Just Like Brothers... escrita por Yasmim Speretta


Capítulo 8
Capítulo 8 - Fly


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas está aqui ^^



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Sempre amei cavalos, principalmente os com asas e falantes.

Pittsburgh, chefe? Vai levar mais ou menos um dia...

–Mas é importante, Blackjack. E ai, pode nos levar?

E é claro que ele aceitou.

–Annabeth pode ir comigo. Precisamos de mais um cavalo.

–Um? – perguntei. – Não seria mais dois?

–Daria mais trabalho se levasemos 3... – disse Percy – e Quiron poderia perceber.

Podia jurar que ele deu uma piscadinha do tipo “sim, estou te sacaneando”, mas foi bem rápido. Depois de um tempo, Blackjack voltou com seu mais novo amigo, o Blue Ray. Ele era lindo, totalmente branco, mas tinha cara de poucos amigos.

–Bom, já temos o transporte. – disse George – Falta arrumar as coisas e podemos ir.

Annabeth e meu irmão assentiram e saíram para organizar suas malas para a nossa “grande viagem para a segunda maior cidade da Pensilvânia”. Olhei pra George, sorri e começei a andar. Ele simplesmente segurou minha mão e me virou. Pelo menos nisso ele era diferente do pai: não me perseguia (será?).

–Quero te dar uma coisa – e colocou um pequeno pacotinho na minha mão – Talvez arco e flecha não sejam tão úteis em um “conflito direto”.

Abri o pacote: era um pequeno canivete, com um botão embutido. Queria apertá-lo e saber o que acontecia, mas algo me dizia que era para esperar.

–Onde você conseguiu isso: - perguntei, desconfiada.

–Assim você acaba com minha honra! – ele disse – Okay peguei de uma garota do chalé de Hefesto. Não me olha assim, você precisa mais que eles!

Isso era verdade, a única coisa que sabia era atirar flechas de longa distância. Quem sabe isso seria útil. Ele me olhou por um tempo, mas não tirava os olhos do meu mais novo presente: não queria ter uma conversa embaraçosa sobre aquele beijo naquele dia muito distante... Me sentia totalmente culpada, mas não arrependida. Se não fosse Quiron se aproximando, tenho certeza que ficaríamos lá por horas. Fui para o chalé, mas Percy não estava lá. Provavelmente estaria com Annabeth, mas não me preocupei com isso, ele tinha 19 anos, já é bem grandinho. Comecei a arrumar minha coisas em uma pequena mochila: néctar, ambrosia, pequeno kit de primeiros socorros, lanterna, roupas, meu antigo celular e um livro (caso os monstros dessem um tempo para ler).

Peguei meu arco, conferi minhas flechas, coloquei a aljava na cintura e sai; todos já estavam lá:

–Vamos? – perguntei.

Eles assentiram, montamos nos cavalos e levantamos voo. Meu coração doía por deixar o Acampamento: era minha nova casa e parecia que eu a estava abandonando, como todos o resto.

Voamos por umas três horas, até que paramos em um pequeno posto desativado do lado da rodovia. Devia ser mais de meia noite, e não passavam carros lá. Isso significava: “Fique alerta, um monstro pode aparecer do nada e devorar sua cabeça”.

Blue Ray e Blackjack caminhavam um pouco, deviam estar exaustos, George conseguira abrir a loja de conveniência e foi procurar algo interessante, Annabeth sentara em um pequeno muro e analisava um mapa e Percy vigiava o perímetro. Estava muito cansada e decidir ir até o banheiro e jogar uma água no rosto.

A luz piscava e parecia que havia ninguém lá. Engano meu. Quando levantei meu rosto para o espelho, uma mulher me encarava: tinha uma aparência pálida, com roupas de batalha corroída pelo tempo e uma espada na mão.

–Sabia que você chegaria, cedo ou tarde, Samantha...

–Posso saber quem é você?

–A pessoa que vai tirar sua vida.

