– - - - Sábado - - - -

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Isa P. O. V

Acordei com o barulho do despertador, tentei não me mexer muito na cama para não fazer barulho mais os braços dele estavam entrelaçados na minha cintura, então minha tentativa foi em vão. Eu me virei para o lado onde ele estava e me lembrei como agente tinha dormido conversando sobre o nosso passado mais especificamente sobre o Thiago e a Júlia. Observei ele dormindo por uns cinco minutos, até que ele acordou.

Lucas: Oi – ele me deu um sorriso e depois um selinho

Isa: Oi, bom dia.

Lucas: Bom dia – ele soltou os braços da minha cintura e eu levantei

Lucas: Eu realmente quero saber por que ela precisa de você – ele disse indo em direção ao banheiro

Isa: Já que é a Annie deve ser algo sério – eu falei escolhendo uma roupa que fosse adequada a Itália e ao acampamento.

Lucas: Ou pode não ser tão sério – ele falou assim que tirou a escova de dentes da boca

Isa: Não sei de nada juro

Lucas: Sei que você não sabe, escolhe alguma coisa pra mim também?

Isa: Hum, tá. Você olhou a previsão do tempo? – eu perguntei assim que escolhi um vestido laranja

Lucas: Não, mas acho que você pode pegar um casaco, a Itália é meio fria nessa época do ano. – eu peguei a sugestão dele e escolhi um casaco em um tom neutro.

Isa: Você quer ir de uniforme?

Lucas: Seria totalmente estranho você com uma roupa linda e eu com de uniforme da acampamento, tem uma camisa com laranja ai, eu acho – eu abri o guarda roupa dele e comecei a procurar.

Isa: Isso é complicado

Lucas: O que, meu guarda roupa? Mas eu arrumei!

Isa: Não, Nova York está quente e a Itália fria.

Lucas: Pega óculos de sol então, eu vou tomar um banho tá?

Isa: Okay, vê se não demora. – eu peguei uma roupa*¹ pra ele e o i phone. Ele ficou sete minutos no banho e saiu com a toalha enrolada na cintura. - Muito original a sua capinha. – eu fui irônica, a capinha dele era preta com um raio em dourado fosco no meio.

Lucas: Eu comprei uma igual pra você só que o raio tem brilho – eu arregalei os olhos e ri.

Isa: Você tá falando sério?

Lucas: Sim, muito. Agora para de me zoar e vai se arrumar – eu levantei os braços pra cima em forma de rendição, peguei a roupa que tinha separado*² e fui para o banho.

Isa: Sabe de uma coisa? – eu gritei

Lucas: O que? – ele gritou de volta

Isa: Você necessita urgentemente de roupas novas – eu respondi e ouvi ele rindo

Lucas: Meu guarda roupas está tão ruim assim? Minha mãe comprou a metade das roupas que está nele. – dessa vez eu ri.

Isa: Você ainda é o bebezinho da mamãe, entendo. Mas eu não acho que ela tenha bom gosto.

Lucas: Percebi, todas as coisas que você pegou fui eu que comprei. – ele disse ignorando minha primeira fala, pelo menos eu achei que ele tinha ignorado – Você não pode falar muita coisa.

Isa: Hum?

Lucas: Você sempre vai ser a princesinha do papai.

Isa: Meu pai não compra metade do meu guarda roupa e quando ele me dá roupas de presente as roupas são bonitas.

Lucas: Não foi isso que eu quis dizer – eu sai do banheiro já vestida e com os cabelos soltos

Isa: Não entendi – eu ignorei o olhar dele que passou por toda minha roupa

Lucas: Acho que eu sou a única pessoa capaz de te deixar confuso, ele se aproximou de mim e roubou um beijo.

Isa: Não fuja do assunto.

Lucas: Ele mima muito você. Mas você está linda. – ele disse meio confuso se me elogiava ou respondia a pergunta

Isa: Acho que você também está meio confuso não é?

Lucas: É, mais vai dizer que você não concorda?

Isa: Sobre eu ser mimada? – ele me deu mais um selinho e atravessou o quarto para pegar a espada se eu não me engano.

Lucas: Urum.

Isa: É, um pouco. Mas não tanto quanto a Bia.

Lucas: Uma coisa é você ser mimada, e outra bem diferente, é você ser chata.

Isa: É, no nível de chatice ninguém supera ela, se eu fosse normal estaria no hospital em pós operatório.

Lucas: Se você fosse normal você provavelmente não teria se cortado.

