–Arrrghhh - eu gritei assim que entrei no nosso G6 que tocava uma música melosa de amor – Por quê?Por quê? – Eu perguntei para as caixas de som enquanto minha mãe me olhava assustada. – Posso trocar de música, mamãe?

– Qual é problema desta música?-Coloquei a mão na testa e a franzi

– Na casa da Olivia, na Rua da Chelsea, enquanto me despedia da Jade... Não para evitar.O que está acontecendo com vocês? – “Na verdade, o que está acontecendo comigo?”, eu pensei enquanto sentava na poltrona à frente de minha mãe. Para ser mais precisa, era quem... John, John, John, John, John. Meu namorado. Na verdade, meu EX-NAMORADO. Eu e minha família vamos paraLondres. Um rápido “flash back” passou pela minha cabeça. Suas palavras ecoavam pela minha mente. “John, eu te amo e...” eu dizia implorando para ele. “Eu não acredito em namoro a distância, não dá para continuar” ele disse friamente como um ice Berg.

–Filha, filha, filha – minha mãe estalava os dedos na minha frente me despertando do meu “flash back” mental – Onde você estava?Chamei mais de mil vezes... - Ela falou bebendo um gole de seu champanhe.

– Oh, mamãe. Não é nada. Eu estava apenas... É... Só, só... Sei lá, estava só pensando... - gaguejei enquanto me endireitava na cadeira

– “Hayley” e “pensando” na mesma frase?Isso é quase um milagre – Peter, meu irmão, disse dando uma leve gargalhada... Peter era meu irmão do meio e nunca perdia a chance de me perturbar.

– HAHAHAHAHA – Ri num forte tom de ironia – Muito engraçado, Peter. Você devia ser comediante, sabia?

– Hayley, filhinha linda. Se anime. Um lugar novo. Nós nunca moramos em Chicago. Novas pessoas, nova casa, novos amigos, talvez até novos paparazzi – Minha mãe disse rindo e eu inevitavelmente também ri. Éramos cercados deles. – Tudo bem, querida?

Eu queria gritar: NÃO MAMÃE, O CARA QUE EU ACHEI QUE ERA O HOMEM DA MINHA VIDA TERMINOU COMIGO.

– Sim, mamãe – Disse balançando a cabeça positivamente – Está tudo bem sim.

No final, acho que seria até bom ir para Londres, mesmo com 14 horas de viagem. Em Chicago, tudo estava a mesma coisa. Muito monótono e eu sou movida à adrenalina, sabe?Olhei para o oceano em baixo de nós. As aulas começariam semana que vem. Tudo novo.

***

Assim que o avião pousou em Londres (mais ou menos umas 10p. m) e nós descemos, umas dúzias de paparazzis comemoravam ao nos ver.

– Senhor E Sra. Trick, posso tirar uma foto somente da Hayley?- gritou um deles

– Oh, sim. Total permissão. – “Obrigado, mamãe.”, ironizei na minha mente.

O problema era a nova cor do meu cabelo. Eu sempre fui loira de cabelos longos, como minha mãe. Decidi mudar a cabelo e colocar um castanho escuro com mechas coloridas nas pontas. Ele continuava longo, mas em cores diferentes. Esse era o único motivo lógico. Aliás, eu estava vestindo uma regata preta e uma saia branca.

Logo avistamos cinco carros: Duas BMW, dois Jaguares e uma Mercedes Benz. Muito comum. Cada um teria que entrar em um carro e um vai vazio. Depois nós paramos na estrada e entramos num só. Geralmente, um carro velho. E os outros rondam o resto do dia vazio, até os paparazzis cansarem.

Depois de muito perambular por aí, nós chegamos a nossa humilde residência: uma casa grande azul turquesa que aparentava ter uns dois andares. Peter já estava na porta enquanto minha mãe levemente me empurrava e papai fechava a porta da nossa Meriva 2007. Nós passávamos lentamente pelo jardim que possuía uma grama verde e alguns arbustos com flores.

