Acordei cedo hoje pra ir á escola. Mamãe já havia me matriculado em Sweet Amoris uma escola bastante conhecida aqui do bairro. Como era meu primeiro dia ainda não tinha uniforme, então coloquei minha calça jeans e uma blusinha qualquer, arrumei meu cabelo, escovei os dentes, e desci lá pra baixo. Só havia Marta acordada na cozinha preparando o café, eu me sentei na cadeira da pequena mesa que havia na cozinha, e começamos a conversar.
– Bom dia Marta. – Falei dando um sorriso.
– Bom dia Mari, sua mãe me disse que vai á escola hoje, é verdade?
– É sim, o problema é que eu nem sei onde fica á escola e como vou chegar lá.
– Ah querida, porque não vai com Castiel? – Disse ela enquanto colocava as torradas na mesa.
– Castiel? Ele também estuda em Sweet Amoris? – Perguntei enquanto saboreava aquela deliciosa torrada.
– Sim querida, a escola não fica tão longe daqui, é só alguns quarteirões.
– Ah...
– Falando no Castiel, ele ainda não levantou? Vai chegar atrasado. Vou lá em cima acordar, ele. Todo dia é a mesma coisa... – Disse Marta subindo lá pra cima. – No mesmo instante mamãe chegou na cozinha, ainda bocejando.
– Bom dia filhota. – Disse ela tentando abrir um sorriso.
– Bom dia mãe.
– Já está pronta?
– Sim. – Falei me levantando da cadeira. – Pode me dizer como chego até a escola mãe?
– É... Bem quanto á isso, eu também não sei filha. Porque não vai com Castiel? – Disse ela dando um sorrisinho sínico pra mim.
– Mãe! – Á encarei com um olhar assassino.
Nesse momento ele apareceu na sala, tinha os olhos cansados, e estava com aquela expressão séria de ontem. Com certeza estava de mal humor.
– Você vem comigo garota? – Perguntou ele, enquanto cruzava os braços.
– Bem... É o jeito né.
– Então anda, não quero chegar atrasado de novo.
– Você não vai tomar café? – Perguntei.
– Ahh, Castiel é mesmo. – Falou a Marta, enquanto corria até a cozinha.
– Tome. – Disse ela, entregando uma maçã á Castiel, que agradeceu. Logo depois, eu e ele saímos em direção à escola, quando ouço da porta minha mãe gritando: - CUIDADO FILHA, SE DIVIRTA, FAÇA AMIGOS E... – O resto eu não pude escutar já que, estávamos nos distanciando cada vez mais. Eu virei para trás e acenei pra ela, quando percebi Castiel já estava bem na minha frente.
– Ei espera. – Gritei. – Ele continuou andando, e eu comecei a me estressar. Então corri para alcançá-lo.
– P-Porque você... Não me esperou? – Disse eu tentando recuperar o fôlego. – Ele me fitou e começou a rir.
– Então você quer ir juntinho comigo? – Falou o ruivo, com aquele sorriso irônico de canto. – Minha vontade era esmurrá-lo naquela hora.
– CLARO QUE NÃO. É só que eu não quero me perder. – Já estava começando a tomar ódio desse garoto.
– Que seja. Á escola fica bem ali, só seguir essa rua, não tem erro, pode ir.
– Como assim? Você não vai? – Perguntei.
– Vou passar na casa da minha amiga antes de ir.
– Tempo pra tomar café da manha não tem né? Mas pra passar na casa de suas colegas tem. Que bonitinho. – Falei enquanto tentava copiar o sorriso irônico dele.
Ele deu de ombros e virou ás costas.
– Eu segui o caminho até Sweet Amoris, enquanto ria de Castiel. Agora tinha certeza, ele não estava de mau-humor, aquele era o seu jeito mesmo. – Ri.

Castiel P.O.V –

Que garota irritante Meu Deus. Bom, é melhor esquecer isso. Cheguei até a casa de Lauren, bati na porta, e ela atendeu.
– Oi Cast.
– Oi Lauren, já ta pronta?
