Capítulo 36

–Vamos sair desta cidadezinha – disse ele, fitando o teto.

–O quê?

–Sim, vamos sair daqui. Kol escapuliu-se, Elijah está sabe-se lá onde com Bridget, Rebekah quer ficar por cá e Finn está com a minha mãe, o que se poderá tornar um problema num futuro muito próximo – disse ele, num só fôlego. – Mas enquanto isso, podemos sair daqui, aproveitar a nossa vida imortal.

Virei-me para ele.

–E para onde, posso saber?

–Eu sei que tu gostas muito de uma cidade: Nova Iorque?

Sentei-me na cama, puxando o lençol comigo.

–Nova Iorque? Sério?

Ele beijou-me e obrigou-me a descer, ficando por cima de mim.

–Vamos a isso!

–Sério? E deixarias tudo para trás?

Ele sorriso de lado.

–Sweetheart, eu não deixo tudo para trás. Os problemas simplesmente seguem-me.

Revirei os olhos e ri.

–Está bem. Vamos lá para Nova Iorque.

***

Já me tinha esquecido do quanto gostava da cidade que nunca dorme. Os táxis, o barulho, as pessoas de várias etnias e com vários estilos de moda. As enormes lojas, os anúncios nos edifícios com cores vibrantes.

Entrámos no hotel Hilton. Claro, o melhor, sempre. Ficámos numa suíte, no último andar, e a parede de vidro dava uma bela vista para a cidade, com o pôr-do-sol no horizonte, dando um tom de laranja e rosa a tudo.

–Amo-te – disse ele, abraçando-me por trás e eu repousei a cabeça no seu ombro.

–É recíproco, Mr. Klaus – falei, imitando pronúncia britânica.

Ele riu, como sabia que faria.

–Adoro o teu sotaque. É exótico.

–Então imagina tu que falas com esse sotaque o tempo todo.

–Velhos hábitos são difíceis de largar.

–Eu sei. Mas eu adoro – desenvencilhei-me dele e sentei-me no sofá. – O que vamos fazer hoje?

–Estava a pensar em divertir-nos um pouco. Casino ou discoteca?

–Os dois – respondi, sorrindo. – Enquanto isso, vou tomar um banho relaxante. A viagem durou muito mais do que esperava.

–Precisas de ajuda? – os seus olhos adquiriram um brilho malicioso e sorriu de lado, causando covinhas no seu rosto.

–Só se achares que eu precise.

***

Coloquei a minha pulseira de valor incalculável e depois coloquei os brincos.

–Estás linda – disse ele, entrando no quarto.

Ele estava com um smoking com laço branco, lindo como sempre.

–Também não estás mal.

Colocou as suas mãos na minha cintura e beijou-me delicadamente, com medo do batom vermelho.

–Tenho algo que quero que uses hoje – ele tirou do bolso do casaco do smoking uma caixinha de veludo preta. – Abre.

Peguei na caixa e abri-a. Era um anel, com uma pérola gigante e com vários diamantes á sua volta.

–Klaus… é lindo – estava sem palavras. Tirei-o da caixa com as mãos um pouco trémulas e coloquei-o no dedo anelar. Encaixava perfeitamente e olhei para Klaus, que tinha os olhos expectantes. – Obrigada.

–Ele também tem uma segunda intenção.

–Oh – o meu sorriso desfez-me rapidamente e olhei para o anel. – Qual é?

–Ele é uma prova do meu amor por ti. Samantha Blackwell, casarias comigo? – ele disse a última parte devagar, mas eu percebi logo o que era quando ele falou o meu apelido.

Olhei para ele de boca aberta e depois comecei a ver os indícios de algumas horas atrás: ele escapuliu-se do hotel quando fui ao spa e depois voltou com o ar mais feliz da vida. Comprou-me o vestido, que complementava o anel na perfeição: era simples, um pouco acima do joelho, com bordados em dourado no fim do vestido. E depois pediu-me para não usar o meu colar de proteção solar porque garantiu que estaríamos de volta á suíte antes do nascer do sol.

–Sam, estás a pôr-me nervoso – disse ele, realmente nervoso, com os olhos brilhantes, que mudavam de direção constantemente.

Sorri para ele e abracei-o pelo pescoço.

–Eu casaria contigo hoje mesmo. Mas quero uma cerimónia com a nossa família – ele sorriu e completei: - Sim, Klaus, eu aceito casar-me contigo.

O seu sorriso abriu-se ainda mais e rodopiou-me no ar. Gargalhei alto e quando me colocou no chão beijou-me, não se importando se o batom iria borrar todo ou não. E eu também não me importei, porque estava para além de feliz.

Eu iria casar com o homem que amava.

©AnaTheresaC