Capítulo 50

-Elijah acabou de fazer um acordo com a doppelganger bitch – falou Rebekah. – Nós vamos buscar o corpo do meu irmão.

Acenei com a cabeça, pegando nas chaves do carro e saindo de casa com Rebekah.

Algumas horas atrás, Rebekah e Elijah tinham-me encontrado enrolada numa bola, a chorar e a soluçar, no mesmo lugar onde tinha sido deixada sozinha, quando levaram o corpo de Klaus.

Primeiro que conseguisse dizer alguma a eles, passaram-se vários minutos. Eventualmente, acabaram por chamar Kol e os três conseguiram acalmar-me. Então contei-lhes que Damon e os outros tinham dissecado Klaus e Elijah tinha ido à procura de Elena, já que os Salvatore estavam para sempre ligados àquela doppelganger.

Ele ia fazer um acordo: pegava no corpo de Klaus e deixava-o dissecado até á geração dos bisnetos de Elena. Não concordei com essa parte, mas era tudo ou nada. Já esperei mil anos para me casar com ele, o que seriam mais duzentos?

Guiei com ferocidade até ao armazém que Stefan tinha indicado a Elijah. Quanto mais depressa tivesse o corpo de Klaus, melhor.

-Eu fico por aqui – disse Rebekah, saindo do carro.

-Não te queres encontrar com Damon? – perguntei, com a voz vazia de emoção.

-Não me apetece ouvir piadas sobre loiras.

Deitei um sorriso irónico para ela e disse:

-Tudo bem. Já volto com Klaus.

Fui de elevador até ao andar de cima e estava tudo silencioso, o que era muito estranho.

-Damon? Damon, onde estás tu? – continuei a andar pelos corredores. – Damon, isto não tem piada!

Estava tudo silencioso para o meu gosto. Seria uma armadilha para mim e Rebekah?

Virei para outro corredor, e este estava com vários vagões abertos. Algo de errado se passava. Andei mais devagar, com os sentidos alerta.

-Samantha – murmurou Damon, colocando uma mão na minha boca, impedindo-me de gritar e encostando o meu corpo ao dele. – Alaric está aqui.

Alaric? O que se passava? Ele tinha morrido, certo? Só se… oh, não, essa ideia era demasiado má.

Pegou na minha mão e corremos os dois na direção que ele mandava. À minha frente, estava um caixão preto, que estava fechado. Sem hesitações, eu e Damon transportávamos o caixão sem dificuldade até ao andar inferior. Não via Rebekah em lado nenhum e isso assustou-me. Teria Alaric raptado Rebekah?

Damon puxou o carrinho que tinha o caixão por cima e eu abri o porta-bagagens.

-Samantha! – gritou Damon e eu virei-me para trás, assustada.

Alaric estava de frente para mim e pegou no meu pescoço, atirando todo o meu corpo para cima do carro. Rolei para o chão.

-Não! – ouvi Rebekah, aparecendo a correr do nada.

Damon e Rebekah correram até Alaric, tentando pará-lo, mas ele atirou-os até ao chão, caindo perto de mim. Abriu a porta do caixão e ergueu uma estaca, que eu percebi estar enfeitiçada.

-Não! – gritou Rebekah e Damon segurou-a. – Não, não!

-Para! – gritei para ele, mas Alaric ergueu a estaca e desferiu o golpe definitivo no coração de Klaus. – NÃAAAAAAO!

O seu corpo ganhou chamas. Era o fim.

Caí de joelhos, sem forças. O meu corpo por dentro parecia que se tinha rasgado em dois. A aliança no meu dedo queimava-me e pesava como chumbo. E tudo o que eu podia fazer era ficar de joelhos, a olhar para o caixão onde o corpo do meu amado estava.

Alaric fechou o caixão e olhou para nós.

-Rebekah, corre – mandou Damon. – Samantha, levanta-te.

-Próximo – disse Alaric, sem qualquer emoção no seu rosto, para além da fúria.

-Rebekah, corre. Corre! – exclamou Damon e senti a sua mão puxar-me para cima. Ergui-me, sem saber como. Tudo o que tinha na minha visão era aquele caixão onde Klaus jazia, morto. – Sam, corre!

Rebekah pegou na minha mão, forçando-me a correr á mesma velocidade que ela dali para fora. Só parámos quando já estávamos a alguns quilómetros de Mystic Falls.

Um soluço involuntário escapou da minha garganta, e Rebekah parou de andar, olhando para mim, com lágrimas a toldarem-lhe a visão.

-Rebekah? Samantha? – era Elijah, que tinha aparecido não sei de onde.

-Sam – senti os braços fortes de Kol envolverem-me. – O que aconteceu?

-Ele está morto – respondeu Rebekah por nós as duas. – Não houve nada que pudéssemos fazer para parar.

Kol apertou os seus braços à minha volta e mais soluços involuntários vieram, conjuntamente com as lágrimas. Rebekah e Elijah abraçaram-se com força e desfizeram o abraço, mas eu mantive-me presa a Kol, sabendo que se ficasse sem alguém para me apoiar fisicamente, iria cair.

-Tyler Lockwood está morto, mas os outros sobreviveram – afirmou Elijah e virei-me para ele, ainda nos braços de Kol. – Disseste que Niklaus era o responsável pela linhagem deles.

-Eu achei que tinha – murmurou Rebekah.

-Não fui eu, não foi Kol – disse Elijah.

-Não fui eu, Elijah. Foi Niklaus, tenho a certeza disso – confirmou Rebekah.

-Então quem foi?

Mas eu naquele momento não queria saber quem é que tinha morrido e quem tinha sobrevivido. Tudo o que eu queria era Klaus ao meu lado, mas ele já não estava. E nunca mais estaria.

©AnaTheresaC