POV Narradora

Julie voltou para o seu quarto à noite e dormiu. Pela manhã, tomou o café da manhã, voltou para o quarto e ficou escutando música enquanto lia um livro. O celular da Julie tocou e ela foi atender.

- Alô?

- (Como vai aí?) – Demétrius perguntou num tom de voz impressionantemente calma.

- Normal. Não aconteceu nada de novo. – Julie bufou entediada. – Fiquei sabendo que o Félix me acusou para o Daniel. Ele, no entanto, não acreditou nele.

- (Hum... Perfeito. Era o que eu queria.) – Demétrius pausou e pigarreou. – (Eu estava vendo as notícias que aparece a foto do Daniel com você. Não dá pra perceber que é você, a não ser que se olhe bem de perto e por um bom tempo. Você está meio de lado e o cabelo ficou quase todo no seu rosto. Ainda bem que você deixou o cabelo solto. Até notarem que é você na foto, você já estará longe.) – deu outra pausa. – (Você tem tomado cuidado com os paparazzis, não é?).

- Tenho sim. – pausou. – Era só isso que você queria falar.

- (Na verdade não. Leona quer falar com você.) – pausou. – (Vou passar para ela.).

Julie esperou alguns segundos.

- [Julie... Demétrius me disse que algumas coisas têm dado errado. Eu já disse a você o que você tem que fazer.] – pausou. – [Ah... Eu já tirei as fotos. Ficaram muito boas. Agora falta muito pouco. E antes que eu me esqueça... Tenta ganhar a confiança dos outros dois. Ouviu?].

- Sim. – Julie respondeu apenas.

- [Ótimo. Falamos-nos mais tarde.] – disse e Leona desligou.

Julie respirou fundo. – Droga... Por que eu fui aceitar isso? Por quê?

- Eu sei o porquê. E você também sabe. – Dora disse aparecendo e sentando ao lado de Julie, além de entregar uma folha de um diário amassada.

- Onde você encontrou isso?

- Achei nas suas coisas, Julie. Por que não me contou isso?

- Não queria que você soubesse disso. Eu precisava desabafar com alguém, mas não tinha ninguém e eu não queria te contar. Então escrevi no meu diário. Esses dias eu fui ler, fiquei com raiva e arranquei a folha. Não devia mexer nas minhas coisas. Você sabe que eu não gosto.

- Eu sei disso. Por isso mesmo que eu mexi. Eu não gosto que me esconda nada. Sempre fomos tão amigas, meu anjo. – disse abraçando Julie de lado. – Por que não me deixa te ajudar? Hein?

- Não dá, Dora. E você sabe disso. Não quero você metida nisso tudo. Você é uma pessoa tão boa, com um coração tão grande. Você não deveria cuidar de mim, muito menos se preocupar com uma pessoa como eu que só faz coisas ruins com outras pessoas.

- Querida, não fala isso. Você é um anjo. O meu anjinho. – disse sorrindo. – Eu sei que você não faz por mal, que você é obrigada a fazer tudo isso. E eu vou cuidar e me preocupar com você minha vida toda se for preciso.

- Ah Dora. – Julie disse chorando muito e abraçando fortemente a mulher ao seu lado.

- Vai dar uma volta por aí, querida.

Julie assentiu e saiu. Ainda na porta do quarto viu Daniel saindo do quarto do Félix. Ele a viu e fez um gesto como a chamando e ele foi até a porta do quarto. Julie fechou a porta atrás de si e caminhou lentamente até Daniel. Enquanto caminhava, Julie ficou pensando o que Leona a disse a pouco. “Eu já disse a você o que você tem que fazer.” As palavras ecoavam sem parar na cabeça de Julie. “Eu não posso fazer isso. Vou me sentir mais suja do que já estou sentido.” Julie pensava. “Ela deve querer que eu ganhe a confiança de Daniel”. Julie balançava a cabeça tentando se libertar desses pensamentos.

Julie entrou no quarto. Daniel pediu que ela fechasse a porta e ela o fez.

- Tem muito tempo que não conversamos.

Julie sabia do que ele falava. – Mas nós nos vimos ontem, Daniel.

Daniel riu baixo. – Senta aqui. – ele se sentou na cama e apalpou um lugar do lado para que Julie sentasse. Ela sentou.

Julie olhou nos olhos de Daniel e se lembrou de algo que Leona disse.

~flashback on~

– Julie, se lembre de tudo o que eu disse. Ouviu? – ela disse.

- Eu não devo fazer isso. Não é certo. E se ele não quiser? – pergunta Julie com uma voz amedrontada.

- Ele vai querer. Ele é homem. São todos iguais.

~flashback off~

- Você estava com saudades de mim? – Julie disse forçando um sorriso malicioso, entrando em seu “personagem”.

- O que você acha? – ele disse.

Eles começaram a se beijar. O beijo era furioso e cheio de desejo. Daniel deitou Julie, ficando por cima. Ele tirou sua camisa e tirou a blusa de Julie. Ele começou a distribuir beijos por todo rosto, pescoço e colo de Julie. Voltou para os lábios dela o beijando. Levou a mão até a barriga de Julie, depois até os seios, os apalpando com carinho. Julie suspirou e levou a mão até o membro dele, por cima da calça. Esse já estava bem desperto. Julie se atreveu massagear o membro dele por cima da calça. Daniel gemeu em meio ao beijo e começou a massagear um seio de Julie por debaixo do sutiã. Uma batida na porta os interrompe. Julie se veste rapidamente e Daniel também.

- Daniel. Posso entrar? – era o Félix.

Julie saiu do quarto sem falar nada. Félix entra no quarto dele com uma cara levemente espantada.

- O que ela estava fazendo aqui?

- Nada. – Daniel respondeu grosseiramente.

- Daniel... Cara... Eu já te disse para você não andar com essa garota.

- Ah Félix. Não enche. Ela é legal. Você nem conhece ela e fica julgado. E além do mais, a vida é minha e dela, cuido eu. Não quero ninguém se metendo nela. Nem você nem ninguém. – Daniel disse meio irritado.

- É isso mesmo? Estamos brigando por uma qualquer? Não acredito. Ela é uma garota que a gente nem conhece direito. Ela simplesmente apareceu nas nossas vidas e você a trata como se fosse uma “amiga” de infância. – disse fazendo as aspas com os dedos no ar. – E eu que sou seu amigo há anos. A minha opinião não conta? Você a venera por qualquer coisa que ela faz. Você vai mesmo preferir ela a seus amigos.

- Ta. Foi mal. Mas ela tem me ajudado muito. Me apoiado. E vocês que foram andar de iate na primeira vez e não esperaram por mim, hein?

- Peraí... Ela me disse que você estava com dor de cabeça e foi dormir. Além disso, eu achei essa sua “soneca depois da dor de cabeça” muito estranha. Eu aposto que isso tem a ver com aquelazinha. Ela foi a última pessoa que te viu.

- Ah, peraí você. O que você está supondo? Que ela me fez ficar com dor de cabeça como que por mágica só pra que eu não fosse. Agora você exagerou.

- Olha. Não quero mais discutir com você. Vou voltar para o meu quarto e você fica aí com a sua consciência. Espero que você não se arrependa.

- Ta. Vai. – ele disse e Félix saiu.

Ele bufou como se estivesse se acalmando. Se jogou na cama e passou o resto do dia pensando.