– Já sim, só vou pegar minha mochila. – Dizendo isso ela saiu correndo pra dentro de sua casa e voltou em pouco tempo.
– Prontinho. – Disse ela exibindo um belo sorriso. – Eu corei levemente, apesar de conhecer Lauren á muito tempo, ela tinha um jeito tão angelical e delicado que me deixava encantado.
– Então vamos.

Mari P.O.V –

A escola era bem grande, eu estava perdida lá dentro. Nem sabia qual era a minha sala, para a minha sorte achei a sala da diretora, bati na porta e ela mandou que eu entrasse.
– O-Olá... Eu sou a aluna nova e gostaria de saber qual é a minha sala...
– Ah claro querida, fale com o representante ele deve estar na sala dos professores, é um loirinho de olhos caramelados, não tem erro.
– Ah sim, obrigada.
Andei alguns corredores, e achei. Sala dos professores... Bom, vamos lá. A porta estava aberta, então eu entrei, e avistei um garoto, ele era alto loiro, e tinha lindos olhos caramelados. Era ele o representante.
– Olá, você é o representante? – Perguntei.
– Olá, sou sim. Você deve ser a Mariana, a novata né? Sou o Nathaniel. – Disse ele, dando um sorriso.
– Sim, sou. Eu estou meio perdida aqui, não sei onde é a minha sala, nem o que devo fazer.
– Ele riu, e depois começou a procurar uns papéis.
– Algo errado? – Perguntei.
– Não, só não acho onde coloquei sua ficha de inscrição não tem como saber sua sala sem ela. Eu tenho certeza que estava aqui, não pode ter sumido assim... – Dizia ele preocupado.
– É tão sério assim? Você parece tão preocupado.
– Ah não... Temos copias das fichas, mas estão na secretária. Só quero saber onde coloquei o papel.
– Ah relaxa, deve estar por aqui. – Falei enquanto procurava nos papéis que estavam em cima da mesa.
– Ah senhorita Mariana, não precisa me ajudar, eu vou achar. – Dizia ele constrangido.
– Pode me chamar de Mari, - Dizia eu enquanto dava um risinho, pela preocupação de Nathaniel.
– Nathaniel, você está procurando por isso? – Dizia uma garota de cabelos castanhos e longos, que se aproximava da gente.
– Ah sim Melody, achei que tinha sumido.
– Eu tive que pegar pra fazer algumas anotações que a diretora pediu, desculpe não avisar. Você é a Mariana, certo? – Dizia ela me fitando.
– Sim...
– Eu sou Melody, eu ajudo o representante de vez em quando. – Disse ela abrindo um sorriso.
– Ah muito prazer Melody.
– Sua sala é a mesma que a minha, e se não se importa temos que ir pra lá agora, já vai bater o sinal. – Disse ela preocupada.
– Ah claro. Até mais Nathaniel. – Falei acenando.
Ele sorriu e acenou.
No caminho até a sala, eu e Melody fomos conversando, ela era bastante legal, e responsável.
– Então Mari, você veio de muito longe?
– Não, não, eu sou daqui da Inglaterra mesmo, vim de Southend, tive que me mudar pra cá, por causa da minha mãe, que agora está namorando um empresário.
– Ah sim...
Estávamos conversando despercebidas, quando vi Castiel passar, ele estava com uma garota. Ela era incrivelmente linda. Tinha o cabelo na cor Cevada, louro acinzentado, olhos cor de mel, era branquinha e tinha as bochechas rosadas. Ele passou e me fitou de modo assustador, que até me deu arrepios. E depois seguiu com a garota pra sua sala, que pra minha sorte era bem longe da minha.
– Nossa! – Exclamou Melody. – O que você fez pra ele?
– Ãm?
– Castiel, ele te olhou de modo tão severo. Quer dizer, ele é assim, grosso, reclamão, irritante, gelado, enfim... Mas o jeito que ele te olhou...