Com isso, ela atacou. Peguei uma flecha e tentei colocá-la em sua cabeça, mas era um pouco difícil, já que ela defendia com a espada. Lembrei do canivete, mesmo que isso não adiantasse muito.

–Acha que vai me matar com essa faquinha? Sua mãe era uma inútil, assim como você, tentando salvar a filhinha querida com meio tão, digamos, inúteis...

Uma palavra para aquela situação: raiva. Não investi contra ela, só a imaginei morta, mesmo que fosse um zumbi. Senti algo na minha barriga e quando fechei os olhos, um enorme jato de água a acertou em cheio. Ela caiu e aproveitei a chance: enfiei o canivete no coração dela.

Ela caiu mais uma vez. Olhei em volta, as pias estavam estouradas e havia água por toda parte. Sentia uma vertigem muito forte que tive que segurar na parede para não cair,

–Não vai ser tão fácil, querida. – disse a guerreira morta viva.

Olhei para ela, estava com olhos vermelhos e dentes afiados. Tirou o canivete do coração e investiu em mim. Me segurou pelo pescoço e me jogou contra o espelho. Senti que meu braço foi atravessado por uma parte dele, mas ignorei a dor. Estava caída no chão.

–Sabe o melhor de ser uma zumbi, como me chamam atualmente? É que não podem me matar – ela disse com um sorriso no rosto.

–É mesmo? – eu disse. Tirei aquele pedaço do espelho do meu braço e ataquei. Nos duas caímos e, em um golpe rápido, cortei seu pescoço. Ela dissolveu em uma espécie de poeira negra.

Sentei me sentindo exausta e com meu braço sangrando muito. Percy havia me dito que a água as vezes o ajudava com machucados, mas comigo era diferente: me sentia mais fraca com ela. Peguei o canivete e sai dali.

Não havia ninguém por perto, a não ser Blue Ray.

–O que aconteceu com você? – ele perguntou.

–Nada, foi só um monstro idiota... – respondi. Sentei no chão, abri minha mochila e peguei um pequeno pedaço de ambrosia.

–Não coma muito. Pode te matar. – disse o cavalo.

–Sei disso. Onde está Percy e os outros?

–Com Blackjack. Ele disse que virou a pata, mas acho que é besteira.

–E se não for? – perguntei, me levantando.

–O que você sabe sobre cavalos? – ele disse, seco.

Desisti de discutir com ele e fui procurar os outros. Minha visão estava embaçada, provavelmente pior do que do dia que fui proclamada.

–Preciso de ajuda pra caminhar? – perguntou Blue Ray, sarcástico.

–Por que você não é simpático como o Blackjack? – perguntei.

–Porque é chato ser igual aos outros.

Por incrível que pareça, ele conseguia ser mais irritante que George e Percy juntos. Eles estavam na parte de trás do posto, do lado de Blackjack, que fingia muito mal uma dor.

–O que aconteceu com você? – perguntou Percy quando me viu.

–Nada, eu... – tive que me apoiar em Annabeth. – Tinha uma mulher no banheiro, ela me atacou...

–Melhor esperarmos amanhecer, Percy. Podemos montar algumas barracas aqui. Além disso, Blackjack não pode voar. – disse Annabeth.

Ouvi Blue Ray dizer “até parece”, mas meu irmão aceitou. George pegou um kit de primeiros socorros de Annabeth e foi fazer um curativo no meu braço. Tirei a jaqueta e vi que não estava tão ruim como pensava, era um corte superficial. Não entendi muito bem, já que o espelho o tinha atravessado, mas fiquei contente. Depois de cuidar do meu ferimento, ele tirou a blusa e me deu, rindo.

–Não consegue ficar um dia sem que alguma coisa te aconteça?

–Foi só pra não perder o costume... – eu disse.

E com gemidos de um cavalo alado e reclamações de outro, fomos dormir em duas barracas atrás de um posto de uma rodovia qualquer de Nova York.


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Notas finais do capítulo

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