele disse simplesmente. Claro que não era curiosidade. O que Horan queria com Els? Harry se levantou e disse que ia embora, pouco importa. Me deitei na cama fitando o teto. Curiosadade? Apenas curiosidade? Óbvio que não. O que importa à Styles se Els gosta ou deixa de gostar de Niall? Isso mesmo, nada. Fiquei um bom tempo pensando. Isso realmente me deixou intrigada. Tenho que falar com Harry porém não posso ir lá assim, sem mais nem menos, chegar perguntando. E Daniel não vai deixar eu ir lá sozinha sem uma boa desculpa. Bom, somos parceiros de laboratório, posso usar isso. Pulei da cama e corri para o banheiro. Tomei um baho rápido e me troque. Fui até o quarto de Dan.

– Tenho que dar uma saída, coisa rápida, logo volto. - Disse enquanto observava o chiqueiro que era aquele lugar. Cueca e restos de louça dominavam aquele... quarto. Daniel, estava deitado na cama jogando vídeo-game. Vagabundo mesmo. 19 anos nas costas e não faz nada de útil.

– Posso saber onde? - Ele colocou o controle do seu lado na cama e sentou na mesma.

– Hum, no apartamento do Harry. - Dan me olhou um tanto desconfiado. - Precisamos conversar sobre o trabalho do Sr. Grint.

– Ah claro, aquele professor... Pode ir, qualquer coisa me ligue.

Assenti e desci para a sala. Eu vou mesmo? Quando eu chegar lá vou falar o que? "Oi Styles vim aqui saber o motivo de sua curiosidade sobre o que a Els sente por seu amigo idiota". Não. Quando dei por mim já havia tocado a campainha. Droga. Se arrependimento matasse. Eu posso correr para as escadas e fingir que nada aconteceu certo? Errado. Se Niall estiver brincando com minha pequena Els eu mato ele.

– Hum, oi? - Virei rapidamente me deparando com a visão do paraíso, literalmente. Louis Tom alguma coisa, não lembro. Apenas de samba-canção, com o cabelo todo bagunçado e um perfume suave porém muito gostoso.

– Olá, o Harry está?

– Ele está um pouquinho ocupado, quer voltar depois? - Eu ia dar meia volta e ir embora, mas, gemidos me fizeram parar de respirar por um tempo. "Ocupado", entendo. Louis me olhou por um tempo. - Quer entrar?

– Claro!

Ele deu passagem para eu entrar. O apartamento deles era todo detalhado, muito bonito.

– Ta com fome? - Neguei. - Eu vou tomar um banho, já volto.

– Relaxa Lou. - Sorrimos.

Ele subiu correndo. Me sentei no sofá e liguei a televisão tentando abafar os gemidos porém era meio que impossível. Minha "curiosidade" foi maior. Me levantei e caminhei silenciosamente para cima. Segui o som dos sussurros e parei em frente uma porta, havia uma pequena fresta que me permitia olhar. Harry e uma garota loira transando. Ok. Isso foi ridículo. O que estou fazendo aqui mesmo? Fiquei observando mais um pouco quando, para minha infelicidade, meu celular começa a tocar. Os dois param rapidamente o que estão fazendo, a garota se enrrola no lençol e Harry levanta andando para a porta. Tentei correr mas só o que consegui fazer foi trombar Louis que acabara de sair do banho, sem camisa com algumas gotas de água escorrendo pelo seu corpo.

– Mayara? - Perguntou Harry ao abrir a porta do quarto. Sem pensar duas vezes agarrei Louis. Minhas mãos foram para sua nuca, logo sinto duas mãos apertando minha cintura levemente. O beijo era para Harry pensar que eu estava atras de Louis. Acho que funcionou porque ouvi um "não acredito" e depois barulho de porta batendo. Fui ficando sem fôlego e parti o beijo. Olhei para ele assustado, o mesmo matinha uma expressão tensa. Um pequeno sorriso no canto dos lábios surgiu em nossos rostos. Isso foi bom. Nossa.

