Já se passava das quatro da tarde e a festa estava um tédio total para Katie. Travis estava em algum lugar conversando com algum parente de Katie enquanto a garota estava sozinha com Carol dormindo no seu colo.

–Ela já dormiu? – perguntou Karen.

Tia Karen era um dos poucos motivos pelo qual Katie não pirava e falava mal de todas as pessoas da família. Ela entendia Katie como ninguém.

–Pois é, ela deve estar cansada da viajem – disse a garota.

–Então, um namorado... – começou Karen

–Acho que ninguém consegue acredita que eu tenho um namorado – respondeu Katie sorrindo.

–Eu gostei do garoto ele parece ser bastante educado.

–Mamãe? – perguntou Carol sonolenta esfregando os olhos com as mãos

– Sou eu sim, e você estava achando que a Katie tem cara de cama pequena? – perguntou Karen divertida.

A pequena menina gargalhou – Cadê o Travis?

–Eu não acredito que você esta me trocando pelo Travis de novo. Tia Karen, ela gosta mais do Travis do que de mim – exclamou Katie fazendo um enorme bico.

–Não fica assim tia Katie, eu ainda gosto muito de você! – disse a garota abraçando Katie.

–Acho bom mesmo – disse ela retribuindo o abraço.

–Mamãe eu vou dormir no quarto da Katie hoje ta bom?

–Não senhora, Deméter me disse que o Travis está dormindo lá.

–Mas o Travis disse que podia, por favor mãe.

–Ele disse? – perguntou Karen para Katie. A garota balançou a cabeça afirmando – Então tudo bem.

–Um minuto da atenção de vocês por favor – disse o avô de Katie que estava agora sobre uma das mesas mesmo que todos os filhos dissessem para ele descer – Eu quero fazer alguns agradecimentos.

Todos se levantaram para escutar o que o velho senhor tinha a dizer. Katie sentiu um par de braços envolverem sua cintura.

–Onde o senhor estava? – perguntou ela para Travis

–Falando com o seu pai. Sentiu muita saudade de mim?

Katie apenas mostrou língua para ele e voltou à atenção ao avô novamente. Algumas pessoas começaram a chorar, mas Katie tentou se manter firme fato que não durou por muito tempo, pois logo o avô começou a falar da infância dos netos. Travis depositou um beijo na bochecha de Katie tentando acalmá-la.

– (...) e hoje eu descubro que a minha pequena netinha esta namorando e vejo que ela já não é mais tão pequena assim e que eu estou ficando muito velho. Ela não é mais a menina que tinha medo do escuro e que dizia que tinha um monstro debaixo da cama, mas continua chorona do mesmo jeito olha ai – disse ele olhando para as lágrimas que insistiam em cair do rosto da garota – cuide bem dela rapaz – disse ele olhando para Travis que apenas sorriu em resposta.

Ao fim do discurso ele já tinha falado um pouco sobre toda a família. Várias pessoas ainda estavam chorando, enquanto outras riam das piadas que o avô fazia. Katie sentiu alguma coisa apertas suas pernas.

–Não chora tia Katie – disse Carol tentando animar a garota.

–Tudo bem querida, só vou na cozinha buscar um copo de água, vocês querem? – perguntou Katie, mas os dois disseram que não.

No caminho da cozinha Katie começou a escutar alguns gritos vindo de lá e logo se preocupou. Ao chegar encontrou sua tia Jully sentada no chão da cozinha respirando com dificuldade.

–A bolsa estourou - disse a mulher com dificuldade.

Jully estava grávida a pouco mais de oito meses e era esperado que o bebê só nascesse daqui a duas semanas.

–Travis, pai, alguém me ajuda! – gritou a garota o mais alto que conseguiu.

Alguns segundos depois Travis e Thomas apareceram na porta da cozinha.

–A bolsa estourou, rápido, a gente tem que levar ela pro hospital – exclamou a garota.

Enquanto os dois tentavam levantar Jully, Katie saiu correndo para chamar mais ajuda. Logo vários homens ajudavam a carregar a mulher aos gritos e colocá-la no carro.

A maioria das mulheres estava desesperada. A pequena Carol foi até Jully e perguntou:

–Tem um bebê ai dentro?

–Tem sim – ela tentou sorrir, mas a dor era mais forte.

–Aposto que ele vai ser tão bonito quanto à senhora – disse a menina sorridente.

–Obrigada Carol, ela vai se chamar Clara.

–Nome bonito! Eu vou poder brincar com ela?

–Claro que vai.

E para a surpresa de todos Carol conseguiu acalmar Jully, fato que ninguém tinha conseguido.

