Ao amanhecer, pulei de minha cama assustado, pois estava atrasado para a aula. Arrumei-me rápido e fui para o colégio sem mesmo me despedir de meus pais ou tomar café. Ao chegar (parecendo uma sobra deslizando com tanta rapidez) dei de encontro com o diretor.

– Mais uma vez atrasado, ADAM! – disse ele franzido a testa.

– Pois é diretor, porém essa será a ultima vez... Pelo menos este ano... Espero. – disse com ar de incerteza.

– Que seja! Vá logo para sua sala, estamos em uma reta final e ninguém gostaria de vê-lo reprovar né? – indagou.

– Claro que não! Bom vou indo. – corri me estatelando pelo corredor.

Ao chegar a minha classe, sentei em minha carteira e fui copiando com precisão o que o professor havia escrito. Logo depois reparei em volta de mim e notei a falta da pessoa mais sílfide em minha vida. Por onde está a minha amada? No intervalo a procurei por todo colégio e nada de encontra-la. Na certa estaria fugindo de mim, talvez a minha atitude na tarde passada tenha sido inesperada a ela. No terminar da aula fui pensativo para casa. Tomei um banho, e fui para o jardim de minha casa.

Quase anoitecendo, Bella como sempre radiante chegou de carro com seu pai o Sr.Glicério, morava com ele já que ninguém saberia o paradeiro de sua mãe. Resolvi ir falar com ela é claro, estava esperando isso há um bom tempo (algumas horas no caso).

– Érr, oi Bella – disse tentando fixar o olhar em seus olhos.

– Argh, Adam – indagou com tom rude.

– Gostaria de saber o motivo de tanta ignorância comigo? – indaguei.

– Olha aqui Adam – aumentou o tom – Eu não te devo satisfação de nada em minha vida, você não é nada para mim. – bateu o pé.

– Mas bem que poderia ser. – murmurei baixinho.

– Adam entenda, eu gosto de você tá? Mas não posso, Entende? – disse cabisbaixa.

– não pode? Eu falo com seu pai, eu faço qualquer coisa... Mas fique comigo. – fixei meu olhar em seu rosto e segurei sua mão gélida.

– Não é nada disso tá. Não quero. Quer saber mesmo?! Não sou segura com isso. Não quero me envolver, me apaixonar e depois sofrer. Eu não quero te fazer sofrer, porque sei que isso vai acontecer. – disse largando minha mão.

– Tudo bem, mas saiba que vou descobrir a verdade e não vou desistir de você.

– Você vai sim desistir, se arrepender, sei disso.

– Não, não vou!! Porque descobrir o que quero, porque agora eu sei que te amo.

Ela me olhou não muito surpresa, beijou minha testa com seus lábios veludos e gélidos (um gélido de medo, de insegurança). Por final encostou sua cabeça em meu ombro e me abraçou tão forte como se aquele fosse o último abraço.

– Sei que alguma hora você saberá a verdade, mas quando souber sei que irá ver que eu estava certa, saiba que o que estou fazendo é apenas protegê-lo, só isso.

– Tudo bem, mas fique ciente que não desistirei tão fácil de você – disse acariciando seu rosto.

– Não se preocupe, porque não vou impedi-lo já que é o que deseja.

Sorrimos ao mesmo tempo, enquanto eu me perdia entre aqueles olhos cor de mel, ouvi um grito estrondoso.

– ADAAAAAAAAAAAAAAAM!!!!!!!

Era Olívia gritando como se fosse morrer.

– Já vou! – gritei de volta. – Bom Bella vou indo. – beijei suas bochechas rosadas e fui atrás de minha irmã.

Chegando em casa fui ver o que a Olívia tinha aprontado desse vez.

– Olívia, cadê você?

– estou aqui seu chato.

– O que houve? – perguntei.

– vem ver uma notícia arrepiante que achei na internet.

Fui então verificar o que Olívia havia encontrado na internet.

– Então Adam, só peço que não pire ou algo assim tá? Odeio quando você pira.

– Tudo bem, até porque não piro.

– Pira sim, fica dizendo: aí meu deus, e tals.

– Me mostra logo.

– Tudo bem.

“mulher é encontrada enterrada debaixo de uma ponte na pequena cidade de Felix”

‘uma mulher aparentemente com a identidade de Lúcia Granger, foi encontrada morta e enterrada perto de um rio da cidade de Felix por policiais que faziam buscas por notícias do paradeiro da mulher supostamente desaparecida há 4 semanas. O marido e médico Glicério Granger havia informado o desaparecimento de sua mulher assim que ela não retornou para casa durante 2 dias. A filha do casal Isabella Granger havia informado à polícia que a mãe tinha alguns casos com os chefes da máfia, mas nada confirmado pela polícia. Detetives da cidade estão à procura de pistas e um possível assassino que se esconde por entre os habitantes dessa pacata cidade’

Não poderia acreditar no que lia. O que houve com a mãe de Isabella? Assassinada. E porque motivo Bella não haveria me contado a verdade? Até onde saberia sua mãe tinha fugido e ninguém mais soubesse do paradeiro dela. Será esse o motivo de Bella fugir de todos? Esse medo? O que esperar daquela garota tão dona de suas próprias tristezas? Não saberia, mais iria descobrir.

– Ei mano tá viajando? – perguntou Olívia.

– Como você encontrou isso Olívia?

– Fácil, fui em um site de pesquisas e procurei alguma coisa sobre a Isabella, sabe tenho que saber mais sobre o passado da futura mulher do meu irmão. – sorriu.

– Não brinca. – ironizei.

– Tá tudo bem, parei.

– Vamos fazer uma dupla então, ok?

– Dupla do quê? – Olívia me olhou franzido a testa.

– Investigação. Ajude-me, a saber, tudo sobre a Isabella e a levo naquele show de rock que tanto queria ir.

– Fechado. Mas tudo por sua conta.

– Tá tudo bem.

Fomos jantar com nossos pais, mas claro aquela notícia ficou em minhas ideias durante todo o jantar. Depois de subir e tomar banho fiquei na janela de meu quarto (dava para ver o quarto da Bella) e fiquei ali pensativo enquanto a o seu passado, enquanto a via deitar para dormir. Fui dormir com a certeza de que no dia seguinte a operação cobra iria começar.