Yellow. escrita por Misha Minion


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu tava conversando com meu best no skype e ouvindo músicas quando veio a idéia pra essa fic. A história se passa em sua maioria num hospital do Kansas, e com claro, Dean and Cas.



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A última coisa que Dean se lembra é a dor lancinante de seu corpo batendo e atravessando a janela do lado do condutor- dirigir um carro fabricado antes mesmo de existirem os airbags era bem o estilo de Dean - e o pensamento de pânico de que Sam poderia estar ferido se ele não tivesse acabado de deixá-lo em casa a salvos com Jess. E então, ele desmaiou.

~*~




Ele não tem certeza de quanto tempo esteve inconsciente, mas provavelmente fazia um bom tempo, já que agora está olhando para um teto de azulejos brancos que não reconhece. Sua cabeça está leve e a visão ainda turva, pode-se dizer que é o efeito de algum tipo de medicação que ele não se lembra de ter tomado, e uma voz desconhecida vinda do outro lado do quarto parece falar de prostitutos.




"Eu já disse, da última vez não foi engraçado, então não vai ser engraçado desta vez também", a voz áspera e profunda diz, e Dean sente como se ele pudesse ouvi-la pra sempre e nunca deixar de gostar do seu som. "É claro que as enfermeiras não pensam assim! Gabriel, sem prostitutos, por favor. Vão me chutar para fora do hospital se você enviar outro grupo."

Dean ri antes que ele possa se segurar, e todo o seu corpo dói quando ele começa a tossir.

"Não, isso não é comigo. Meu companheiro de quarto parece ter acordado agora. Sim, tudo bem. Anna está vindo pela tarde, eu vou dar a sua mensagem. Ok. Tchau, seu doente.

Dean ainda está tossindo quando o dono daquela voz -aparentemente seu companheiro de quarto do hospital- desliga o telefone e há o som de uma cortina sendo puxada para trás.

"Hum, Dean, não é? Chamei as enfermeiras pra te ajudar com essa tosse. Elas vão estar aqui num instante."


Dean tenta dizer obrigado, mas isso só faz seu peito doer ainda mais e ele se contenta a apenas acenar fraco na direção da voz. Ele não consegue parar de tossir e se concentra em não entrar em pânico, o que é um pouco difícil agora que ele está começando a juntar as peças do que se recorda do acidente. Alívio vem quando se lembra de que Sam está bem, e o Impala, bem, esse já havia protagonizado acidentes de carro antes. E claro, ele ainda está vivo, mesmo que sinta o peito muito apertado como se suas entranhas estivessem prestes a aparecer. Está ficando mais difícil para manter o ar em seus pulmões e quando ele começa a hiperventilar uma multidão de pessoas que ele assume que são enfermeiros surgem ao redor dele falando alto sobre coisas que ele não pode compreender como segurar alguma coisa sobre o seu rosto que torna a respiração um pouco mais fácil.

Leva apenas um minuto ou dois para que Dean seja capaz de respirar corretamente e as enfermeiras começam a dispersar, apenas algumas delas ficam para verificá-lo mais e fazer-lhe perguntas. Ele responde da melhor maneira possível, e o dizem que o médico estará lá em alguns instantes para que seu caso se arquive rapidamente. É quando o ambiente deixa de estar tão lotado que ele vê Sam em pé contra a parede, olhando para ele com olhos arregalados e ansiosos.

"Hey, Sammy," Dean resmunga, irritado com a forma como sua voz é fraca, e Sam leva dois passos para chegar ao lado de sua cama.

"Hey, Dean."

"Pare de me olhar assim."

"Assim como?"

"Como se estivesse surpreso que eu não estou morto." Sam ri, mas sua mão que segura a de Dean está tremendo e suada, e Dean a aperta de volta. "Ei, Sam, estou bem. Mais ou menos. " Sam acena com a cabeça, dando-lhe um meio sorriso. Ele deixa a mão de Dean e pega a cadeira mais próxima, puxando-a para se sentar ao lado dele.

"Você se lembra de algo?"

"Lembro de ser atingido por um idiota num carro esporte, mas é isso. A situação tá muito preta?

Sam passa a mão pelo cabelo e deixa sair uma bufada de ar. "Bem, você sofreu um baita impacto. Sua perna e quatro costelas estão quebrados, e um deles fez algo com seu fígado. Eu não sou médico além de advogado, então eu não tenho idéia do que a maioria das palavras que eles usaram significa, mas foi ruim o suficiente pra eles te levarem pra uma cirurgia assim que te trouxeram pra cá, me ligaram depois que checaram sua identidade e eu estive aqui desde então. A cirurgia correu bem, mas esta é a primeira vez que você acorda. "

"Huh. Não me admira eu estar me sentindo uma merda. Como tá o carro?" Dean pergunta e Sam dá-lhe um olhar frustrado, mas balança a cabeça e responde de qualquer maneira.

"Ferrado. Mas eu liguei pro Bobby e ele conseguiu pegar ele de volta do ferro-velho. Vai estar lá na oficina esperando por você quando você ficar melhor. "

"Ótimo. Então, há quanto tempo eu estou preso aqui, afinal?"


