Pov Bella

–Então ele falou de mim Esme?

Estávamos nos dando muito bem. Minha futura sogra era maravilhosa. Seus traços me lembravam muito o Emmett. Mas a delicadeza era igual a da Alice. Estranho eu não ter notado nada que me lembrasse Edward. Pelo menos não nesse tempo que estivemos conversando. Mas o que eu posso falar, se vi mais o Emmett e as fotos de Alice do que o próprio Edward?

–Querida você esta fazendo algum efeito ao meu filho. Ele se distrai facilmente e quando perguntamos o porque ele só responde: Estava pensando na Bella, e no porque ela me odeia tanto.

–Mas eu o odeio mesmo. Não por conhece-lo muito e saber que ele é mal, mas por saber que ele aceitou ser sacaneado pelo meu pai e a sua namorada.

Tomei um gole da minha bebida e vi Esme estreitar os olhos.

–Namorada? Pelo que eu saiba seu pai é solteiro.

–Ele começou a namorar uma tal de Tânya.

Ela paralisou totalmente com o garfo no meio do caminho. Vi ela começar a ficar pálida. Meu Deus o que eu falei de tão grave?

–Esme?

Estralei os dedos em frente aos seus olhos e isso a fez acordar de seu momento de paralisia. Ela colocou o garfo no prato novamente e pegou minhas mãos.

–Você sabe o sobrenome da Tânya?

–Acho que é Denali.

Senti ela apertar um pouquinho minhas mãos. O que esta acontecendo?

Eu quis gritar isso mas antes de eu poder abrir a boca ela começou antes.

–Tânya é minha sobrinha Bella, filha de Carmen Denali, minha irmã adotiva. Carmen e Eleazar nunca ligaram muito para ela, sempre ficaram mais colados em Kate e Irina, suas irmãs. Por isso Tânya veio morar com a gente a mais ou menos uns 4 anos. Edward cedeu um posto em sua empresa para ela mas nunca a deixou fazer nenhum negocio sem antes perguntar a ele. Ele me contou que ela fez esse contrato e colocou no meio da papelada para ele assinar, ele assinou sem ver porque estava atrasado para um reunião, quando foi ver o arquivo de novos contratos e processos ele se assustou ao ver um contrato com Charlie Swan. O que um antigo chefe de policia, que foi impedido de continuar em seu cargo iria querer com uma empresa automobilística?

Ela parou por um momento e eu vi a minha chance de falar.

–Esme, eu sei que meu pai quer dar um golpe no Edward, e ele viu que me casando com o Edward antes dos 18 anos, ele teria no máximo 2 meses para tirar tudo o que Edward tem, desde a empresa, até o ultimo tustão. Por isso eu não aceito esse casamento, eu nunca prejudicaria alguém que nunca me fez nada.

–E é por isso que você o odeia.

–Sim, ele não esta sendo o inteligente o bastante para sacar sozinho quem quer fazer ele de idiota. Odeio pessoas assim.

Ela soltou minhas mãos e eu vi sua expressão mudar de concentrada para esperta e depois para maliciosa. Detesto o fato de não conseguir decifrar ninguém pelas expressões, a única que eu consegui até hoje foi minha mãe, mas isso não vale.

–Precisamos abrir os olhos dele.

–E como faremos isso Esme?

Ela sorriu, sabendo que eu a ajudaria.

–É o seguinte....

*

–Isso não vai dar certo Esme. É um absurdo.

Estávamos na sala da casa dela com uma caixa de presente, mas eu teoricamente estava com medo do que tinha ali dentro, já que estava tudo muito quietinho.

–Claro que vai, esse é o primeiro passo desse plano. Tem que fazer isso Bella. Lembre-se primeiro vocês se tornam amigos, enquanto isso eu faço um papel provando as verdadeiras intenções de Charlie e você sem querer leva Edward na sua casa e deixa o papel em um lugar onde ele possa ver , e que tenha o nome Edward bem visível. Pronto, primeira parte feita. Agora sobe logo essa escada.

