Cap. 11 – Algo diferente. Parte I                 Pov. Peeta

Depois de ouvir, durante 3 dias, Glimmer insultando Katniss por causa do ocorrido na escolha das roupas. Vô te contar, ficar longe de Glimmer essa tarde será ótimo !!

- PEETA !! Eu estou falando com você !!

- Que foi, criatura ?!

- Você vai deixar aquela 'zinha da silva' mandar em você ?! Eu quero ir nesse noivado !

- Glimmer, coisinha gostosa. Não vou arranjar mais confusão com a Katniss do que já tenho. E mais, você merecia era um belo tapa. Ela foi boa jogando você no mar, você provocou de mais. Aprenda a ter limites.

- COMO ASSIM TER LIMITES ?! Eu sou muito mais controlado do que a fulaninha.

- A 'fulaninha' se chama Katniss Everdeen. Você usa as maquiagens e outros produtos dessa marca. Quando seus pais forem mais ricos que os dela, ai sim, você pode chamar ela como quiser.

- Quer saber ?! Cansei. Foda-se você e a filha de pai de santo. Eu vou embora e nunca mais me procure !! Cê tá me ouvindo ? Tá entendendo o que eu tô falando ? NUNCA MAIS !!!

- Vai com deus, a saída você já sabe onde é. Não esquece que você é minha promiscuazinha. (N/A: pra quem não sabe, putinha)

- É assim ? Me manda um elogio barato !! Não quero você mais, Peeta. Byby.

Meu deus. Onde esse mundo vai parar com essas inteligências raras de hoje em dia !!! Após sua grande demonstração de inteligência, Glimmer foi embora. Eu vou chorar !!! NUNCA FIQUE TÃO FELIZ NA MINHA VIDA !!

Cocota chata essa. Foi tarde, mas foi ain ... O telefone começou a tocar. Atendi já sabendo o porque.

- Senhor Mellark, estão lhe aguardando.

Desligue sem falar nada e fui para o elevador. Me olhei no espelho do mesmo e vi que estava lindo. Como sempre. Tenho que admitir. A Katniss tem bom gosto. Escolheu um terno italiano, que são os melhores, que quase não precisou de ajuste, todo preto e liso. Eu tava o gostosão. (N/A: nossa ... Tu jura ?!)

Cheguei no barco e já fui me acomodando mas então notei que Katniss não estava no barco.

- Katniss não vai a festa ? – Perguntei para o 'motorista'.

- Ela está lhe aguardando no local.

Não fiz mais perguntas e me calei.

[...]

Quando cheguei o local, tive que tirar o chapéu para Katniss outra vez. Descendo a pequena escadaria, você daria de cara com a pista de dança com piso de madeira. As mesas estavam sobre um carpe vermelho que circundava toda a pista de dança, todas cobertas por toalhas brancas enfeitadas por rosa vermelhas e outros detalhes em dourado. O salão terminava em uma sacada enorme que dava vista para o mar e uma vista privilegiada do pôr-do-sol. Grandes arranjos de flores encontravam-se por todos lados que você olhasse. Tudo perfeito.

- PEETTAA, MEU LINDO !!!  - Effie gritou me agarrando vinda de Nárnia, só pode. – Cada o lindinho da mamãe ? Dá um beijinho.

Effie beijou todo o meu rosto e tenho certeza que a boca foi e o batom ficou.

- Mãe, você está me sujando !!

- Para ai, Effie. Deixa o garoto apresentável !! Depois você passa maquiagem nele. – Haymicht me protegeu se aproximando – E então, filho, já se entendeu com a docinho ?

- Não mesmo. Glimmer teve tempo até de dar um mergulho no mar no meio dessa história de tapas e beijos. – dei um sorriso de canto ao lembrar da cena.

- Que história é essa de Glimmer ?! – minha mãe perguntou com cara de poucos amigos. Ops, acho que fudeu. – O que essa garota estava fazendo aqui, Peeta Mellark ?

- Ela apareceu do nada lá no hotel e ...

- Hotel ?! Era para você estar na nossa Mansão junto de Katniss !! – Frederick Everdeen disse atrás de mim. F.U.D.E.U.

- Peeta, meu querido. Me diga uma coisa – Megará, a mãe de Katniss começou olhando fundo em meu olhos – Katniss te mandou para a suíte no Danieli ?

- Mandou.

Cavei minha cova. Se a Katniss souber ... Depois do que eu disse, nossos pais se afastaram para discutir sobre o assunto. Nada bom.

- Senhoras e senhores, Katniss Everdeen.

Eu estava do lado da escada e me virei para ver sua entrada ... Espantado. Essa era a palavra que me definiria nesse momento. Eu já a havia visto arrumada, mas nada se compara a agora. Katniss estava deslumbrante com seus cabelos meio soltos. Perfeita.

Quando ela estava no fim da escada, estendi minha mão para ela que finalmente tinha o olhar voltado para mim. Relutante, Katniss aceito minha mão e seu pai começou a falar.

