O Primeiro Dia Do Resto Da Minha Vida escrita por Mimia R


Capítulo 17
Silêncio Eloquente


Notas iniciais do capítulo

Eita, situação complicada. Aqui continua o sofrimento desses dois. Vamos ver um pouco da visão de Tuana, enquanto Felipe estava na sala de espera desesperado. E por que ela não quis vê-lo no capítulo anterior? Pois é, muita coisa acontecendo com essa menina... ;DD



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Tuana abriu os olhos assustada. Piscou algumas vezes antes de conseguir ter foco. Não sabia direito o que estava acontecendo, nem onde estava. Depois de dar uma olhada ao redor, teve certeza que estava num quarto de hospital. Ficou confusa por um instante, mas logo se lembrou do que tinha acontecido. Estava com Felipe e acordou com sangue na cama. Sangue. O que tinha acontecido com ela? Só podia ser algo grave. Ela estava ali naquela cama, cheia de coisas nos braços, mas percebeu que não sentia mais aquela dor. Ela olhou de um lado para o outro, tentando descobrir algo que mostrasse o que ela tinha tido. Nada. Só um quarto muito branco, com luzes muito brancas e com cheiro horrível de hospital.

 Ela estava começando a entrar em desespero. Foi quando viu um botão ao lado da cama e apertou. Provavelmente seria para chamar alguém. Ela já estava ficando nervosa por ficar sozinha ali. Queria ver Felipe. Por que ele não estava ali ao lado dela? Um minuto depois ela deixou o pensamento de lado porque uma mulher apareceu no quarto. Uma enfermeira, possivelmente.

- Você acordou! - A mulher disse com um sorriso que não chegava aos olhos.

 Tuana não sabia o que aquilo podia significar.

- O que houve comigo? - Ela foi direto ao assunto.

 A enfermeira ficou olhando pra Tuana cautelosamente, abrindo e fechando a boca. Mas não respondeu a pergunta dela. Aproximou-se de Tuana e começou a mexer nos equipamentos ligados a ela.

- Você se sente bem?

 Tuana não falou nada. Ficou observando a mulher, tentando decifrar algo. A enfermeira estava tentando fugir do assunto, ela percebeu.

- O que aconteceu comigo? - Tuana perguntou de novo. Dessa vez com a voz mais firme.

 A enfermeira parou de mexer nas coisas e olhou novamente para Tuana. Depois de alguns segundos ela caminhou até a porta.

- Eu vou chamar o doutor. Ele vai conversar com você. - Ela disse e saiu, deixando Tuana mais nervosa.

 Tuana ficou na expectativa. Se ela estivesse em pé, estaria caminhando de um lado para o outro. Só podia ser algo grave. A enfermeira nem tinha tido coragem de falar. Mas Tuana não ficou muito mais tempo tentando desvendar o mistério. Um médico entrou no quarto naquele momento. Ele sorriu pra ela, só que o sorriso dele foi mais sincero que o da enfermeira.

- Tuana! Como se sente? - Ele perguntou enquanto examinava-a.

 Tuana não disse nada. Só observou enquanto ele fazia o trabalho dele. Ele era bonito, ela percebeu. E novo. Deveria ter no máximo uns 30 anos. Ela ficou pensando sobre isso, e lembrou-se de Felipe. Ainda não entendia por que ele não estava ali. Na verdade, por que ninguém conhecido estava ali com ela. O médico terminou de examiná-la.

- Então? - Ele indagou. - Será que devo entender que você perdeu sua voz?

 Tuana percebeu que ele estava agindo como se estivesse falando com uma criança. Isso não poderia ser bom. Ela continuou calada. Queria ver até onde ele ia. E se ele ia contar o que estava acontecendo. Mas ele fez o contrário. Ele sorriu e se calou. Ele sentou-se no espaço da cama ao lado dos pés dela e não disse nada. Tuana desviou o olhar. Muitos minutos se passaram. Ela suspirou e resolveu falar.

- Você vai me dizer o motivo de eu estar aqui? Ou vai fugir como aquela enfermeira?

- Finalmente! Pensei que você não ia perguntar nunca.

- Pode parar de me tratar como uma criança. Seja direito.

 O doutor parou de sorrir quando ela falou isso.