Quando nos aproximamos da porta, fiquei com o receio de ter uma decoração horrível como nossa casa de Irlanda, com TUDO verde. Minha mãe ia à casa um pouco antes, levando coisas que valiam à pena e usando seu pequeno dom de designer. Algumas casas minha mãe decorava com perfeição e outras nem tanto...

– Quer fazer as honras, Peter? – Minha mãe disse apontando para a maçaneta.

Peter é o único filho homem. Ele é muito mimado, vivi rodeado de garotas com seu cabelo castanho claro, seus olhos verdes e sua pele bronzeada. Tínhamos Brittany, a menina mais perfeita do mundo. Ela tem olhos cor de mel esverdeado e um cabelo loiro na altura dos ombros. É mãe do Matthew, o menino de quatro anos mais fofo do mundo e Tom, o melhor cunhado que existe.

Peter revirou os olhos e girou a maçaneta. Foi indo devagar, devagar e parecia que a porta nunca iria ser aberta...

– Anda logo, seu retardado. – eu disse empurrando-o, enquanto minha mãe arregalava os olhos e gritava meu nome.

– Cala boca, nanica. Eu queria dar suspense, sua estranha - Definitivamente, amor de irmão é lindo. Ele girou a maçaneta, desta vez rápida.

– Uau... - eu e meu irmão falamos em uníssono.

Tinha um bonito Hall de entrada em cores neutras que nos levava para a escada. Um pouco antes dela, havia a entrada para a sala de estar.

–Hayley, seu quarto é o da segunda porta. Peter, o seu é do terceiro. -minha mãe disse calmamente. Peter subia igual a um louco. Eu já esperava um quarto cheio de fru-fru, todo rosa. Cheguei na porta e eu sussurrava para mim mesma:

–Que não seja rosa, que não seja rosa.

Não é que eu odeie rosa, só não gosto. Era um tipo de trauma,já que 95% dos meus quartos foram rosas,desde criança.

–Uhuuuuuuuuul. O QUARTO NÃO É ROSA. O QUARTO NÃO É ROSA – eu gritava. O quarto era branco e numa estante havia latas de tintas e um bilhete escrito “faça um bom proveito”

Comecei a dançar animadamente. Uma dança muito louca, com jogadas de cabelos e braços inquietos, eu sou o tipo de garota que adora fazer dancinhas por tudo, fazia quase parte do meu dia-a-dia fazer essas danças louquinhas. Logo comecei a me sentir observada e olhei para a porta.

– Eu sabia que você era maluca – Ela me falou.

– BRITTANY – gritei indo pulando em cima dela.

– Garota, eu sou velha. Vou dar um jeito na coluna – Ela disse colocando a mão nas costas. Eu e Brittany sempre fomos muito amigas.

– Não sabia que você vinha para cá, mulher – eu disse rindo.

– Pois é. Nem eu, Tom me forçou a vim dar um alô para vocês. – ela disse rindo junto comigo.

– Cadê meu sobrinho lindo?Não tá com o lesado do meu irmão não, né? – ela assentiu. Ouvimos um grito e parecia de uma garota. Saímos do quarto assustados atrás do grito, pensamos ser Matt. Quando chegamos ao quarto de Peter, vimos o Matt em cima da cama e Tom em pé ambos se contorcendo de rir. Olhamos para onde Matt estava apontando e olhamos para Peter no chão. Rimos automaticamente.

– O. QUE... ACONTECEU...? – Brit disse entre risos

– Eu estava pulando na cama com Matt e eu caí no chão e bati a cabeça. – Rimos mais – Parem de rir, não tem graça.

– Pensei que fosse uma garota – Brit, Tom e eu dissemos a mesmo tempo, rindo um pouco mais.

Depois desse pequeno incidente fomos dormir. Alias, já estava quase amanhecendo.