Maldito Ruivinho escrita por Ally


Capítulo 1
Arrumando as malas.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/248904/chapter/1

- Mari, querida, está pronta? – Gritava minha mãe da sala.

- Quase mãe, estou terminando de colocar as coisas na mala. - Falei revirando os olhos.

Minha mãe se chama Giulia Scoralick, mais conhecida como Lia. Têm 1,70 de altura, cabelos longos e ondulados, na cor castanho claro, e olhos verdes cintilantes. Muito diferente de mim, as pessoas dizem que eu sou mais parecida com o meu pai. Tenho 16 anos, e 1,60 de altura, tenho cabelos longos, lisos e de cor Preto intenso. Tenho os olhos do meu pai, são azuis acinzentados. Tenho a pele bem branca e gélida.

Terminei de colocar a ultima peça de roupa que restava na mala. Olhei ao meu redor, vi meu quarto completamente vazio. Só restava minha cama, e meu guarda-roupa, que ficaria na antiga casa, já que Joe me daria um novo quarto pra ficar. Ta legal, Joe é uma boa pessoa... Eu acho. Mas não, eu realmente não queria mudar de casa, mudar de colégio, mudar minha rotina, enfim, não queria ter que mudar meu modo de viver, eu estava feliz do jeito que estava. E Alias meus amigos todos moram aqui em Southend na Inglaterra. Londres não fica muito longe de Southend, aliás, fica bem perto até. Mas, eu não quero ir. Ainda mais sabendo que Joe, tem um filho adolescente, um ano mais velho que eu. Ótimo, era o que faltava. Obedecer ao papai e ao filhinho. Peguei as malas, e fui em direção a porta, olhei pra trás, e dei um ultimo adeus ao meu antigo quarto, afinal foram mais de oito anos com ele.

- Sentirei saudades. – Falei, com os olhos úmidos.

Desci as escadas e cheguei até a sala, onde minha mãe me esperava com um sorriso no rosto.

- Você vai gostar da sua nova casa, eu sei que vai. – Disse minha mãe, olhando pra mim com um mega sorriso no rosto.

- Suspiro – Não conto com isso mãe, mas se é pra sua felicidade, eu vou.

Mamãe gosta muito de Joe, desde que meu pai faleceu á seis anos atrás, em um acidente de carro, mamãe nunca se envolveu com mais ninguém. Quer dizer, ela teve alguns namorados sim, mas nada sério. Ano passado ela conheceu Joe, um Empresário rico. Ele estava aqui em Southend tratando de negócios, quando conheceu Mamãe, os dois começaram a sair e se envolveram muito. Porém mês passado, Joe teve que voltar pra sua casa em Londres, então foi ai que fez a proposta a minha mãe, de nós duas nos mudarmos pra sua casa. Ela estava indecisa quanto á proposta. Mamãe sempre foi independente. Porém, a nossa condição financeira não estava muito boa ultimamente, ela trabalhava como secretária em uma imobiliária, mas as coisas não estavam indo muito bem no seu emprego. Se mudar para casa de Joe facilitaria tudo. Então ela aceitou. E hoje estamos de mudança pra casa dele, ele mandou seu motorista vir nos buscar aqui em Southend. Eu já havia me despedido dos meus amigos, Ken, Íris e Violette, e também do meu namorado, ou melhor ex-namorado, Dake. E não podia esquecer a minha melhor amiga, Mellanie. A Mel, sempre esteve comigo pra tudo, e apesar dela dizer que vai me visitar todo fim de semana, e a gente conversar todo dia por SMS, e na internet, eu vou sentir muita falta dela.

- O carro chegou filha. Vamos. – Disse minha mãe, me despertando dos meus pensamentos.

O Carro era grande, e muito lindo. Fiquei ali parada, admirando o carro, quando o motorista abriu a porta, e desceu. Ele parecia simpático, era um rapaz bem jovem, acho que devia ter uns três anos á mais que eu.

- Olá, meu nome é Leigh, deixe-me ajudar com as malas. – Sorriu.

- Ah, não se preocupe com isso. – Falou mamãe, pegando as malas, e as colocando no carro.

- E você senhorita, deixe-me pegar suas malas. – Disse ele, se dirigindo á mim.

- Tudo bem, não precisa. – Falei, o fitando. Ele era alto, tinha cabelos pretos e lisos, olhos negros, e era bem branco. Ele parecia ser calmo, e era bem simpático sim.

- Então vamos. – Ele disse.

Minha mãe entrou no carro, e logo depois eu entrei. Leigh então seguiu o caminho. Encostei a cabeça no vidro do carro, e me veio lembranças, de todas as coisas que já passei naquela casa, que ia se distanciando, conforme o carro andava. Todas as risadas, todos os momentos... Sentirei saudades dos meus amigos, apesar de serem poucos, devido a minha timidez, e também minha falta de paciência pra aturar pessoas falsas. Sentirei saudades do Dake também, apesar de termos terminado, ele foi um ótimo namorado pra mim, fiquei meio triste quando terminamos, mas é passado... Enfim, espero que na escola nova, eu arrume amigos legais, e espero MUITO, muito mesmo, que seja fácil conviver com Joe... E seu filho, que deve ser mais um daqueles riquinhos metido á besta. Eu não tenho paciência pra isso. Fico pensando como seria se meu pai ainda estivesse vivo. Estaríamos nós três, eu ele e minha mãe, vivendo em nossa casa, felizes? Eu teria tido algum irmão? Eles teriam se separado? Minha mãe conheceria Joe? Eu seria feliz se ele estivesse comigo? [...] São perguntas que nunca terão respostas. Meu pai, sempre foi compreensivo ao máximo comigo. Eu me lembro das suas ultimas palavras. Eu tinha dez anos, estava no meu quarto, e todas as noites antes de dormir apesar de já ser grandinha, ele sempre contava uma história pra mim. Ele pegou o livro “Pollyanna” na estante, quando , seu celular tocou, era do seu serviço, e precisavam dele na firma, naquele instante. Ele se arrumou pra ir, eu e minha mãe, fomos lá pra fora nos despedir, eu estava chorando, não queria que ele fosse eu chorava todas as vezes que ele tinha que ir viajar, eu era MUITO apegada ao meu pai. Ele secou minhas lagrimas antes de sair, e pronunciou palavras que eu jamais vou esquecer: “Não chore minha pequena, eu vou voltar, e prometo que contarei muitas historias pra você dormir.” A promessa nunca foi cumprida, e isso deixou um buraco enorme no meu peito. As lagrimas caiam dos meus olhos, e eu não queria que minha mãe visse então, as enxuguei com minha blusa, escorei de novo a cabeça na janela do carro. Como eu tive que acordar muito cedo pra arrumar as coisas, estava morta de sono. Então fechei os olhos e adormeci, pensando no que me aguardaria quando eu despertasse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hm.. espero que tenham gostado >