- Eu sei que você não é uma criança. - Ele disse. - Mas agiu como uma.

 Tuana não entendeu.

- Do que você está falando? - Ela perguntou.

 O médico ficou calado. Ele observou Tuana. Ela ficou até sem graça por isso. Depois ele disse:

- Você quer que eu seja direto?

- Sim, seria ótimo! - Ela disse com um tom de ironia.

 Ele nem esperou.

- Você sofreu um aborto espontâneo.

 Tuana ficou olhando pra ele, ainda esperando ele falar. Como se não tivesse ouvido o que ele disse. Na verdade, ela ouviu as palavras, mas elas não tiveram nenhum significado. Não entendeu o que ele quis dizer com aquilo. Ela só conseguiu dizer:

- O quê?

- Você não sabia que estava grávida, não é?

 Aquela palavra atingiu Tuana de uma vez só. Grávida. E ficou girando na cabeça dela, enquanto ela olhava pra ele esperando ele dar uma explicação melhor. Grávida. Grávida. Grávida. Grávida... Não podia ser. Aquilo deveria ser alguma brincadeira de mau gosto. Ou ele tinha errado de paciente. Ou ela estava tendo um pesadelo.

- O quê? - Ela repetiu.

- Sim, Tuana. Isso mesmo que você ouviu.

 Ela não falou nada dessa vez.

- Você não teve nenhum sintoma? Sentiu enjoos, nada? - O médico perguntou.

 Nenhuma resposta. Tuana olhava pras próprias mãos agora. Ainda estava tentando entender o que se passava ali. O médico continuou:

- Você já estava com quase quatro meses. Você chegou aqui e precisamos fazer uma curetagem em você. É o procedimento para retirar os restos de um aborto. Não poderíamos fazer mais nada para ajudar...

- Eu estava esperando um filho? - Tuana interrompeu o que ele dizia.

 Ela não queria saber de mais nada. Só queria entender aquilo. Estava grávida! Grávida! Meu Deus! Estava esperando um filho de Felipe. E nenhum dos dois sabia disso!

- Tuana, você está bem?

- Bem? - Tuana falou. - Eu matei um filho dele...

- O quê? - O médico franziu a testa. - Não foi nada disso. Você não poderia ter feito nada, Tuana...

- Eu matei! - Ela disse em voz alta. - Ele ficou dizendo pra eu ir ao médico e eu não fui. E a gente brigou por causa disso. E eu não quis ouvir, e não procurei um médico. - Eu matei um filho dele. Eu...

(Música de cena: Russian Roulette - Rihanna)

 Tuana estava desesperada agora. Ela tinha dificuldade para respirar. Olhava de um lado para o outro, como se tentando achar uma solução.

- Tuana, se acalme. - O médico pediu. Ele ficou de pé. - Você não pode ficar agitada.

 Mas palavra nenhuma poderia acalmar Tuana naquele momento. Lágrimas desciam pelo rosto dela. E aquela palavra não saia de sua cabeça. Grávida. Grávida. Grávida... O que ela iria dizer pra Felipe? Agora só conseguia pensar nisso. O que Felipe iria dizer?

- Tuana. - O médico falou. - Seu namorado está lá fora. Junto com sua família. Ele está desesperado para vê-la. Eu vou até lá chamá-lo, tudo bem?

 Quando o médico estava quase passando pela porta, Tuana impediu.

- Não! - Ela quase gritou. - Eu não posso... Eu não quero vê-lo. Não.

 O médico voltou para o lado dela.

- Ele está lá fora faz muito tempo. Ele já brigou com o segurança, tudo para poder te ver. Ele não vai desistir.

- Ele sabe? - Ela perguntou. O médico assentiu.

 Mais lágrimas desceram pelo rosto de Tuana. Ela não podia encarar Felipe agora. Nem sabia se um dia ainda poderia. Por que isso tinha que acontecer com eles? Por que ela e Felipe não poderiam ser felizes? Por quê? POR QUÊ?!, Tuana gritava em pensamentos.

- Tem certeza que não quer vê-lo? - O médico perguntou.

- Qual seu nome? - Tuana não sabia por que tinha feito àquela pergunta, naquele momento.

O médico ficou um pouco surpreso, mas deu um leve sorriso.

- Meu nome é Alexandre. Mas pode chamar de Alex.

