New Mamodo Battle! escrita por HikariShi


Capítulo 3
2. And who has the force?


Notas iniciais do capítulo

E aqui está a continuação. O que vocês acharam? Bem, eu resolvi criar o início da raiva de um dos personagens para com Ayame e Brago. Espero que esteja ao agrado.



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Se você tiver que lutar um dia... (8



A ruiva levou calmamente uma xícara aos lábios rosados enquanto encarava sarcasticamente o ruivo a sua frente que estava esparramado no sofá e mantinha entre seus dedos um cigarro que estava na metade. Qualquer um que os olhasse julgaria que ambos eram irmãos ou parentes, mas não eram.


— Eu ainda estou custando a acreditar que você os deixou escapar com o livro intacto Ichi-chan — disse Ayame colocando a xícara sobre a mesa no centro.

— Incomodada? Então vá resolver esse seu incomodo — reclamou estreitando os olhos e ajeitando seus óculos. — Meu bom humor está lindo hoje então não estraga, valeu? E eu quero enfrentar aquele mamodo de gelo e aquele humano novamente. Algo neles me chamou atenção, mas estavam em nível baixo para disputarem contra a minha linda pessoa. — comentou.

— Ui, que isso. — zombou a ruivinha. — Tudo bem. Nee Ichi-chan você enfrentou o Reycom e Gilbert Sakai, exato?

— Algo assim. Não sou bom em guardar nomes.


Ayame os conhecia – apesar de nunca terem se enfrentado – e podia-se dizer que eram muito bons. De todas as batalhas que já enfrentaram nunca perderam uma e eram considerados uns dos melhores, mas enfrentar Ichiro Hisagi e Penny era suicídio até para ela própria que era considerada a melhor por não ter perdido uma única luta e não ter feito um mínimo esforço.

Quando ela e Hisagi se conheceram bem no inicio da batalha. Ayame e Hisagi não tinham grandes habilidades, mas seus mamodos sim, e a ruiva acabou por ganhar a batalha. Por quê? Bom seu mamodo tinha uma força física surpreendente e seu livro já havia apresentado mais magias. Agora a dupla do livro negro era temida por todas as outras e com razão, apesar de a humana que tem poder sobre o livro é uma retardada fraca que não faz nada além de gritar. Era assim que o mamodo do livro definia a parceira.


— Estou com tédio — bufou Ayame e Hisagi a encarou pelo canto dos olhos. — Que porra, véi, nada nessa casa para fazer.

— Como você acha que eu estou me sentindo? — perguntou Hisagi com amargura.

— Vamos Hisagi, vamos dar uma volta pelo Japão! — exclamou e pegou o livro negro enquanto se erguia.


Hisagi que finalizava calmamente seu cigarro se surpreendeu com a exclamação da mesma e se surpreendeu mais ainda ao vê-la pegar o livro.


— Tá levando o livro pra que?

— Vai que eu encontro diversão no meio do caminho? — e um sorriso maldoso surgiu na face da mesma que logo foi acompanhado pelo garoto.


Esses dois com certeza serão um terror nessa história.



*~*



— Por enquanto isso é tudo que eu sei.


Sawada acompanhava fixamente seu pequeno mamodo com os olhos vendo-o brincar com o Zatch, ambos rolando o barranco que levava até um lago e rindo alto. Shou estava pensativo e analisava calmamente tudo o que o garoto havia lhe dito, um pouco surpreso.

Zatch havia lhe contato mais ou menos a mesma coisa – sobre os livros, as cem crianças mamodos, o Rei e esses detalhes a mais – mas não com tantos detalhes e Shou não havia prestado tanto atenção nas palavras do garotinho, estava mais atento ao fato de que ele não tinha lembranças da própria vida antes de tudo aquilo. Mas agora estava a par da situação.


— Você vai ajudá-lo? — perguntou Shou agora olhando para os dois mamodos brincando.

— Rops não parece ter tanto interesse em ser Rei, mas eu o ajudarei enquanto ele estiver aqui — afirmou.