Bufei. Ela era pior que a Rose quando inventávamos de armar contra Jéssica Stanley. Ajeitei a caixa em meus braços e fui subindo a escada.

–Segunda porta a esquerda.

Parei em frente ao grande corredor. Respirei fundo e andei até a porta que ela falou. Coloquei a caixa aos meus pés e bati na porta.

Ouvi um barulho de chaves e a porta foi aberta. Ele estava com uma calça de moletom sem camisa e com a cara amassada. Seus cabelos estavam pior do que normalmente. Seus olhos se arregalaram ao me ver ali na sua frente.

Senti minhas bochechas corarem ao ver que ele percebeu eu o analisando. E me senti a pior pessoa do mundo quando vi que seu nariz meio que enfaixado com uma fita.

–Oi.

Ele não respondeu apenas ficou me olhando como se pudesse ver minha alma. E isso estava me assustando.

–Vim lhe pedir desculpas por ter quase arrancado seu nariz fora, e lhe trouxe isso.

Peguei a caixa e estendi em sua direção. Ele nada respondeu de novo e eu já estava ficando irritada com esse fato. Ele abriu caminho, me convidando para entrar, e eu doida como sou entrei. Sentei na ponta da sua cama e coloquei a caixa ao meu lado, no mesmo momento em que ele fechava a porta e se sentava ao meu lado, com as mãos na caixa.

Nessa hora eu senti meu corpo se esquentando. O modo como ele mexeu no cabelo antes de abrir a caixa, foi no mínimo sensual.

Quase dei um grito de susto ao ver um gato dentro da caixa, mas não era um gato adulto. Era um bebezinho. Ele estava tão assustado que quase pulou para fora da caixa no momento em que ela foi aberta.

Vi Edward abrir um sorriso, pegando o gatinho, que se acomodou direitinho nos seu braços. Olhou para mim, e vi seus olhos brilharem.

–Obrigado. Como soube que eu amava gatos?

Beleza. Me pegou agora. Vamos Isabella, ache uma resposta que não seja tão idiota.

–Er... Sei lá, eu olhei para ele e lembrei de você. Ai decidi dar ele como pedido de desculpas e saber se daqui para frente podemos ao menos ser amigos. Sabe sem brigas, sem ofensas, sem portadas no nariz.

Ele riu.

–Claro, eu adoraria ser seu amigo

A forma como ele falou a ultima palavra, foi como se ele estivesse tentando convencer a si mesmo que não passaríamos disso. Mero engano dele. Tirando o plano de Esme eu ainda tenho o meu joguinho. Para ver até onde ele iria para me ter. Obvio, se eu não desistisse antes. Porque pelo que eu percebi, Esme esta ao mesmo tempo que querendo abrir os olhos de Edward, querendo nos juntar.

Sorri para Edward me levantando.

–Ainda bem que você aceitou. Se não eu teria que ficar no seu pé, e digamos que você não iria gostar muito disso. Posso ser má as vezes para conseguir algo. Mas por enquanto eu vou indo esta bem?

Me virei e lembrei de outra coisa que Esme me falou. Dei meia volta.

–Aliás, quer fazer um programa de amigos amanhã? Se estiver a fim, estarei livre depois do almoço, passa lá em casa. Tchau Edward.

–Até amanhã Isabella.

Fiz uma expressão de desgosto.

–Me chame de Bella, odeio quando me chamam de Isabella, fico parecendo uma adulta que da ordens a todos e todos me odeiam.

Ele gargalhou dessa vez, fui até a porta e sai. Desci as escadas e encontrei Esme parada me olhando.

–Bom, pelo seu sorriso tudo correu bem.

Sorriso?

–Foi tudo bem sim, mas eu não estou sorrindo não.

Ela revirou os olhos e me levou para a frente de um espelho que tinha na sala. E não é que eu estava mesmo com um sorrisão na cara? Parecia que eu tinha ganhado o melhor presente de natal. O que estava acontecendo comigo mesmo?