- Meus queridos amigos e familiares, estamos aqui hoje para oficializar o noivado de Peeta Mellark e Katniss Everdeen. É também com muito orgulho que anunciamos a fusão das empresa de nossas famílias !! Um brinde ! E que esse seja o primeiro de muitos momentos bons entre as duas famílias !!

Todos ergueram as taças e as viraram em seguida. Dessa vez, foi meu pai quem falou.

- Bem, como pede o protocolo, a primeira dança é dos noivos. – Arregalei os olhos fitando meu pai e depois fitei Katniss que parecia que ia ter um treco de tão vermelha. – As mães de vocês nos disseram que são excelentes dançarinos de tango. Será que podemos ter a prova ?!

Todos no salão gritaram nos incentivando a dançar. É verdade, sei dançar tango, mas nunca dancei com Katniss ... Uma ideia me veio a mente. Já que vou ter que dançar mesmo. Porque não tirar proveito ?

- Então a dondoca sabe dançar, será mesmo ? – Falei perto de seu ouvido, para só ela escutar.

- Melhor do que você com certeza.

Mal terminou e Katniss já me puxava para o meio da pista. Um tango espanhol começou. Peguei uma rosa do arranjo de uma mesa e a ofereci a Katniss que o aceito de forma provocativa. Nos posicionamos e começamos a dançar. (N/A: sei que não é o melhor vídeo de tango, mas o melhor fica para o final ... ;)

Nossos movimentos eram os mais simples, afinal não sabemos o potencial um do outro, mas a sincronia entre nos dois era evidente. Terminamos em um movimento que nos deixava colados cara a cara, centímetros de distancia entre nossas bocas.

Olhei fundo nos seus olhos cinzas que estavam surpresos como os meus. Eu podia sentir sua respiração pesada de encontro com meu peito, minha mão estava em sua cintura, a puxando mais ainda para mim.

Só fomos nos dar conta da gritaria e do tempo em que ficamos parados quando Madge e Anne puxaram Katniss de meus braços. Continuávamos a nos fitar intensamente até que Gale e Finn entraram em minha frente.

- Belo show, maninho. Mas a melhor parte foi o final. – disse Gale com um sorriso de deboche.

- Realmente. A intensidade de vocês foi incrível ... Rolou algo que devemos saber ? – completou Finn.

- Não rolou nada. E fiquem quietos.

[...]

Fiquei ainda mais duas horas naquela loucura cheia de gente desejando os parabéns. Quando estava me dirigindo ao encontro de meus familiares, uma baixinha de cabelo preto e muito branca chega perto de mim acompanhada de um cara loiro e um pouco mais auto do que eu. Clove e Cato.

- Meus parabéns, Peeta !! Espero que de tudo certo para você !!

- Quem te convidou, Clove ? Já disse que não quero ver você nem pintada de ouro. – disse seco. Clove fez uma careta de quem não gostou do que ouviu e Cato vendo aquilo foi logo defende-la.

- Escuta aqui, cara. Você não vai ofender minha esposa ! Ela está gravida e não pode se estressar !!

- Aa, ela tá grávida. Torça para ela não fazer um aborto do seu filho querido. Afinal, ela já tem prática nisso – olhei duro para Clove que me fitava com um olhar de puro medo e soube que ela nunca contara a história para Cato que começou a questiona-la com o olhar – Tenha um bom proveito de seu casamento, Cato.

Mas antes que eu pudesse me afastar, Clove ainda falou.

- Você realmente a creditou que eu queria ter um filho seu ?! Eu não preciso de nada que venha de você e seu sangue sujo !!

Sai rápido daquele local antes que perdesse a cabeça. E ainda colocam a culpa do aborto em mim. Fato este que acabou com minha vida. No segundo ano do ensino médio Clove era minha namorada. Estava tudo perfeito até o momento em que ela me disse que estava grávida.

Sabia muito bem de minhas responsabilidades e em nenhum momento a deixei desamparada. O problema é que ela não queria a criança. Tentei de todas as formas impedir seus planos de aborto e teve uma hora que Clove desistiu e até aceito o fato que carregava um filho meu. Ela estava super empolgada com a criança e eu, feito a criança que era na época, acreditei em tudo. Não deu outra.

Na primeira chance que teve, ela tirou o bebê e colocou toda a culpa em mim. Disse que eu havia a obrigado a fazer o aborto e até chorou uma noite inteira no colo da minha mãe. Todos acreditaram nela e, a não ser por meus pais e irmãos, me excluíram de sua convivência.

Superei tudo agora, mas do meu jeito. Me tornei o galinha que sou hoje. Sei muito bem que essa é minha principal máscara, mas não sei mais como tira-la.

Sentei-me em um dos sofás da sacada e fiquei a observar a paisagem. Estava tão distraído que só notei a presença de Katniss quando a mesma seguro meus ombros e perguntou preocupada.

- Você está bem ?

Virei-me para fita-la e fiquei feliz ao ver sinceridade em seus olhos.

- Já estive melhor.

- Crianças, vamos !! – Effie nos chamou da entrada da sacada – Eu e seus pais daremos carona para vocês até a Mansão.