 Tuana não falou nada.

- Eu vou avisar aos seus familiares que você já acordou e está bem.

 Quando ela já ia sair novamente, Tuana disse:

- Alex. Não.

 O doutor Alex entendeu que ela estava dizendo que não queria ver Felipe. Ele apenas concordou e saiu. Quando Tuana percebeu que estava sozinha, começou a chorar alto. Começou a soluçar. Ela iria gritar se não estivesse num hospital. Ela chorava por causa daquela situação. Chorava por Felipe. Porque ela já sentia um vazio em seu coração. Como ele já soubesse que aquela situação talvez fosse acabar com tudo. E ela chorava também pelo filho que ela nem sabia que teria. E que agora não teria mesmo.

 Algum tempo depois aquela mesma enfermeira entrou no quarto novamente. Ela estava cautelosa. Os olhos de Tuana estavam bem vermelhos, mas ela tinha parado de chorar agora. A enfermeira trocou o soro de Tuana. Quando ela já ia embora, Tuana que não olhava pra ela, ouvi-a dizer:

- Sinto muito. - E saiu.

 Mais uma vez sozinha Tuana teve vontade de chorar de novo. Mas não iria. E ficou grata por não ter feito isso, porque sua mão entrou no quarto naquele instante. Tuana sentiu uma vergonha repentina. Não sabia o que sua mãe iria dizer. Ela parou ao lado da cama e ficou olhando pra filha. Tuana não teve coragem de encarar a mãe. Ficou olhando por pés. E o que a mãe dela fez foi segurar a mão dela. Tuana fechou os olhos, porque teve vontade e chorar mais ainda com aquela atitude da mãe.

- Está tudo bem agora, minha filha. - A mãe dela disse.

 Tuana segurou a mão da mãe também. E começou a chorar novamente. A mãe dela a abraçou. Tuana colou sua cabeça no peito da mãe enquanto soluçava. A mãe dela agora chorava também. As duas ficaram assim por um tempo. Quando Tuana se acalmou, elas se separaram.

- Eu não quero falar sobre isso. - Tuana disse rapidamente, antes que a mãe tocasse no assunto.

- Você não precisa falar. - Dona Ana disse.

 Mais um minuto de silêncio. Tuana queria perguntar sobre Felipe. Mas não precisou.

- Felipe estava lá fora. Ele foi embora.

- Ele foi? - Tuana indagou. Por mais que não quisesse vê-lo, ela ainda esperava que ele entrasse ali no quarto a qualquer momento. Como ele faria se fosse em outra ocasião qualquer. Mas ali era mais delicado.

- Sim. Ele ficou aqui o tempo todo. Ele brigou com um segurança. Queria brigar com o doutor porque ele não o deixava vê-la. E quando o doutor disse que você não queria vê-lo, ele ia entrar aqui a força mesmo. Mas o seu pai não deixou.

 Tuana ficou preocupada.

- O que ele fez? Meu pai? - Ela perguntou com medo que os dois tivessem brigado.

- Nada. Só fez o Felipe ir embora. Só isso. Mas ele saiu bem transtornado daqui.

 Tuana fechou os olhos, imaginando.

- Por que você não o deixou vê-la? - A mãe perguntou.

- Eu não posso encará-lo. Pelo menos não ainda.

- Tudo bem. Eu entendo você, minha filha.

 As duas ficaram ali em silêncio. Depois os outros familiares de Tuana foram entrando, um de cada vez pra ver como ela estava. Nenhum deles comentou sobre o aborto. Apenas se mostram felizes por ela estar bem. A última pessoa que entrou foi o pai dela. Eles conversaram um pouco, até que ele falou:

- Tuana, eu não quero mais você com aquele Felipe.

 Tuana pensou ter ouvido errado. Mas a voz do seu pai foi bem autoritária.

- Pai, não é tão simples...

- É muito simples. Você está nesse hospital por culpa dele. Então você vai tirá-lo da sua vida a partir de hoje.

- O quê? Não foi culpa dele. Ele não fez nada...

- Foi ele que fez isso com você. Você é só uma menina...

- Pai! Eu não sou uma menina. E ele não me forçou a fazer nada! Fizemos juntos, e porque os dois queriam. E porque nós nos amamos!

