Capítulo 32

Estava a correr tudo como o planeado, Rebekah tinha atraído Matt para longe das atenções da festa, mas no último segundo ela recuou e os dois foram para dentro.

-Que raios, Bekah! – exclamei e Kol rosnou. – Aaaaah, ia ser perfeito!

-É hoje que eu mato aquele loiro. Especialmente para irritar Rebekah.

Sorri de lado.

-Conta comigo.

-Eu sei que sim – ele prensou-me contra um carro e os nossos corpos ficaram prensados um no outro. Literalmente.

-Sério, Kol? Aqui? Não achas que eu sou digna da tua cama?

-Podemos adiantar o trabalho de ter que subir as escadas.

Ele tentou beijar-me, mas eu coloquei uma mão no seu peito e empurrei-o um pouco.

-Não quero estragar a maquilhagem.

Kol revirou os olhos.

-Qual é o vosso problema? Deixam um homem louco e depois rejeitam-no?

-Own, assim fico com pena de ti Kol – empurrei-o com mais força e ele deu dois passos atrás. – Chamam-se preliminares, querido.

Fui num passo apressado para a festa, sabendo que ele me estava a seguir com uma distância segura.

Entrei no hall, e Bridget entregou-me um copo de champagne que tinha uma cor avermelhada.

-Pensei que ele te tinha raptado.

-Oh, por favor. Kol pode ser forte, mas eu tenho outras armas – falei e ouvi um tinido.

Olhei para o cimo das escadas que era de onde vinha o som e Esther estava lá.

-Boa noite, senhoras e senhores – disse ela e senti Kol ao meu lado. Elijah colocou-se ao lado de Bridget. – Os empregados estão a entregar champagne. Convido-vos todos a juntarem-se a nós no brinde. Nada me dá maior alegria do que ver a minha família junta como um só. Gostaria de agradecer a todos por fazerem parte desta noite fantástica. Saúde.

-Saúde! – dissemos todos e eu levantei o copo.

Virei-me para Kol e batemos os nossos copos com delicadeza. Bebi um gole do champagne que tinha um sabor adocicado, sem nunca desviar os olhos dos dele.

-Vamos tratar de Rebekah e Matt? – murmurou ele e eu acenei com a cabeça.

A festa continuou durante mais uma hora, até alguns convidados começarem a irem-se embora. Por fim, só restou a doppelganger, os seus amigos (leia-se: os Salvatore), Matt e a Barbie.

-Agora – disse Kol e vimos Matt a subir as escadas.

-Eu distraio – falei e segui o Ken loiro. – Oi!

Ele ficou à minha espera a meio da escadaria. Kol subiu rapidamente pelas outras escadas, passando despercebido a Matt ou a qualquer humano.

-Olá. És o par de Kol, certo?

-Isso mesmo – falei e começámos a subir as escadas juntos. – E tu és o par de Rebekah.

-Correto. Então… divertiste-te?

-Oh, sim! Os Mikaelson sabem como dar uma boa festa. Onde vais?

-Despedir-me de Rebekah. Precisas de boleia?

-Não, obrigada. Vou ficar por cá – falei e passámos pela enorme varanda.

Kol emitiu um ruído e Matt parou bruscamente. Parei junto com ele.

-Ouviste isto?

-Sim, ouvi – disse, fingindo-se sentir assustada.

Ele entrou na varanda e virou-se para mim.

-Talvez…

-Boa noite – Kol apareceu logo atrás dele e Matt virou-se para ele. – És o amigo da Rebekah. Não nos conhecemos.

Ele estendeu a mão a Matt, e eu percebi logo a intenção dele. Fiz a minha poker face e Matt olhou para mim. Eu fiz um olhar de cachorro abandonado e ele apertou a mão de Kol.

-Matt Donovan.

-Kol Mikaelson – Kol sorriu sadicamente e Matt grunhiu de dor.

Entrei dentro da varanda, e impedi o Ken loiro de cair no chão.

-Mais devagar – falei ao seu ouvido.

-Ei, ei ei ei ei. Com jeitinho na mão - a voz de Damon soou. – O tipo é quarterback.

Kol rosnou e olhou para Damon ameaçadoramente. Eu olhei para Damon e ele deu-me um estalo que me fez bater contra o varão e cair no chão da varanda logo de seguida. Matt também tinha caído e estava ao meu lado, agarrado à mão dele.

Damon e Kol já não estavam á vista, mas ouvi o baque deles a caírem no rés-do-chão. Levantei-me e corri escadaria abaixo, pouco me importando com o loiro.

