Thor observou junto aos seus pais enquanto a mortal, Rose, cuidava de Loki. A magia de Odin tornava aos três invisíveis ao olhos humanos. Frigga não tentava esconder as lágrimas que tinha nos olhos ao se despedir do filho adotivo. O pedido de Loki era que ninguém se lembrasse dele, nem Thor nem ninguém mais, até mesmo seus pais. Pacientemente Odin lhe havia explicado que epenas ele se lembraria do filho, mas que seu pedido seria acatado. Assim, a memória de todos os mortais quanto ao que acontecera sobre o alienígena e deus nórdico Loki tinha sido apagada e transformada, de forma que ninguém poderia reconhecer seu rosto.

- Pai, eu só queria me despedir dele - pediu Thor, pela última vez. Ele não queria se esquecer do irmão, mas sabia que não havia volta na palavra do Pai-de-todos.

O rei de Asgard assentiu, para alívio do príncipe herdeiro.

Thor aproveitou quando Rose saiu um pouco do quato para comer alguma coisa depois que o amigo adormecera para adentrar no hospital para ver seu irmão. estava vestido como um mortal para não levantar suspeitas sobre sua identidade. Sem problemas, entrou no quarto do paciente "Tom", fechando a porta atrás de si.

Os olhos do agora mortal Deus da Trapaça estavam fechados quando o Deus do Trovão sentou na cadeira ao lado da cama e segurou sua mão. Com o contato, duas íris verdes ficaram à mostra e varreram o quarto até encontrarem a cor azul dos olhos daquele que o fitava.

Tom se encolheu ao perceber a presensa do estranho em seu quarto. Rose não estava em nenhum lugar onde a pudesse ver. Tentou libertar a mão que o segurava, sem sucesso.

- Não tenha medo - a voz de Thor era baixa e suave, como raramente era. - Eu só vim para me despedir.

As palavras apenas confundiram o moreno.

- Onde está Rose? Q-quem é você?

- Sua amiga Rose logo estará aqui com você, não se preocupe. Ela aproveitou que você dormiu para ir comer alguma coisa. Quem eu sou... isso não importa mais, na verdade.

Tom viu a tristeza se apoderar dos olhos do estranho. Sentiu que conhecesse aquela forma de olhar, mas novamente a cabeça lhe doía ao tentar recordar. mas isso não incomodou porque se sentiu, de uma forma bem estranha, tranquilizado com aqueles olhos.

- Loki... você não vai se lembrar de mim depois que eu for embora, nem eu me lembrarei de você. Mas eu gostaria que soubesse que eu o amo, meu irmão.

- Por que me chamou assim? Loki? Irmão? Eu não vou me lembrar... mas eu quero! Você tem algo a ver sobre minha falta de memória?

Thor podia ouvir o traço de desespero surgindo na voz do menor.

- Shhhh... Não tenha medo. Eu só não posso responder a essas perguntas, sinto muito. Logo tudo ficará bem, eu só precisava dizer adeus.

- Mas está indo para onde? Fique... - Tom não entedia o motivo de pedir isso, arrependeu-se imediatamente por o ter feito.

- Eu queria, mas não posso. - Thor levantou-se, pairando sobre o irmão. Aproximou-se lentamente dele e depois lhe beijou a testa, sabendo muito bem que em tentos passados seriam os lábios dele o seu alvo.

Tom não podia controlar as lágrimas que lhe subiram aos olhos. Era como se seu mundo tivesse ruído. Tudo era o caos. Sentiu como se o caos um dia lhe pudesse ter feito sentido, mas agora ele era apenas desesperador.

- Para onde você está indo, leve-me junto! - gritou subtamente.

Thor sorriu levemente. Estava se afastando.

- Adeus Loki.

O mundo foi engolido por uma forte luz branca.