In Love With Her escrita por naty


Capítulo 43
O churrasco da Bia - parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá meninxs! Tudo bem com vocês?
Desculpem a demora

Boa leitura e um Feliz Ano Novo a todxs!

Bjos, Naty



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MANUELA

–– Vamos lá, Manu… Em nome dos velhos tempos – Natalia deu um passo à frente, tentando investir pela milésima vez naquele dia – Qual é gata? Eu sei que você também quer... Admite que sente falta dos meus beijos – tentou segurar minha cintura, mas eu me desvencilhei com raiva

–- Eu já disse que a única coisa que eu sinto em relação a você é nojo, sai de perto de mim, Natalia!

–- Porque? Minha presença te incomoda? Eu ainda mexo com você não é?


Eu já estava prestes a responder quando senti um braço passando pela minha cintura, no mesmo lugar onde Natalia tentara colocar o seu. Um arrepio tomou conta do meu corpo quando ouvi aquela voz falando próxima ao meu ouvido, porém, alto o suficiente para que a proximidade de Natalia permitisse que ela ouvisse perfeitamente:


–- Desculpa a demora, amor! – aquela voz era inconfundível, assim como o cheiro único que tomou conta de minhas narinas e as reações que a proximidade daquele corpo colado às minhas costas provocou em mim. Não precisava me virar para saber que era Eduarda. Mas não podia acreditar que ela estava ali.

–--

Será que algum dia eu vou conseguir superar os efeitos que a presença de Eduarda causa em mim? Duvido muito!

O arrepio que subiu por minha espinha, se espalhando por todo o corpo quando ela me abraçou; A sensação de estar em casa quando ela me chamou de amor... Eu senti tanta falta disso, e só agora me dava conta.

Eduarda era meu porto seguro e não importava se eu ainda estava magoada por ela ter beijado a Márcia, nem se quisesse eu poderia impedir meu coração de bater descontroladamente a ponto de senti-lo de forma dolorosa contra minhas costelas.

Era um sonho tê-la ali comigo. Sonho do qual a perplexidade de Natalia me arrancou:

–- Como é? – perguntou encarando Duda, que me abraçava pelas costas de forma possessiva.


Eu podia sentir o quanto Eduarda estava tensa. Dei um jeito de afrouxar seu abraço e me virei, sem me soltar de seu abraço, de forma a ficar de lado e poder ver seu rosto. Tão linda!

Acariciei sua face e sorri largamente quando ela deitou a cabeça sobre minha palma, como costumávamos fazer uma com a outra quando ainda namorávamos. Acabamos nos perdendo em lembranças e esquecemos de Natalia que estava bem ali ao nosso lado


–- Eu acho que não ouvi muito bem. Quem é você? – Natalia desafiou, sem desviar o olhar de Eduarda.


Duda deu um sorriso tranquilo (que eu sabia não refletir em nada seu verdadeiro estado de espírito) e soltou uma das mãos de meu corpo, estendendo-a para Natalia:


–- Prazer, sou Eduarda, namorada da Manuela. E você deve ser a Natalia – a mão de Duda pairou estendida no ar por alguns segundos, até que ela a recolheu, não parecendo se importar com a indiferença da outra e voltando a me abraçar. Fiquei perplexa ao ouvir Duda dizer que ainda era minha namorada, mas também não reclamei, só eu sabia a satisfação que ouvir isso me trouxe.


–- Você me conhece?


–- Já ouvi falar muito de você, e uma coisa eu posso assegurar: você parece fazer jus à fama que te precede! – Duda foi irônica


–- É, talvez – o olhar de Natalia não me agradou em nada, eu conhecia aquela expressão e sabia que vinha coisa por aí


–– Bom, se nos dá licença, eu tenho alguns assuntos para resolver com a minha namorada – ver Eduarda ser tão formal com alguém poderia me fazer rir em outra situação, mas não naquele momento. Isso, sem contar a ênfase que ela deu ao dizer a palavra “minha”.