Isa: Isso é realmente uma chatice. – eu disse me lembrando que se eu fosse normal eu provavelmente não me machucaria com tanta facilidade.

Lucas: Já são cinco e quarenta, que tal agente ir? Você combinou seis horas com ela não foi?

Isa: Sim, vamos. – ele pegou a minha mão e nós aparatamos até a entrada do acampamento.

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Annabeth P. O. V.

Acordei as quatro horas da manha depois de ter tido um sonho muito doido com Afrodite, acho que aquele foi o primeiro sonho que eu tive com a deusa do amor. Não é que eu nunca tenha tido sonhos malucos mais aquele foi no mínimo intrigante, tanto que eu não consegui voltar a dormir, resolvi me arrumar*³ e esperar a Bells enquanto tentava entender o significado daquele sonho:

Sonho On . :

Eu estava em outro país, Paris se eu não me engano, nunca viajei pra lá mas como agente está falando de Afrodite, logo vem Paris ou Itália na cabeça, e a julgar pela fala das pessoas Paris é mais provável, a não ser que agora eles falem francês na Itália. Eu entrei em um café e me sentei na mesa dela. Não era um Starbucks era um café francês, se eu não me engano o nome era café de flore, posso estar enganada devido a dislexia (que por incrível que pareça está presente em meu sonho) mas acho que não é o caso. Eu olhei para a bela mulher na minha frente (Afrodite) e ela me olhou e começou a me falar umas coisas um pouco sem sentido.

Afrodite: Oi Annabeth, eu te chamei aqui para ter uma conversa séria, sobre o filho de Poseidon.

Annabeth: Que? Do que a senhora esta falando?

Afrodite: Não me chame de senhora isso me faz parecer mais velha, me chame de tia Afrodite.

Annabeth: Não é como você fosse realmente minha tia, mas tudo bem.

Afrodite: Você não levou mesmo a sério não é, me chame normalmente, você está ótimo – ela estava começando a me irritar.

Annabeth: De quem você está falando quando se refere ao filho de Poseidon? – eu perguntei novamente.

Afrodite: Se acalme filha de Athena, estamos em um sonho, e você vai se lembrar dele quando acordar. Que tal se pedíssemos um café? Os daqui são os melhores. – ela acenou para o garçom e disse em um francês perfeito - Pourrait trzer les deux espressos? (poderia nos trazer dois expressos).

Garçom: Oui Oui. – ele se retirou e voltou alguns minutos depois com dos cafés idênticos*¹¹, Afrodite bebericou seu café e suspirou ao olhar para um casal de velhinhos que estava na mesa ao lado.

Annabeth: Então?

Afrodite: Você deveria ser mais paciente, mas vou lhe contar o porque de ter invadido o seu sonho.

Annabeth: A que bom – eu disse demonstrando a minha impaciência.

Afrodite: Sei como se sente Anna, se importa que eu te chame de Anna? É como naquele romance Anna e o beijo francês.

Annabeth: Não, não me importo, prossiga. – disse ficando um pouco mais irritada com a falta de foco dela.

Afrodite: Você pensa estar apaixonada por seu melhor amigo, mas não está. – quem ela pensa que é para..., meus pensamentos foram interrompidos – você não deveria pensar assim, eu sou a deusa do amor se você não se lembra, eu entendo de amor e eu já sei com quem sua vida será Anna, e o Luke não será o seu amor. Não estou dizendo que não ama ele, porém ele é só seu amigo, e seu amor por ele não passa de um amor de irmãos.

Annabeth: Tudo bem, e oque um filho de Poseidon teria haver com isso?

Afrodite: A não, eu não me atreveria a contar como será o seu futuro. Só queria te dizer para abrir o seu coração, você saberá o que fazer, não hesite. Se tiver certeza simplesmente faça. Essa conversa pode parecer não ter sentido agora mas você irá se lembrar dela mais tarde. O amor Anna passa por muitos obstáculos e eu espero que você consiga vencer todos os seus, não se deixe levar por seu orgulho, talvez só uma vez você seja capaz de esquece-lo, sei que é um pouco clichê pra você mas siga o seu coração e tente não ver a razão em tudo, você não vai achar razão para o amor, o amor é um sentimento puro, difícil de achar mas é frágil no inicio, se você não souber lidar com ele, ele se quebra e depois é difícil tentar de novo. E quanto ao filho de Poseidon, eu quero que você saiba que sim, ele é o menino da profecia, eu nem sei se eu tenho permissão para falar isso mas estou dizendo, o Percy realmente é espetacular mais você é o cérebro.