— Sei.

— Mas e você, Takamine? Você ajudara o seu mamodo nessa batalha?

—...


Aquela pergunta havia o pego de surpresa e Shou encarou a criança de madeixas louras que corria junto ao pequeno que acompanhava Sawada que naquele momento analisava calmamente as expressões de Shou. Será que deveria ajudar o pequeno Zatch?, Perguntava-se em mente e mordeu o lábio inferior um pouco apreensivo.

São lutas que você também está em perigo. Não é só o mamodo que luta contra os adversários, você também participa e eles não terão piedade de você.” As palavras do Lawliet retornaram a sua mente e começou a refletir sobre elas. Se isso tivesse acontecido antes de seu aniversário de doze anos, Shou teria definitivamente adorado, mas depois do que já havia acontecido com ele havia se tornado um rapaz tão pacifico que chegava a ser irritante para as pessoas que viviam próximas. Seu passado era torturante demais. Sacudiu a cabeça apenas para afastar algumas torturantes lembranças e fixou sua atenção no garoto ao seu lado. “Se participar dessa luta eu só te deixo um aviso: entre preparado para morrer, matar, destruir. Essa luta só pode ter um vencedor e por mais que sejamos amigos, se formos os últimos restantes nós teremos que queimar o livro do outro.” Ele estava preparado para aquela batalha...?

Estava pensando em abrir a boca para dizer algo ao garoto quando uma explosão foi ouvida por ambos, e viraram – em total sincronia – a cabeça na direção que vinha o barulho. Após trocarem um olhar se ergueram rapidamente.


— O que você pretende fazer, Sawada? — perguntou Shou vendo que o mamodo do moreno já estava em seus ombros.

— Investigar, obviamente — respondeu Sawada serenamente. — Isso é bem raro de acontecer quando não estamos envolvidos em uma batalha. Com certeza deve ser um mamodo.

— Mas... Aqui tão perto?

— Não existem locais para isso, apenas acontecem — deu de ombros. — Que tal você me acompanhar para ver o que é uma batalha?

—… Certo. Vamos, Zatch?

— Unu!



*~*



Akane, que até então observava calmamente os dois jovens conversando e seus mamodos brincando, foi surpreendida pela forte explosão que do nada surgiu. As longas madeixas rosadas da menina esvoaçaram com a suave brisa que passou por ali e os orbes – que possuía a mesma tonalidade que seus cabelos – encaravam a direção da explosão com surpresa, mas ela sabia o que aquilo poderia significar.

Seu mamodo também fitava a mesma direção com a mesma surpresa que a garota, mas desviou o olhar para o quarteto que eles observavam antes. Eles corriam em direção ao local que a explosão deve ter sido criada. Com certeza a explosão havia sido provocada por uma dessas batalhas. E pela movimentação agitada ao seu lado que com certeza partiu de Akane ele soube que ela também sabia daquilo.

Por mais que soubesse que a Shiori odiasse aquilo não hesitou em olhá-la com preocupação ao saber que ela, novamente, se envolveria em uma daquelas batalhas perigosas. Suspirou e sentiu, segundos depois, a rosada bater com o livro em sua cabeça com um olhar raivoso.


— Pare de se preocupar comigo, Wonrei! — reclamou Akane segurando firmemente o livro entre os dedos. — Você acha que se eu não estivesse preparada, eu estaria aceitando lutar ao seu lado?

— Desculpa... Mas é meio instintivo ser protetor contigo, Akane — murmurou o mamodo passando a mão onde levara a livrada.

— Você sabe o quanto isso me irrita — disse a menina sacudindo a cabeça. — Sou forte o suficiente para...


Sua fala foi interrompida por mais uma explosão que a fez sobressaltar. Quem estava fazendo toda essa bagunça? Akane retomou a pose, colocando uma expressão meio fria em seu rosto.


— Vamos Wonrei!

— Certo!


Os dois se puseram a correr em direção ao barulho com Akane segurando fortemente o livro roxo real. Era outra batalha e ela tinha que estar preparada.