"Alguns dias, talvez uma semana. Pra garantir que seu fígado se recupere e não fique infectado. E também pra te manter o mais imobilizado possível, evitar que machuque de novo suas costelas."


Dean resmunga, nem um pouco feliz com a idéia de estar preso em um hospital, incapaz de se levantar e se mover, mas quando ele se desloca sobre a cama parece que seu torso inteiro ameaça rachar. Ele calcula que alguns dias sem se mover são muito melhor do que sentir essa dor e volta à sua posição anterior soltando um grunhido derrotado.


Sam o deixa algum tempo depois, ele não queria, mas Dean insistiu que ele fosse almoçar com Jess- que estava louca por notícias- em vez de sentar em um quarto abafado de hospital o assistindo entrar e sair de consciência. Dean espera até Sam partir para se virar à direita e conferir o cara que ele tinha ouvido falar antes. Como a cortina não havia sido puxada de volta, Dean dá uma boa olhada nele que está distraído assistindo a TV sem som no canto da sala.

"Você pode aumentar o volume se quiser", diz Dean, e o cara vira a cabeça pra olhar para ele.


A primeira coisa que o cérebro de Dean nota é que o tal cara é lindo. Seus olhos são de um azul brilhante, e mesmo sob a luz fluorescente escura, sua pele é alva e suave. Seus cabelos são negros e perfeitamente bagunçados.


O cara não diz nada, e Dean luta para levantar a sua mão e apontar para a TV, mas só faz isso uma ou duas polegadas acima do corrimão na cama antes de soltá-la de volta para baixo.

"Quero dizer na TV."

"Não, está tudo bem. Você disse ao seu irmão que queria descansar. "

"Oh". Dean mastiga e seu lábio e acrescenta: "Obrigado."

O cara balança a cabeça e se volta para a TV, em silêncio, assistindo a algum programa de natureza que Dean não reconhece. Ele deita a cabeça contra o seu travesseiro e olha para o teto novamente à espera de que a exaustão ajude-o a desmaiar de novo, mas ele percebe que depois de um tempo ele simplesmente não está cansado. As dores no seu corpo não estão mais sendo anestesiadas pelas medicações, e mesmo deitado ainda se sente desconfortável. Ele suga o fôlego e vira a cabeça para olhar para seu companheiro de quarto novamente apenas para encontrá-lo olhando de volta.

"Não consigo dormir", diz Dean, imaginando se o calor que surge no seu rosto é apenas coisa da sua cabeça ou uma febre que ele pegou por ficar em um prédio cheio de pessoas doentes.

"Percebi".


Dean espera por mais, mas quando isso é tudo que o cara diz, Dean pergunta: "Uh. Desde que você sabe o meu, qual é o seu nome?"

O cara sorri para isso, e agora Dean está certo que o calor em ser rosto não é coisa da sua cabeça, mas também passa longe de ser febre.

Castiel, mas você pode me chamar de Cas."

"CAS", repete Dean, e ele gosta de como isso soa. Estranho, aquele era um nome tão diferente que ele nunca ouviu falar antes, mas ainda assim ele acha que se encaixa. "Então, Cas. Prostitutos, hein? "

"Uh," Cas cora, parecendo muito envergonhado. Dean tenta não rir, porque a última vez que ele ousou foi muito doloroso, mas ele não consegue se conter com o olhar no rosto de Cas. Dói assim como na última vez, e o faz tossir também, mas ele não hiperventilou novamente. Sentimento de vitória.

"Eu... Gabriel meu irmão só estava brincando desta vez, mas eu sinto muito, eu não esperava que você fosse ouvir isso. Se ele fez você se sentir desconfortável--"

"Cara, tudo bem, relaxa", diz Dean, fazendo o seu melhor para não rir, tanto pela sua própria saúde quanto para impedir que Cas sinta-se muito envergonhado. "Eu não tenho certeza se eu apelaria para prostitutos, mas estando preso aqui, até que seria uma boa distração."

Cas faz careta pra ele, e Dean se pergunta se o assustou ou insultou de alguma maneira, mas depois Cas brinca: "Mas você sofreu em um acidente de carro,. não deve se exercitar dessa forma ou pode se machucar novamente e em lugares piores e ainda mais dolorosos." Diz essa última parte jogando um olhar rápido para os países baixos de Dean, insinuando sobre o que estava falando. Dean começa a rir, deixando escapar um assobio pela dor no torso inteiro.

Depois da risada ele balança a cabeça e suspira: "Você realmente precisa parar de me fazer rir, ou vai ser você a causa de eu me ferrar todo de novo." Dean o olha de volta e Cas está sorrindo para ele. Meu deus, que sorriso lindo , Dean pensa.


E por incrível que pareça ficar preso em um hospital por alguns dias não soa mais tão mal assim.



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Notas finais do capítulo

Então, esse é o primeiro capítulo e não sei quando postarei o segundo, ainda tenho que revisar umas coisas. Opiniões e sugestões nos comentários :)