É isso, esse é o meu momento.

Rodei a garota que estava comigo, encerrando a dança anterior, e me posicionei um pouco à frente para que Alexandra viesse diretamente para os meus braços. E assim foi. A surpresa estampada em seu rosto só fez com que eu a contemplasse ainda mais.

_ Está deslumbrante, caso eu ainda não tenha mencionado. – sussurrei. Ela se virou para me encarar e puxei-a de volta ao meu corpo.

Tê-la tão próxima parecia uma necessidade agora. Seu corpo frio, coberto pela seda preta do vestido, era o complemento perfeito para o meu. A dança, a música, Alexandra.. tudo na mais completa sincronia.

_ Você já me disse isso. – ela respondeu com um sorriso bobo em seu lábios e, pelo que me pareceu a primeira vez, não foi hostil comigo.

Sorri também e desacelerei os passos, ela percebeu e diminuiu o ritmo também. Me separar dela parecia impossível naquele momento.. mas a música não demoraria a acabar e eu teria que rodá-la. E, de uma maneira engraçada, eu não queria isso. Digo engraçada porque eu nunca me sinto assim, por ninguém. Mas ela.. ah, Alexandra sempre foi um enigma para mim e eu sempre, sempre a desejei. Girei-a pelas laterais do salão, tentando manter o mínimo de distância do seu corpo, e quando chegou a hora de trocar os pares, puxei-a de volta, e em um baque mudo nossos corpos se uniram. Olho no olho, os lábios tão perto que quase se tocavam.. seus olhos, quase tão negros quanto a noite, eram a mais bela expressão da luxúria. Sem mais me conter, conduzi-a até uma parte menos movimentada do salão e já ia dar continuidade ao plano, quando..

_ O que pensa que está fazendo? Me trouxe para esse canto escuro.. o que você.. ? – ela protestou e se afastou um pouco.

_ Shhhh, esqueça o canto. E o escuro. Não existe nada além de você e eu. Aqui, e agora. – subi minha mão direita até sua bochecha e acariciei-a. Ela devia estar mesmo sem ação ou, do contrário, já teria me deixado sozinho e com uma bela marca de seus dedos em meu rosto. Não sei se era a música ou apenas o meu charme.. mas, o fato era que Alexandra Salazar estava se entregando (finalmente!) aos meus encantos.

_ Por quê está fazendo isso? – ela sibilou, enquanto eu beijava seu pescoço.

_ Eu não sei, eu só.. sinto que eu preciso disso; que eu preciso estar com você. – falei pausadamente, enquanto me aproximava dela, sem tirar os olhos de seus lábios avermelhados. Tudo com muita cautela. Eu não seria maluco de estragar o momento, não mesmo. Ela retribuiu meu olhar e reduziu a distância entre nós. Pousei minha mão em sua cintura e colei meu corpo no dela (ou o que faltava!). Ela se distraiu e então.. eu a beijei.

Sim, eu beijei Alexandra Salazar, ali, bem no canto do salão onde vários casais rodopiavam ao embalo daquela valsa incrível. Eu não poderia ter imaginado melhor, acreditem.

_ Você não pod.. – ela começou.

_ Eu precisava. – sussurrei e, de uma vez por todas, calei-a com outro beijo. Ela retribuiu com a mesma intensidade e até aprofundou-o um pouco mais a frente..

_ Espera, aqui não.. não é o lugar certo.. – murmurei enquanto sentia seus beijos em meu pescoço. Aquilo estava me deixando louco de desejo.

_ Não existe lugar certo.. – ela disse. Sua respiração estava pesada como a minha, e seus olhos não estavam menos sedentos que os meus. Agora sim, ela me queria.

_ Err.. Louis? Alexandra? – uma voz masculina nos interrompeu, fazendo-a se afastar de mim instantaneamente, arrumando seu vestido e se recompondo.

_ Liam? – resmunguei incrédulo.

De novo ele?

_ Vocês sumiram.. eu não quis atrapalhar, foi mal. – ele disse, obviamente sem jeito.

_ Tudo bem.. eu estava mesmo querendo falar com você, Liam. – Alexandra se aproximou dele e pegou em seu braço.