*~*



A situação com Sunny e Tio não era muito diferente do que a esperada. As duas estavam passando pelo centro da cidade a procura de uma loja de games onde ela pudesse gastar a vontade ali quando uma explosão a fez pular assustada e soltar um gritinho que fez Tio rir divertidamente, mas risada que não durou muito já que as duas haviam parado no meio da calçada e estavam olhando atentamente na direção que a explosão havia vindo.


— Um mamodo...? — perguntou Sunny para Tio apenas para confirmar a realidade.

— Sim. — assentiu a mamodo. — O que faremos Sunny-chan?

— Você quer ir...? Não me importo. — deu de ombros. — Ou podemos continuar o que fazíamos...

— Vamos apenas ver o que está acontecendo.


Sunny revirou os olhos e concordou, seguindo a pequena mamodo que andava apressadamente. Estava receosa de quem estivesse ali, a energia que sentira era forte, e temia que fosse... Ele. Aquela explosão não seria causada por qualquer coisinha, deveria ser uma magia poderosa. Seu corpo tremeu em expectativa do que estava esperando-as naquele momento e também por conta do nervosismo que passou por seu corpo.

A humana de madeixas escuras notou certo nervosismo em Tio e sorriu. Pelo jeito que a pequena havia reagido achava que um mamodo extremamente poderoso estava por ali, e isso deixou Sunny ainda mais interessada. Talvez fosse o humano ruivo e a mamodo que talvez devesse ter a idade de Tio que haviam “ganhado” do humano moreno e seu mamodo do gelo. Seu sorriso se estendeu, seria divertido ver uma nova batalha daquele garoto.



*~*



Quando colocou os pés do lado de fora da mansão Kuraitsuki um pressentimento de que algo divertido iria acontecer encheu a mente da pequena Ayame, que se movia calmamente até o carro preto que a esperava. Acompanhando ela estava Hisagi que se encontrava com um cigarro entre seus lábios e também Penny que estava com as ambas às mãos na cintura. Eles realmente eram uma dupla interessante e seus movimentos mostravam que deviam ter cuidado. Uma aura envolvia-os, uma aura de perigo. Os dois eram perigosos e faziam questões de expor isso.

O ruivo foi o primeiro a entrar no carro sendo seguido por Penny. Ayame encarava firmemente seu mamodo que a encarava de volta com frieza. Todos ali podiam jurar que viram faíscas soltando dos olhos de ambos. Hisagi revirou os olhos por trás de seus óculos de grau e os ajeitou. Os dois ali fora tinham uma rivalidade divertida até certo ponto, ela não o obedecia e ele não a obedecia. Nenhum nem outro faziam algo de bom pelo outro e Ayame vivia jogando ofensas contra Brago, que se mantinha inexpressivo e quando perdia a paciência... A coisa ficava séria. Sim, todos estavam certos de que aqueles dois se odiavam loucamente, mas... Algo inexplicável era como os dois tinham tanta sincronia e força estando juntos. Nada poderia detê-los.

Desde que Ayame e Brago se conheceram os dois começaram a ganhar tantas batalhas que era quase assustador. Nada conseguia parar a dupla do livro preto. E não estava dando créditos a ele, mas nenhum mamodo aguentou uma luta contra aqueles dois.


— Dá pra vocês andarem aí? Ou vocês querem que eu vá aí resolver a porra do problema? — disse Hisagi em um tom que beirava a raiva e falta de paciência.

— Tá, tá, chaaaa~ato! — disse Ayame mostrando a língua para o ruivo e entrou no automóvel sendo acompanhada por Brago que resmungou algo.

— Malditos humanos.

— Quanta doçura da sua parte, putinha.

— CALA A BOCA, AYAME! — berrou Hisagi irritado. — MAIS QUE INFERNO, JÁ BASTA EU TER QUE ME ATURAR VOCÊ VAI FICAR NESSE BATE BOCA? CHEGA, VALEU? CHEGA!


E após aquilo Ayame manteve-se pianinha.

