Era finalmente o dia da feira de ciências. Durante a semana que passou, eu e Liam ficamos cada vez mais próximos, viramos realmente melhores amigos, o que fez com que minhas amigas e os amigos deles também começassem a andar juntos. Thaís e Niall não tinham ficado de novo, na verdade nem tocaram no assunto, deviam estar bêbados demais pra se lembrarem. Pra falar a verdade, agora ela estava saindo com Zayn, mas nada sério.

A Feira de Ciências era um evento que valia ponto para os alunos de todo o ensino médio, nas matérias de Química e Física. O intuito era que os projetos fossem apresentados aos alunos mais novos para fazer com que se interessassem por tais matérias, mas ano após ano, o salão ficava vazio. Os alunos que apresentariam os projetos ficavam felizes, pois não tinham que se esforçar muito, mas os professores realmente queriam que a ideia funcionasse. Para isso, o diretor Monroe chamou o McFLY para tocar. Eles haviam se formado em nossa escola ano passado, portanto o diretor ainda tinha contato com eles e conseguiu um show de graça.

As apresentações dos projetos começariam em ordem alfabética. Enquanto Adam e Alice se apresentavam, saí para procurar Liam, pois ainda precisávamos ajeitar os últimos detalhes. Estava no jardim da escola quando vi uma van parando em frente ao Centro Cultural, onde se localizavam as salas de música, artes, dança, além do auditório onde o McFLY tocaria. Andei até lá como quem não quer nada, podendo ver os quatro garotos pegando alguns equipamentos de dentro do veículo. Ok, eu não ia pirar. Respirei fundo, me controlando pra não agarrá-los ali mesmo. Por mais que eles não fossem famosos ainda, eu realmente admirava o seu trabalho.

- Oi. - Tom disse simpático quando me viu - Você precisa de alguma coisa? - Agora todos me encaravam, pude sentir meu rosto esquentar, indicando que corei.

- Não... - Disse baixo - Só tava procurando meu amigo - Me virei pra ir embora, mas depois pensei que aquela seria a melhor chance que eu teria de conversar com eles normalmente. - Precisam de ajuda? - Perguntei virando novamente pra eles.

Tom, Harry e Dougie negaram educadamente, ao mesmo tempo que Danny gritou "SIM!" fazendo com que os outros o olhassem em reprovação.

- O quê? Vocês vão negar ajuda? Ela tá oferecendo! - Se defendeu, me fazendo rir.

- É gente, eu ofereci. - Cheguei mais perto e puta que pariu, como eles eram gatos! Principalmente o Dougie, sempre tive uma quedinha maior por ele.

- Ok, me ajuda aqui então. - Harry me chamou - Leva isso lá pro auditório. - Disse em um tom sério e me entregou suas baquetas.

- Não, é sério. - Eu ri. - Deixa eu ajudar vocês...

- Pega aqui. - Dougie me entregou seu baixo, enquanto levava partes da bateria de Harry. Fomos andando juntos, com os outros meninos logo atrás de nós.

- Então... Você ainda não disse seu nome... - Puxou assunto.

- Luiza. - Respondi simplesmente, não me importando em perguntar o dele.

- O meu é Danny, legal você ter perguntado. - O garoto atrás de nós falou em um tom sarcástico, mas logo em seguida soltou uma gargalhada contagiante.

- Não liga pra ele, Lu, ele é retardado. Eu sou o Tom, e esses são Dougie e Harry - Apontou respectivamente para cada um.

- É, eu meio que já sei disso, por isso não me incomodei em perguntar... - Só então percebi que ainda não tinha dito que era fã. - Sou fã de vocês. - Esclareci quando vi suas expressões confusas.

- Sério? - Tom abriu um sorriso de orelha a orelha, mostrando sua covinha linda.

Já havíamos chegado no auditório, os meninos me indicaram onde deixar o baixo e eu o fiz.

- Aham. - Confirmei. - Se vocês quiserem tirar foto comigo, eu não me oponho... - Sorri.

- Vamos só buscar o resto das coisas e a gente tira. - Harry disse quando se dirigia para a saída do Centro Cultural.

