POVS SID

BOW! Foi uma bomba isso que a Anne me disse, considerei por alguns minutos me sentindo nas nuvens ao imaginar aquela louca da Lay realmente gostando de mim, mas uma nuvem negra me empurrou de lá de cima me fazendo cair na real, era impossível isso velho, eu até estou me estranhando. Quando ela foi embora, botei na minha cabeça que eu iria esquece-la e assim fiz, pelo menos achei né. Sabia que meu amigo estava passando por um momento muito difícil que envolvia minha melhor amiga, não sabia o que fazer e não podia me ocupar com uma pessoa que não estava nem aí para mim. Ela tratava todos os caras da banda com o maior amor e tudo mais, comigo era só xingamentos e brigas, nem sei por que eu gostava tanto daquela enjoada, ela realmente me irritava demais, mas eu daria tudo pra passar o tempo que fosse com ela, até mesmo brigando. Ela nem imaginava, mas enquanto ela gritava e esperneava reclamando de algo que eu fiz, eu fixava meu olhar em seus lábios que eu tanto desejava e os via se movendo freneticamente, chegava a pensar coisas que... Bem... Mas todo homem é assim, não conseguia me controlar, a imaginava na minha cama, deitada sobre meu peito cansada após uma noite incrível de sexo, enquanto eu aninhava seus cabelos castanhos que me deixavam eletrizado... Essa mulher realmente me deixava louco.

Percebi estar olhando para Anne com uma cara de maníaco do parque e ela me olhava assustada, quase ri da minha reação até que vi aquele maremoto vindo em nossa direção, nem acreditei quando posei meus olhos sobre ela. Ela estava tão linda, como sempre, mas aparente estava mais madura, com os cabelos um poucos maiores e levemente ondulados, só por fora ela havia mudado, pelo jeito que ela chegou gritando e xingando até a 4ª geração da Anne pude ver que ela continuava a mesma Laís, a minha Laís.

– O-oi lay - COMO VOCÊ É BICHA SID, GAGEJANDO POR UMA MULHER, ESSA É NOVA VIU. Sou problemático e brigo comigo mesmo problema?

– Oi ... Sid o que faz... Aqui?- perguntou ela parecendo perdida e desesperada, ai sim pude ver o efeito que eu causava. Olhei para Anne que segurava o riso, deu um risada leve e a respondi.

– Não sabe que o Slip vai se apresentar no festival em que a Anne vai fotografar sua anta?- disse rindo, juro que achei que ela ia voar em cima de mim e me bater até meus rins saírem pelo nariz, mas ela revirou os olhos e voltou a atenção a Anne. Isso me incomodou, preferia que ela me xingasse, me batesse como antes, mas ela apenas ignorou, como se isso fosse uma coisa normal vindo de um estranho.

– Posso saber por que a senhora demorou Anne?

– Ah... - Anne também havia percebido meu estado e me olhou com um olhar reconfortante. – A reunião acabou quase agora e eu estava morrendo de fome ai eu parei aqui e esqueci-me do tempo, me desculpe amiga.

– Ah claro, esqueceu-se do tempo, mas não se esquece de fofocar da vida alheia feito uma velha com o idiota do Sid? Ah meu Deus que bom saber disso.

– Ei Laís!- pronunciou Anne irritada pela ação da Lay. Cara fazia tanto tempo que eu não a via que achei estranho ela me tratar dessa maneira, porra eu estava morrendo de saudades e ela me trata dessa forma, se fosse antigamente eu nem ligava e ainda retrucava, mas agora. Sei lá é estranho e eu me senti triste. Anne bufou para a Lay que a olhou impaciente.

– Vamos embora Anne? Quero ir pra casa. - disse tediosa. Anne me olhou com pena, af odiava quando ela fazia isso, a olhei reprovando e ela pronunciou um “desculpa” mudo, apenas assenti.

– Bom Sid, vou indo - ela me abraçou e sussurrou em meu ouvido. – Relaxa, ela está de tpm, não se esqueça que essa é a verdadeira Laís - ela disse e eu ri sem vontade, ela me olhou nos olhos e depositou um beijo em minha bochecha. Cara eu amava tanto a Anne que me deu vontade de gritar e bater nela por ter ido embora e me deixado sozinho, ela é minha irmãzinha, minha companheira de bebida (ta, ela não bebe a metade do que eu bebo, mas mesmo assim) e de lutinhas, sempre esteve comigo, e quando o Corey fez aquela filha da putagem com a minha pequena, considerei por alguns dias que eu o odiava, mas depois que vi o arrependimento e a dor o torturando, passei a compreendê-lo e apoia-lo, porque a felicidade dos dois dependia da felicidade de ambas as partes e os dois estavam feridos naquele momento.

POVS LAIS

– CARALHO QUE FOME. - disse gritando comigo mesmo enquanto esperava a vadia da Anne. Hoje seria o dia em que ela ia se encontrar com os meninos e com o Corey. Como eu sabia? Adam. Ele me disse as bandas que estariam lá, no dia em que eu liguei pra ele pra avisar sobre a Anne. Eu não ia contar pra ela antes, tinha certeza que aquela ramelona ia fugir de novo do Corey, por isso fiquei quieta, sei que quando ela descobrir vai arrancar meu útero.