Mas o silencio só durou até que o carro parou e a menina saiu parecendo admirada com as lojas, os brilhos e as cores do centro. Como se nunca tivesse visto aquilo, bufou Hisagi em pensamentos para que começassem uma longa caminhada e com direito a ter “burros de cargas”. Penny e Ayame compravam tudo o que viam pela frente e depois quem tinha que carregar era Brago, que estava mesmo pronto para bater em Ayame, e Hisagi que gritava que ele tinha direito e ser burro de carga não era com ele.

Uma hora depois o quarteto voltou para o carro para guardar as coisas compradas por eles. Ayame estava massageando a cabeça e estava com um bico em seu rosto, o que divertia e agradava Brago. Hisagi – em meio às compras – perdeu o restante da paciência dele e tacou uma das caixas que carregava na cabeça da ruiva. “SUA DESGRAÇADA, EU NÃO SOU SEU BURRO DE CARGA!” Penny – que até então observava assim como Brago – olhou assustada para Hisagi que estava com uma expressão que daria medo em qualquer um e viu o mesmo virar-se para olhá-la. Apesar de o garoto ser ridiculamente animado – quase que como uma versão masculina de Ayame – ele sabia ser um pesadelo quando irritado.

Foram dez minutos de caixas voando e duas garotas tentando se desviar delas. Penny conseguiu escapar e Ayame se escondeu atrás de Brago, que ainda segurava algumas caixas e segurava todos os instintos sádicos de seu corpo para não começar a rir daquela cena. Mas depois Hisagi se acalmou e continuaram o que estavam fazendo, com as duas garotas carregando as próprias coisas e sem jogar nada para cima do ruivo que começou a fumar. E isso até a hora que chegaram ao carro.

Após guardarem tudo no porta-malas do carro Hisagi parou as três formas recebendo dois pares de olhares curiosos e um fuzilador. O sorriso dele era uma mistura de diversão, animação e sadismo.


— Nem pensar que nós vamos voltar pra casa — pausou suas falas apenas para tragar o cigarro que estava quase próximo ao fim. — Eu ainda quero curtir essa passeada, mas não como um burro de carga — e deu uma risada.

— O que você vai fazer, puto? — perguntou Ayame cruzando os braços e encostando o pé coberto por um coturno preto no carro. — Vai transformar Penny-chan e eu em burras de cargas? Sabe que essa porra não vai me incomodar.

— Eu sou uma pessoa boa, pimentinha — respondeu sem desfazer seu sorriso que agora estava assustando a garota. — Como você havia dito na sua casa: “vamos dar uma volta pelo Japão”.

— OK! — exclamou animada e saiu de perto do carro, dando pulinhos. — Curtir, nós vai fazer isso com perfeição!



*~*



Admirado o garoto olhava para os lados. Japão... Nunca se imaginava realmente naquele País. Já havia passado por diversos lugares, mas nenhum conseguira chamar tanto a atenção do rapaz. Aquelas luzes, brilhos, as pessoas em si. Tudo aquilo chamava a atenção dele.

O garoto sorria animado quando uma calma brisa passou por ele. Seus cabelos de um belo tom negro se bagunçaram mais com o vento, e ele afastou alguns fios que caíram sobre seus olhos, de uma forte coloração azul, tão intenso que chegava a superar o azul do mar, mas um de seus olhos parecia curiosamente enfaixado, como se ele tivesse problemas com aquele olho. Sua pele era pálida com um aspecto bonito e sua aparência estava mexendo com algumas colegiais que andavam próximas a ele, notar isso fez com que um sorriso malicioso se estampasse em seu rosto. Ele gostava daquilo.

Um pequeno cachorro que estava o acompanhando soltou um gemido e o moreno desviou o olhar para ele. O cachorrinho o encarava com firmeza, esperando que ele movesse-se para algum lugar, mas sabia que isso demoraria enquanto aquelas garotas com uniformes curtos estivessem passando por ali e fazendo gracinha para ele.