Duda já tinha se virado em direção à mesa onde estavam meus amigos e me puxava pela mão quando Natalia provocou:


–– Manu, quando terminar de brincar de casinha com essa… garota, aparece lá em casa para a gente continuar aquela nossa conversa. Como eu te disse, seria muito bom relembrar os velhos tempos


–– Não enche, Natalia! – falei, tentando levar Duda para outro lugar, mas ela tinha parado onde estava, se virando para encarar a minha ex


–– O que foi? O gato comeu a sua língua? Não vai querer defender a sua honra de namoradinha idiota? – Natalia provocou


–– Cala a boca! – Duda falou lentamente


–– E se eu não quiser calar? O que você vai fazer, garota?


–– Natalia, sai daqui, por favor – pedi, prevendo que aquilo não acabaria bem


–– Eu não acredito que você prefere ela a mim! Olha para essa garota, Manuela! Aposto que ainda é virgem e posso até jurar que você é a primeira mulher que ela beijou na vida. Você precisa de alguém que saiba o que faz, que saiba te enlouquecer na cama, que saiba... - Natalia falou, mas eu a interrompi


–– Que saiba o quê, Natalia? Me enganar e me trair com todas que passem pela frente? Que saiba me desestabilizar emocionalmente a ponto de me fazer machucar a mim mesma e até pensar em suicídio? – falei, já não contendo as lágrimas - Não! Eu não preciso de alguém como você. Agora você pode, por favor, ir embora daqui?


Antes que eu terminasse de falar, Duda já tinha me envolvido em seus braços novamente e me conduzia para longe de Natalia. Sua expressão não era das melhores quando ela me guiou pela casa. Quando dei por mim, já estávamos em um dos quartos de hóspedes. Não sei como Duda nos levou até ali, mas também pouco me importava. Ainda doía muito pensar em tudo que eu passei por causa da Natalia, e, por mais que eu quisesse negar, sabia que ela ainda mexia comigo. Não de uma forma que me fizesse querer voltar com ela, mas as lembranças estavam frescas o suficiente em minha cabeça para me fazer chorar, como eu estava fazendo naquele momento.

Enterrei o rosto no peito de Eduarda, que me acariciava os cabelos e permanecia em silêncio, respeitando o meu momento. Imaginar como Duda estaria se sentindo ao me ver chorar daquela forma por causa de outra, só fez eu me sentir ainda pior. Eu não sabia como Eduarda tinha chegado até ali, mas só tinha a agradecer por isso, a presença dela me trazia paz, me acalmava, e foi isso que me fez ir parando de chorar aos poucos, até conseguir clarear a mente o suficiente para colocar meus pensamentos em ordem.


–– Está melhor? – Duda perguntou carinhosamente quando finalmente levantei a cabeça de seu ombro e a encarei.


Estávamos tão próximas naquele momento... Eu podia sentir sua respiração quente batendo em meu rosto, aqueles olhos castanhos me encarando tão de perto... Duda me desarmava completamente quando me olhava daquele jeito. Tentei desviar meus olhos dos seus, mas parecia haver algum magnetismo, me impedindo de olhar em outra direção. Virei o rosto para tentar me conter, mas Eduarda chamou meu nome e quando olhei de volta em sua direção, a primeira coisa que eu vi foi aquela boca entreaberta. A boca da qual eu sentia uma saudade imensa. A aproximação foi instantânea e involuntária. Senti seus lábios roçando nos meus levemente, esperando que eu aprofundasse o contato, e eu estava prestes a fazê-lo quando um barulho vindo do corredor me fez voltar a mim.

Me afastei abruptamente, tinha medo da reação de Eduarda depois de um beijo. Afinal, o fato dela ter me deixado ficar plantada em seu portão há apenas uma semana, tinha que significar alguma coisa.

–– O que você está fazendo aqui? – perguntei de repente. Eu precisava saber


–– Eu vim atrás de você – ela me respondeu calmamente, olhando dentro dos olhos


–– Mas porque agora? Porque quando eu te chamei para vir você simplesmente não apareceu? Eu fiquei igual uma idiota, plantada no seu portão – falei, magoada


Passei uma semana pensando que ela não me queria mais, que não teria mais volta para a gente, e agora ela aparece, dizendo que veio atrás de mim? Da mesma forma que eu acho que nunca conseguirei resistir aos efeitos que Eduarda exerce sobre mim, acho também que nunca serei capaz de entendê-la.

