(DES)EDUCANDO Uma Princesa escrita por Vamp Writer


Capítulo 10
Capítulo 09: CUIDADOS


Notas iniciais do capítulo

Heeey girls!
Obrigada pelos comentários de vcs no capítulo anterior! :D
Annelise, me diverti horrores com o seu! AHSUAHSUASHAUSHSAUSA Vc sabe que eu sempre adorei seus coments, né?! *-------*
Já vi que ninguém torce pelo meu Jacob :| haha
Mas não tem problema, ninguém vai ter um final ruim em DP!
Espero que gostem do capítulo de hoje!!!!!



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Agente Cullen



Imediatamente fomos cercados por médicos de plantão e enfermeiras nos dizendo que aquela era uma área restrita, que não tínhamos permissão e blá blá blá. Mas o chilique não durou muito quando eu ignorei aos enfermeiros enormes que estavam vindo para cima de mim e deitei Bella na primeira cama vazia que eu encontrei.

– Ela está ardendo em febre! – gritou o enfermeiro, assim que tocou em Bella. – Doutor Hallstorm, aqui, por favor!

Um médico apareceu, passando por todos nós e pegando o pulso de Bella.

– Quais são os sintomas? – perguntou ele, olhando para mim e Chad parados ali.

– Febre acima dos quarenta graus, delírios, desmaios e perda de consciência – respondeu Chad.

– Inicialmente pensamos que fosse uma gripe comum, mas é muito mais do que isso – eu reforcei.

– E vocês são o que dela?

– Nós somos amigos e Edward é médico – respondeu Chad, olhando para mim.

Merda!

Eu me esqueci completamente disso. Eu supostamente era... médico!

– Doutor Edward Cullen, neurologista – menti, estendendo a mão para ele.

Ele segurou minha mão de volta, enquanto me olhava de uma forma curiosa.

Cullen? – repetiu ele. – Você é parente do doutor Carlisle?

– Sou filho dele – respondi, torcendo para que o pouco que eu sabia de medicina (tudo graças há anos como filho de meu pai) me salvasse.

– Sou o doutor George Hallstorm, clínico geral. Sou um admirador do trabalho do seu pai, então é um grande prazer conhecê-lo. O que o meu colega de medicina diagnosticou para ela? – perguntou ele, mais interessado.

Puta merda. Maldita hora que eu fui escolher médico como disfarce!

– Eu não posso afirmar nada com certeza, porque não tinha equipamentos e materiais necessários comigo para dar um diagnóstico preciso – falei, me esquivando.

– Claro, claro, você tem razão – concordou o Dr. Hallstorm prontamente, solidário, caindo em meu blefe. – Eu assumo a partir daqui, pode deixar comigo. Vou levá-la para o quinto andar e realizar alguns exames. Vocês podem subir também, mas vou pedir para que aguardem na sala de espera.

– Tudo bem – eu concordei e saí com Chad para fora da emergência.



[...]



– Edward, você vai fazer um buraco no chão andando de um lado para o outro desse jeito – falou Alice, quando estávamos todos esperando pelo Dr. Hallstorm.

Já passavam das nove horas da noite e nenhum sinal de vida dele ou da Princesa, muito menos notícias. E aquele silêncio todo estava me dando nos nervos.

– Eu vou ter que pedir para eles te darem algo, Ed – intrometeu-se Emm.

– Como vocês conseguem ficar tão calmos? – perguntei, encarando aos dois.

– E por quê você está tão nervoso? – indagou Chad, olhando desconfiado para mim. – Você é médico, é sua função tranquilizar a família nessas horas. E falando nisso, não deveria ser o Emmett, que é da família dela, a estar surtando e não você?

Eu desviei meu olhar do dele. Claro que eu não poderia contar a ele o que Bella significava... Meu emprego, minha carreira, minha vida e até mesmo um país inteiro estavam nas mãos daquela garota. E ela era minha responsabilidade.

Minha e de Emmett. Olhei para ele enfaticamente.

– Certo, eu vou atrás desse médico agora – disse ele, fazendo cena enquanto se levantava. – Acabou o momento paciência, agora é o momento da ação-reação. E acho bom aquele doutorzinho não me enrolar, porque eu vou...

– O senhor vai o quê? – o Dr. Hallstorm surgiu inesperadamente de uma parede no corredor, parando bem diante da sala de espera ocupada por nós quatro.

