Como Apenas Conhecidos escrita por dream3r
Durante a aula, olhei de canto de olho e Marcos, ou simplesmente Mark (ainda não decidi como vou chamá-lo) olhou pra mim com um ar de dúvida, talvez pensando como poderia não me conhecer depois de mais de 2 anos estudando juntos. Bom, isso eu não sei, mas sei que ele me olhou diferente depois daquele dia e até me dava alguns “olás” no início das aulas ou do clube, mesmo. Ele ficou diferente comigo, até que um dia as coisas não passaram só de “olas” e ele tentou uma aproximação mais próxima, se é que posso chamar assim.
-Hey, Elisabeth!
-Olá, respondi.
-Como vai, minha mais “nova” colega?
-Bem obrigada!
-Estou bem também, obrigada pelo interesse.
-Claro!
Quando estava virando as costas a ele, ele perguntou:
-Posso lhe perguntar uma coisa?
-Dependendo do que for, sim.
-É algo bom, fique tranqüila.
-Ok, prossiga.
-Qual o seu verdadeiro interesse no clube de poesia? Garotos?
Dei um leve risada de desprezo em sua cara e respondi:
-Bom, eu acho poesia um tanto profundo. Não sei escrever tão bem quanto alguns poetas por ai, mas curto ler poemas. E você?
-Bom eu...
-Ah peraí! – interrompi – pela garotas né?
-Bom, eu iria dizer porque fui convidado pelo professor.
-Como? – perguntei sem entender. – você precisa de pontos extras pra passar na matéria dele?
-Não, pelo contrário. Sou compositor e ele leu algumas letras minhas e achou que tenho dom para poesia
Espantada e um tanto curiosa, retruquei-o mais um pouco:
-E por que veio contar isso pra mim?
-Bem, o pessoal aqui não é um tanto amigável, se é que você me entende?
-Sim, percebi-se – comentei
-Então achei que como você tem uma cara de alguém um tanto amigável, tentei me aproximar de você essa semana.
-POR QUÊ?
-Eu posso compor, cantar, tocar, jogar, ter garotas..
-Ok, já entendi – interrompi novamente – mas aonde quer chegar com isso?
-Queria que fossemos amigos, topa? – falou, estendendo a mão para mim.
-Tudo bem, mas continue me chamando de Elisabeth, até que eu diga o contrário.
Com um sorriso um tanto fofo até, ele apertou minha mão, como se estivéssemos fechando um negócio e saiu conversando comigo sobre alguns assuntos um tanto interessantes pra alguém que segundo eu julgava ser do tamanho de uma azeitona e totalmente fútil.
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