Capítulo 44

-Samantha, tens visitas – disse Klaus e apareceram de seguida Caroline, Rebekah, Elena e Bonnie.

-Oi – falei, sentando-me na cama.

-Tinhas razão, ela está horrível – comentou Caroline para Klaus e sorrindo para mim. – Veste-te! Vamos festejar!

-Desculpa Nik, mas roubei esta garrafa, que eu sei que roubaste de uma rainha, mas não sei qual – afirmou Rebekah, mostrando uma garrafa antiga.

-E trouxe umas coisinhas – Bonnie abanou um saco cheio de ervinhas que estava no seu saco. Desde quando é que ela usava aquelas coisas para se divertir?

-Vamos festejar com os melhores CDs que eu tenho! – Elena tirou da sua mala um estojo de CDs gigante.

-Obrigada meninas, mas eu não estou com vontade de festejar – murmurei e Klaus saiu sorrateiramente do quarto.

-Ah, não! – exclamou Caroline, puxando-me da cama. – Vamos festejar sim! É a tua despedida de solteira!

-Assim que o Nik colocar o anel no teu dedo, podes dizer adeus à tua liberdade – comentou Rebekah. – Ele tem um cavalheirismo muito controlador.

Sorri perante o seu comentário.

-Ótimo! – guinchou Caroline. – Eu arranjo-lhe a roupa!

-Mas eu estou vestida! – argumentei.

-Não para uma festa – Elena fez uma careta e Caroline dirigiu-se ao meu closet. Voltou com um vestido soltinho branco.

Entrei na casa de banho com ele e mudei-me rapidamente. Não queria fazê-las esperar.

E então a festa começou. Com bebida e música boa e quando notei, estava a saltar em cima da cama como uma louca, provavelmente devido às ervinhas que Bonnie tinha trazido.

Rebekah bebeu aquele vinho muito antigo e Caroline fez uma careta para uma foto que Bonnie estava a tirar. Elena estava a um canto, a gargalhar sozinha, como se tivesse ao seu lado alguém a falar com ela.

Quando voltei a dar conta do que se estava a passar à minha volta, Elena dormia do meu lado esquerdo, enquanto Bonnie dormia do lado extremo da cama, com Caroline e Rebekah (que estava colada a mim) entre nós. Fechei os olhos deixei-me levar para o mundo dos sonhos.

***

Acordei com um beijo na testa. Abri os olhos contrariada. Klaus estava a sorrir para mim, a colocar todo o seu peso nos seus braços fortes que me rodeavam, com medo de acordar Elena que estava por baixo dele.

-Bom dia – disse ele, sorrindo. – Esta cama é suficientemente grande para todas?

Quis gargalhar, mas não tinha forças.

-Sim, é – murmurei. – Queres vir para aqui?

-Já não há espaço para mim, love. E para além disso, que pensariam as pessoas de mim? Que gosto de ménages?

Fiz uma careta.

-Foi o que eu pensei – murmurou ele. – Volto daqui a umas horas. Volta a dormir.

O telemóvel de Elena tocou e Klaus desapareceu.

-Elena! – resmungou Caroline e ela caiu da cama com a preguiça de pegar o telemóvel.

-Vai embora – murmurei, virando-me para o outro lado e deparando-me com Rebekah a dormir com o cabelo a tapar-lhe a cara toda. Parecia uma vassoura loira.

Fechei os olhos, mas a sonolência já me tinha passado.

-Onde é que estão? – era Jeremy que tinha telefonado a Elena. – Já estamos a arrumar tudo para o Baile.

-Oh, Jer, desculpa, esquecemo-nos completamente das horas. Estamos aí dentro de uma hora – murmurou Elena, ainda sonolenta.

Voltou para o quarto a abanou Caroline e Bonnie.

-Elena, se queres acordar essas duas coalas, sugiro que lhes grites ao ouvido – murmurei e ela sorriu para mim, atrevida.

-Tens toda a razão – saiu do quarto e no início não percebi o seu motivo, mas três minutos depois voltou com uma panela gigante e a sua tampa.