- Isso é amor? Você está aqui agora, nesse hospital, e ele está lá fora. Ele fugiu...

- Porque o senhor o mandou embora! - Tuana gritava. - Ele não tem culpa de nada! A culpa é toda minha! Eu não vou deixá-lo. Nunca! Não importa o que mais aconteça! Nada nem ninguém vai conseguir nos separar! Nunca!

 Tuana dizia tudo aquilo tentando acreditar nas palavras. Mas no fundo, algo a impedia de acreditar...

 Os dois teriam ficado ali discutindo, se o doutor não tivesse aparecido e mandado o pai dela sair. Tuana estava agitada demais, já chorava novamente. O médico disse que ela não podia ficar daquele jeito, ou demoraria para ter alta. Mas ela não conseguia acreditar nas coisas que o pai tinha dito. Já não bastava pelo que ela estava passando...

 Tuana ainda teve que passar mais uma noite no hospital. Pela noite, ela não conseguia dormir. Sua mãe queria ter dormido lá com ela, mas Tuana queria ficar sozinha, então pediu ao médico que não deixasse sua mãe ficar lá, nem ninguém. Estava acordada, e já deviam ser mais de duas horas da madrugada. Ela virou de lado na cama e viu o seu celular numa mesinha. Ela pegou. Olhou pra ver se tinha alguma chamada perdida, ou alguma mensagem de Felipe, mas não tinha nada. Ela ficou olhando pra tela do celular por muito tempo. E decidiu ligar pra ele.


 Felipe estava em sua casa. Não conseguia dormir. Estava deitado em sua cama, mas não conseguia fechar os olhos. Sempre que tentava, imagens de Tuana na cama coberta de sangue invadiam sua cabeça. Ele abria os olhos rapidamente e piscava tentando apagar aquilo. Mas não adiantava. Ele só conseguia pensar nisso e no fato de que a garota que amava tinha estado grávida e perdido o bebê. E que ela não queria vê-lo. E lembrava-se do pai dela dizendo pra ele sair porque não era bem vindo... Ele só tinha saído por causa dela. Só! Ele estava com raiva. Muita raiva. Sentia vontade de quebrar coisas. Foi quando ouviu o celular tocar. Ele nem precisou pegar pra ter certeza de quem seria ligando uma hora daquelas. Quando olhou o visor do telefone, confirmou. Era Tuana. Ele não sabia se ficava feliz ou não. Então atendeu, mas não falou nada.

 Tuana o ouviu atender o celular, mas não falar nada. Ela também não falou nada. Queria ouvir a voz dele, pra ver se ele estava magoado com ela, ou com raiva, pra ver se ele sentia qualquer coisa por ela ainda. Mas só o que ouvia era a respiração dele do outro lado da linha. E Felipe ouvia só a respiração dela também. Eles ficaram assim durante muito tempo. Felipe estava aliviado por poder ouvir ao menos aquilo dela. Mas ele não conseguia falar nada. Sabia que não estava preparado pra falar ainda.

 Depois do que parecia uma eternidade de silêncio, Felipe conseguiu perceber que Tuana chorava do outro lado da linha. Ele cerrava o maxilar. Queria dizer alguma coisa, qualquer coisa pra fazê-la parar de chorar, fazer ela parar de sofrer. Mas não conseguiu. Quando ele parou de ouvir os pequenos soluços dela, pensou que ela tivesse desligado. Mas olhou a tela do celular e viu que não. Foi quando ela falou:

- Me perdoa. - Tuana disse e desligou.

 Felipe tirou o celular do ouvido e ficou olhando pra tela. Quase ligou novamente pra ela, mas não o fez. Ele só voltou a deitar a cabeça no travesseiro e olhou pro teto. Poucos minutos depois ele conseguiu, finalmente, dormir.

 No hospital, Tuana continuava chorando depois de desligar. Tinha certeza que Felipe estava muito magoado com ela. E isso a estava matando por dentro. Não sabia como iria ser depois que saísse do hospital. Não sabia como seria sua vida dali pra frente. Ela dormiu com o rosto banhado por lágrimas.

No dia seguinte, Tuana recebeu alta. O doutor Alex se despediu dela, e pediu que ela se cuidasse. Tuana gostava daquele médico, mas não sabia o porquê todas as vezes que esteve com ele ali, ela nunca retribuiu um sorriso dele. Simplesmente não conseguia. Ela foi embora e respirou mais aliviada o ar puro, que não tinha cheiro de álcool.

