Depois de descobrir que estava grávida da garotinha que corria em frente a nossa casa, Peeta e eu começamos a pensar nos possíveis nomes que daríamos a ela.Rue foi um dos primeiros sugeridos por ele, mas esse nome me trazia constantes lembranças da minha primeira arena, dos meus dias de confinamento (e também de outros 23 jovens, dos quais 22 hoje estão mortos), e da garotinha de cabelos escuros do distrito 11 que, como o meu tordo, voava por entre as árvores, e morreu em meus braços porque não consegui chegar a tempo suficiente de protegê-la da lança que ela retirava do estômago (a imagem dela envolvida em tulipas dos pés a cabeça exeto pelo ponto onde jazia um buraco vermelho e úmido em sua barriga ainda me atormentava a noite).

A sugentão de nomes como "Denah" (pronuncia-se "dêna") e "Lore" foram logo descartadas: nenhum desses nomes significava algo realmente para mim ou para Peeta, então ele sugeriu Primrose.

Como o de costume, me recusei a chamar a criança que carregava no ventre pelo nome de Prim.Minha irmã, que agora jazia em pedaços dentro de alguma caixa de madeira por aí. Depois de um tempo, acabei me acostumando com a idéia, pois Primrose perecia um nome lindo e digno de uma prole de 2 ex- tributos (com ênfase no "ex") vencedores, e (porquê não admitir?), porque é um dos poucos nomes ao qual ligo a lembranças boas e não ruins.

Após seu nascimento, Primrose Mellark Everdeen me pareceu o nome perfeito para a garotinha perfeita que Peeta trazia nos braços e cutucava a face, sorrindo para mim.

Eu fiquei muito feliz quando ela nasceu, em parte porque não estaria (não completamente, pelo menos) proibida de caçar ou fazer qualquer tipo de esforço, o que me limitava a fazer qualquer coisa, desde que ficasse imóvel na cama, e em parte porque não precisava mais acordar no meio da noite, não por conta de pesadelos, mas porque Peeta tinha o péssimo hábito de conversar e cutucar minha barriga constantemente, mesmo que isso impedisse a mim e a ele de ter uma boa noite de sono.

O nome do garoto foi um tanto mais complicado: a sugestão excessiva de nomes ficava cada vez mais vã, senão cansativa, de modo que a menos de uma semana de seu nascimento, não fazíamos idéia de por que nome deveríamos chamá-lo. Só depois de uma breve visulização de seus lindos e perfeitos cachos louros decidimos batizá-lo de Finnick.

Exeto por seus olhos cinzentos, ele era o bebê que imaginava ter sido Finnick Odair do Distrito 4. O que salvou a minha vida e a de Peeta inúmeras vezes antes de morrer nas mãos de alguns bestantes da capital que me queriam em pedaços, mas não antes de poder se casar com Annie e poder passar com ela pelo menos os primeiros meses de sua gravidez. Finnick mal pode conhecer Finn, que é a imagem exata de seu pai, mas sei que desejava isso muito mais do que desejava sair vivo da arena onde nos conhecemos e nos tornamos amigos.

Mesmo com esse triste fim, o nome caiu bem: o nosso garotinho aprendeu a nadar antes mesmo de falar, e até os peixes do lago onde nadava com meu pai quando criança parecem afeiçoados ao meu bebê quando passavam por entre seus braços e pernas, causando-lhe cócegas e um ataque de risos gostosos de bebê.

Quem diria que eu seria mãe?Exeto por Peeta, ninguém jamais imaginaria uma coisa dessas, a não ser Gale, que após meu casamento e, apesar de ter ido para o Distrito 2 como um militar oficial, insistia em ligar diariamente perguntando sobre as "mini-Catnips" e os "mini-Mellarks" antes mesmo de eu engravidar... E após o nascimento de nossos filhos,somente por sua fé (e pelo fato de que eu mataria meu, agora, marido se não aceitasse) Peeta e eu decidimos "eleger" tanto ele quanto Madge, minha amiga do Distrito 12, como os padrinhos das nossas tão amadas crianças.

Katniss Mellark Everdeen

Agora e para sempre apaixonada pelo "garoto com o pão", e agora também pelos meus lindos "biscoitinhos de padaria".

E que a sorte esteja sempre ao nosso favor.