O que ela pensa que está fazendo?

_ Louis, por gentileza, não me procure mais. – Alex se dirigiu a mim friamente, e saiu acompanhada por Liam.

Dá pra entender? Em um momento ela está em meus braços, totalmente entregue a mim, e no outro me trata como lixo.

Mas isso não vai ficar assim. É claro que eu vou me vingar! Ela vai implorar por mim, eu juro.

Voltei para a nossa mesa, precisava falar com o Harry. Na verdade, com a Marina, mas os dois deveriam estar juntos, então..

_ Harry! Preciso pegar a Marina por alguns minutos. – avisei a ele e já saí puxando-a pela mão.

_ Louis, o que você está fazendo? – ela estranhou.

_ Marina, eu preciso da sua ajuda. É muito importante..

_ Do que você está falando?

_ Alex.

_ Hm, não é o que eu to pensando, é?

_ É.

_ Louis.. isso não vai dar certo.. o Harry pode não gos..

_ Marina, só você pode me ajudar! E, além do mais, você não tem nada a perder.. pelo contrário, olhe bem pra mim. – apontei para mim mesmo e sorri provocante. Ela sorriu fraco em resposta e concordou.

_ E isso pode servir para que o Harry veja o que está perdendo.

_ Perdendo?

_ É, você.

Ela engoliu em seco e se aproximou de mim, passando seus braços em volta de meu pescoço. Abracei sua cintura e comecei a conduzi-la na dança, enquanto dava pequenos beijos ao longo de seus braços nus, que estavam na altura do meu ombro. Ela se arrepiou um pouco e sorri internamente com aquilo.

O Harry é meu amigo, mas é um tremendo idiota! Sinceramente, a Marina é louca por ele desde que nos conhecemos e ele nunca fez nada. Eu sei que ele sente algo por ela.. mas, as vezes parece que ele não quer se envolver (o que eu devia entender, mais do que qualquer um..) e eu não entendo o porquê. Ela é tão.. legal, inteligente, divertida, companheira, além de ser uma gata!

E agora vocês devem estar se perguntando: porque eu, Louis Tomlinson rei da mulherada e arrasador de corações, estou criticando as ações (ou, melhor dizendo, a falta de algumas delas!) do Harry?

E não me entendam mal, eu tenho meus motivos para fazer o que faço. E eu nunca, jamais, trato mal uma mulher. Eu apenas não as iludo. Se eu fico com muitas? Fico. Mas eu as faço se sentirem desejadas e únicas, sou atencioso e sempre as faço sorrir. Se isso é errado, ficarei feliz em visitar o inferno.

Olhei rapidamente para onde Harry estava e.. como eu pensei, ele parecia com raiva. Talvez ciúme.

Voltei a beijá-la, dessa vez nos ombros. Ela se esquivou um pouco, mas logo sussurrou para que eu continuasse. Não devia estar sendo fácil para ela.. quero dizer, ela nunca esteve com outro cara que não fosse o Harry. Sim, ela nunca havia ficado com ninguém até conhecê-lo, dá pra acreditar? Não, né. Ela tem dezoito anos e é demais. Não vejo porquê um cara não se apaixonaria por ela.. na boa.

_ Ele está se mordendo de ciúmes.. – sussurrei em seu ouvido. Ela sorriu e aproveitei para beijá-la no pescoço.

_ Louis.. – ela chamou meu nome baixinho e novamente a senti arrepiada.

_ Sim? – respondi entre um beijo e outro. Apertei sua cintura e a girei, mas logo a puxei de volta a mim. O calor que seu corpo emanava era delicioso, e fiquei feliz quando ela não se opôs àquela aproximação que se tornou quase necessária a nós.

_ Vo- voc-ê.. – ela falou com dificuldade.

_ O que foi, Mari? – parei de beijar seu pescoço e encarei-a. Sua respiração estava bastante acelerada e suas mãos estavam frias de suor.

_ Eu.. eu não posso mais.. – ela murmurou fitando meus lábios.

_ Não pode.. o quê?