 Quando ela chegou em casa, foi direito para o quarto. Ela estava sozinha com a mãe. O pai dela estava no interior, como sempre. Tuana agradeceu a Deus por não ter que encontrar o pai por enquanto. Lá no seu quarto, ela viu que sua mãe tinha arrumado tudo. Estava em perfeito estado. Mais uma pessoa tratando ela como se fosse uma criança. Ela sentiu em sua cama. A cortina estava aberta, ela fechou. O quarto ficou escuro. Ela tentou deitar na cama e descansar, mas não conseguia. Ficava se remexendo de um lado para o outro, lembrando-se dela e Felipe ali, e o sangue depois.

 Por fim ela saiu da cama e sentou no chão, encostada no canto da parede. Ela abraçou as pernas e encostou a cabeça nos joelhos. O quarto já estava ficando quente, e ela já estava suando. Mas ela não se importava. Ela começou a chorar. Não sabia como poderia ainda ter lágrimas, porque já tinha chorado muito. Ela chorava e chorava. Soluçava. Pensou que ali naquele momento, realmente parecia uma criança chorando por causa de uma boneca perdida. Mas no caso dela, era mais real que isso... Ela passou muito tempo assim. Já devia estar escuro lá fora, porque seu quarto agora estava uma escuridão completa. Ela só via luz por baixo da porta. Foi quando ela viu uma sombra parar em frente ao quarto dela. Tinha certeza que a mãe dela iria entrar no quarto. Abriram a porta. Ela fechou os olhos. 

 Felipe entrou e viu Tuana no canto do quarto, sentado no chão e chorando no escuro. Ele caminhou até ela e sentou ao seu lado. Tocou no braço dela. Tuana abriu os olhos e levantou a cabeça pra ver quem era. No escuro, Felipe não teve certeza, mas viu nela uma expressão se total surpresa. Na hora que ela viu que era ele, ela se afastou e colocou as mãos no rosto. Ela estava envergonhada. Sem dizer nada, Felipe se aproximou novamente dela. Ela estava agora entre a parede e ele, não podia mais se afastar. Felipe abraçou-a. Tuana se derramou em mais lágrimas. Felipe não queria, mas chorou também enquanto a abraçava. Tuana tirou as mãos ao redor das pernas e colocou em volta de Felipe. Eles ficaram sofrendo juntos durante um tempo. Só eles sabiam pelo que cada um dele estava passando.

 Um tempo depois, eles pararam de chorar. Mas continuaram abraçados. Felipe pegou no queixo de Tuana e a fez olhar pra ele. Tuana tentou desviar, ainda estava com vergonha de encará-lo, mas ele não deixou. Quando ela finalmente olhou pra ele, ele fez questão de olhá-la bem dentro dos olhos. Tuana quase podia sentir a profundidade do olhar dele dentro dela.

- Você não tem que ter vergonha de nada. - Felipe disse.

 Tuana fechou os olhos, que estavam bem vermelhos, e mordeu os lábios.

- Tuana. - Felipe pronunciou o nome dela com suavidade. Ela olhou pra ele novamente.

 Felipe a beijou. Um beijo que continha desespero, medo, mágoas, desculpas... Um beijo que dizia tudo pelo o que eles estavam passando. Tuana ainda estava atordoada. Primeiro não acreditava que Felipe estava ali. Depois, ainda tinha vergonha de encará-lo. E agora ele a estava beijando. Ele parou e ficou novamente encarando-a bem dentro dos olhos. Parecia que ele estava tomando uma decisão, estava pensando sobre. Tuana queria desviar o olhar, mas dessa vez não conseguia. Mas ela realmente não esperava e nem estava preparada para o que ele disse em seguida:

- Tuana, casa comigo?



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Notas finais do capítulo

Aaaaaaaaaaaah, e aí? O que acharam? ME DIGAM!!! Eu estou cheia de ideias pra essa fic!! Essa semana demorei por escrever porque eu estava tendo prova, mas consegui finalmente postar. Gostaram do capítulo? Esse final veio sem querer. O que acham q a Tuana vai dizer? Reviews!!! :DD



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