— Asiáticos... Querem se mostrar superiores até nos uniformes escolares, tsc... — bufou e seu sorriso mudou de malicioso para animado. — No Brasil você não encontra as garotas com as pernas de fora assim... — completou encarando as coxas expostas de uma garota que corou e tentou tampar suas pernas expostas com a pasta escolar, o que fez o garoto rir. — Olha que divertido Gofure! — finalizou com diversão ainda rindo.


O cachorro sentiu uma gota escorrer por sua nuca lançando um típico olhar de “mais que porra?” para o companheiro. Como conseguira um companheiro tão... Estranho? Mas não reclamaria, em todas as viagens que tiveram e encontrava inimigos, ele o ajudava com vontade e sempre saiam vitoriosos. Gofure tinha muito que agradecer ao jovem Hamiko Donatelo.


— Bem, vamos explorar! — exclamou Donatelo erguendo uma das mãos, deixando apenas o indicador apontando e sorriu. — Vamos lá Gofure!


O pequeno cachorro sacudiu a cabeça negativamente, mas seguiu quando o rapaz começou a andar sem um destino fixo, apenas andava. Alguns o observavam com curiosidade e as garotas coravam horrores ao olhar para ele. Donatelo percebia os olhares e sempre as fitava de volta, com um brilho pervertido em seu rosto. Ah como gostava disso! Mal percebeu quando chegara ao centro daquela cidade e olhou em torno. As lojas brilhantes, as pessoas, tudo. Ele realmente estava um tanto admirado com o Japão.

Uma garota – deveria ter um ano a menos que ele ou talvez tivessem a mesma idade – parou na sua frente com um sorriso enorme no rosto. Ela era ruiva, os cabelos de um vermelho intenso eram longos e estavam presos no alto por um laço preto, mas ainda sim era enorme e ultrapassava sua cintura. A franja vermelha quase impossibilitava a vista dos belos orbes rosados – um rosa forte e intenso que fez o rapaz morder o lábio inferior – e que expressavam uma puta perversão, mas que estavam quase sendo ocultos por uma diversão e animação. Ela era mil vezes mais bonita do que as colegiais que andavam por aí, mas alguma coisa nela... Não agradou o jovem Donatelo, que se irritou.

Era como se uma aura de perigo a rondasse, mostrasse que ela era perigosa e que com certeza era encrenca. Olhou rapidamente para Gofure, mas retornou seu olhar à ruiva que ainda sorria.


— É seu? — perguntou a menina apontando para o cachorro.

— Não, ele tá comigo porque é do tio que vende pão — respondeu inundado no mais puro sarcasmo.

—... — a ruiva o encarou um pouco séria e depois deu uma risada. — Você entendeu a minha pergunta, né, porra. Como é o no...


Donatelo estranhou quando a própria garota interrompeu as próprias palavras e parecia meio surpresa, apesar de manter um sorriso enorme no rosto. Notou que ela olhava para o livro em sua mão direita e estreitou os olhos, vendo que a mesma segurava um livro idêntico ao seu, sendo que... Preto.


— Haha! Você também, né? — exclamou a ruiva. — Sou Kuraitsuki Ayame. — se apresentou fazendo uma rápida reverencia.

— Sou Dona... Hamiko Donatelo — acompanhou-a. — Você... Cara, você também tem um mamodo?

— Tenho sim — apontou para trás. — Esse cachorro é seu... Mamodo?

— É sim.


Ayame agachou-se de frente para o cachorro que rosnou e se manteve tenso, encarando a ruiva que o fitava com um puta deboche.


— Eu ganho desse seu mamodo sem maiores problemas — afirmou Ayame se levantando com uma das mãos na cintura, um sorriso divertido e um olhar meio maníaco. — Vocês não me parecem ser... Fortes.

— Então vamos lutar! — desafiou Donatelo.

Eu vou queimar seu livro... — a voz doce e infantil foi inundada por um tom psicótico e sádico.


Donatelo sentiu-se meio tenso com aquele tom, mas não mostrou isso em sua face e apenas encarou debochadamente a ruiva aproximando-se perigosamente dela, seu rosto a poucos centímetros do rosto pálido e delicado. Ayame sorriu com perversão, e isso foi imitado pelo moreno.


