Misery Business escrita por Rebecca Meirelles


Capítulo 8
Capítulo 7 - Amizade


Notas iniciais do capítulo

Estou dando uma pausa nos posts diários. Agora só postarei duas vezes por semana, no máximo três. Normalmente serão dois capítulos seguidos na segunda vez. Com a volta da rotina, meus afazeres estão apertando a minha agenda e eu só tenho tempo de checar reviews e respondê-los.
Espero que curtam o capítulo e, por favor, não me odeiem ou se decepcionem. Tudo pode mudar... Ou não. Uma história é uma caixinha de surpresas.



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Thiago me esperava sentado em uma das praças com a minha mochila. Até chegar nele, fui arrancando toda a minha roupa até ficar apenas com a minha calça de ginástica rosa e a blusa branca larga.

— Por que toda essa pressa? —perguntou ao me avistar próxima ele.

— Tinha um garoto lá, Thiago. —expliquei, enquanto trocava o all star preto por tênis de corrida — Ele me pegou de surpresa. Quase tirou a minha máscara e, provavelmente, me viu vasculhando as coisas da Vitória.

— Ele disse que ia te entregar?

— Não parece que ele ia me entregar, estava mais como se... Achasse legal o que eu faço. Sei lá. Acho que era só um curioso, mas isso foi bem arriscado. Eu não sei se ele pode começar a espalhar para as pessoas o que viu. —olhei em volta para ter certeza de que ninguém havia me seguido, tudo estava escuro e quieto na praça. Não pude ouvir o som de nada e nem de ninguém, o único barulho era de minha respiração descompassada e a minha mochila sendo aberta por Thiago, enquanto ele ajudava a guardar as minhas coisas.

— Você já passou por isso antes, Emily, fica calma.

— Eu nem ao menos o ouvi chegar! Até senti uns olhares uma vez, mas olhei para tudo e nada! Não sei como ele se escondeu.

— Acontece, está bem? Agora vamos logo! Hoje é dia de pizza, bebê. —gritou animado, puxando-me pelo braço para obrigar-me a andar.

— Pizza. —repeti, como se isso fosse o suficiente para me acalmar.



— Ele tinha olhos castanhos bem escuros, era mais ou menos do meu tamanho, também usava capuz, por isso não vi seu rosto todo.

— Mas e a Vitória? Descobriu algo?

Já estávamos em casa, finalmente. Thiago e eu discutíamos sobre a aparição misteriosa do garoto durante "a ação" enquanto eu tomava banho. Provavelmente ele estava sentado em minha cama, como sempre, fuxicando o meu computador, enquanto eu gritava do outro lado da porta da suíte.

— Lembra daquela câmera que eu perdi? Encontrei no armário dela.

— A que estava desaparecida há um mês?

Esperei até que conseguisse colocar os meu shorts que mal fechavam. O desânimo repentino quase me fez desistir da pizza, mas, no fundo, eu não ligava. Tudo bem, posso ficar horas me matando em uma academia, mas não desistiria de comida por nada desse mundo!

— Sim. —respondi, assim que consegui fechar o zíper — Mas o pior de tudo não é isso... Tinha fotos minhas lá como "Hell Girl"!

— Você tirou fotos suas como "Hell Girl"?

— Claro que não, idiota! —berrei, colocando a cabeça para fora para encará-lo — Acho que foi a Vitória.

— Como ela conseguiu...?

— Eu também queria saber isso. —rolei os olhos e suspirei, saindo do banheiro logo em seguida — Nenhuma mostrava meu rosto ou algo que pudesse me incriminar, mas de qualquer forma! Porque logo na minha câmera?

— Vai que esse garoto que você encontrou lá tem algo haver com a Vic?

— Se tivesse, ele teria me prendido, me dado uma chave de braço e um soco. Não seria tão pacífico. A voz dele era maravilhosa...

— Não vai se apaixonar por ele não, né? —resmungou Thi.

— Não... Pode deixar que eu me seguro dessa vez.

Nós rimos juntos e eu agarrei meu amigo em um abraço, a única coisa que eu poderia desejar naquele momento para me reconfortar. Era como se, de repente, meu mundo tivesse virado de cabeça para baixo.

— Não fica com medo, Emily, eu vou sempre estar aqui.

— Ah, Thi... —já havia perdido a conta de quantas vezes eu já disse para ele que o amava. Com certeza ele não ligaria se eu não repetisse só dessa vez. Thiago sabia. — Obrigada. Você é demais.

— Eu sei. —ele riu. — E você também. Então trate de sorrir, Hell Girl, está bem?

— Vou tentar. —eu realmente ia tentar — Eu juro.



— Para, Caio! Eu gosto de mais calabreza! — berrei, empurrando meu irmão para o lado, enquanto lutávamos pelo pedaço de pizza mais recheado com as rodelinhas de carne.

— Ah, perdeu, pirralha. —retrucou Caio, afastando-me para, depois, sair correndo com o pedaço em seu prato.

— Mããããããe! —choraminguei. —O pedaço era meu!

— Caio, para de cutucar sua irmã. —brigou minha mãe, atravessando a sala de jantar como se não tivesse me visto e, provavelmente, não tinha. Estava com a atenção totalmente presa em seu netbook, andava mais avoada do que nunca com seus milhares de relatórios de escritório. Desatenta desse jeito, quero ver se fosse no dia que eu ia pôr gel nas calças de Caio.

Revirei os olhos. Não adiantava apelar para os meus pais de qualquer forma.

— Ah! Boa noite, Thiago! — exclamou mamãe, de repente animada, tirando os olhos da tela para dar dois beijos no rosto do garoto. — Como foi o passeio de vocês?

— Ãhm... —ele virou os olhos para mim, mas o charmezinho dele já seria reposta suficiente. — Foi ótimo! — respondeu, puxando-me pelos ombros para perto, e sorriu.

— Ah, que fofo! —os olhos de minha mãe brilharam por cima das lentes DiHugo Castellone novos. — Sabe que eu sempre vou aprovar qualquer decisão que os dois tomarem, não é? —ela inclinou-se um pouco sobre a mesa, o olhar passando de mim para Eduardo.

— Mãe, podemos discutir esse assunto mais tarde? —interrompi — Acho que não é papo para "a hora da pizza". E, também, você não disse que está cheia de trabalho e coisa e tal?

— Oh, é verdade! Me desculpe, queridinho, tenho que ir trabalhar! — e lá se foi ela apressada para seu escritório.

Papai pigarreou e cruzou os braços, jogando-se para trás no encosto de madeira da cadeira para chamar nossa atenção, os olhos presos no braço de Thiago que me envolvia.

Nos afastamos ao mesmo tempo, corados e agarramos nossos pedaços de pizza.

E, sinceramente, eu nunca gostei dessa hora depois de um abraço em que eu me separava. Principalmente quando era Thiago. Perto dele eu me sentia aquecida, sentia como se pudesse ficar ali para sempre. Mas meu coração não se acelerava, apenas se sentia reconfortado. Thiago é meu porto seguro.



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Notas finais do capítulo

Revieews? (: Até o próximo dia!



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