Tinha saído do curso já fazia uma hora e nada dela chegar, cara, tive que pegar ônibus para ir lá na puta que pariu porque eu tinha perdido a chave do apartamento e precisava dela, juro que quando eu a encontrasse ia fazer picadinho e dar pra a keen comer (keen é o nome da nossa cachorrinha linda, longa história a origem desse nome, mas enfim). Peguei a porra do ônibus e cheguei ao maldito estúdio depois de muito sovaco fedido na minha linda cara, já disse que odeio ônibus né? Fora que uma gorda foi sentar do meu lado e praticamente deitou no meu colo pra dormir, onde já se viu isso? Enfim, andei por aqueles imensos corredores, já estava roxa de raiva, tudo estava me irritando ultimamente, até que avistei Anne sentada em uma lanchonete rindo com alguém que eu não consegui enxergar porque ela estava tampando a pessoa. Cheguei pisando firme e Anne se virou em minha direção.

– Laís? Que você tá fazendo aqui? - disse.

– COMO ASSIM O QUE EU TO FAZENDO AQUI? ESTOU A HORAS ESPERANDO A SENHORA LA NO CURSO IGUAL UMA BESTA QUADRADA PASSANDO FOME, FRIO E NA CHUVA E VOCÊ AI DE PAPO COM O... Sid? - ah caralho, meu ventre virou do avesso. O QUE ELE ESTAVA FAZENDO ALÍ?

– O-oi Lay - estava prestes a ter um ataque do coração ali né.

–Oi... Sid o que faz... Aqui?- ai veio a bomba da ignorância, cara fazia tanto tempo que eu não o via, e eu estava tão nervosa que um milagre reinou entre nós, amiguinhos, e eu apenas o ignorei. Como se fosse fácil né Laís ignorar o homem da tua vida... Hm... Er... Esqueçam. Continuei ali conversando com a Anne como se Sid não existisse, mas sentia o fogo de seus olhos me queimando lentamente, a cada canto, a cada detalhe de mim. Pedi para irmos embora, não estava preparada para vê-lo ali, afinal foram mais de três anos longe dele, não queria voltar no tempo e fazer tudo de novo. Quer dizer, querer eu queria, mas ele anda comprometido e não vai ser eu pra estragar tudo. E o que mais me magoa é que em menos de um ano da minha partida, enquanto eu sofria por estar longe dele, fiquei sabendo que ele estava com uma tal de Keen (agora vocês sabem de onde veio o tal nome da minha cachorra) e que estava feliz. Sofri em silencio porque se eu contasse pra Anne, ela iria me fazer voltar para DM pra abrir o jogo com o Sid, e também ela me viraria do avesso por não ter contado nada a ela, eu sei que deveria, mas ela andava cheia de problemas, crises e tristezas, não era a hora de eu enche-la com mais problemas. Quando nos mudamos aqui para L.A, ela precisava de toda a força do mundo, afinal essa decisão não foi calculada durante certo período, ela simplesmente quis fugir dos problemas, mas ai vocês pensam “nossa não é assim que se resolve as coisas Anne, não é fugindo dos seus problemas que eles vão sumir”, mas vocês nem imaginam o tamanho do problema, e com certeza se ela tivesse ficado lá, o problema iria crescer, por isso que eu cedi a essa loucura de ficar longe dos meus amigos e do Sid, mas a Anne vem sempre em primeiro lugar.

Gritei com ela, xinguei Deus e o mundo, mas iriamos embora.

– tchau Laís. - disse Sid ríspido enquanto eu me virava para irmos, apenas girei meus calcanhares e acenei, depois voltando a caminhar ao lado da Anne que por sinal estava jorrando fogo pelos olhos.

– Mas que caralho hein Laís, qual é o seu problema?

– Ham?

– HAM? - disse ela afinando a voz e fazendo uma cara bovina. – Como assim “ham?” isso é jeito de tratar um dos nossos amigos cara?

– Não sei do que esta falando - disse fitando meus pés e de repente Anne começou a rir, olhei para ela confusa

– Laís...- paramos de andar e ela se posicionou a minha frente, fazendo eu a olhar diretamente nos olhos, odiava isso, dessa maneira nunca conseguia mentir/ocultar algo para ela, essa técnica ela aprendeu com o Corey, viadinho. – O que aconteceu ali com o Sid hum? Você acha que eu sou tonta? Você acha que eu não de que você é apaixonada por ele? Nem adianta negar fofinha, eu sei, eu vejo e eu via. Você acha que eu não ouvia e nem via você chorando nas madrugadas quando nós viemos para cá? Você acha que eu acreditei naquela história de tpm e o caralho a 4? Olha, eu deveria cortar seus órgãos e dar pra um cachorro comer só por você não ter me contado aquela história sua e do Sid lá na patagônia. - ela disse suspirando e caralho, como que ela descobriu Jeová? Estava fodida, arregalei os olhos e minhas pernas começaram tremer.

– Do que-e você está fa-falando Anne? - com um fio de voz tentei me pronunciar.

– Quer que eu te diga? Ok, aquele dia, em que fomos para patagônia e o Sid inventou aquela desculpa ridícula de eu queria te ensinar a usar aquele treco do outro lado da montanha, tipo assim, do nada, e claro, eu sou tonta né Lay.

Ok , esse é o momento certo de entrar em pânico , porra como ela tinha descoberto ? Se aquele filho de uma vaca leiteira contou pra ela sobre a patagônia eu vou arrancar os olhos dele com a unha!

– Vai se fuder Anne, não aconteceu nada aquele dia , ele só foi me ensinar a esquiar, apenas isso - obviamente a esse ponto eu já estava com a cara púrpura de tanta vergonha. – Agora vamos embora ok ? minhas lombrigas estão se revirando .

– Hum...Vamos, mas não pense que eu vou esquecer disso ta ? você ainda não escapou mocinha .

Por um momento eu me senti aliviada por ela ter desistido dessa historia , mas como eu conheço muito bem Anne , sei que ela não vai esquecer tão rápido essa historia , e uma hora ou outra eu vou ter que contar, afinal essa vadia me conhece mais do que minha própria mãe