Annabeth Liddel POV

Ual. Duzentas mil pessoas na frente do AMC gritando Wine Red. Ual.

- Isso é real? – Eu pergunto às garotas que estão fazendo a passagem de som e Judi entra no camarim.

- Muito real. Tem até gente indo embora por que o square não suporta tanta gente! – Judi nos ajuda com os instrumentos e a maldita maquiagem e nós esperamos nas coxias. Ual novamente. O ensurdecedor barulho das pessoas se matando pra poder caber no lugar é animador. Segundos depois nós nos ajeitamos no palco e Joan faz um pequeno solo de You Drive Me a Wild e a galera vai à loucura.

Você sabe que quando está perto você realmente me excita

É por isso que eu sinto tanto a sua falta quando você se vai

Venha, venha e me leve pra casa

Por favor, fique, não me deixe sozinha.

Você me deixa selvagem

Oh, você sabe que deixa

Você me deixa selvagem

Você sabe que eu preciso de você.

(...)

- Véi, na boa. O que que foi aquilo? Vocês são muito fodas! O mosh da Anna foi muito louco! – Finalmente o CC falou algo que prestasse.

                        - Ah é, CC? Interessante. – Interessante é o meu joguinho do IPhone isso sim. Morre, aranhazinha! Morre!

                        - Você nem ta prestando a atenção em mim, vaca tetuda.

                        - Que humilhação. Não me chama assim. Nem peito eu tenho! Sou uma magricela com uma cabeça fora dos padrões também, não esqueça desse detalhe.

                        - Ah é.

                        Detalhe: CC que não sabe dirigir está me levando pro hotel junto com a Cady. Por quê? As meninas resolveram se embebedar lá no local do show mesmo. E o Andy me mataria se soubesse que eu andei bebendo e a Cady ta buchuda e não pode beber também.

                        - Cala a boca eu estou com sono e quero comer um Big Mac. – A Cady quase roncou as palavras de tanto sono. Vale ressaltar isso.

                        - Pára ali no McDonalds que fica na frente daquele posto, CC. Eu também to com fome.

                        (...)

                        - Três Big Macs, três refrigerantes diet e a conta, por favor. – CC muito inteligente sempre inovando as suas falas. – Já vai chegar, Cady. Para de gemer.

                        - To com fome. Fome. Fome. Fominha.

                        - Parece uma criança! – Reviro os olhos e começo a roer um palito de dente ferozmente. Qual é? To com fome mesmo!

                        - Por que o resto dos magrelos não vieram mesmo? To chatiada com eles. – Cady colocou o rosto entre as mãos pra não dormir.

                        - Ashley teve que ir tirar o gesso do braço e o Andy e o Jake foram levar ele.

                        - E o Jinxx? – Como se eu me importasse. Humpf. Mas tem que perguntar né. O Jinxx é igual parente do interior... Você não gosta. Mas tem que aprender a conviver.

                        - Ele estava com vocês lá no camarim! Não estava?

                        - Não. – Presságio, gente. Eu e a Cady repetimos juntas.

                        - Talvez ele estivesse pelas redondezas ou na platéia então. Mas enfim, olha! O nosso sanduba chegou!

                        - Aff, finalmente vou encher o meu bucho e o meu filho. – Jesus, Maria e José! A Candice praticamente enfiou o sanduíche todo na guela!

                        Papai do céu, vigie esta pobre alma que vive dentro dela...

                        (...)

                        - Ai meu pâncreas, quero minha caminha! – Logo que cheguei no meu quartinho do hotel tirei meu all star e coloquei um chinelo bem molinho e gostoso.  Demoramos duas horas e meia lá no McDonalds, mais duas horas no engarrafamento do capetinha e mais meia hora pra achar o hotel. Ê, maravilha. São quase quatro na madruga agora.

                        - Oi gata, to morto.

                        - Eca garoto, veste uma roupa! – Visão do inferno: Andy só com as roupas de baixo jogado na cama. Ai ai... – Mas e aí, como foi lá com o Ashley? Pra começar, conseguiram achar um hospital aqui?

                        - Foi difícil mas a gente achou. Acredita que tivemos que andar um tempão à pé? Por isso que eu to cansado. Mas deu tudo certo, o Ash só vai ter que tomar uns remédios com nomes esquisitos pra desinflamar o braço.

                        - Remédios tem nomes esquisitos mesmo.

                        - Ah é. Anna... Vem aqui comigo. Deita aqui. Me abraça.

                        - Ta esquisito. – Eu acaricio a sua cabeça e me deito ao seu lado. Dou uma risadinha.

                        - Me chama de amor. Por favor. Diz que me ama Anna!

                        - O que aconteceu? Ta com cara de quem aprontou!

                        - Nada eu só... Tenho medo de ficar longe de você. Me desculpa por não ver voc~e lá no show e... Ah!

                        - Calma! Ei... Sempre com você. Prometo isso. Vou estar sempre com você. Sabe que eu te amo mas para com isso você ta muito estranho... Aprontou alguma?

                        - Err... Não. Vamos dormir. To muito cansado e não quero encher o seu saco.

                        - Seja lá o que você fez, me deixou preocupada. Fala pra mim!

                        - Não foi nada!

                        - Então aconteceu alguma coisa!

                        - Anna, não quero uma DR agora ta? Me abraça aqui e vamos dormir.  

                        Melhor obedecer né. Mas o que será que aconteceu?

                        (...)

                        Eu dormi até tarde. Acordei até antes do que eu imaginei, duas da tarde. O clima está quente, e o sol está tão brilhante que os seus raios atravessam o tecido escuro das cortinas e fazem meus olhos arderem. Malditos raios. Cadê o meu amor? Não é assim que ele quer que eu o chame? Enfim...

                        - Andy! – Eu chamo, uma, duas, três vezes e abro a porta do banheiro. – O que você... Nossa, se eu fosse mais nova deixaria você me comer gatinho!

                        - Gostou? – Andy cortou o cabelo... Ai meu deus. O que mais ele vai inventar agora? Usar ombreiras?

                        - Ficou legal. Só deixa eu cortar um pouquinho aqui e... É, ta lindo. E sobre ontem... Acho que me intrometi demais, me preocupei demais. Tudo bem.

                        - Eu que equivoquei. Fui muito fresco também. Gayzinho. Me desculpa. Te amo.

                        = T-também te amo.

                        Eu vou descobrir essa história. Eu sei quando você mente Andrew. Eu sei quando você mente. E se Joan estiver metida nisso... Cabeças irão rolar.