Slide Away escrita por letter


Capítulo 28
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEUS 190 LEITORES :D EIS AQUI O EPÍLOGO A VOCÊS! MUITO OBRIGADA POR CHEGAREM ATÉ AQUI, ESPERO QUE GOSTEM DO FINAL! NOS VEMOS NAS NOTAS FINAIS :*



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Nem mesmo isso parecia real e sim algum tipo dejá vu.

Há quase um ano eu estava neste mesmo quarto, fazendo a mesma coisa: empacotando todos minhas lembranças. Porém, diferente daquele dia, hoje não os empacoto com a mente e o coração livre de qualquer pesar, os empacoto para que eles me acompanhem em uma nova vida, uma nova página em minha história.

O trabalho manual poderia facilmente ser substituído pelo auxilio da magia, mas optei por estender o meu tempo trancada – talvez por uma última vez – em meu quarto, para quem sabe colocar todas as ideias no lugar.

Para minha surpresa papai não bateu o pé contra minha decisão de mudar de país junto com Dominique, nem colocou grandes contra minha janela e porta, apenas viera conversar comigo em certa noite pedindo desculpas, afinal, era apenas isso que ele e mamãe sabiam fazer ultimamente: pedir desculpas. Dissera que iria me apoiar em qualquer decisão e que tentaria entender. Foi mamãe quem tentara me impedir, ao que tudo indicava sua relação com papai se estreitara nos últimos dias por conta de todos os acontecimentos, e talvez ele estivesse com medo de que minha partida agravasse todo o quadro da situação.

Hugo me garantira que conseguiria cuidar muito bem dos dois, sozinho. Depois que ele e Lily se acertaram sua confiança pareceu ser algo inacabável. Mas eu tinha quase certeza que isso apenas acontecera devido ao fato de minha família mal ligou para o caso Lily e Hugo, uma vez que estavam escandalizados de mais com a o anuncio de Teddy do fim do noivado e sua atitude de se mudar com Domi, porque claro, minha família nunca os apoiariam juntos, somente longe deles para viverem em paz. Victoire estava bastante abalada, é verdade, mas não tanto como todos imaginariam que ela estaria, quem diria que a Veela conseguiria lidar com o assunto? Mas quem estava abalado com certeza era Percy, que não conseguia aceitar a sexualidade de Lucy, mas Lucy era Lucy, ou seja, ela não se importava e estava feliz, tão feliz quanto Albus que se acertara com Nina, e acabou que o pobre Frank Longbottom fora consolado por Roxy, não que qualquer um dos dois reclamasse disso. Mas agora toda as preocupações giravam em torno de Ninfadora que estava prestes a nascer e de nossa partida para a França.

Eu apenas imaginava o quão infeliz seria minha vida as sombras da família que Dominique construiria, remoendo as lembranças de uma vida que eu nunca teria.

O barulho de alguém batendo em minha porta foi o despertador que me acordou e me trouxe de volta a realidade. Pisquei algumas vezes para me situar, focando meu quarto e relembrando o que eu estava fazendo, tentando recuperar a noção de tempo.

– Está aberta – anunciei desejando que papai ou mamãe achassem que eu demorei de mais a responder e talvez chegassem à conclusão de que eu não queria falar com ninguém, e sendo assim houvessem ido embora.

Mas como sempre minhas expectativas foram em vão e a maçaneta da porta girou. Respirei fundo antes que alguém a abrisse, porém o ar ficou preso em meus pulmões e esqueceu o caminho que deveria fazer para sair, mas a culpa não era minha, a culpa era toda e completamente de Scorpius Hyperion Malfoy que se materializara na soleira de minha porta e me fitava em um silencioso pedido de “posso entrar”.

– Olá – falou Scorpius forçando um sorriso que veio amargo em seus lábios – Posso entrar?

– Onde estão meus pais? – perguntei por fim soltando o ar que prendia, tentando entender como diabos meus pais deixaram Malfoy pisar dentro de nossa casa – Eles sabem que você está aqui?

– Hugo me deixou entrar, seus pais estão no Ministério segundo ele – se explicou Scorpius.

– Hugo – grunhi.

Por um momento ambos se silenciaram, e em minha mente o silêncio deveria ser a deixa para ele se desculpar da incomoda visita e se retirasse, mas ele não fez isso e uma parte de mim agradeceu, porque mais que eu lutasse contra o instinto de ficar feliz quando o via, ele se sobressaia a todos os outros instintos.

– Vim me desculpar – falou Scorpius por fim adentrando ao quarto e fechando a porta – Por várias coisas.

– Uma delas por saber de toda a verdade desde o inicio de nunca ter me contado ela?

– Sim, a principal – admitiu Scorpius – Eu sabia que se você soubesse, você tentaria me afastar mesmo não querendo, como está fazendo agora.

– Eu não estou fazendo isso – me apressei em descordar – Eu realmente quero você longe.

– Está sim. Mas eu não a culpo...

– E por isso resolveu colocar em risco a vida de nossos pais ou a nossa própria vida? – o interrompi sem conseguir me conter, afinal, estava entalado.

– Eu não me importo com a vida deles, pois eles não se importaram com a nossa – Scorpius se aproximou mais e sentou-se ao meu lado – Eu não importo nem com a minha vida.

– Pelo visto nem com a minha – murmurei evitando olhar dentro de seus olhos, mas não conseguindo fazer isso.

– Eu me importo com o momento – falou ele por fim – Com o que sentimos.

– E o que sentimos Scorpius?

– Amor? Ao menos eu sinto isso – Scorpius esticou suas mãos até as minhas e as segurou firme – Eu tenho sonhos, desejos e oportunidades e estou disposto a abrir mão de tudo, apenas por nós.