— Então veremos... Ayame... — sussurrou o nome dela com uma pontada de perversão.

— Já tá de pegação por aí né, pimentinha? — Uma voz masculina, porém com um toque infantil surgiu de trás dela e Donatelo se afastou.

— Ei, Brago — chamou seu mamodo, ignorando a piadinha do ruivo que apareceu junto. —, vamos queimar mais um livro?

—... Como queira.


Ayame virou o rosto para trás e encarou os orbes amarelos de Hisagi que mordia um pedaço de chocolate, notou no fundo daqueles olhos escondidos por óculos um brilho de divertimento. Ele já sabia quem ganharia. A ruiva voltou a fitar o garoto a sua frente e notou que Brago estava a dois passos a sua frente, as mãos escondidas nas roupas peludas e o olhar vazio caído sobre o cachorro.


— Uma maldita diversão nesse inferno!

— Se concentra humana maldita.


Donatelo segurou o livro e o abriu.


— Gofure, vai! Doruk! — exclamou e o livro brilhou.


O cachorro assumiu uma forma diferente. Penny fez uma careta ao vê-lo se transformando. Gofure aumentara de tamanho e uma espécie de armadura de pedra surgiu em seu corpo. Ele rosnou para Brago que ainda mantinha a expressão vazia.


Doruk! — repetiu Donatelo com o livro retornando a brilhar.


Ao comando da magia Gofure atacou com sua armadura o mamodo do livro negro que retirou ambas as mãos da roupa peluda e segurou o corpo, machucando um pouco as mãos e sendo arrastados alguns passos para trás. Ayame apenas segurava o livro atrás de si.


Reisu. — disse Ayame e uma pequena esfera de gravidade roxa saiu de uma das mãos de Brago, que apenas afastou um pouco Gofure. — Forte, hm. Tudo bem. Gigano Reisu!


A esfera era maior e parecia ser bem mais forte do que a magia dita primeira. A esfera avançou sobre Gofure que desviou rapidamente e o poder atingiu uma parede, o que provocou uma forte explosão.


— Seja discreta Ayame! — repreendeu Hisagi bocejando e retornando a morder o chocolate. — Essa luta mal começou e já lançou uma magia nível gigano?

— É uma das minhas magias mais fracas Ichi-chan.

— Claro que sim, claro que sim.


Donatelo se surpreendeu ao ouvir que uma magia nível gigano era uma das mais fracas dela, mas não disse nada.


Gigano Reisu!


De novo? Viu o mamodo segurar o braço direito e mirar em Gofure, que rosnou novamente. A enorme esfera de gravidade roxa saiu da mão de Brago e foi em direção ao cachorro, que novamente se esquivou e a magia atingiu novamente outra parede.


— Caralho Ayame! — reclamou Hisagi. — Qual parte do “seja discreta” você não entendeu?


— Desculpa mamãe. — debochou Ayame.


A luta não preocupou nem um pouco a ruiva que variava entre o “Reisu” e “Gigano Reisu”, mas estava irritada e perdendo a paciência ao ver que Gofure desviava de seus ataques. Brago parecia mais interessado na luta, e fazia o possível para que seus poderes atingissem o mamodo de armadura. Donatelo sentia como se a luta estivesse ganha, mas sentia seu poder do coração ficando cada vez mais baixo. Merda, o rapaz praguejara em mente e fitou Gofure.


Dorsen! — exclamou.


O mamodo criou uma grande rocha em sua cauda que foi jogada contra Brago que olhou friamente para a mesma.


Gigano Reisu!


Outra explosão, Hisagi resmungou e levou um pisão de Penny, resultando em uma discussão.


Gurabirei! — resolveu finalizar Ayame.


Uma forte força gravitacional conseguiu prender Gofure que foi ao chão, impossibilitado de prosseguir. Brago ergueu uma das mãos em direção a Donatelo que colorou o livro atrás de si.


