Ichigo ficou por um tempo parado olhando a pequena figura. Já não se preocupava com mais nada já que a sua força estava à frente, Rukia.

- “Ai Kamisama me segure! Ichigo já está aqui. Ele veio aqui só para me ver? Não, não pode. Ou será que pode? Quer dizer, será, será mesmo? Ele veio até aqui só por mim? Aiii que coisa mais lindaaaa. Nossa! Ele está diferente. Não é só o efeito da saudade. Ele tá de barba? Para o mundo que eu quero descer! Meu príncipe agora parece um cavaleiro medieval das histórias que eu li desse mundo. Cara, ele já era lindo antes, mas agora com essa cara de Thor... Tá um pão! Aiai ele está se aproximando”.

– “é impressão minha ou a ela está mais bonita? Tem algo diferente com certeza. O que será? Ah sim, seus cabelos cresceram. Estão ligeiramente maiores. Devem ter crescido 0000000,001 milímetros. Tudo isso em três meses? Rukia você é surpreendente. Mas os olhos, esses continuam iguais, divinos. Seus gestos fortes e frágeis, seu sorriso radiante e claro, seus companheiros da soul society. Não, pera. Companheiros da soul society?”.

Rukia não tinha percebido, mas a feição do seu – ainda não sabia o que ele era – mudou completamente ao notar aqueles três atrás de si. Claro, que ele já tinha percebido a presença de Matsumoto, embora tenha esquecido totalmente dela no momento em que viu a sua – também não sabia o que ela era - mas Renji? O que ele fazia ali? E esse cara... Qual é mesmo o nome dele? Aff! Esses personagens que só aparecem nos fundos para preencher a história.

–ACHUUMM!

–Tá ficando resfriado Shurei?

– ...

De repente a paisagem ficou turva e ele andava em câmera lenta. Os movimentos do ruivo eram suaves como um dos dançarinos do lago dos cisnes. Tudo ficou cor-de-rosa e as flores de moé o rodeavam – ah sim! Os seus olhos... Os seus olhos estavam brilhando. Brilhavam mais do que panela em comercial de esponja de aço. - Ele está lindo e só há dois passos de mim. Acho que devo abrir os braços para recebê-lo em um terno abraço.

– MAS O QUE É QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

A ilusão de Rukia foi rasgada ao meio como um pedaço velho de papel manteiga. O ruivo passou em disparada, nem sequer percebeu a disposição da morena em dá-lhe um abraço. Ao invés disso, passou direto por ela se crispando todo para o lado de Abarai.

–nós vamos ficar.

–Posso saber por quê?

Rukia abaixa a cabeça e uma áurea negra começou a emanar do seu ser.

–Não é da sua conta.

–Claro que é.

–Por que esses dois estão brigando, Ran?

–Sabe que eu nem já me pergunto mais? Caramba, esse morango é um idiota mesmo. Se eu fosse ele, parava de bancar a criança e prestaria atenção na intensão assassina vinda dali – apontou para Rukia – uma gota surgiu na cabeça de Hisage.

–I-chi-go – saiu mais como um rosnado do que um sussurro.

O imbecil ruivo não escutou. Logicamente, já que estava aos berros com o tenente da 6º divisão.

– Eu não quero vocês aqui.

–E você tem que querer alguma coisa?

–I-chi-go... – ela dizia alheia a conversa.

–aff, vocês aqui só vão atrapalhar.

–Nós viemos aqui para proteger a Rukia.

–Eu posso protegê-la.

–I-chi-go... –aumentando o tom de voz

–Não é o que parece. Se não, não teriam mandando três tenentes.

–Rukia, você concordou com isso? – falou autoritário. Foi a gota d’água.

–CLARO QUE SIM SEU IDIOTA! – rugiu – Sou uma tenente e devo acatar as ordens de meus superiores. Claro que não me confiariam a um IMBECIL COMO VOCÊ – soltou tudo de uma vez. – Agora o ruivo escutou.

– Ru-Rukia, você está bem?

–Claro que estou. Porque não estaria? Agora cala a boca e pegue as minhas malas.

–Ah entendi. Hoje é o dia da condição vermelha, né – ele era mesmo um imbecil...

Ela parou de andar. Virou o corpo lentamente e foi ao encontro dele.

Foi tudo muito rápido. Os outros nem entenderam direito o que aconteceu. Ela andou. Aproximou-se do ruivo imbecil, levantou os punhos fechados e logo depois havia um buraco no chão formando com o impacto da cara do ruivo no mesmo. Rukia já estava à frente segurando as malas indo para a casa do estúpido.

–Ei, Rukia, espere. – Falou Abarai indo atrás dela.

–Nossa, não sabia que era tão forte assim.

–Sendo um Kuchiki era fácil de imaginar, querido. Agora, pegue as minhas malas, por favor, temos que encontrar um lugar para ficar. – Dessa vez o tenente com um X no rosto teve que levar as malas sozinho, já que Renji foi atrás da morena. Agora, sem ele para competir parecia que as malas ficaram mais pesadas.