- Onde é o banheiro mesmo? - Dougie perguntou. - Esse colégio é enorme, não lembro de nada. - E era verdade, nosso colégio parecia um castelo mal-assombrado, cheio de passagens secretas que davam em salas que ninguém sabia pra que serviam. Era mais fácil se perder aqui do que em Hogwarts.

- Ah, isso aqui é um labirinto, é mais fácil eu te mostrar onde é. - Falei.

Os outros meninos foram buscar o resto das coisas e eu fui mostrar o caminho do banheiro para Dougie. Depois de descer algumas escadas e virarmos algumas vezes, cheguei à conclusão de que estávamos perdidos.

- Tem certeza que você sabe onde é o banheiro? - Perguntou

- Não. - Ri. - Você tá muito apertado? Porque acho que é mais fácil a gente voltar e você ir no prédio princi - Fui interrompida por um barulho que sabia ser o alarme de incêndio. - Puta que pariu! - Saí correndo para a porta da sala enorme onde estávamos, na qual não havia nada além de um sofá de couro vermelho. Graças aos testes do alarme, feitos uma vez ao mês, eu sabia que quando este soava, todas as portas da escola eram trancadas para que o fogo não se alastrasse.

- Tá trancada? - Perguntou tentando forçar a porta quando viu que minha tentativa falhou. Confirmei com a cabeça.

- Será que pegou fogo mesmo ou é alguém de sacanagem? - Perguntei sem esperar uma resposta. Devia ser só alguém que não fez o projeto e tocou o alarme para que a Feira fosse adiada.

Meu celular tocou e eu atendi quando li o nome de Bia na tela. Mal falei "Alô" e ela começou a falar:

- Onde você tá? A gente colocou fogo na escola todo mundo saiu correndo as portas estão trancadas, a gente não conseguiu te encontrar, o Liam tá te procurando. - Ela falava sem respirar, comendo o final das palavras. Eu apenas comecei a rir, ignorando completamente seu tom de preocupação.

- Tu colocou fogo na escola? - Perguntei rindo ainda mais devido a cara de assustado do Dougie.

- É cara, eu não sei o que houve, eu e Pipe¹ estávamos apresentando nosso projeto e do nada explodiu, o alarme de incêndio tocou e aí todo mundo saiu correndo, depois as portas todas foram trancadas automaticamente, pro fogo não se alastrar, mas acho que não adiantou nada, á tudo pegando fogo aqui no prédio principal e os bombeiros não chega... - Foi interrompida de repente.

- Onde você tá? - Liam me perguntou, eu podia ouvir os protestos de Bia por ele ter roubado seu celular. - Eu queria te ligar mas perdi meu celular, tá tudo bem?

- Vocês são muito desesperados - Respondi - Eu to bem, mas não sei exatamente onde eu to... Em algum lugar do Centro Cultural, eu acho.

- Hã? O que você tá fazendo aí? - Perguntou confuso

- Eu fui lá fora te procurar, aí eu encontrei o McFLY e ajudei os caras a trazerem as coisas pra cá, daí eu e Dougie ficamos presos aqui - Olhei para o garoto agora sentado no sofá, que moveu os lábios em um "o que houve?" silencioso, fiz sinal para que ele esperasse.

- Vou aí te buscar, agora tenho que ir. - Desligou

Expliquei o ocorrido para Dougie que inicialmente riu da cara das minhas amigas. Porra, o garoto queria mijar e ficava rindo, bem esperto mesmo.

- Calma aí... Então a gente tá preso? - Pareceu ter caído a ficha. - Mas eu preciso ir ao banheiro, cara. - Agora foi minha vez de rir.

- O que a gente vai fazer? – Perguntei me jogando ao seu lado no sofá. O garoto deu de ombros. Coloquei uma música qualquer pra tocar, só pra não ficarmos em um silêncio constrangedor.

- Sei lá, me fala sobre você. – Ele disse depois de um tempo.

- Pergunta alguma coisa... – Eu não sabia falar sobre mim, a não ser que a pessoa especificasse o que queria saber.

- Ah, sei lá. – Riu – Calor ou frio?