Annabeth: O que? – eu perguntei, confusa por não estar entendendo nada

Afrodite: Deixe as coisas fluírem naturalmente Anna, e você vai entender exatamente o que eu estou dizendo.

Annabeth: É muita coisa pra mim

Afrodite: Tem coisas que não são para serem explicadas Anna, tem coisas que agente só aprende com o tempo, agora eu tenho que ir. Me desculpe por invadir seu sonho, de um oi para Isabella por mim, e por mais que você conte todo o sonho a ela, saiba que ela não é autorizada a interferir nesse assunto. Ela entende quase tanta de amor quanto eu e vai te esclarecer algumas coisas mais não espere que ela saiba de tudo ou te conte tudo como eu disse ela não pode interferir no futuro amoroso de alguém. Boa sorte, tchau – assim que ela se foi meu sonho se desfez como um passe de mágica e eu acordei.

Sonho Off .

Eu ainda estava tentando entender o que ela tinha me dito até que escutei meu celular vibrar, eu tinha deixado ligado para que a Bells me avisasse quando chegasse, recebi uma mensagem:

“Estou te esperando no refeitório, só que aqui está um pouquinho cheio para as seis da manhã, espero que eu não tenha haver com isso! Mas me encontre aqui e depois nós seguimos para o campo de morangos. P. s. O Lucas está comigo, mas aí é com você se ele pode ou não escutar a conversa, se não ele fica aqui conversando com o pessoal. Beijos Isa”. – Senti pena do Lucas, essa conversa ele não poderia escutar de maneira alguma.

Caminhei até o refeitório encontrando os dois rodeados por uns quinze campistas, realmente várias pessoas resolveram acordar mais cedo hoje. Andei até eles e cumprimentei os dois.

Annie: Oi – todos me deram um oi.

Isa: Oi, licença pessoal vou conversar com a Annie – ela disse vindo até mim.

Lucas: Eu posso ir também – ele perguntou a ela que virou para mim como se para saber qual seria a resposta.

Annie: Sinto muito, mais não – ele fez uma careta por um instante, mas depois voltou a conversar com os outros campistas, enquanto ela veio até mim para que nós fossemos até os campos de morangos.

Caminhamos silenciosamente até os morangos e assim que chegamos eu estendi uma tpalha que tinha pego e nós sentamos.

Isa: Vamos lá, querida Annie, qual é o seu seríssimo problema?

Annie: Eu juro que acho que estou apaixonada pelo Luke! – Eu disse, por mais que tenho tido aquele sonho doido eu ainda não tinha tirado isso da cabeça.

Isa: E o que mais?

Annie: Eu tive um sonho com a Deusa do amor – eu comecei a descrever o sonho detalhadamente e ela riu nas partes em que Afrodite simplesmente me ignorou para prestar atenção no café ou no casal de velhinhos do nosso lado, e mais ainda com o meu apelido que foi inspirado em Anna e o beijo francês; apesar disso ela parecia estar prestando total atenção para não deixar escapar nada. Depois ela me pediu para explicar exatamente o que eu sentia pelo Luke, confesso que senti um pouco de dificuldade em relação a isso. – Me explica por favor, como assim eu não amo ele?

Isa: Annie é bem simples. Você não ama e pronto. Você esperava que eu dissesse oque? O trecho de um livro? O amor acontece de formas diferentes para cada pessoa, mas se Afrodite disse isso tudo a você, não tenha dúvidas o que você sente por ele é amor de irmão.

Annie: Não é como se você tivesse me ajudado muito – eu disse triste

Isa: Desculpe, mas eu realmente só posso te dizer que você vai entender tudo o que ela te disse no momento certo, e realmente não existe uma explicação racional para o amor. Você deve lidar como se não tivesse tido esse sonho, e acredite quando você precisar dele você se recordará de cada palavra, só é possível entender o amor quando se ama Annie.

Annie: Você está dizendo para eu desconsiderar o que ela disse e viver como se não soubesse de nada?