— Vocês não vão queimar esse livro!

— E eu nem ao menos irei tentar — riu Ayame. — Pretendia, mas deixa pra lá. Eu gostei dessa diversão. Foram uns dos poucos inimigos que conseguiram escapar da minha magia nível gigano e fez uma luta interessante para o Brago. Deixarei-te livre por mais um tempo, mas alguém vai queimar o seu livro ou eu mesma o farei. Viva a sua vida Hami-chan, e se quiser se juntar a mim...

— Não, obrigado. Nunca me juntarei a você.

— Que pena. Nee Ichi-chan, Brago, Penny, vamos?


Donatelo acompanhou os três saírem e correu até Gofure, que havia retornado ao normal e estava fraco ainda. Pegou-o nos braços, com um olhar meio lamentador e se virou para que pudesse retornar ao apartamento que estava hospedado. Ela era forte... E isso irritava o garoto de madeixas negras. Tanto ela quanto o mamodo Brago, aquela dupla poderia se tornar invencível. O poder do coração dela era intenso e bem potente, para continuar tão poderosa mesmo convocando uma magia gigano. E aquele mamodo era forte, tanto em poderes quanto em força física. Maldição, como assim havia perdido? Teria que se fortalecer.

Ao olhar para frente notou algumas pessoas o fitando, e isso o deixou mais irritado do que já estava.


— Perderam alguma coisa aqui? — soltou em tom alto e todos desviaram os olhares. — Hunf... Malditos...



*~*



Shou e Sawada se encararam. Aquela dupla do livro preto não era brincadeira não... E isso preocupou o jovem Takamine que olhou para seu livro, onde apenas uma magia havia sido liberada.


— Eu não me preocuparia se fossem vocês — uma voz feminina chegou aos dois rapazes que se viraram na direção da voz. — Aquela garota é forte, mas dá para superar.


Takamine notou o olhar da garota sobre si e revirou os olhos, desviando-se deles e fixando-os no rapaz que a acompanhava. Namorado, talvez? Não se importou e retornou a fitar seu livro vermelho.


— Me preocupar? — perguntou Sawada calmamente e sorriu. — É difícil. Os movimentos deles são previsíveis...

— É o que você está achando — cortou a menina jogando os longos fios rosados para trás. — Mas eles não são tão perigosos assim.

— Então você não percebeu a aura que rodeava aqueles quatro? A dupla do livro preto e a dupla que os acompanhava. Eles vão causar problemas.

— Mas dá para vencer — afirmou a única garota ali presente. — E eu vou vencê-los, com toda certeza.



*~*



— Aquela dupla é perigosa...

— Nem tanto.


Duas pessoas observavam aquilo com calma, como se fosse à coisa mais normal do mundo. O mais baixo ali presente deu de ombros e começou a se afastar, sendo acompanhado pelo olhar do maior.


— Não vem, Ashuron?

— Claro. Vamos Satochi.



*~*



A dupla vitoriosa seguia em direção ao carro sendo acompanhados por Hisagi que fumava e abraçava os ombros de Ayame, e por Penny que estava com as mãos na cintura, acompanhando ao lado de seu parceiro.

O ruivo debochava da ruiva por ela ter deixado o livro do outro sem queimar, deixando-a meio constrangida e irritada. Brago andava a passos mais a frente sem se importar muito com o papo deles. Ayame deixara o livro do outro intacto apenas por puro prazer pessoal ou por achar que aqueles dois iriam resolver fazer parte da equipe que formava.


— Chega, puta! — bufou Ayame. — Não fui à única que deixou um livro intacto, exato?

— Ui, estressadinha. TPM chegou mais cedo esse ano, queridinha? — zombou.

— QUATRO-OLHOS FILHO DA PUTA! — berrou e viu o rapaz se afastar, mas nem deu tempo de fazer algo, já que uma menina morena e uma garota pequena pararam de frente para eles. — Que gracinha... Em que podemos ajudar?