-Elena, não! – exclamei, tentando impedi-la, mas estava trôpega e acabei por cair em cima da Rebekah.

Elena bateu com tudo na panela com a tampa, causando um som violento e ensurdecedor.

-Não! – exclamámos todas e Rebekah livrou-se de mim, atirando-me ao chão.

-Ei! – gritei para ela, sentada no chão. – Mais modos, Rebekah! Não quero ir com nódoas negras para o casamento!

Enquanto isso, Elena continuava a bater com força na panela e Caroline deitou-lhe um olhar mortal e ensonado, sentada já na cama.

-Se fizeres mais um som sequer, juro que te torço o pescoço e vais para o Baile com um torcicolo – ameaçou ela, ao que eu ri.

Bonnie olhou assustada para Caroline. Elena tinha desfeito o seu sorriso, mas a gargalhada estaca iminente nos seus olhos. Foi Rebekah que começou a rir.

-Eu ajudo! – prontificou-se ela e eu gargalhei de seguida.

Ela atirou-me uma almofada.

-Sua bruta! – gritei e sentei-me com uma perna de cada lado do seu corpo, batendo-lhe com a almofada. Ela eventualmente rompeu-se e penas começaram a circular à nossa volta.

Caroline atirou uma almofada a Elena, que saltou de novo para a cama e começámos uma guerra de almofadas. Rebekah bateu em mim com uma almofada e eu para retaliar, bati-lhe com outra. Só que ela baixou-se e bateu em Bonnie, que ficou furiosa comigo. Pensei que ela me ia matar, mas em vez disso, com a sua magia, levitou todas as penas. Parámos, encantadas com o espetáculo.

Abriram a porta e olhámos todas para lá. Era Klaus.

-Jeremy telefonou. Queria saber se ainda não tinha comido a sua irmãzinha querida.

Inclinei a cabeça para o lado e coloquei as mãos na cintura. Ele sorriu safado.

-Não nesse sentido de comer, Samantha.

Rebekah e Caroline fizeram um esgar de nojo.

-Céus, arranjem um Quarto Vermelho da Dor! – exclamou Bonnie, colocando uma almofada no seu rosto, fingindo desmaiar.

Olhámos todas para ela e eu arqueei o sobrolho.

-Quem é que anda a ler coisas safadas, han? – indagou Elena e desatámos à gargalhada quando vimos Bonnie a corar.

-Oh minha nossa! – exclamei a caí de lado na cama, a rir sem me conseguir controlar. – Oh, Christian, vem até mim! Algema-me e leva-me aos Céus! – disse, teatral.

-Ah, quem é que também leu, quem foi? – Rebekah colocou-me entre a espada e a parede, com Klaus ali no quarto, a observar tudo silenciosamente.

-Eu nunca disse que não tinha lido – tentei contornar a pergunta, mas Rebekah revirou os olhos, rindo. – Pronto, está bem! Vamos fazer um pacto. Klaus, sai daqui.

Ele ergueu as mãos e avisou:

-Apenas não se atrasem. Não quero o mini Gilbert aqui à porta com a escolta inteira, por algo que eu não fiz.

Assenti, sorrindo e ele fechou a porta.

-Vá, meninas, deem os mindinhos – elas olharam-se desconfiadas. – Vá! Não custa nada!

Juntei o meu mindinho a Rebekah e o da mão direita a Elena. Caroline deu o mindinho a Rebekah e a Bonnie e por sua vez, Bonnie deu o seu mindinho esquerdo a Elena.

-Nós juramos que já lemos 50 Shades e que amámos o Christian – Caroline arregalou os olhos, mas eu continuei. – Desejamos um Christian nas nossas vidas, mas também amamos os nossos namorados. Por isso, prometemos solenemente só falar do livro quando estivermos todas juntas e manter a trilogia longe dos nossos homens!

Elena riu e apertou o seu mindinho no meu. Finalmente, ao fim de tanto tempo, tínhamos conseguido encontrar uns momentos em paz, onde os problemas tinham ficado do outro lado da porta e em que Caroline e Rebekah juntaram os mindinhos!

©AnaTheresaC