Nobody Breaks My Heart escrita por Dicki Toddfield


Capítulo 21
I just wanna be, wanna be loved


Notas iniciais do capítulo

Demorei, eu sei, desculpem, bloqueio criativo de novo. Mas está ai mais um pra vocês. Não esqueçam o review, hein?
Boa leitura ♥



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Povs Anne


Acordei com um grito histérico de Laís (novidade) chamando meu nome, mas que raios aconteceu agora, meu ovo.

– ANNE! ACORDA CARALHO, MEU DEUS, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR!

– Eu não quero saber Laís, me deixa dormir. – disse tampando minha cabeça com o edredom e fechando os olhos. Ela bufou irritada.

– Você não vai querer saber mesmo? Adivinha o que chegou pra ti? - imaginem uma cara de quem acaba de ver passarinhos cantando na sua janela, então era a cara da Laís nesse momento. Senti seu peso sobre mim, e a tentativa de me tirar o edredom do rosto, mas eu a empurrei com a bunda e ela caiu no chão, mas isso não tirou o humor inacreditável dela, naquela manhã.

– Fala logo, caralho. - já não estava aguentando mais, quase joguei a Laís pra fora da janela pra que eu pudesse voltar a dormir. Sentei na cama, com os olhos ainda fechados, puta que pariu, ainda estava dormindo e aquela maritaca ficava gritando na minha orelha, eu amo isso.

– O.DANIEL. TE. MANDOU. UM. BUQUE. DE. FLORES. ENORME. COM. UM. CARTÃO. LINDO! OK, Ok, eu já li, foda-se, mas... LEVANTA LOGO DESSE CARALHO DE CAMA E VAI LER AQUELA PORRA, POTRANCA VELHA! - abri os olhos bruscamente e a encarei com os olhos arregalados. Ok, momento infarto, minha deusa interior estava boquiaberta também, com as mãozinhas caídas ao lado do seu pequeno corpo, com os olhões arregalados. Daniel suspiros Adair tinha me mandado... FLORES, após um jantar e um beijo nada constrangedor?! SOS! Estou morrendo...

– MEU SENHOR, DEUS, JESUS DA GLORIA, CARALHO, SAI DA MINHA FRENTE, CADE ESSA PORRA! - sai correndo pela casa, empurrei a Laís que caiu sentada na minha cama rindo igual uma palerma, enquanto eu ia tropeçando em tudo quanto é coisa, quase cai da escada (de 6 graus) e derrubei o amontoado de livros que tinha na mesinha de centro da sala, até que achei o bendito buque com o cartão ao lado (obviamente aberto pela Laís jumenta).

– Vai logo quenga, lê o cartão. - Lay já estava posta ao meu lado com as mãos na boca e pulando. Laís nesse humor logo de manhã, deve ser o apocalipse chegando.


Olá Anne, bem, eu pensei em mandar um sms ou sei lá, mas achei que um buque possa expressar melhor as coisas, o que aconteceu ontem, não foi apenas, um encontro, adorei o nosso jantar, você é uma pessoa incrível (olha eu de novo mencionando isso. –eu sorri- e eu realmente adorei sua presença. Sei lá, pode ser meio antigo esse negócio de flores e o caralho, mas sei que você se amarra nisso, eu reparei muito no seu jeitinho de bruta-meiga, como você mencionou (risos), e eu admiro muito isso, você é encantadora. Espero que possamos repetir um dia desses... que tal um almoço, na sexta? Se puder, me liga mais tarde para combinarmos. Tenha uma ótima semana.

–Daniel.


Tive um ataque do coração quando terminei de ler as letras numa caligrafia impecável de Daniel, fiquei fitando a TV desligada, com uma cara bovina e Lay estava desesperada ao meu lado.

– E ai? Lindo né? Eu achei também! - Ela pulou em mim e me abraçou, eu retribui o abraço acompanhado de um sorriso, que ia de orelha a orelha. Quem diria, um homem que eu só conhecia por meio de fotos e vídeos, que só existia nas minhas revistas de fofocas, na tv e no meu computador, estava ali, me mandando flores com um cartão lindo, me convidando para sair novamente, acho que não preciso de mais nada, caras! Sai pulando com a Laís agarrada em mim, pulamos feitas duas crianças, rimos alto e dançamos a dancinha ridícula da vitória, a minha mocinha interior estava dando altos pulinhos, toda feliz também. Até que enfim você vai desencalhar – a deusa me disse, com sua voz fina (minha consciência.).


