Ao acordar de manhã com um ruído estrondoso, fui verificar o que era. Aquela barulhada toda me levou até o quarto de minha irmã.

– Olívia! – Gritei para que ela pudesse me ouvir. – Que barulhada é essa? – bufei.

– Desculpe a gente, não foi nossa intenção acordar você – uma voz conhecida, calma e veluda, disse.

– Quem está aí? Isabella? – disse envergonhado pelo meu grito.

– Não mano, é o bicho papão!!! Mas é claro que é ela – disse Olívia mostrando a sua língua.

– Não falei com você. Cadê nossos pais Olívia?

– Saíram, e a Isabella veio passar o dia com a gente. Legal né? – disse Olívia piscando para mim.

Assim que Isabella percebeu a piscada de minha irmã, soltou um sorriso e começou a corar.

– É sim! Faremos coisas legais juntos hoje. Bom então irei me trocar – disse indo para meu quarto.

Após entrar em meu quarto, comecei a rir daquilo tudo que estava rolando, não poderia acreditar. A garota no qual eu sonho todos os dias estava ali, e iria passar o dia comigo! Sem esquecer-se da minha irmã é claro, mais ela era só um detalhe, sabia que rápido eu poderia me livrar dela e conversar a sós com a Isabella. Poderíamos falar tudo sobre o que ela gosta, seria perfeito. Apesar de eu ter planejado um pôr-do-sol com ela, o nosso encontro com certeza tinha saído melhor que a encomenda.

Voltando ao quarto de minha irmã já vestido, tentei tomar coragem para olhá-la novamente, então abri a porta devagarinho para que ninguém percebesse. Olhei para a Bella e percebi o quanto ela ficava linda de azul, geralmente sempre que via ela, ela estava com algo azul, acho que seria sua cor favorita. Decidi me divertir um pouco com elas, então fui dá um susto nelas por estarem tão em silêncio e distraídas.

– aaaaaaaaaaarghh!!!! – gritei.

– aaaah... – gritaram.

– Esta doido garoto? – bufou minha irmã assustada.

Enquanto minha irmã brigava comigo pelo susto que dei nelas, simplesmente ao pararmos de discutir, percebemos que Isabella não estava naquele quarto, então ouvimos um ruído vindo em direção do guarda-roupa, era a Bella toda encolhida, amedrontada pelo susto no qual eu dei nela. Abaixei-me e abracei-a, seu abraço era tão bom e confortante, que assim que ela encostou sua cabeça em meu ombro tremendo de medo, eu a apertei mais forte para perto de mim.

– Me desculpe, está tudo bem, fui eu que fiz aquilo

– T-u-tu-tudo be-bem!! – gaguejou.

– Você já tomou café?

– sim, com seus pais e sua Irmã. Você quer que eu o acompanhe enquanto você toma? – perguntou mais calma.

– não se preocupe, não irei tomar, daqui a pouco já chega a hora do almoço. – Disse sorrindo a ela.

– Tudo bem. – disse ela sorrindo de volta.

Minha irmã logo começou a rir.

– aah gente, me poupe, está tudo muito bom aqui, mais vamos fazer algo interessante e ai depois deixo vocês a sós, prometo! – disse Abrindo um longo sorriso.

– tá, tudo bem! O que vocês querem fazer? - disse não muito empolgado.

– ah vamos dançar então! Mais empolgação mano! A Bella me disse que dança muito bem. – disse Olivia empolgada.

­ - Já sabia que você queria isso, por isso não estava empolgado com a ideia, mais vamos dançar mesmo, quero ver o que a Bella sabe fazer – disse ficando empolgado com a ideia.

– Ah não sei.. - disse Bella com a aparência de envergonhada.

– Não se preocupe ninguém aqui sabe dançar mesmo – apontei para Olivia.

– Você por acaso esta falando de mim mano? – disse Olivia me encarando.

– Claro que não maninha, estava falando de mim mesmo. – disse ligando o Xbox.

Começamos a duelar, Bella dançava muito bem, como Olivia dissera antes. Passos leves e precisos, em uma sintonia perfeita. Em certo momento, já cansados decidimos então parar, pois já estava na hora do almoço.

Decidimos então ir ver o que tinha para o almoço, a mamãe havia deixado tudo preparado para a gente. Pelo visto ela passaria o dia todo fora. Depois de comermos, minha irmã fora dormir. Fiquei conversando com a Bella na sala.

– E como ficou nosso encontro no parque hoje? – perguntei.

– Já estamos juntos aqui, então não existe mais nenhum encontro no parque. – sorriu.

– Que bom que você está aqui comigo, isso é ótimo. – disse.

– é para mim também. – alegou.

No meio de tantas conversas e risadas com ela, decidir chegar mais perto, aquela garota praticamente me tirava do sério, só eu saberia o quanto estava com vontade de um abraço, ou um beijo talvez.

– você é tão linda, sabia? – afirmei pegando em suas mãos.

– pois é mais bem que queria ficar com você, só que não posso. Agora preciso ir para casa. – disse ela afastando minhas mãos.

– mais por que isso agora? Disse algo errado a você? – perguntei.

– não, você é perfeito, mas não posso explicar isso a você. É algo que não tenho como dizer, você só precisa ser meu melhor amigo, desculpa por isso. – disse ela se levantando e indo em direção à porta.

– fica, vai, por favor, estava tudo ocorrendo bem, foi por que peguei em suas mãos? – perguntei.

– claro que não. Gosto de você, e se não fosse menos bobo, teria algo a mais de mim. Preciso ir, a única pessoa que não é perfeita aqui sou eu, me desculpe. Mais quer uma dica, não se envolva comigo. – sorriu delicadamente. – preciso ir mesmo agora, obrigado por hoje, foi ótimo – disse ela soltando minhas mãos e saindo calmamente.

Como ela poderia dizer algo como aquilo para mim? Acho que deveria ter avisado a ela o quanto eu já estava envolvido em relação a ela e o quanto havia me apaixonado por aquela garota, que agora naquele momento haveria me deixado pasmo com aquela situação. Porque ela me dissera aquilo? Ela não poderia ser uma assassina? Para me querer longe dela, não é? Em meus pensamentos, percebi que era mais proteção. Que ela só queria me proteger! Dela talvez? Ela Não poderia ser perigo a ninguém. Bem que eu daria tudo para fugir com ela, a sequestrar e leva-la para um lugar onde nem civilização há. Não iria desistir tão fácil dela. Como as aulas iriam começar no dia seguinte, saberia eu que iria vê-la. E sim, vejo em seus olhos que é apenas uma garota sem proteção. Como já estava quase à noite fui para meu quarto, escutei minhas musicas e fiquei pensando em minha conversa com Bella. Até alguém bater em minha porta.

– filho? – disse minha mãe entrando no quarto. – Ocorreu tudo bem hoje?

– Sim mãe.

– sua irmã está dormindo, eu e seu pai já jantamos, e você irá querer?

– não, vou dormir, tenho aula amanha. – sorri falso.

– tudo bem então. Boa noite - disse ela indo embora.

Só estava apenas me preparando para encara-la no dia seguinte, e talvez descobrir o motivo do qual ela achava que eu não poderia ser feliz com ela.