Paixão Pós-morte escrita por RoBerTA


Capítulo 12
Sempre quis ser gay, obrigado estrela cadente


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que esse capitulo ficou pequeno, mas vou tentar postar outro amnhã, ou no caso, hoje. Espero que gostem, apesar de eu não ter gostado muito... Leiam as notas finais.



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Eu pareço gay?

Tipo, um pouco gay ou beirando para o gayismo? Essa palavra realmente existe?

Ok, me deixa começar do começo. Avá. Então, aqui estou eu, em uma loja extremamente feminina, que vende roupas e acessórios
femininos, e é claro, voltada para o publico feminino. E o porquê disso? Porque Gabriela ‘pensa’ que sou gay. Só de pensar no dia que ela constatou esse fato inconstatavel...

-Eu já sei tudo, não precisa mais esconder de mim—sua expressão é séria, igual a das pessoas que comunicam que você está com câncer em estágio terminal. Não que isso aconteça com muita frequência comigo.

-O que você sabe que não estou sabendo?

-Você é gay. Além do mais, eu vi o jeito como você olha para o Peter.

Para tudo. Como ela pode confundir raiva com paixonite aguda?! Além do mais, como alguém pode gostar de outro alguém como ele? Fora Manu, é claro. Mas seus gostos são questionáveis, apesar de ela ter se redimido um pouco ao se apaixonar por mim. Egocêntrico? Nem um pouco. Realista? 100%.

-Você esta perguntando se sou gay, é isso?

-Claro que não, bobinho. Só estou constando um fato. Mas não se preocupe –ela bate no meu braço de uma forma amigável e nada ela—eu sempre quis ter um amigo gay!

Maravilha.

E era por isso que estava aqui, ajudando-a escolher um vestido para um tal casamento da irmã dela. Gabriela não leva jeito para escolher roupas tão ‘femininas’, palavras dela, não minhas. E como não tive coragem de desmenti-la, ao ver a garota tão feliz, algo geralmente incomum depois que sua melhor amiga morreu, ela imediatamente me alugou, alegando que ‘pessoas como eu’, tinham um dom pra coisa. Tadinha, como ela ta enganada.

Nem preciso comentar que Manu riu da minha cara e nem quis me ajudar. Depois dis que gosta de mim, sei.

-Que tal?

Ela me mostra um vestido amarelo, não, dourado. É, dourado. Um ombro só, um tanto vulgar, na minha opinião. Fora o tamanho que te fazia pensar que faltou tecido.

-Acho que não... Que tal um roxo? Combinaria com suas mechas e seus olhos. Eu sempre achei que ficava legal verde com roxo.

Ela me olha com devoção, como se eu tivesse dito algo incrível. Isso só demonstra o quão baixo era o nível de conhecimento sobre moda para ela. Se bem que isso nem deve se chamar moda, deve ser só ‘saber
combinar cores’.

-Boa ideia!

E correu direto onde estavam os vestidos. Não demorou muito para ela parar em frente ao sofasinho onde estava sentado, despejando ao meu lado alguns vestidos com diferentes tonalidades de roxo. Ainda não entendi porque ela não quis que nenhuma vendedora a ajudasse. Orgulho, provavelmente.

Fiquei analisando-os com cuidado, enquanto que ela me encarrava com expectativa. Um em especial me chamou atenção. Era de um tom bem escuro, tomara que caia. Havia um efeito degrade em sua barra, tornando o roxo cada vez mais escuro, até se tornar preto, acabando com uma renda delicada. O que me fez gostar dele, era saber que Manuela o amaria. Não tive dúvidas ao dizer para ela escolhe-lo.

-Você com certeza é a segunda melhor pessoa no mundo para escolher vestidos!

Imediatamente ela se calou, com uma expressão sombria. Provavelmente pensava que eu não sabia de quem estava falando. Mas era ela quem não sabia aqui. Não sabia que eu era mais próximo da sua melhor amiga morta do que ela jamais poderia imaginar.

-Que tal sandálias?

Imediatamente seu rosto se iluminou.

***

Chego em casa esgotado, fazendo um lembrete mental para inventar uma desculpa fajuta para a próxima vez que queiram me alugar.

-Oi mãe!

Como não recebo resposta, imagino que ela tenha saído. Quanto ao meu pai, tenho certeza de que esta trabalhando. Passo pela geladeira quando sinto um frio na espinha. Um lembrete verde esta cuidadosamente pendurado, escrito a caneta rosa “quinta-feira”. Não preciso nem ao menos pensar para saber do que se trata. É o dia da minha consulta, e hoje, casualmente, é essa quinta-feira.

Olho para o relógio, e são ainda três da tarde. A consulta é as quatro. Provavelmente logo minha mãe vira para me levar até a Dra. Marcy.

-Manu!

Grito seu nome, sabendo que ela esta no nosso quarto. Pois é, acabei desistindo do meu, porque agora tudo é nosso.

Ela aparece no meu lado, com um vestido verde nada chamativo. Preciso desviar os olhos, um pouco tonto.

-Me chamou, fofinho?

Essa é a vantagem de eu ser o único a escuta-la. Ninguém mais escuta as serie de apelidos que ela me deu desde a nossa declaração.

-Sim, eu tenho consulta com aquela Dra. Marcy, se lembra?

Ela assente com a cabeça, de repente ficando seria.

-Você esta doente, ou algo do gênero?

-Venha e verá.

Falei isso só porque soa interessante, todo esse efeito com o ‘v’. Mas também porque não queria falar dos meus problemas. Era melhor ela saber por si mesma.

Naquele momento, minha mãe chega.

-Você tem consulta hoje. Já esta pronto?

Afirmo com a cabeça, me dirigindo rumo ao carro. Faço questão de me sentar atrás, pelo simples fato de a minha ruiva se sentar ao meu lado.

Converso sobre coisas frívolas com minha mãe, mas nunca deixando de olhar para Manu, recebendo seu olhar em troca.

Quando o carro para, sinto umas coisas estranhas a barriga, e não tenho coragem de me mexer. Manu parece perceber, pois sua mão imediatamente vem em direção a minha. O que apenas piora tudo. O
frio que atravessa meu corpo, e principalmente, a tristeza de recordar quão triste nossa situação é. Pode ficar mais triste?

Sim, sempre pode.

Saio do carro, com a mão da minha mãe no meu ombro, e a mão de Manu na minha, literalmente.

Respiro fundo e encaro aquele prédio infeliz com aquele laranja berrante.

Entramos, eu na frente. Conhecia muito bem aquele lugar, era lá que estava o consultório da minha psiquiatra. Por falar nela, a Dra. Marcy estava escorada em uma porta, me esperando com um largo sorriso. Estremeci, me lembrando, sempre lembrando...


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Notas finais do capítulo

Eu estou escrevendo outra fic, mas não é tão fofa quanto essa. Quem gosta de como escrevo, sera que poderia dar uma passadinha por lá?
http://fanfiction.com.br/historia/269366/Garota_Problema/
Bejokaaaaaaaaaaas