Povs Corey

– Alô.

Fala Taylor!– Chris gritava no outro lado da linha, não sei o que acontece com esses filhos da puta, que sempre resolvem me acordar cedo, gritando feito loucos, meu caralho viu.

– Que foi Chris? Olha a hora, velho, pelo amor de Deus, eu preciso dormir.

Ih, já vi que acordou com TPM de novo. Velho, cala a boca, é uma hora da tarde já, seu ridículo, levanta essa carcaça dai e vamos tomar uma breja no bar.

– Temos um show daqui a pouco, seu inútil. Esqueceu foi?

Não vai ter mais show, a princesa do Sid, que não sabe nem andar de moto, caiu ontem de noite e quebrou o pé, é um banana mesmo. Ai ele está aqui, com uma cara de bunda e com o pé enfaixado. – eu ri fraco e suspirei.

– Ainda bem, porque não to a fim de fazer show hoje.

Tá estressado ainda é? O sermão do Paul não adiantou nada?

– Ah velho, não tem nada a ver...

Uhum... Mas então, vamos né? Cara, estamos de férias até o festival lá, eu quero sair e aproveitar, os caras vão também.

Respirei fundo e cocei meus olhos que ainda insistiam em ficar fechados.

– Tá bom, no bar do John?

É, umas duas horas já vou tá lá, falou Corey, até mais.

– Até. - desliguei e fitei um pouco o chão, tentando acordar de vez, levantei e fui em direção ao banheiro ainda de olhos fechados. Fiz tudo que tinha que fazer, tomei um banho, me troquei e desci pro estacionamento, entrei no meu carro e fui pro bar.

Liguei na rádio e deixei que the unforgiven II me preenchesse naquela tarde, as pessoas na rua pareciam que se movimentavam no ritmo da musica, uma tristeza me domou durante uns segundos, até que não permiti isso, mudei rapidamente de estação, lembrando que essa música era uma das preferidas de Anne, me proibi de pensar nela, prometi a mim mesmo que eu iria bloquear todos os sentimentos, só ia esperar o Paul conversar com ela, e ela me perdoar, pra seguir a minha vida tranquila, por mais que meu coração dissesse ao contrário.

Logo já estava na porta do bar e vi um anuncio bem grande a cima da porta, com letras chamativas, dizia que iria ter show de strippers às sete horas da noite, revirei os olhos já imaginando o porquê dos caras quererem ter vindo ao bar do John em plena terça-feira. Adentrei ao local que estava escuro, como de costume, fazia um bom tempo que eu não visitava meu velho amigo, logo o avistei no balcão, conversando com Jim. Aproximei-me dos dois e gritei:

– Fala John! Quanto tempo, meu velho!- Ergui uma mão para o alto e disparei-a em direção a mão de John, que me recebia com um sorriso-ouro no rosto.

– Fala Corey! Caralho hein, faz tanto tempo que vocês não vêm mais aqui, viu como meu cafofo tá foda? – John coçou sua barriga bem saliente e rodou seu dedo indicador no ar. Fazendo-me reparar em algumas coisas que não tinha. A velha mesa de sinuca foi substituída por uma nova e as paredes estavam pintadas de um roxo com preto, havia algumas cadeiras revestidas de camurça vermelho envolta de um pequeno palco central, que tinha um pole dance ao centro, sorri malicioso e olhei para John que tinha um sorriso orgulhoso nos lábios.

– Hoje vamos ter uma janta especial, meu amigo, se é que você me entende. - ele deu uma gargalhada e coçou o saco, ri dele e balancei a cabeça negativamente, Jim se mantinha quieto durante minha conversa com o John, ai lembrei-me da nossa pequena treta do dia anterior.

– Fala Jim. - bati em suas costas e ele deu um sorrisinho e balançou a cabeça brevemente. Corri o olhar no cômodo e avistei Chris e Mick conversando em uma mesa no canto. Fui até lá, trombando em alguns caras que já estavam podres de bêbados, alguns, os mesmo que frequentavam aqui quando estávamos aqui frequentemente, outros, eram novos e mal encarados, ignorei e cumprimentei os caras.