Stefan estava a abrir as portas e Finn, Rebekah, Elijah, Klaus e Elena estavam logo atrás dele.

-Damon! – exclamou Stefan e ele parou logo de bater em Kol. Enquanto Stefan desacelerava o passo, eu continuei e bati com tudo em Damon, que voou uns bons metros.

Ele levantou-se e correu até mim, pronto para lutar, mas eu já estava á espera do ataque dele. Consegui pegar-lhe pelo pescoço e os meus olhos começaram a queimar e senti a adrenalina a correr pelo meu sangue.

-És louco?! Irritar um Original e uma vampira gerada por ele?

-Talvez esteja.

-Ah! – gritei e atirei-o ao chão. Ele gritou de dor quando a cabeça bateu com força no chão, e eu larguei-o. – Talvez um pouco.

Ele riu e olhou para além de mim.

-Longe de mim causar problemas.

Ele virou-nos as costas e começou a andar para a saída da propriedade.

-Estás marcado, Salvatore! – gritei e Kol riu.

-Ah, saudades das tuas ameaças Samantha.

Ele já estava levantado, e eu olhei-o preocupada. Toquei no seu rosto, virando-o para a esquerda e para a direita.

-Estás magoado? Ele bateu-te com muita força? Partiste alguma coisa?

-Relaxa, querida. Eu tenho mais novecentos anos em cima do que ele. Não é assim tão fácil acabar comigo.

Sorri, sabendo que aquilo tinha uma segunda intenção.

-Veremos.

-Oh, arranjem um quarto! – exclamou Klaus e eu olhei-o com determinação.

-Isso é uma oferta? Porque eu faria muitas coisas no teu quarto. A questão é que não seria contigo.

Ele cerrou os lábios, ergue o queixo e voltou a entrar em casa. Olhei para Elijah e vi que havia desapontamento no olhar. Finn estava surpreendido com a minha resposta. Elena e Stefan tinham voltado para dentro e não tinham visto o que tinha acontecido entre mim e Klaus.

-Ele é que pediu, Elijah – disse. – Não me venhas com lições.

Elijah baixou o olhar e entrou dentro de casa, seguido de Finn. Rebekah ficou a olhar para nós, furiosa.

-Como puderam! Era o meu par!

-E tu recuaste sem avisar! – exclamou Kol, avançando para Bekah. – O que esperavas que fizéssemos? Acenássemos que sim? Não mandas em nós, Rebekah!

-Parabéns, Kol. Agora odeio-te.

Ela virou-nos as costas e eu notei que aquela noite já tinha dado o que tinha a dar. Somos vampiros civilizados, mas tudo tem um limite, e a festa educada já tinha acabado.

-Também te amo, irmã! – Kol gritou enquanto ela entrava dentro de casa.

Eu sorri.

-Rebekah é mesmo assim: ama-te num segundo e no outro já te odeia.

-E tu, querida Samantha? És assim?

Ele colou os nossos corpos e as suas mãos subiam e desciam pelas minhas costas, causando um formigueiro por onde passavam. Raios, Kol era tão quente e confortável.

-Não. Eu amo numa noite e na outra não dou a mínima.

-Então é melhor aproveitarmos.

Ele atacou os meus lábios e eu retribuí. Que se lixassem as preliminares! Eu queria-o ali e naquele momento!

-És digna da minha cama – disse ele, enquanto mordiscava o meu pescoço. Eu gemi.

-Ainda bem. Porque eu não aguento mais um segundo.

E vamos ser sinceras: Kol era um pedaço de mau caminho e ele passou um século sem qualquer tipo de aventura. Ele distribuía beijos pela minha pele, deixando-a a queimar por onde passava e deixando-me à beira da loucura. Ele era fofo e rude ao mesmo tempo, e eu respondia a isso na mesma moeda.

-Oh, Kol, não sabes o que perdeste – disse, enquanto o virava na cama e ficava por cima dele.

-Mostra-me, Samantha. Mostra o que eu perdi.

Ataquei os seus lábios e voltámos a rolar pela cama. Ela rangia e não sabia quanto mais tempo é que iria durar.

-Mostras-me o que perdi, e eu levo-te às nuvens – disse ele enquanto beijava a minha barriga. – De acordo?

-De acordo – falei, tentando controlar a minha respiração. Ele voltou a atacar os meus lábios e eu enlacei as minhas pernas na sua cintura.

©AnaTheresaC