Era uma menina de cabelos negros e olhos azuis, e uma garotinha de fios meio rosados e olhos alaranjados. A morena mostrava um livro laranja – meio puxado para o vermelho – em frente ao seu corpo e os fitava com ironia. Então a garotinha era... Um mamodo?


— Sou Takeada Sunny e essa é minha mamodo, Tio — apresentou-se e viu os dois ruivos erguerem as sobrancelhas. — Eu vi a sua luta contra aquele mamodo do gelo e ouvi uma proposta que você fez a ele. Eu quero me juntar a vocês.

— Você quer? Por quê?

— Vocês são fortes, e algo em vocês mostra que não estão de brincadeira. Eu gosto disso e quero me juntar a vocês. — dizia firme. — Eu posso entrar no lugar daquela dupla.

— O que você acha Ichi-chan? — perguntou Ayame levando um dos indicadores aos lábios e o ruivo avaliou-a calmamente.

— Eu acho-a digna de fazer parte desse bonde.

— Então Sunny-chan, bem vinda ao grupo.



*~*



Reycom olhava pela janela do apartamento em que estavam com um olhar pensativo e bem calmo. Vestia roupas casuais – e não roupas que usava na batalha contra a mamodo da água – e nem parecia um demônio. Em seu caminho com seu parceiro humano para o apartamento dele havia ouvido as explosões e estava curioso para saber o que era, mas a recuperação de seu companheiro era mais importante do que isso.

Ou talvez não fosse... Não importava. Se ele não se recuperasse estaria encrencado e nunca se tornaria o Rei. Fitou o garoto com algumas ataduras em seu corpo apenas de calça de moletom, jogando videogame, comendo sorvete e bebendo alguma coisa que não tinha um cheiro agradável. Era isso que ele sempre fazia quando em recuperação e de nada Reycom podia falar.

Gilbert, que até então estava apenas jogando distraidamente, notou que o mamodo estava pensativo e olhava pela janela o tempo inteiro. Não havia se importado com as explosões, já sabia o que elas significavam, por que se preocupar? O máximo que teria acontecido era um mamodo perdendo sua chance de ser rei. Seus olhos azuis se fixaram no pequeno mamodo que também o fitava de volta. Aqueles orbes acinzentados não expressavam nada, como sempre.


— Eu não estou com um bom pressentimento — disse Reycom quebrando o silêncio instalado ali. — Temos que ficar mais fortes, então trate de ficar bom logo.

— Não me apresse seu pirralho ingrato! Meu corpo demora a se recompor, não tenho culpa!

— Tsc, estou ferrado.



*~*



No topo de um prédio, fitando tudo aquilo que havia acabado de acontecer, duas formas – uma pequena e uma grande – se mostravam presentes.


— Isso está se tornando mais interessantes... — a voz infantil e ameaçadora soou por ali, encarando todos lá em baixo. — Inimigos a minha altura...

— Tsc...

— Parece que ele está aqui... Zatch... — o tom tomara um tom raivoso. — Temos que terminar com isso. Vamos?

— Sim.


A última coisa que as pessoas que fitaram aquele local foram um par de orbes arroxeados, que fitavam Zatch com uma raiva quase surpreendente.


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Notas finais do capítulo

Erros de português... FODA-SE! Não revisei porque to me sentindo péssima por não ter postado sexta-feira, como era meu planejado. Mas aqui estás.
O dono do Donatelo e do Gofure, sinto por terem perdido, mas... O livro de vocês tá intacto ainda. Então sem ódio no coração, vocês terão a vingança, mas... Não prometo a vitória, haha! >_<'
Então, espero comentários. u_u'
Quem quiser saber como são Kuraitsuki Ayame e Takamine Shou, aqui as imagens.
Ayame; - http://i687.photobucket.com/albums/vv235/BloodStreakedMoon/Anime%20Girls/Girl-1.jpg
Shou; - http://i797.photobucket.com/albums/yy259/lucava/anime%20boys/rot%20und%20gruenhaarig/Teenage_Denzel_by_semokan.jpg
E o que vocês acharam deles? >_



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