– Fala caras!

– E ai Corey, resolveu sair do casulo, borboleta? - zombou Mick, sustentando seu peso com o cotovelo no seu joelho, e me olhou debochado.

– Vai dar Mick, estava cansado ontem e não estava bem, velho.

– É, eu percebi. - Ele deu uma golada na sua cerveja e logo eu pedi uma para John, que mandou um moleque magricela e com cara de nerd me entregar, fiquei olhando o rapaz com uma sobrancelha arqueada e a boca meio aberta. Que raios John estava pensando em contratar esse figura? O menino parecia ter uns 16 anos e tinha cara de um nerd desesperado.

– Ham... Valeu... - eu disse confuso e ele deu um sorriso tremulo e se retirou quando olhou para a cara nada amigável de Mick.

– Cara, para com isso, você assusta as pessoas com essa cara. – Chris disse rindo e tomando o copo em sua mão.

– Só tenho essa cara Chris, não tá contente, se manda. – Mick riu e olhou pro nerd que ainda tremia entrando na porta da cozinha.

– Quem é esse cara? - eu perguntei desviando o olhar pros caras.

– John me disse que é um sobrinho dele, que não largava o vídeo game, ai a irmã dele quase que matou o John se não colocasse o moleque pra trabalhar aqui. - ele riu.

– Caralho, que dó do John, esse menino precisa estar a caráter do lugar, parece uma vareta vestida. - eu comentei tomando minha cerveja.

– Mick já deu uma contada monstra no moleque, acho que ele cagou nas calças depois da cara amigável da muralha aqui.- Mick gargalhou e balançou a cabeça negativamente, eu ri pelo nariz, fitando o menino que saiu novamente da cozinha, com uma cara de medo, todo encolhido e foi falar com John que acenou pra nós, para nos aproximarmos.

– Aí, o John tá chamando, vamos lá. - eu levantei, Chris e Mick foram atrás de mim em direção ao balcão, onde estava John segurando o menino que tremia enquanto nos aproximávamos.

– Fala John.- Disse o Mick com uma voz mais grossa que o normal, me segurei pra não rir ao ver sua pose de peito estufado, Chris se escondeu atrás de Mick e riu baixinho e logo voltou a sua pose de mau. Eu entrei na brincadeira.

– Queria que vocês conhecessem o Peter, meu sobrinho. - John deu uma empurradinha no menino, para que ele desse um passo, hesitante o rapaz falou um “oi” quase que inexistente.

– Nem um oi você sabe dar, menino? – Mick disse debruçando no balcão, ficando bem rente ao magro, que tremeu e quase chorou. Eu estava ficando sem ar por não rir, Chris estava roxo já. Mick segurou a gola da camiseta de Peter e o aproximou mais ainda. – Você se acha digno desse emprego? Olha só pra você. Parece uma mocinha tremendo diante de mim, não é homem de verdade? É bicha? Tá me desejando? – Ele trincou os dentes e apertou os lábios. – Fique sabendo, que eu odeio bichas, principalmente bichas nerds e você me parece ser... uma bicha nerd. Você é uma bicha nerd? – Mick apertou mais o pano da camiseta do menino que estava branco igual uma sulfite. Ele negou com a cabeça, e já estava com os olhos marejados. John segurava o riso atrás do balcão.

– Fique sabendo, que Mick não é um cara de muitos homens... Ele só pode ter dois, eu e Chris, mais que isso, nós temos ciúmes. – eu disse quase morrendo do coração, não dava mais pra aguentar. Chris cuspiu a risada e começou a gargalhar.

– Cala a boca Corey, você não pode me difamar desse jeito. – Mick afinou a voz e colocou uma mão sobre o peito.

– Eu sou uma bicha má, se esqueceu, meu bem? – eu fiz uma cara de puta e revirei os olhos inclinando a cabeça pra cima, sustentando meu peso em uma perna, colocando as mãos na cintura e fingindo estar jogando o cabelo. Chris estava se acabando e rir, ajoelhado no chão.

– Cala a boca Chris! Aiiiii, às vezes você me deixa irritada, sabia? – Mick disse batendo os pés no chão olhando pra Chris, que ria mais ainda. Mick bufou e revirou os olhos e fez uma voz mole.