– Eu vou... - Fiz um gesto com as mãos para a porta. Ele assentiu. Virei respirando fundo e fui embora. Tem que ter muita, mas muita concentração para não fazer nada a mais com Louis.

Harry

– Aconteceu alguma coisa lá fora Harry? - Alice perguntou enquanto passava as mãos em minhas costas. - Você está tenso.

– Não aconteceu nada, eu estou cansado depois a gente conversa está bem?

Levantei e fui para o banheiro. Tomei banho e coloquei uma roupa simples. Voltei para o quarto e Alice já não estava mais lá. Ótimo. Por alguma ridícula e humilhante razão, eu precisava conversar com a Mayara. Pelo que eu saiba era a Fernanda quem o Louis queria, e não a Mayara. Porra.

Cheguei na frente da porta de seu apartamento e para minha sorte estava aberta. Subi correndo para o quarto dela, a porta estava trancada. Bati umas 5 vezes. Então, ela abriu. Entrei no quarto sem dizer nada. Mayara fecha a porta e me olha incrédula.

– O que você ta fazendo aqui Styles?

– Por que você beijou o Louis? - Ela soltou uma gargalhada.

– Ciumes? - Perguntou arqueando uma sobrancelha.

– De você? Credo. - Olhei-a com desdém. Seus olhos cerraram, percebi que isso era uma mania dela. Logo suas bochechas, nariz e olhos começam a ficar vermelhos. Ela não ia chorar, rs. - Louis quer a Fer, não você.

– Como você tem a coragem de vir na minha casa, no meu quarto, e me falar isso? - Sua voz saiu falhada. Droga. - Você é inacreditavel mesmo. Por que não ficou lá usando aquela vadia?

– Olha como fala da Alice, ela não é você! - Pronto. Recebi um forte tapa na cara. Mayara mantinha a mesma expressão, só que agora, mais nervosa. Uma lágrima escorre pelo seu rosto.

– Vai embora antes que eu faça uma besteira. - Dei risada, ela não falava sério. - VAI EMBORA!

Continuei no mesmo lugar. Mayara olhou de relance para sua sacada e voltou seu olhar fixo à parede atras de mim.

– Eu só vou sair daqui depois que você me dizer porque beijou Louis.

– Sai daqui.

Ela se sentou em sua pequena poltrona cor-de-rosa que havia num canto do quarto. Colocou as pernas para cima e as abraçou enfiando a cabeça entre elas.

– Eu já disse que não vou embora.

– Mas que droga garoto! Por que você quer saber? O que te interessa eu beijar ou não o Louis? Vai cuidar da sua vida, idiota.

– Se você beijar o Louis de novo eu...

– VOCÊ TA ME AMEAÇANDO? - Ela se levantou num pulo e me encarou, me fuzilando com o olhar. Seus olhos esbanjavam ódio, um pouco de tristeza por motivos que não sei. Ficamos nos encarando até que ela cedeu à algumas lágrimas que rolavam desesperadamente por seu rosto. Um minuto me vejo desprezando uma garota, no minuto seguinte estou a beijando e desejando que o tempo parasse ali. Mayara se debatia em meu peitoral. Envolvi meus braços em volta do seu corpo, deixando-a presa. Seu perfume invadia meus sentidos. Hoje, uma tarde qualquer de um sábado qualquer, estava beijando a garota que me odeia. Cliche. Isso tudo é cliche. Aos poucos ela foi cedendo, suas mãos ficaram espalmadas em meu peitoral. Amaldiçoando o fato de ter que respirar, paramos o beijo.

– Nunca. Nunca mais faça isso. - Sussurrou ainda com os olhos fechados. Sorri. Dei-lhe um selinho e ao perceber a cena melosa que estava ficando me separei rapidamente dela. - Vai embora Styles.

Depois de sair do apartamento de Mayara, fui para a área da piscina. Me sentei numa espreguiçadeira e fiquei lá pensando não sei quanto tempo. Despertei de meus pensamentos quando ouço gritarem meu nome.