–– É diferente – ela respondeu – Sabia que você precisava de mim aqui hoje, e prometi que nunca te deixaria sozinha, por isso eu vim

–– Como assim sabia que eu precisava de você aqui? - indaguei, ainda confusa


–– A Julia me disse que a Natalia estaria aqui e... – ela começou a falar, mas eu a interrompi


–– É claro que a Natalia estaria aqui! Ela mora aqui! – falei com ironia – A Julia não tinha nada que se meter nisso, eu sei muito bem me virar sozinha


Agora as coisas ficavam um pouco mais claras, Eduarda não queria mais nada comigo, veio apenas por se sentir na obrigação de me proteger da Natalia. Se tinha uma coisa que eu não podia reclamar de Eduarda era o seu instinto protetor. Mas foi apenas isso que a trouxe ao Rio, a obrigação de cumprir a promessa que ela havia feito, promessa essa que eu me recordava bem (e dolorosamente) do momento em que foi feita.

Todo o sentimento de saudade de Duda, deu lugar à decepção no momento em que me dei conta que ela não veio para pedir outra chance. E a culpa disso era toda minha, demorei demais a perceber que poderia perdoá-la por seu erro e, mais importante, demorei demais a perceber o quanto precisava dela comigo não só como amiga. Eu precisava e preciso da Eduarda como namorada, e agora ela quer me proteger como se eu fosse uma amiga, ou pior, uma irmã para ela.


–– Eu sei que você pode se virar sozinha, Manuela – ela falou – Mais do que eu gostaria – completou, falando tão baixo que provavelmente pensou que eu não tinha ouvido e eu achei melhor ignorar aquela última parte, visto que, não fazia sentido algum para mim.


–– Porque veio então? - perguntei

–- Eu tinha que vir, precisava tentar uma última vez – respondeu com uma tristeza repentina e eu logo dei um jeito de desfazer o mal entendido. Não podia perder a sua amizade também, e isso aconteceria se eu não me acalmasse e parasse de tratá-la mal por ter vindo ao Rio


–– Não Duda! Desculpa, não me entenda mal, eu falando desse jeito parece até que não gostei de você ter vindo. Não é isso...


–– Ei, tá tudo bem, Manu. Eu vim porque pensei que você precisava de mim. Mas acho que o que aconteceu lá fora mostra que você não precisa da minha ajuda para lidar com a Natalia. Se você não me quer aqui, é só falar, eu vou entender...

–- É... eu posso cuidar da situação com a Natalia tão bem que acabei chorando nos seus braços – falei, amargurada – Obrigada por ter vindo, e eu não quero que você vá embora, tudo bem? Fica... Por favor... Vai ser bom ter uma amiga como você por perto – obriguei-me a dizer a palavra “amiga”, mesmo que isso me ferisse, julguei ser o certo a se fazer. Se essa era a nossa nova realidade, a realidade que Eduarda queria para nós duas, eu respeitaria isso e faria de tudo para que desse certo.


–– Olha Manu – ela pareceu pensar por um tempo, e quando me olhou, eu vi dor no seu olhar, imagino que acabar com as minhas esperanças também pudesse doer nela, afinal, o coração de Eduarda está no lugar certo e ela odeia fazer alguém se chatear por culpa dela – Eu quero me desculpar por ter agido como se ainda fôssemos namoradas. Eu sei que nós não temos mais absolutamente nada, e eu só agi assim por causa da Natalia. Não se preocupe comigo, não farei nada que possa por em risco a nossa amizade.

Ouvir aquilo acabou comigo. Eduarda acabou de confirmar o que eu já suspeitava: ela não tinha nenhuma intenção de voltar comigo.



EDUARDA

Não acho que eu seja capaz de mensurar a dor que senti ao ouvir Manuela me chamar de amiga. Eu já devia saber que era assim que ela me via agora... Na verdade, eu já sabia disso, mas as coisas que meus amigos me disseram, me fizeram ter um fiozinho de esperança. Tudo bem! Eu confesso que não foi tanto o que me disseram que me impulsionou a vir para o Rio. Eu vim porque quis. Poderia até dizer a todos que a culpa era deles, mas eu sabia que não era verdade. Eu vim ao Rio porque tinha que tentar uma última vez.

