Just Like Brothers... escrita por Yasmim Speretta


Capítulo 5
Capítulo 5 - When I Look At You


Notas iniciais do capítulo

Esse é um dos que mais gostei... Aproveitem!



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Como sempre, ele me encarava, e tenho que dizer que ele fica um fofo quando está preocupado. Suas feições ficam sérias, seus olhos ficam fixos em você, e simplesmente, você se sente em segurança. Se corei ou não, não pude dizer, mas depois de um tempo, ele sorriu.

–O que foi? - perguntei.

–Nada, é que... Tô imaginando você com meu pai... Sobre o que vocês falaram? Porque é óbvio que ele estava com você quando aquele lindo bichinho te atacou.

Ótimo. Não sabia o que responder. Talvez "Ah, a gente falou sobre meu pai ser um grande cara de pau e sobre a cobra dele ter o seu nome". Mas o pior era que senti alguma coisa, não sei, por Hermes. Não sei se foi a aparência, o modo de agir, mas senti.

–Sobre nada. - eu disse - Ele só queria saber como eu estava.

–E por que ele?

–Ciúmes? - eu disse em um tom provocador. Ele simplesmente deu um sorriso sarcástico e levantou da cadeira. E simplesmente segurei sua mão.

–Não me deixa, não... Fica comigo... - eu disse em tom de bebê.

Ele me olhou, de um jeito até malicioso. Isso era totalmente provocante. Mas eu tinha medo, simplesmente por ter, não queria que alguma coisa acontecesse entre nós, isso seria horrível.

–Já que pediu com jeitinho... - ele se sentou - Mas e ai, como sua cabeça tá? Ainda dói?

E lá vamos de novo para o senhor George preocupadinho. Mas na verdade, doía um pouco, desde noite anterior e isso estava começando a me preocupar. Não sabia se contava pra ele sobre isso, sobre o sonho bizarro que tive. Mas minha voz morreu e eu simplesmente disse:

–Estou bem...

Vi que ele tirou alguma coisa do bolso: meu colar. Aquele estúpido colar que minha mãe me deu uma semana antes de morrer. Ele simplesmente colocou na minha mão e a fechou.

–Eu tava te procurando e achei na areia. Bom, acho que nem preciso perguntar por que você estava sem ele... – disse George.

Abri a mão e percebi que continuava intacto. Senti uma tristeza enorme no meu peito: fazia exatamente 3 semanas que ela tinha morrido e me deixado. Sentia tanta falta; por uma mortal, me sentia completamente responsável por ela, e agora ela se fora.

–10 pratas pelo seu pensamento – disse George me tirando do transe.

–Tava pensando na minha mãe. Ela disse que isso ia me proteger quando eu estivesse em perigo e me acompanhar quando tivesse necessidade. E, um dia, eu não iria ficar com ele mais, só que ele daria um jeito de voltar. Sempre pensei que essa última coisa era meio idiota, mas... – olhei pra ele, que parecia estar prestando atenção em cada detalhe que falava. Isso era muito, muito gentil da parte dele,

–Você nunca fala sobre ela. – ele disse com voz baixa. – Como ela era?

–Seu nome era Valerie. Era meio estressada. Mas sabia que me amava, por mais que ficasse no meu pé toda hora. Todo mundo dizia que eu era sua cópia, menos pelos olhos, é claro... Era cantora de ópera, fazia algumas apresentações, em algumas casas de shows e coisas desse tipo. Ela me disse que veio da Itália antes que eu nascesse. – parei um pouco, fechei os olhos e recomecei – Ela tinha recebido uma proposta pra fazer um papel em um musical na Broadway há um mês, foi quando nos mudamos pra NY...

–E como ela... Sabe?... – ele perguntou. Parecia com um pouco de medo.

–Morreu? Bom, a gente tava saindo de uma das apresentações dela. Era bem tarde, e decidimos comemorar, já que o show tinha sido um sucesso. Só íamos pegar um café... Ai uma mulher saiu de um beco, sei lá de onde vinha, e simplesmente a matou. Não vi direito que monstro era, mas sabia que tinha umas garras enormes, afinal, ela rasgou o peito da minha mãe inteiro. Mas lembro do que aquela coisa me disse : “Espero que chegue no Acampamento, florzinha. Meu senhor tem planos pra você”. E foi isso. Depois envolveu policia, minha guarda, coisa e tal. A justiça determinou que eu “devia ir para um escola especial, já que era problemática e que provavelmente era uma assassina mirim.” Depois que soube disso, eu fugi. Cheguei uma semana depois aqui.

–E onde você estava? – ele perguntou.

–Não sei... Não me lembro, sinceramente.

Ele ficou quieto, e isso começou a me incomodar. Não queria que ele pensasse que eu matei minha mãe, ou que estive fazendo alguma coisa ruim durante aquela semana depois que fugi. Nem eu mesmo sabia. Talvez Percy tivesse razão, eu mal me conhecia.

–E sua mãe? Sei que você tem uma mãe por causa das mensagens que terminam com “meu pequeno bebê” – sorri

–Ah, por que pegou meu celular? Um monstro podia vir te pegar! Tenho que apagar aquilo... – ele respirou fundo – Ela chama Hanna. Nossa família é do Novo México, mas quando fiz 12 anos, ela insistiu que viesse pra algum internato de NY. Ela disse que ficaria mais perto de um lugar que seria importante pra mim. Acho que sua mãe foi uma das poucas que disse sem enigmas quem o filho é. Você não levou um baque desses... – olhei pra ele como se isso fosse uma brincadeira de mau gosto – Ok desculpa. Bom, não tem muito que contar. Não tenho muito contato com ela.

–Não é o que as mensagens sugerem. Tem tomado o remédio pra dormir certinho, né bebê? – eu disse rindo.

Ele começou a rir. Não sabia como alguém podia ser tão lindo! Ah, estou perdendo o raciocino mais uma vez. Ele parou, olhou pra cima, olhou pra mim e finalmente sentou na cama... Ele parecia mais perdido do que eu.

–Kate, eu...

E acabou que fui mais rápida que ele. Eu simplesmente o beijei, torcendo com todas as minhas forças que isso não mudasse nada entre a gente (é claro que estava errada). Mas, por mim, poderia fazer aquilo o dia todo...



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Notas finais do capítulo

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