– Eu vou te encher de perguntas – mentiu ele rapidamente, o que me fez revirar os olhos enquanto os outros davam risadinhas. – Como é que ela está? O que ela tem? É grave? Quando é que ela tem alta? Ela vai precisar de algum órgão ou de sangue? Vamos, pode pegar o meu. Estou pronto.

O médico riu, surpreendendo a todos nós.

– Sua prima está bem agora, não teve nada de tão alarmante assim. Apenas uma forte virose com uma infecção gástrica, senhor McCarthy – respondeu ele, o que já me deixou respirar novamente. – Ela não vai precisar de transplante ou sangue nenhum, mas eu vou deixá-la internada em observação aqui no hospital por dois ou três dias.

Internada? – falamos todos ao mesmo tempo, chocados.

– O doutor disse que não era tão grave assim – eu acrescentei.

– Sim, mas como o senhor deve saber, Dr. Cullen, quando se trata desse tipo de coisa todo o cuidado é pouco. Apenas estou trabalhando com a precaução.

Eu assenti, pois lembrei do meu pai comentando sobre algo do gênero uma vez.

– Doutor Hallstorm, ela já pode receber visitas? – perguntou Alice.

– Vocês agiram bem em trazê-la para cá rapidamente, de forma que evitaram maiores complicações em seu quadro clínico. Peço que entrem apenas um por vez e que não se demorem muito. Eu a mediquei e ela está um pouco sonolenta, cansa-se fácil.

– Tudo bem, nós entendemos – respondeu Chad.

– Quem vai ser o primeiro? – perguntou o Dr. Hallstorm, olhando para nós.

Eu dei um passo à frente, mas Emmett já se adiantou.

– Eu vou vê-la, como o parente mais próximo – justificou ele, olhando rapidamente para mim. Eu assenti e observei aos dois desaparecerem pelo corredor, mais aliviado por ela estar fora de perigo.




Agente McCarthy




Eu acompanhei o doutor até um quarto no fim da curva do corredor, onde uma porta branca com o número 513 estava fechada. Ele deu uma suave batida e, antes de deixar que eu entrasse, fez uma última recomendação.

– Provavelmente ela ainda está acordada, mas quero lembrar a você que não a deixe estressada. Ela precisa de bastante repouso.

– Repouso, entendi – assenti e entrei no quarto.

Bella estava deitada na cama, mais pálida do que uma folha de papel, com um tubo intravenoso ligado em seu braço esquerdo. Uma série de aparelhos ligados atrás dela apitavam baixinho, monitorando o ritmo tranquilo de seus batimentos cardíacos.

– Bella? Majestade, pode me ouvir? – chamei baixinho, me aproximando dela com cuidado. – Sou eu, Emmett. O Emm, lembra?

Suas pálpebras tremularam por um breve instante e, com visível esforço, ela as abriu.

– Emmett...? – ela pareceu me reconhecer e então ficou agitada. – Onde eu estou?

Com uma passada longa eu cheguei até a sua mão no mesmo instante, envolvendo-a com cuidado com as minhas. Estava quente, mas não tanto quanto devia estar antes.

– Shh, está tudo bem. Você está a salvo. Precisa ficar calma, se não toda essa aparelhagem dispara e o doutor Hallstorm vem cheio de reforços para me dar uma bronca daquelas – eu sorri para ela, esperando que ela sorrisse de volta.

Seu sorriso foi bem fraco, quase imperceptível.

– Você se lembra do que aconteceu? – perguntei a ela.

– Não lembro de muita coisa... – ela fez longa pausa, puxando em suas memórias o fato ocorrido. – Eu me lembro de ir até a cozinha esta manhã, tomar um comprimido que Alice me deu... Depois eu voltei ao quarto e fui dormir. Então tudo fica muito confuso, eu me lembro de sentir como se estivesse queimando viva e ver coisas... Havia vozes também, alguém estava falando comigo, me fazendo perguntas...

– Ei, está tudo bem, relaxe – eu tratei de interrompê-la, quando o ritmo de seus batimentos começou a acelerar. – Você está no hospital agora, Edward e Chad te trouxeram para cá esta tarde.

– Edward? Chad?

– Sim, parece piada, mas foram eles mesmos – eu garanti a ela. – Eu soube que eles ameaçaram a funcionária da recepção para que você pudesse ser atendida, mas acho que você não se lembra dessa parte...

Bella fez um mínimo movimento de negação com a cabeça.

