— Flash Back. –

Hospital ST. Louis. Sala de Parto. 04 de outubro de 1994. 23h27min.

— Força! – A enfermeira, Catheriene, gritava para Hanna que estava em seu primeiro trabalho de parto, de gêmeas. Logo o choro de um bebê invadiu a sala. Hanna sorriu ao ver sua filha em seu campo de visão. Outro choro fraco invadiu o quarto, mas muito cansada, Hanna, dormiu com uma de suas filhas no braço.

Hospital ST. Louis. Quarto 458. 05 de Outubro de 1994. 05h39min.

Hanna Morin acordou meio tonta, com os olhos pesados olhou em sua volta e sorriu ao se lembrar de que acabou de ganhar duas filhas lindas. O barulho da porta batendo invadiu o quarto, fazendo-a se despertar dos pensamentos e se virar rapidamente para a médica que não tinha uma expressão muito feliz em seu rosto.

— Boa noite.

— Oi. – Hanna disse com a voz falha. - Eu posso ver minhas filhas agora? – sorriu desnorteada.

— Hanna, eu venho aqui com uma notícia não muito boa. – sorriu torto.

— Ah tudo bem, nada vai me deixar para baixo, afinal, acabei de ganhar dois anjinhos. – sorriu.

— Sinto muito ter que lhe informar, mas uma de suas filhas acabou não resistindo ao parto - Hanna prendeu a respiração ao ouvir tal notícia. -  Ela acabou sendo asfixiada com o cordão umbilical. – Na hora, Hanna sentiu que seu mundo havia desabado, ela tinha acabado de perder uma filha.

— O que? – Ela perguntou com a voz trêmula, enquanto desabava em lágrimas.

— Tentamos de tudo senhora, mas quando à tiramos de sua barriga ela já não conseguia respirar, desculpe... Não conseguimos tirar o cordão à tempo.

— EU QUERO MINHA FILHA! – gritou desesperada.

— Se acalma senhora, vai ficar tudo bem. – a mulher tentou acalma-la.

—NÃO! NÃO VAI FICAR TUDO BEM! VOCÊ TEM UMA FILHA? SABE A DOR QUE É PERDER UMA?!

— Na verdade, eu não tenho uma filha... – sorriu triste. - Eu acho que você precisa de um tempo, mais tarde eu venho aqui aplicar os seus medicamentos, fique bem. – saiu do quarto.

Hospital ST. Louis. Sala das enfermeiras. 05 de Outubro de 1994. 07h12min

— Eu tenho que ir trocar o soro da paciente do quarto 458. – Lucy Wood, a estagiaria de 19 anos, falou.

— Não, eu vou. – Catherine se ofereceu, era a mesma enfermeira que foi no quarto de Hanna mais cedo e que fez o parto da mesma.

— Tudo bem. – Lucy deu de ombros. - O Doutor Ben quer que você troque o soro d... – Catherine a interrompeu.

— Eu sei qual é. – sorriu. – Eu vou ali pegar e já volto. – Catherine entrou na sala dos medicamentos e procurou pela injeção que continha vaselina. Essa injeção causaria morte em menos de 3 minutos, se fosse aplicada na veia. Logo Catherine achou, decidida do que ia fazer se dirigiu ao quarto da paciente, Hanna. A mesma assistia TV, os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar, o cabelo sem brilho, o resumo de uma pessoa em luto.

— Oi, como se sente? – Cath perguntou se aproximando do saco do soro ao seu lado, que estava ligado a sua veia.

— Pior do que eu imaginava. – soltou uma risada irônica. - O que você esta fazendo? – perguntou ao observar que a enfermeira aplicava uma injeção em sua veia.

— Isso vai te ajudar a se levantar. – falou. – E ficar forte para sua filha. – completou. – Aliás, como vai ser seu nome? – perguntou.

— Lindsay. – sorriu desnorteada.

— Bonito nome, Hanna. – respondeu Catherine. – Sua mãe está lá fora. – completou sorrindo.

— Uhum. – Hanna disse se esforçando para deixar seus olhos abertos.

— Desculpa. – Catherine disse, pegou a agulha e colocou dentro de seu jaleco branco com verde e saiu do quarto às presas e foi até a maternidade pegando um dos bebês e enrolando em alguns lençóis, foi até a porta dos fundos do hospital mas acabou encontrando com a tal estagiaria, Lucy:
— Aonde está indo Cath? – perguntou Lucy, ao ver que Catherine tinha muitos lençóis na mão.
— Vou jogar estes lençois no lixo, estão velhos. – mentiu Cath.
— Ah, ok. – Lucy deu de ombros.

Catherine saiu dali as pressas, pegou seu velho carro e foi até uma fazenda que herdou de sua família, em uma cidade bem pequena chamada Gradford, Texas, no Estados Unidos. Ela sabia que o que tinha feito era errado, muito errado, porém ela não pudera ter filhos, e sempre sonhava em ter uma menina, quando Hanna chegou ao hospital e Catherine logo viu que iriam nascer gêmeas se aproveitou da situação, pegando uma das meninas e dizendo para a mãe e toda sua família que a mesma tinha morrido.

— Ninguém nunca vai nos separar filhinha. — Cath disse sorrindo.

Gradford(Texas, Estados Unidos) 7 de Outubro de 1994. 15h30min.

— Mãe, você viu a mulher que se mudou para aquela fazenda a poucos metros daqui? – Zack entrou correndo e perguntou a sua mãe, Anne, que estava com seu filho de um ano no colo, Harry o amamentando.
— Não meu filho, mas não fale com ela até que eu a conheça, ok?
— Sim mamãe. – Zack de sete anos era o tipo de menino prodígio, sempre foi muito inteligente e muito educado, sempre obedeceu a sua mãe e nunca a desrespeitou.
— Ok, vá brincar. – sua mãe disse.

— Flash Back Off. –

Dezoitos anos se passaram. Hanna Morin morreu no dia seguinte em que deu à luz a duas meninas, ou uma, como ela achava. Sarah Morin, mãe de Hanna, ficou com a guarda da menina, a nomeando de Hanna Lind Morin homenageando sua filha morta. Todos os membros de sua família acreditam que apenas Hanna sobreviveu ao parto, todos se alimentaram da mentira da enfermeira, Catherine. Para todos, só havia nascido uma menina na noite de 05 de Outubro de 1994.
Hanna cresceu na casa de sua avó em Los Angeles, e está estagiando fotografia.

Lindsay Anna Dimetri foi criada em uma cidade chamada Gradford no Texas, cidade com pouco mais que 2.000 habitantes, que de tão pequena que era, mal tinha acesso a internet e a televisão, o único meio de informação e entretenimento que eles tinham era rádios e telefones públicos. Estuda na única escola da cidade e namora Harry Styles, seu colega de classe.

Zack Edward Styles hoje tem vinte e cinco anos e é gerente de uma fábrica de equipamentos eletrônicos localizada em Beverly Hills, Los Angeles.