Ela continuou me encarando, ainda mais fundo, e enfim respondeu: 

_ Resis.. resistir. 

_ Resistir? – perguntei meio confuso.

_ É.. – ela me olhou nos olhos, dessa vez com uma lascívia (que, a propósito, me surpreendeu), e então tascou o maior beijão em mim!

Eu fiquei completamente sem ação. Não pensei que ela fosse levar a nossa provocação tão a sério. Quero dizer.. não que eu não tenha gostado, mas o foco não era ela. Era a Alexandra. E não parecia certo eu beijar a Marina sem realmente querer ela..

Mas, eu não sei, o que eu to dizendo?

_ LOUIS! – ouvi um certo ‘cachinhos ambulantes’ gritar.

Epa, ferrou.

_ Mari, o que foi isso? – me separei dela e a encarei confuso.

_ Lou, me desculpe.. – ela pediu envergonhada.

_ Lou? – Harry repetiu, logo atrás dela.

_ Harry? – eu e Mari falamos.

_ O que vocês pensam que estavam fazendo? – Harry quis saber. Estava na cara que ele tinha ciúmes. Dela, não de mim. Haha.

_ Harry.. não é o que você está pensando..

_ Não. O problema é o que eu acabei de VER! – ele disse, bravo.

_ A culpa foi minha.

_ O que você está faz.. – tentei falar, mas fui interrompido.

_ Não, Louis. Você não teve culpa.. e, Harry, isso não é da sua conta. – ela disse decidida.

Wow, essa não é a Marina que eu conheço.. toda decidida, segura de si. Desafiadora.. hm, interessante.

_ Mari..

_ MAS QUE MERDA, PÁRA DE CHAMAR ELA ASSIM. – Harry explodiu.

Marina e eu o olhamos assustados, ela mais do que eu.

_ Harry, eu acho melhor a gente conversar lá fora..

_ Não Louis, eu disse que ia te ajudar e eu vou. O Harry não pode fazer nada. – ela o olhou desafiadora e saiu me puxando pela mão.

_ Marina, eu acho melhor não.. – murmurei, quando entramos em uma ala reservada do Royale.

_ Louis, eu cansei de esperar pelo Harry! – ela disse visivelmente magoada, e se aproximou de mim.

_ Mas Marina.. eu não sou a pessoa certa para você.. por favor, você está confundindo tudo. – afastei-a com cuidado.

_ Louis, não faça isso.

_ Eu não quero que se magoe.. e o Harry gosta de você!

_ Não, ele não gosta.

_ E você não viu a reação exagerada dele? É claro que ele gosta.. homens, quando estão com ciúmes, são estúpidos e impulsivos.. não pensam antes de agir.

_ Eu não quero falar sobre isso. Mas então, me deixe pelo menos te ajudar com o que prometi.. – ela pediu, sem jeito.

_ Deixa pra lá, não vale a pena.

_ É claro que vale! Você finalmente conseguiu ultrapassar a barreira dela e agora vai desistir? Não, claro que não! – ela se aproximou de mim, num impulso, e envolveu meu rosto em suas mãos.

Aquela aproximação toda não me deixou confortável, não depois do acontecido com o Harry. E, antes que eu pudesse pensar em afastá-la..

_ Mas o que.. LOUIS? – uma voz feminina soou alta na sala e eu saltei para longe de Marina.

_ Alex. – Marina cumprimentou-a sem ânimo.

_ Ah, não.. você também? – perguntei impaciente. Já estava cheio de tudo aquilo.

_ Pra mim chega. – bati a porta atrás de mim. Caminhei calmamente até uma das sacadas do Royale e fiquei observando a vista. A lua estava branquinha e o céu com um leve tom violeta.

3rd December, 11 pm.

_ Louis? É você?

_ Olha, se veio brigar.. – falei desanimado.

_ Não, na verdade não. – ela se aproximou.

Alexandra sendo educada? Tem coisa aí.

_ O que é então? – me virei para encará-la.

E então ela me beijou. Não me deu tempo nem pra respirar.

Louis, você é burro ou o quê? Não é pra retribuir..