– Então Alice conseguiu me ligar e eu passei em casa para pegá-la, e desde então estamos os quatro ali do lado de fora te esperando. O médico só apareceu agora, liberando as visitas. Eles também vão querer vê-la, pelo menos eu sei que o Ed vai... Você precisava ver o estado de pânico do cara. Ele chegou a me dar medo, sabia?

– Eu sinto muito por isso, agente – lamentou ela, se martirizando. – Eu não queria...

– Bella, pode parar com isso – eu a censurei, afagando a sua mão que não estava com uma agulha enfiada na veia. Credo. – Você não tem culpa de nada, pelo contrário. É a maior vítima dessa situação. Não precisa esquentar com nada, porque pelos próximos dois ou três dias, vai ser bastante paparicada pela gente.

– Vou ter que ficar três dias aqui? – repetiu ela, olhando horrorizada para as agulhas.

– Segundo o doutor, vai – eu disse sorrindo, mas solidário. – Mas não se preocupe, eu e Edward vamos ficar aqui com você. Não vou deixar o hospital ser um tédio para você, mesmo que esse sofá azul minúsculo me dê a maior dor nas costas.

Bella sorriu para mim, os olhos verdes com um brilho fraco do que eram antes.




Bella




Quando acordei na manhã seguinte, minha cabeça ainda doía um pouco. Minha garganta também estava péssima, e meu estômago embrulhado. Abri os olhos devagar, piscando várias vezes por causa da forte claridade das luzes brancas.

E o vi ali, deitado em um ângulo completamente desconfortável, no pequeno sofá.

Edward estava com a cabeça virada na minha direção, como se tivesse passado a noite toda me vigiando. Agora, leves olheiras arroxeadas circulavam seus olhos e uma respiração tranquila lhe escapava pelos lábios relaxados. A jaqueta estava caída no chão, assim como um dos braços que pendia para fora do sofá de tecido azul claro.

 Meu coração bateu um pouco mais forte ao vê-lo deitado ali, me vigiando.

E mesmo meio zonza, eu me senti péssima por ele.

Eu ainda o estava observando, quando ele abriu os olhos devagar. Levou apenas um segundo para que seus olhos encontrassem os meus e com uma expressão bastante envergonhada, ele levantou rapidamente e veio para a poltrona ao lado da cama.

– Ei, era eu quem deveria estar vigiando você e não o contrário – disse ele suavemente, sorrindo e envolvendo minha mão nas suas, fazendo um suave carinho.

– Não estou acordada há muito tempo – garanti a ele, tentando sorrir enquanto olhava em seus olhos verdes. – E você deve estar se sentindo péssimo, aquele sofá não parece o melhor lugar para descansar.

Ele riu, enquanto passava a mão pelos cabelos belamente desalinhados.

Senti algo se mexer dentro do meu estômago. Mas não era uma sensação ruim.

– Você tem razão, mas eu vou sobreviver a isso. - ele sorriu torto. - E você, como está se sentindo?

– Um pouco tonta, com a garganta péssima e morrendo de vontade de sair daqui – eu respondi e dei um rápido olhar para o meu braço, onde um tubo me agonizava.

– Vai passar rápido, você vai ver – prometeu ele.

E naquele instante, a porta do quarto foi aberta. Alice e Emmett entraram rindo, como se tivessem acabado de aprontar alguma coisa.

Bonjour, Princesa! – cantarolou uma Alice descontraída, dançando pelo quarto. – Olha só o que Emmett e eu trouxemos para alegrar o seu período Real de internação!

Emmett fechou a porta do quarto e sorriu para mim como um adorável garotinho, com um gigantesco buquê de rosas cor de rosa nas mãos. Ele veio até perto da cama, tirou uma com cuidado e a estendeu para mim.

– As flores foram ideia da Alice – explicou ele, sorrindo também. – Por mim, eu teria comprado algumas dúzias de balões bem legais pra encher esse quarto.

– Emmett, eu já disse que ela não é uma criança – lembrou Alice, revirando os olhos.

– Eu sei, mas balões são bem mais legais do que flores – teimou ele.

Eu sorri para eles.

– Como vocês dois entraram aqui? Não foram barrados? – o Agente Cullen quis saber.

– Aí entra a parte legal da história, maninho – garantiu Alice.

– Eu vim na frente e parei para conversar com as enfermeiras, ganhando bastante atenção e outras coisas delas... – ele fez uma pausa, erguendo as sobrancelhas. – Tudo o que Alice teve que fazer foi passar de fininho e me esperar aqui na frente.

– Quando alguém aparecer, nós vamos levar uma bronca daquelas – falou Edward.