Desde que coloquei os olhos em Manuela conversando com aquela cobra perto da churrasqueira que as coisas começaram a dar errado.

Por mais que eu nunca vá admitir isso para ninguém, eu sabia o quanto a presença de Natalia me abalou. Tive que fazer um esforço sobre humano para não voar no pescoço dela quando disse aquelas coisas. E mais ainda quando fez a Manuela chorar, isso eu não poderia perdoar nunca, e não perdoaria, não fosse a prioridade em cuidar da minha pequena.

Levei Manuela para dentro da casa, e, por sorte, uma das primeiras portas que abri no andar superior era um quarto vazio. Fechei a porta atrás de nós e a conduzi até a cama, onde nos sentamos e deixei que ela chorasse até se acalmar. Doeu muito ver o quanto a ex-namorada a afetava, mas eu permaneci calada, sabendo que para ela não estava sendo nada fácil.

Por um momento, eu pensei que tudo se resolveria, que tudo ficaria bem. Nós quase nos beijamos... Mas então Manuela pareceu cair em si. A forma como ela reagiu por eu ter vindo me fez repensar se tinha sido mesmo a melhor coisa a se fazer. O jeito que Manu falou comigo, não deixou margem de dúvida para eu saber que não tinha mais espaço em sua vida, pelo menos não como sua namorada. Ela fez questão de deixar isso bem claro, antes mesmo que eu tivesse a chance de revelar o verdadeiro motivo para procurá-la.

A forma como ela disse que sabia se virar, me remeteu exatamente para o momento em que a vi com a Isa na porta de seu prédio, antes dela viajar para o Rio. Eu não tinha certeza, mas o fato de ela me chamar de amiga com tanta convicção, me fez perceber que talvez ela estivesse mesmo gostando da tal Isabella. Para ela falar assim comigo, deveria estar com outra pessoa, e eu sabia que essa pessoa não era a Natalia, portanto, sobrava apenas a senhorita perfeição.

Não vi outra saída, senão, me desculpar (pelo papel de idiota) pela forma como agi:

–– Olha Manu – comecei, após ouvir ela dizer que era bom ter uma amiga como eu por perto – Eu quero me desculpar por ter agido como se ainda fôssemos namoradas. Eu sei que nós não temos mais absolutamente nada, e eu só agi assim por causa da Natalia. Não se preocupe comigo, não farei nada que possa por em risco a nossa amizade.


Não sabia se era a melhor coisa a ser feita, mas a despeito do que aconteceu, decidi permanecer no Rio e bancar a amiga de Manuela. Eu não tinha a intenção de me torturar tanto assim, mas saber que Natalia ainda poderia aprontar com Manu, me fez tomar essa decisão, o bem-estar dela vinha primeiro. Quando voltasse a BH, eu decidiria o que fazer em relação aos sentimentos que tenho por Manuela. Talvez, depois que voltássemos para casa, o melhor a ser feito, seria me afastar completamente dela, se preciso, terminar o Ensino Médio em outra escola, pois sabia que não conseguiria fazer o papel de amiga por muito tempo.


–– Você está bem para voltar lá para baixo? – perguntei, dando o assunto por encerrado – A Julia deve estar nos procurando.

–– Eu estou bem sim – ela respondeu sem me olhar


–– Ótimo então – abri a porta e já ia saindo quando ela me parou


–– Duda... Obrigada! Você tinha razão, eu precisa de você aqui! - fui surpreendida por um abraço que, no início, devido à surpresa, não correspondi, mas logo passei meus braços ao seu redor, apertando-a com força contra meu corpo.


–– Eu gosto de cumprir minhas promessas – respondi, desfazendo o contato e saindo do quarto antes que ela percebesse a lágrima que escorreu pelo meu rosto. Não conseguiria ficar mais muito tempo a sós com Manuela sem fazer alguma bobagem.


Quando alcancei a parte externa da casa, o sol brilhando naquele céu azul me incomodou muito por estar em contraste com a tempestade que começava a se formar dentro de mim. Disfarcei o que estava sentindo pois sabia que Manu estava logo atrás de mim e Alice vinha em nossa direção, rebocando um confuso Pablo atrás de si. Seu olhar para mim tinha mudado de quase hostil para simpático depois que foi esclarecido quem eu era. Creio que ela e Julia tinham alguma coisa.