- Frio. – Achei uma pergunta meio nada a ver, mas ok.

- Dia ou noite? – Continuou

- Dia. – Ainda não tinha entendido o objetivo daquilo.

- Coca-Cola ou Pepsi?

- COCA! – Quase gritei, eu era levemente viciada em Coca-Cola.

- Praia ou montanha? – Já tinha me acostumado com o joguinho, mas essa pergunta eu tive que pensar por um bom tempo.

- Tanto faz, depende da companhia. – Concluí.

- McDonald’s ou Burger King?

- McDonald’s. – Respondi e ele arregalou os olhos.

- Como assim, cara? Burger King é bem melhor. Imagina só aquele hambúrguer gigante, com aquela carne suculenta... – Senti minha barriga roncar.

- Dá pra parar de falar de comida?! Eu já to morrendo de fome e a gente tá preso aqui por tempo indeterminado, caso você não lembre. – O interrompi

- Ok, o que a gente vai fazer então? – Perguntou

- Sei lá, continua fazendo perguntas sem sentido, é legal.

- Hm... Você disse que é fã de McFLY, certo? – Confirmei com a cabeça e ele continuou – Então, quem é seu preferido na banda?

- Vou jogar Fruit Ninja! – Peguei meu celular, mudando completamente de assunto. Ele era meu preferido, mas é claro que eu não diria isso pra ele.

- Vai jogar porra nenhuma. – Riu e tirou o celular da minha mão. – Responde.

- Me dá meu celular! – Tentei pegar o objeto da mão dele, o que deixou nossos rostos próximos demais.

- Não. – Pude sentir seu hálito quente batendo em meu rosto quando falou.

- Sério, devolve. – Tentei pegar novamente o celular da mão dele, fazendo com que deitássemos no sofá, eu por cima dele.

Comecei a fazer cócegas em Dougie, o que não foi uma boa ideia já que ele decidiu revidar. Eu ria tanto que já nem conseguia respirar.

- Para, cara – Usei o pouco de fôlego que tinha para pedir.

- Só se você responder a minha pergunta. – Continuou com as cócegas. Eu havia me contorcido tanto que agora ele estava por cima.

- Você, porra! – Quase gritei, me sentindo aliviada quando ele finalmente parou.

Estávamos novamente muito próximos, o olhar de Dougie não se decidia entre meus olhos e minha boca. Involuntariamente apoiei meu peso nos cotovelos, o que nos aproximou ainda mais, o suficiente para que nossos lábios roçassem.

Ele finalmente acabou com o espaço entre nossas bocas, levei minhas mãos até sua nuca, aprofundando o beijo. Dougie impulsionou seu corpo pra frente fazendo com que deitássemos novamente. Sem partir o beijo, nos ajeitamos de modo que ele ficasse entre minhas pernas, o que aumentou o contato entre nossos corpos. Minha mão que estava em sua nuca passou para seu cabelo, puxando levemente. Com a outra mão arranhei seu abdômen por baixo da camisa, podendo sentir seus músculos contraírem com meu toque.

As mãos deles, por sua vez, não paravam quietas, passeando por todo meu corpo. Separei o beijo mordendo seu lábio inferior, apenas para que pudéssemos respirar. Em seguida voltamos a nos beijar com urgência. Aquele pano todo entre nós já estava começando a atrapalhar, acho que Dougie pensou o mesmo que eu pois puxou a barra da minha camisa pra cima, com intenção de tirá-la. Levantei um pouco meu corpo para facilitar seu trabalho e rapidamente a peça foi parar no chão. Aproveitei que estávamos separados para tirar sua camisa também e troquei nossas posições, ficando por cima dele. Desci meus beijos para seu pescoço, distribuindo chupões pelo local com uma força que definitivamente deixaria marcas.

O garoto levou as mãos até o fecho do meu sutiã, mas foi impedido pelo barulho da porta se abrindo.

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¹ Vocês provavelmente não sacaram who the hell is Pipe, mas é a Aline rs é que a gente chama ela assim desde pequena então pegou (viu @aline_operti explanando sua vida pra geral aqui haha)