Save Me From The Nothing Ive Become escrita por KáAndrade


Capítulo 1
Bring me to life.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/248248/chapter/1

— Vamos logo! — Felipe bateu na porta de Ana, gritando. — Estamos atrasados!

— Cala á boca — Ana soltou, abrindo a porta e descendo as escadas atrás de seu irmão. Ana estudava na faculdade de Manchester, na Inglaterra, e fazia economia. Ramo totalmente diferente de seu irmão, que estava fazendo o segundo ano de Direito. E também, diferente de seu irmão, que era o queridinho dos pais, avós e tios, Ana era tratada como um caso perdido. E ela era. Desde que se conhecia por gente, era assim, cheia de erros e nunca um ponto, sempre tinha um final que não era previsto por ninguém. Não tinha amigas também. Sua mãe, Fernanda, levou ela ao psiquiatra mas desistiu depois de alguns meses, quando percebeu que não faria diferença alguma.

— Quer parar de ser assim? — Felipe pediu.

— Desde criança eu sou assim, não se acostumou ainda, maninho? — Ela riu.

— Achei que você mudaria depois de tudo o que aconteceu com nossa família. — Eles entraram no carro e Felipe deu partida.

— Não sei se posso considerar vocês como família — Foi tudo que ela disse.

— Eu acho...

— Por favor, não vamos mais fazer isso. Já sei o que vai dizer e não estou com vontade de ouvir seu discurso. — Falou. — Já disse á você, quando completar 20 anos, vou ir embora de suas vidas, e vocês poderão viver tranquilos sem a garota-problema — Ela riu fraco e o silêncio se instalou no carro até que chegaram á faculdade. — Até mais tarde. — Bateu a porta do carro e se encaminhou para a sua sala.

— Srta. Shaw? — Rupert, o seu professor, a chamou.

— Sim? — Ela virou-se pra ele.

— Eu acho que, para compensar seu ultimo mês, vou lhe dar um trabalho para fazer com, hum... — Ele ergueu uma lista, com os nomes de seus alunos. — Com o Daniel, pode ser? — Ele levantou o olhar pra ela.

— Quem é Daniel? — Ana perguntou, tentando lembrar-se dos garotos que estavam estudando com ela, mas ela não sabia o nome de nenhum, na verdade.

— Como?

— Quem é Daniel? — Repetiu. — Eu não me lembro dele. Na verdade, não sei o nome de nenhum colega meu, professor. — Ele sussurrou alguma coisa inaudível, mas depois voltou-se pra ela.

— Daniel é o garoto que toca violão... Moreno, alto, olhos castanhos...

— Oh! — Ela soltou, lembrando-se do garoto. — Sim, professor, tudo bem. Eu faço o trabalho com ele.

— Ótimo. — Ele disse, sentou-se em sua cadeira, quando todos começaram a entrar na sala. Ana percebeu que o garoto, Daniel, sentava-se a uma cadeira de distância dela, mas, ela nunca tinha reparado porque geralmente viajava nas aulas. E hoje não seria diferente. Acordou de seu devaneio quando o professor chamou o nome de Daniel. — ... então, você vai fazer o trabalho com Ana, já que ambos não superaram minhas expectativas mês passado. — Daniel virou-se para ela, e seu sorriso se transformou em uma careta. Ana sabia que ele não gostava dela.

— Ela? — Ele perguntou, ressentido.

— Sim. Sim, Daniel. Algum problema?

— Algum problema? Bom, eu tenho muitos problemas aqui... — Ele respirou fundo, fechou os olhos e continuou. — Não, professor. Problema algum. — Sorriu amarelo para Ana.

— Certo, então é isso. A aula está encerrada. — Todos levantaram de suas carteiras, e Ana correu ao encontro de Daniel antes mesmo de ele chegar á porta.

— Daniel? — Ela sussurrou, e ele virou-se, surpreso.

— Ana, não é? O que quer? — Perguntou.

— Hum, eu queria saber... Eu te fiz alguma coisa? — Ele a olhou confuso. — Sabe como é, sei que não sou nem de longe a pessoa mais agradável do mundo, mas como você pode não gostar de mim antes mesmo de me conhecer?

— Hum... Desculpe. Não leve para o lado pessoal. Só não gosto de você. Assim como toda a classe. — Deu um meio sorriso. Ela ficou paralisada.

— Então como... Como vamos fazer esse trabalho? — Ela perguntou, atônita.

— Eu não sei. Faça sozinha, e depois coloque meu nome. — Disse, e continuou andando para fora da sala, que estava vazia exceto pelos dois.

— Não. — Ela segurou seu braço fortemente. — Eu não vou me ferrar mais uma vez. Vamos fazer esse trabalho juntos. Você vai ir para minha casa, amanhã, tudo bem? Vamos começar a trabalhar nisso amanhã. Depois da aula. — E com isso ela se encaminhou para fora da sala de aula, torcendo para não ser seguida por ele. Assim como ele, ela mal o conhecera e já o odiava. A viagem de volta para casa foi, como sempre, silenciosa. Assim que Ana chegou, subiu para seu quarto e o trancou. Tomou um longo banho, se arrumou com uma jaqueta quente e uma blusa do AC/DC, ligou seu rádio no último e entrou em seu computador. Nem sabia ainda porque tinha o tanto daquelas redes sociais, facebook, msn, twitter... Porque, ela não tinha realmente ninguém para conversar. A não ser... Tem um garoto. Ela logo rolou a seta do msn para procurá-lo. Ele estava lá, como sempre.

Ana. diz:

Oi.

A.X.L diz:

Oi Ana. Como foi o seu dia?

Ana. diz:

Horrível como sempre, e o seu?

A.X.L diz:

Melhorou consideravelmente a partir do momento que você veio falar comigo. Mas então, me diz...

Ana. diz:

O meu professor, aquele velho, Rupert... Ele me disse que tenho que fazer um trabalho com um tal de Daniel... Bom, estava tudo bem, até eu perceber que esse Daniel me odeia, assim como a sala toda.

A.X.L diz:

O que ele te disse?

Ana. diz:

Alguma coisa como... “Não é nada pessoal”

A.X.L diz:

E você?

Ana. diz:

Na hora que ele falou eu fiquei meio sem fala... Mas depois disse que ele faria o trabalho comigo de qualquer jeito.

A.X.L diz:

Nada mais? Posso ficar tranqulo?

Ana. diz:

Claro que pode. Bom, eu acho. Vou sair. Até amanhã.

A.X.L diz:

Ana.

Ana. diz:

Oi?

A.X.L diz:

Eu te amo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Save Me From The Nothing Ive Become" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.