Logo eles também foram embora do local deixando o ruivo nocauteado no chão.

Em certo ponto Abarai separou-se de Rukia que ignorou tudo o que ele dizia devido ao ódio. Três meses ele dizia. Três meses para ser recebida assim por aquele inútil horroroso de barba – sim, agora a barba de Ichigo não era mais sexy. Parecia mais um mendigo que não lavou o rosto. Incrível como a nossa percepção das coisas muda com o humor, né? Renji ficaria na loja do louro maluco, já havia ficado lá da ultima vez. Gostou da loja do Uraharra. E jogar videogames com Jinta não seria nada ruim...

Uma recepção já estava pronta na casa dos Kurosaki para a morena. Tinha balões e até um bolo. Se Ichigo foi rápido para encontrar a Rukia, Yuzu foi a luz para fazer um bolo – essa sim superaria o Flash. Sua habilidade na cozinha era anormal. Quando abriu a porta e viu a decoração forçou um sorriso – assustador era a palavra para descrevê-lo – cumprimentou todos e subiu as pressas. Os membros da família se entreolharam e em uma única vez suspiraram desanimados

–Ichigo?

–Com certeza, Ichi-nii.

–Nii-sam...

–Baka (todos juntos).

Duas horas depois...

Foi o tempo que demorou para que Ichigo acordasse. Dessa vez ela havia pegado pesado. Quando chegou a casa viu restos de um bolo e balões murchos – sua família era incrível e por alguma razão se sentia um idiota. Só o fato de não saber o porquê de se sentir um idiota era a prova de que era um grande idiota.

Subiu as escadas medindo os passos. E ela estava sentada na sua cama com as pernas cruzadas. – já tinha visto essa cena antes – ah tah, foi no capítulo é um idiota, mas é o meu idiota. O que aconteceu nesse capítulo mesmo? Ahh o beijo... as pernas tremeram ao lembrar-se disso. Seria que em fim repetiria aquilo? Estava ansioso. A agarraria se não fosse o olhar raivoso dela.

–Yo, Rukia. Tudo bem?

– ...

–Sabe, não entendi direito porque você me bateu... (Lê-se idiota)

–Não sabe? Jura? Fico três meses sem te ver e a primeira coisa que você faz é brigar com o Renji.

–“olhando por esse lado até que ela tinha razão” – mas ele não iria admitir. Era muita cabeça dura para isso – E você? Eu fico todo esse tempo sem te ver e você aparece com aqueles caras? Da pra entender como eu me senti.

–“impressão minha, mas isso se pareceu um pouco com ciúmes?”. –Ela também era cabeça dura –E você acha que eu escolhi isso? Eu recebo ordens e você sabe. Não seja criança Ichigo.

–Eu sou criança? Me poupe Rukia, você que tem que crescer.

...5 4 3 2 1... E começaram-se os gritos. Nem um minuto de conversas e eles já estavam brigando. Nada anormal. Eram Rukia e Ichigo afinal – mas estavam com tanta saudade um do outro que era triste ser assim dessa vez e por isso Karin interferiu.

–Parem vocês dois.

–Karin, o que você tá fazendo aqui?

–Tentado por juízo na cabeça de duas crianças. Rukia, você depois de tanto tempo queria encontrar o meu irmão dessa maneira?

–claro que não, mas é que ele...

–Ichi-nii, quer mesmo brigar com a Kia-cham? Você não estava todo depressivo esperando que ela voltasse?

–shiii! Karin!

–Entao se apressem e façam as pazes. – Saiu do quarto deixando os dois em silêncio.

–Não acredito. Você entrou mesmo em depressão?

–Am claro que não. Foi exagero dela – hehe... Sorria envergonhado

–Hamn... – cabisbaixa.

–Mas, mas a parte da saudade era verdade. – Rukia ficou surpresa. – Eu contei cada minuto esperando que você voltasse Rukia. Não queria mesmo te encontrar assim.

–I-Ichigo...

–Rukia, me desculpe por ter sido um idiota hoje cedo.

Tá bom! Ichigo pedindo desculpas sem levar uma surra, primeiro? - Quem é você é o que fez com o meu morango mal-humorado? – ela sorriu.

–Seu? – ela corou...

Mais uma vez o silêncio dominou. Mas dessa vez era uma coisa boa. Enquanto os olhares se cruzavam as flores de moé voltaram tomando o ambiente. Era o momento perfeito. Rukia estava ouvindo até sons de violinos. Ele estava perto muito perto. Repentinamente a abraçou. É Agora... É agora... Será que rola? Estamos tão perto e ele está tão lindo e ele está tão... Tão... Espera, que cheiro é esse?

–ICHIGO VÁ TOMAR UM BANHO!

E o clima foi por água a baixo quando a morena sentiu o cheiro de ichigo...