–– Manu, você viu a Bia? Quero me despedir dela – a ruiva falou e parecia chateada com algo


–– Não... O que houve, Alice? Está cedo, porque você já está indo embora? - perguntou


–– Nada, só a idiota da sua amiga sendo ela mesma – Alice apontou com a cabeça para a piscina, onde Julia parecia querer arrancar o rosto de uma garota loira com um beijo desentupidor de pia


–– Eu te avisei! O que você esperava? – Manu perguntou, balançando a cabeça em desaprovação


–– Não sei – a ruiva falou – Talvez seja esperar demais que ela me enxergue, não é? - ela não deu tempo para uma resposta e saiu apressada, quase derrubando um garoto que vinha em sua direção com um copo de bebida


–– O que foi isso? – perguntei, curiosa


–– Ela e a Julia têm uma amizade-colorida há anos, mas acho que a Alice não levou tão a sério o aviso para não se apaixonar, e a Julia não percebe isso – Manu simplificou e começou a andar na direção da amiga, que ainda beijava a outra garota


Me surpreendi ao ver Manuela, na maior cara de pau, separar Julia da outra e levá-la para a mesa conosco sem ao menos dar uma explicação. Julia, por outro lado, parecia estar familiarizada com aquela situação, uma vez que nem ao menos pediu explicações, apenas pegou o copo que estava na mão de Caio e começou a beber seu conteúdo. O garoto deu de ombros e se levantou, falando que pegaria outra bebida para ele.

Desviei minha atenção do que acontecia na mesa quando vi Natalia conversando com um garoto e apontando para mim e para Manuela enquanto ambos riam deliberadamente. Tudo bem, ela poderia até ter saído ilesa da nossa discussão de mais cedo, mas se arrependeria de não ter dado ouvidos a Manuela quando a mesma pediu que ela fosse embora.

Pedi licença às meninas e disse que tinha que resolver um problema, tendo assim, atenção delas voltada para mim enquanto eu caminhava em direção a Natalia. Eu tinha a intenção de apenas dizer umas poucas e boas para aquela cobra peçonhenta, mas no final, isso acabou não se fazendo necessário. É como dizem... o castigo veio a cavalo, ou melhor, o castigo veio em forma de um garçom .

Juro que não tive a intenção, foi tudo culpa do meu jeito desastrado de ser!

O caso foi que, quando eu estava a apenas alguns passos de Natália, estava vindo um garçom em nossa direção com uma bandeja com pratinhos com churrasco e algumas bebidas que acabou, acidentalmente, sendo empurrado pelas minhas mãos.

Perdendo o equilíbrio, o garçom acabou jogando todo o conteúdo da bandeja na pessoa mais próxima e caindo sobre ela em seguida. Essa pessoa, infelizmente, era a minha querida Natalia que ali se encontrava.

Em minha defesa, digo que me esforcei ao máximo para não rir da cena, mas foi uma batalha vencida, uma vez que todos à nossa volta faziam exatamente isso. Natalia levantou-se, toda suja e molhada de cerveja, e me lançou um olhar mortal, ao qual eu correspondi com um "Oops! Foi sem querer, querendo!" em homenagem ao nosso grande Chespirito. Com o canto do olho, eu vi uma Julia quase se matando de tanto rir e uma Manuela atônita.

Realmente, um episódio lamentável, mas o que eu poderia fazer? Acidentes acontecem e não me sinto nem mesmo um pouquinho culpada pelo vestido todo manchado com o qual ela saiu furiosa da festa e dizendo raivosamente:

–- Vai ter volta!


E eu esperava realmente que tivesse volta, afinal, minha estadia no Rio estava apenas começando. Mesmo com Manuela declarando "apenas amizade", nada me impediria de ao menos, tentar me divertir um pouco apesar da tristeza pela rejeição.


–- Você sabe que tá encrencada, não sabe? - Julia perguntou, se aproximando


–- Ela mereceu - falei, contendo os risos


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