– Ai, não liga pra ele não bofe magia, ele não tá bem hoje. – Peter arregalou os olhos e John rachava o bico, o menino entrou correndo pra cozinha. Nós quatro caímos na risada.

– Você leva jeito pra isso Mick, esse pitizinho batendo pezinho no chão, foi o melhor! – eu disse quase morrendo sem ar.

Estávamos todos morrendo e rir, sem um pingo de ar nos pulmões, enquanto Paul, Sid, Joey, Clown e Craig chegaram.

– Qual é a graça? – perguntou Shawn, passando o braço envolto do pescoço de Chris.

– Esse Mick é um besta, velho. – Chris mal conseguia falar.

– Ô John, fala pro seu sobrinho que eu não sou viado hein, Corey que estragou a brincadeira. – Mick estufou o peito e saiu, indo de volta pra mesa.

– Tá bom Chris, pode parar de rir agora. – eu disse sério pra Chris, que estava jogado no chão aos pés de Shawn, ainda rindo. Clown olhou pra ele com uma cara confusa e depois me perguntou:

– O que rola com esse débil?

– O Mick fez uma gracinha, agora esse estranho não para de rir. – revirei os olhos e fui pra mesa. Shawn ajudou a Chris se levantar, e deu uns tapinhas na cara dele, pra parar de rir, até que o mesmo se acalmou, um pouco. Logo os dois se juntaram a nossa mesa. Passamos a tarde toda rindo e bebendo, que passou voando, quando consegui enxergar o meu relógio, que estava turvo e não via porra nenhuma, eram 18h30min, o bar estava começando a encher, e eu via as pessoas girando, e as risadas saiam todas falhadas e seus rostos estavam deformados. Sabia que tinha misturado muito, e sempre da nessa merda. Fechei s olhos pra evitar a tontura, ouvi Paul me chamar, bem longe.

– Corey? Tá bem, cara? Corey? Olha pra mim, velho. – abri os olhos lentamente, e Paul estava posto ao meu lado me chacoalhando.

– Para de me balançar, porra, eu vou vomitar. – coloquei a mão sobre a minha barriga.

– Você é um otário mesmo, nem comeu nada, e encheu a cara a tarde toda, queria se sentir como? – Paul gritava no meu ouvido, por conta da música alta. Coloquei meu indicador na boca indicando silencio, tudo estava rodando novamente.

– Vamos lá pra fora velho, anda.

– Não, eu quero ficar aqui, daqui a pouco nosso jantar vai ficar rodando ali naquele pole dance, me deixa aqui. – tentei fazer um sorriso malicioso, mas o mal-estar me dominava, eu me sentia pesado, meu estômago revirava e meus olhos mal conseguiam ficar abertos.

– Cala boca, mocinha que não sabe beber, vamos lá pra fora tomar um ar, aproveita a minha boa vontade, porque nossos amigos, já estão muito loucos e nenhum vai ter consciência de te ajudar a voltar pra casa e não se esqueça de que daqui a pouco, vou ir jantar com Anne.- Anne... Anne... Anne, porque o nome dessa vadia sempre está presente? mesmo quando tenho um pouco de paz, ela vem me atazanar.

– Eu to um pouco me fodendo pra você e pra aquela vadia. – eu disse embargado, acho que eu ia capotar ali mesmo. Paul bufou e me arrastou pra fora do bar. Já havia escurecido, e um vento frio assoprava os arredores, senti um baque de temperatura, o que fez meu estômago revirar. Gemi e Paul olhou pra mim, com raiva.

– Olha, eu tô indo lá nesse jantar, porque você pediu! Não vai fazer nenhuma besteira aqui, enquanto eu estiver lá, consolando a Anne que sofre por você, e você fazendo merda, eu costumo não fazer nada em vão. Ouviu bem? – Na ultima frase, Paul foi ameaçador, revirei os olhos e apoiei a mão na parede, abaixando minha cabeça, a qualquer momento meu estômago ia sair pra fora. Fazia um tempo que eu não bebia tanto assim, de perder a racionalidade, na minha mente, Paul não falava nada com nada, mas a palavra que sempre destacava, era Anne. Antes dele se virar e ir embora, ele olhou no relógio e disse algumas coisas e se foi, trombando nas pessoas que transitavam por ali, enquanto eu escorregava as costas na parede e sentava no chão, olhando as pessoas tortas, rirem e dançarem.



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