– E o que seria nós? – perguntei puxando minhas mãos de volta – Vamos poder ficar de mãos dadas, nos abraçar e nos beijar, mas e depois quando isso não for o suficiente? Na noite do meu aniversário quase aconteceu Scorpius, foi uma sorte não ter acontecido, por um momento seria bom, admito, e no próximo? Morreríamos? Nossos pais morreriam? Eu nunca pensaria em fazer algo do tipo com ninguém para ceder a um desejo meu – falei por fim.

Scorpius colocou sua mãe dentro de suas veste e de lá tirou o grosso caderno de capa negra com um enorme “secreto” bordado sobre as letras D.L.M. Ele abriu o diário de seu pai e o folheou até chegar a uma das últimas páginas.

– Leia – ordenou ele.

­- Para que? Já estou cansada de viver a vida deles.

– O pacto e feitiço que nossos pais usaram recaem sobre eles apenas se eles se envolverem. Se nós nos envolvermos eles não estarão comprometidos. Está escrito, basta interpretar, se você houvesse ouvido toda a explicação...

– Isso não muda Scor! – exclamei – E daí se isso for verdade, se não os afetar? Nos afeta.

– Rose, irei morrer de qualquer forma com você indo para França, e você também vai sentir a mesma coisa.

– E o que você está me pedindo?

– As várias desculpas que eu disse que lhe pediria – falou Scorpius – E essa desculpa é por eu ser egoísta de mais, a ponta de desejar que você me dê uma noite, mesmo que isso signifique nossas vidas em troca.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Imaginei se não estaria tendo um sonho onde Scorpius enlouquece, seria bom se fosse um sonho, pois eu poderia dizer “sim” a ele e no outro dia acordar sem ter causado qualquer estrago ao mundo. Mas e se não fosse um sonho... Por um momento parei, me julgando por estar cogitando a possibilidade de dizer sim a uma coisa desse patamar.

– Você é louco Scorpius – acusei-o.

– E você é menos louca por querer concordar comigo? – perguntou ele sorrindo – Tudo bem – falou ele fechando o diário – Talvez eu seja realmente louco, egoísta ou que você preferir, mas apesar de tudo isso eu te amo Rose Weasley, e provaria isso com minha vida. Lamentarei até o final da minha existência por nós não termos dado certo, mas nunca vou ter lamentando por não ter te contado a verdade, se não, não teríamos tido nosso pequeno tempo juntos.

Scorpius se levantou, e por uma segunda vez fiquei sem fala, o que eu falaria? “Adeus, Scorpius, desculpe por não poder te entregar minha vida”.

Que vida, Rose Weasley? Perguntou uma voz dentro de minha cabeça, mostrando eu partindo para um país desconhecido, longe de minha família e amigos, longe de Scorpius, assistindo a Dominique e Teddy prosperarem com sua vida e me martirizar todos os dias por nunca ter o mesmo que eles, vendo eu me formar e conseguir um trabalho inútil, não porque eu irei desejar, mas por que é o que esperam que eu faça – é o que o mundo espera – e aos poucos envelhecer, lembrando da época em que eu realmente estava viva, a época em que eu deitava sorrindo a noite por ter uma boa família e um bom companheiro, até que um dia tudo isso se desfez com vento.

– Scorpius, espere! – exclamei surpresa comigo mesma ao saltar da cama. Scorpius parou a soleira da porta e se virou – Estou sonhando? – perguntei me aproximando dele.

– Você queria estar? – rebateu ele sorrindo.

– Sim – acenei passando meus braços em volte de seu pescoço, flexionando os pés para que meus lábios alcançassem os dele e lhe dando o beijo mais apaixonado e desejoso que eu conseguia. Scorpius correspondeu ao beijo, e soltando o diário de suas mãos às deixou livre para passá-las por minha cintura, me erguendo facilmente do chão.

– Eu também te amo – falei com os lábios sobre os seus a respeito de todas suas palavras.

– E se isso não for um sonho? – perguntou ele me guiando até cama – Se nos afetar? Se afetar nossos pais?

– Não importa, não irei me arrepender.

Respondi com uma certeza que jamais tive durante toda minha vida. Imortalizando a ideia do clássico de que você sempre deseja aquilo que não pode ter, porque se pudesse ter, não teria graça. Romeu não seria Romeu se não houvesse Julieta, e principalmente, se Julieta não fosse Capuleto. Esses dois trouxas imortalizaram a ideia do estúpido trouxa que os inventou: Amor só é amor se for impossível.


Choose your last words.


Escolha suas últimas palavras

This is the last time.

Esta é a última vez

‘Cause you and I, we were born to die

Porque você e eu, nascemos para morrer



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Notas finais do capítulo

Acabou, hehe. Agradeço muito mesmo a cada leitor da fic, mesmo que todos não se manifestavam, sempre que eu via o número de leitores aumentar eu sentia um necessidade imensa de melhorar a fic, de escrever e tudo mais, todos de alguma forma foram um incentivo para mim. Agradeço a Paula, claro, pois por fora ela foi o meu incentivo número 1 :') E bom, fico muito feliz de vocês terem chegado até aqui comigo. Não foi o final que muitos esperavam, eu sei, mas achei que foi a melhor forma de passar tudo o que imaginei desde o começo e ainda assim espero que tenham gostado e não tenham se arrependido de acompanhar até o fim. Digam o que acharam, que não nunca se manifestou aproveite a última chance de fazer essa autora feliz e é isso pessoal, adorei escrever essa fic, ela sempre será minha bebezinha e muito obrigada por me permitirem dividir esse meu mundo com vocês ♥