– Ah é que... – Antes de terminar de falar, parei pra pensar e achei melhor não contar que estava morando com Castiel, sei lá, Castiel parecia ter certa fama de “durão” na escola, e com certeza não ia querer que eu saísse contando pra todo mundo que estava morando na mesma casa que ele. – Ah sei lá... Ele deve ter algo contra as novatas – Falei.
Ela riu.
– Mas... E a garota que estava com ele? Quem é? – Perguntei.
– Ah, Lauren? É a melhor amiga dele. Não sei como ela o aguenta, Lauren é tão gentil, e Castiel você já sabe.
Eu ri, e seguimos pra sala, sem tocar naquele assunto
Minha sala era bem grande, eu e Melody entramos atrasadas. O professor já estava na sala. Melody entrou e se sentou na sua carteira. Como eu não sabia aonde iria sentar fiquei lá em pé, meio constrangida por ter vários olhares me fitando e cochichando coisas ao meu respeito.
– O-Onde eu me sento? – Perguntei para o professor, que já estava ficando irritado com toda aquela conversa na sala.
– Você é a novata né? Bom eu sou o prof. Faraize. Pode se sentar naquele lugar disponível ali, na frente de Ambre.
Avistei a garota de cabelos dourados, com uma expressão antipática, ela me fitou por alguns instantes e depois se virou pra conversar com outra garota, tinha cabelos pretos e feições de uma japonesa. Na minha frente, havia um garoto de cabelos Louro platinado, ele tinha um estilo clássico e original. Eu me sentei, e abri o caderno, quando ele se virou e disse:
– Será que você podia dar isso pra Ambre? – Disse ele me entregando um papelzinho todo amassado. – Um bilhete. –
– S-Sim... Virei-me e disse:
– Isso é pra você. – Ela sorriu, abriu o bilhete e o respondeu.
– Entrega pra ele de volta. – Disse a loira, como se fosse uma ordem. – Eu me virei, e entreguei para ele que já estava escrevendo outro. – Ótimo, virei pombo correio agora. – Pensei. Fiquei a aula toda entregando bilhetinhos, quando finalmente escutei o sinal. Era recreio.
Saíram todos correndo, e eu fiquei pra esperar Melody que estava arrumando suas coisas. Ela terminou e caminhamos em direção ao pátio.
– Que azar em. – Disse Melody, enquanto mordia uma maçã.
– Ãm?
– Sentar na frente de Ambre, ela é a garota mais fresca, metida e irritante da escola.
– Ah eu percebi isso. Fiquei a aula toda passando bilhetinhos entre ela e o garoto que estava na minha frente.
– Lysandre? Ele estava trocando bilhetes com a Ambre? – Perguntou ela curiosa.
– Lysandre é o nome dele? Sim eles estavam.
– Que estranho, Lysandre nunca gostou muito dela.
– Ei Melody. – Dizia uma garota de cabelos pretos e lisos, que se aproximava da gente.
– Olá Morganne. – Disse Melody exibindo um sorriso.
– Ahh e você é a Mari né? – Disse ela me fitando.
– Sim, sim. – Disse eu dando um sorriso.
– Sortuda você em! – Falou ela dando um risinho.
– P-porque?
– Sentar atrás do Lysandre... Ah que sonho... – Ela falou suspirando.
– Atrás do Lysandre e na frente de Ambre, não sei se é sorte ou azar. – Disse a Melody.
Nós duas rimos, depois conversamos mais. Peguei o MSN e o celular das duas. Foi quando Lysandre apareceu.
– Ei você, Mariana né? – Perguntou ele, se dirigindo á mim.
– Sim. Porque?
– Nada não, só queria pedir desculpas por fazer você entregar meus bilhetinhos e os da Ambre.
– Ah não tem nada... Desde que não se repita, por favor. – Falei entre dentes.
Ele deu de ombros, e antes de sair acenou pra Melody e Morganne que estavam do meu lado. Elas acenaram de volta, quando percebi os olhos de Morganne brilhando e sua respiração acelerada. – Hm, acho que acabei de descobrir o segredinho da Morganne. – Pensei comigo mesma. O sinal tocou, e fomos pra sala, o resto da aula foi tranqüilo sem bilhetinhos.