–Travis e Katie, porque vocês não vão na frente para o hospital para avisarem que estamos levando ela ?– perguntou Deméter.

Os dois concordaram e quando estava se dirigindo para o carro de Travis escutaram Carol os chamando.

–Posso ir com vocês?

–Carol, hospital não é lugar de criança. Eu prometo que a gente volta rapidinho e trás um presente pra você. – disse Katie tentando convencer a garota.

Carol sorriu em resposta e voltou para dentro da casa. Travis acelerou e os dois chegaram ao hospital em poucos minutos. Logos eles avisaram a recepcionista que mandou trazerem uma maca rapidamente. O único problema é que essa mesma mulher não parava de olhar para Travis com um sorriso malicioso, gesto que fez Katie ficar irritada. Ela abraçou o garoto e lançou um sorriso debochado para a recepcionista que apenas virou a cara. Alguns minutos depois eles chegaram trazendo Jully. O parto ocorreu bem e logo a pequena Clara já estaria em casa, mas os médicos acharam melhor elas passarem a noite no hospital em observação. Logo que eles voltaram para casa todos decidiram que era melhor irem dormir para aproveitar melhor o dia de amanhã.

Enquanto Travis tomava banho Katie tentava decidir o que iria vestir. Aquela era a hora perfeita de dar o troco nele. Se ele achava que podia provocá-la como fez na noite anterior estava completamente enganado. A melhor parte do plano era que Carol iria dormir com eles, então o garoto não poderia tentar nada. Katie procurava em todas as suas roupas uma que servisse para a ocasião, mas não encontrou nada, então ela voltou sua atenção para a cama e encontrou uma camiseta preta de Travis jogada em cima dela, era perfeito. A blusa tinha o cheiro dele o que Katie tinha que admitir era uma delicia, e cobria até a metade da coxa da garota. Assim que Travis saiu do banheiro e olhou para ela abriu um sorriso malicioso.

–Gostou Stoll? – perguntou ela inocentemente

–Adorei – respondeu ele sorrindo.

No segundo seguinte Katie estava encostada na parece enquanto Travis beijava seu pescoço e ela passava a mão pelos seus cabelos. Uma parte do cérebro de Katie mandava que ela o afastasse, por Deus eles eram só amigos e amigos não se beijam. Mas a outra parte gritava pra que ela continuasse fazendo aquilo, uma vez apenas não a mataria. A segunda opção chamou mais a sua atenção.

O fato do garoto já estar sem camisa ajudava bastante a situação. Katie esfregava suas unhas pelas costas dele enquanto ele apertava a cintura da garota. Logo os dois começaram a se beijar e aumentar a velocidade dos movimentos. A garota envolveu suas pernas na cintura dele.

–Gardner... isso é errado – o garoto dizia entre os beijos.

–Eu sei, mas errado é sempre mais gostoso.

Os beijos continuaram, quando não era na boca, era no pescoço, no rosto, em qualquer lugar. As costas de Travis estavam completamente marcadas pelas linhas que a unha de Katie havia deixado. Quando as mãos de Travis estavam levantando a blusa de Katie com intenção de tirá-la, uma batida na porta fez os dois se afastarem bruscamente.

–Pode entrar – disse a garota tentando arrumar o cabelo e a blusa que estavam completamente desarrumados.

Carol entrou sorridente no quarto e fechou a porta atrás de si. Mentalmente Katie agradeceu a menina por ter chegado, ela não sabia o que poderia acontecer caso isso não acontecesse.

–Er... eu vou tomar um banho, já volto. – disse Travis.

–Mas você acabou de tomar banho Travis, pra que outro? – perguntou Katie provocando o garoto.

–É que ficou um calor aqui, preciso de um banho bem gelado – respondeu ele.

As duas garotas esperaram Travis tomar banho. Quando ele saiu Carol, perguntou curiosa:

–Tia Katie essa blusa e sua?

–Não, ela é do bobão ali.

–Até 20 minutos atrás eu não era bobão né Katie? – perguntou ele fazendo a garota corar.

–Posso vestir uma blusa sua também Travis? – perguntou Carol.

O garoto sorriu e foi até sua mala a procura de uma blusa. Assim que a garota vestiu a camisa chegava até seus tornozelos. Enquanto as duas garotas deitavam Travis fez questão de dar um beijo de boa noite em cada uma. Quando chegou perto de Katie ele sussurrou:

–Isso vai ter troco Gardner – e em seguido a beijou mais uma vez. Um beijo rápido, mas cheio de desejo.

Em seguida ele foi até Carol e lhe deu um beijo na bochecha. Logo depois os três estavam dormindo profundamente.