Isa: É exatamente o que eu estou dizendo, não sei se eu já contei isso pra alguém, mas quando eu e o Lucas nascemos, nós nascemos a fim de que um odiasse o outro, mas como os Deuses nem sempre tem inteligência o suficiente, eles pediram Afrodite para nos abençoar. Está entendendo? Eu até hoje me pergunto como eles esperavam que a Deusa do amor abençoasse nós dois com o ódio, o amor vence o ódio. Quando agente diz que já brigou o suficiente por uma vida inteira eu estou falando bem sério, agente brigou muito em Nárnia. Eu tinha meus próprios sonhos com a Deusa do Amor Annie, eu ficava intrigada por dias com eles, até que eu decidi ignora-los e tudo começou a fluir naturalmente. Por experiência própria, ignore o que ela te disse, você só vai usar as palavras dela quando for necessário, vai compreender tudo nessa hora mais até lá, não pense nisso. – ela me contou, e eu de certa forma tentava imaginar os dois brigando.

Annie: Wow, vocês já brigaram mesmo? – ela riu da minha cara de espanto

Isa: Sim, e eu não estou falando de briguinhas fúteis de casal, estou falando de espada e flechas. – eu arregalei os olhos

Annie: você jura que vocês já tentaram se matar? – ela riu de novo

Isa: Sei que parece mentira, mas sim. Os Deuses gostam de brincar com seus filhos as vezes, quem morresse primeiro o pai, no meu caso a mãe seria melhor Deus que o outro. Receio que agora eles nunca vão saber.

Annie: Você pode me explicar isso melhor? É a história do século

Isa: Eles nos mandaram pra Nárnia, para que nos dois assumíssemos o reino juntos, só que as opiniões dele eram sempre contrárias as minhas até que agente acabou dividindo o reino em dois, eu comandava um lado e ele o outro, sendo que os dois estavam em constante guerra.

Annie: E onde vocês começaram a se gostar nessa história

Isa: Eu não sei bem exatamente onde, Aslan disse a nós que não estávamos nos comportando como reis e nos trancou no palácio, sem ninguém. Era só eu e ele. Acredite ou não nos continuamos brigando só que sem armas as brigas se tornaram um pouco piores pois começamos a utilizar de nossos poderes, numa dessas brigas eu e ele nos acertamos ao mesmo tempo e ficamos desmaiados por uns dois dias, quando agente acordou resolvemos dar uma trégua na briga. Acho que ele ficou preocupado um dia que eu gritei e ai do nada agente começou a conversar como duas pessoas civilizadas, é claro que ainda tínhamos uma briga ou outra mais não resolvíamos mais com armas. Agente ficou um ano presos lá quando agente saiu anunciamos que íamos nos casar.

Annie: Vocês tem a história mais loca do mundo inteiro, apostos que é uma das favoritas de Afrodite. – nós duas rimos.

Isa: Sim, ela me disse uma vez. Bom depois disso agente não brigava mais, a não ser discussões idiotas, até que chegamos a conclusão de que não valia a pena.

Annie: E onde entra a Júlia e o Thiago, eu vi uma foto deles no seu dormitório uma vez. – os olhos dela brilharam.

Isa: Você quer mesmo que eu te explique? Agente decidiu ter filhos e pronto.

Annie: Aposto que vocês sentem falta deles. – ela deu um suspiro.

Isa: Não era como se agente soubesse que quando voltássemos eles não iriam sumir, como se nunca tivessem nascido. Aslam me explicou que eles não poderiam existir em um mundo onde eu e o Lucas eramos apenas bebês.

Annie: Quando vocês tiverem filhos eles voltam? – eu fiz uma cara confusa e ela também.

Isa: Exatamente, só que eles voltam permanentemente. Confuso né?

Annie: Muito – eu assenti como se para demonstrar o quão confuso era.

Isa: Adorei conversar com você Annie, mas eu preciso ir, antes que o Lucas venha até aqui, já são oito horas e ele resolveu viajar como uma pessoa normal até a Itália. Nosso voo sai às nove. – ela disse me ajudando a dobrar a toalha.

Annie: Foi uma conversa totalmente reveladora Bells. – eu a abracei

Isa: Não me importo que você conte para alguém, se quiser.

Annie: Claro, mas não acho que seja prudente, quem sabe quando eu não achar o “meu amor” eu não conte a ele. – ela sorriu

Isa: Faça isso – ela me deu um abraço – Tchau Annie. Qualquer problema, já sabe.

Annie: Tchau Bells, me desculpe por atrapalhar você – eu comecei a caminhar com ela de volta ao refeitório.

Isa: Sem problemas, me incomode sempre que precisar – ela sorriu

Annie: Você esta autorizada a me incomodar se precisar também.

Isa: Não vou me esquecer – ela me deu um ultimo abraço e um pequeno tchau aos campistas. Esperou o Lucas vir até ela. Eu me despedi dele e observei enquanto eles cruzavam a colina.