_ Me perdoe por ter saído com o Liam. Eu não quis te magoar.. eu queria ficar com você – ela disse, olhando em meus olhos – e ainda quero.. 

Então ela pensa que me magoou?

_ Então prove. – falei.

_ Venha comigo. – ela fez menção de sair dali e eu a puxei para um beijo.

E pelo visto ela queria tanto quanto eu agora, porque não parou o beijo nem por um segundo enquanto voltávamos à sala reservada. Nos beijamos em cada parte possível do corredor que nos levava à sala e quando encontramos a porta, entramos e tiramos a chave.

Alex já foi logo se livrando de seu vestido, o que eu estranhei, e então eu a parei.

_ Você tem certeza?

_ Eu sei o que eu quero, Louis.. e nesse momento, é você. – ela disse sedutoramente e caminhou até mim, apenas de lingerie.

Abracei sua cintura e dei um beijo em sua testa. Eu estava explodindo de felicidade. Não acreditava que Alexandra Salazar finalmente se rendera.

Ela pousou suas mãos em meu peitoral e desabotoou a camisa, jogando-a no chão. Enquanto ela alisava meu abdômen, beijei toda a extensão de seu pescoço, inclusive a nuca. Ela suspirava e eu podia sentir o desejo fluindo em minhas veias e percorrendo todo o meu corpo. Alex desabotoou minha calça e eu a tirei.

E foi nesse momento que a coisa desandou. Ou melhor dizendo, andou.

Foi tudo muito rápido, e eu me lembro de tê-la conduzido até uma superfície lisa na qual ela se deitou. Eu obviamente me deitei por cima dela, mas antes distribui selinhos em sua barriga lisa e entre seus seios. Subi para o pescoço e finalizei com uma mordidinha na orelha. Ela gemeu baixinho e eu senti um espasmo de felicidade ao ouvi-lo. Assim que beijei sua boca, ela levou suas mãos até minhas costas e começou a arranhá-las levemente. Parei o beijo, sem fôlego, e desabotoei seu sutiã. Ela levou minhas mãos até sua calcinha e em meio segundo ela já estava longe.

_ Eu quero você agora. – ela sussurrou em meu ouvido, em meio a suspiros e gemidos alternados.

_ E eu quero você desde sempre.. – falei entre um beijo e outro que distribuía em sua barriga lisinha.

_ Louis.. – ela gemeu, não muito controlada, quando aproximei meus lábios de sua intimidade. Ela segurava em meu cabelo e me instigava a continuar.

Eu a estava deixando louca, literalmente, e se não fosse pela música lá fora.. nós já estaríamos ferrados, muito ferrados.

Alexandra soltou um grito, que eu inevitavelmente abafei, e girou nossos corpos ficando em cima de mim. Agora era a vez dela de me deixar maluco. Ela beijava lentamente toda a extensão do meu pescoço e vez ou outra mordia minha orelha.. descia suas mãos por meu abdômen e com as unhas grandes fazia um carinho provocante em minha nuca.

_ Você é linda.. – murmurei. Meu olhar se prendeu ao dela e, inevitavelmente, a beijei. Não era um beijo sensual, embora eu estivesse fervendo de desejo, mas sim calmo e carinhoso. Alex acariciava meus cabelos e eu aspirava seu perfume doce e inebriante. Acariciei toda a extensão do seu corpo que achei possível. Ela era linda demais pra ser verdade.

E, porra, eu estava parecendo um adolescente apaixonado!

Não que eu esteja.. pelo amor de Deus! Não, não, e não.

_ Você é lindo.. – ela sorriu. Sorri em resposta e a penetrei. Não haviam palavras para descrever aquele momento.. ela se contorceu de prazer e eu a beijei com fervor.

_ Alexandra.. eu.. eu te.. – tentei falar. Ela colocou o dedo indicador suavemente sobre meus lábios, e um sorriso estonteante em seu rosto me fez esquecer o que eu estava prestes a confessar.

_ Não diga nada. – ela sussurrou e tomou meus lábios em um beijo inexplicável.

Concordei e sorri malicioso. A noite estava apenas começando..