– É verdade. Mas quem liga? – Alice deu de ombros, rindo.

– Vocês são as melhores pessoas do mundo – eu disse a eles, com os olhos marejados. – Eu não sei nem como agradecer...

– Bella, se você não estivesse tão ferrada eu te dava um abraço de urso – riu Emmett.

– Princesinha, pare de melodrama – falou Alice, revirando os olhos para mim. – Não estamos fazendo nada demais, só quebrando a chatice da rotina.

– Alice, qual o seu problema? – murmurou o Agente Cullen.

– O meu eu não sei, mas o seu com certeza é pior – rebateu ela, olhando-o severamente. – Olhe só para você, Edward. Está com olheiras pavorosas de zumbi e mais amassado do que papel crepom em fim de festa infantil.

– Ela tem razão, cara – concordou Emm, segurando o riso. – Por quê você não desce comigo para tomar um café na lanchonete? Vai parecer outra pessoa.

Ele pareceu hesitar, mas sorriu de repente e olhou de mim para Alice.

– Tem certeza de que eu posso deixá-la aqui sozinha com Alice? – perguntou ele a Emmett, sorrindo torto. – Temo que ela acabe atentando contra a vida de Bella.

Emmett riu junto com ele, enquanto Alice fechava a cara.

– Nossa, como você é engraçado maninho – desdenhou ela. – Esqueceu que eu moro com a Bella? Se eu quisesse matá-la, já teria feito isso há vários dias atrás... Além do mais, Bella não pode morrer antes de comparecer a certo compromisso.

 Ela piscou para mim, e eu demorei um pouco para entender. Compromisso?

Jacob! Era... hoje?

– Compromisso? – repetiram os dois ao mesmo tempo, desconfiados.

Alice riu, me matando de vergonha. Eu me ocupei em olhar minuciosamente para o buquê de flores, depositado na cama aos meus pés.

– Não é nada com que vocês dois precisem se preocupar – garantiu ela, empurrando os dois para fora do quarto. – Agora, que tal irem tomar aquele café? Deixem que eu tomo conta direitinho da Princesa de vocês.

Eles hesitaram, mas acabaram cedendo e saíram do quarto. Alice, depois de trancar a porta, virou-se para mim com uma expressão desapontada.

– É uma pena que você esteja presa aqui, não é mesmo?

– Alice, eu me esqueci completamente do meu compromisso com Jacob!

– É, eu reparei nisso – ela suspirou, veio até a cama e pegou o buquê. – Mas agora Inês é morta, não há nada que você possa fazer.

Ela não disse mais nada, deixando-me em silêncio com meus pensamentos.



[...]



Emmett e Edward estavam imersos em uma discussão enérgica aos sussurros no sofá naquela noite, sobre quais filmes eu poderia ver – Edward estava censurando a maioria dos que Emmett sugeria, argumentando que não seria psicologicamente saudável que eu visse a tragédia sanguinolenta e cheia de tiros que Emm sugeria.

– Mas Bella é bastante forte para ver este, cara – insistia ele, lançando olhares de soslaio para mim. – Ela é durona, você é quem não sabe. Além do mais, não é sangue de verdade, só aquele xarope gosmento que eles usam no cinema.

– Emmett, nada disso agora. Pelo menos, não enquanto ela estiver aqui.

– Ed, você é um chato – resmungou ele, cruzando os braços.

– E você tem dois anos. Então, cala a boca e vamos escolher algo saudável.

– Vamos deixar que ela decida então – ele se virou para mim, com um sorriso esperançoso. – Bella, o que você acha? Que tipo de filme você quer ver?

Como eu queria que Alice estivesse aqui agora, para mandá-los ficarem quietos!

– Agentes, eu não faço questão de ver nenhum filme – respondi, sem ter que escolher.

Emmett assumiu uma expressão ofendida, como se eu tivesse acabado de insultá-lo.

– Nós conseguimos um quarto maneiro para você, na elite do hospital, com televisão, dvd, banheiro, frigobar e tudo mais... E você não quer ver nada? Quer ficar no tédio?

Olhei para Edward em busca de ajuda.

– Emm, eu estou achando que você é quem não quer ficar no tédio – opinou ele.

– Edward, eu estou tentando não deixar que a depressão de hospital se arraste até nós... Mas tudo bem – ele deu de ombros, levantando-se do sofá e vindo se sentar na poltrona ao meu lado. – Já que vocês querem, vamos manter o clima adequado. Vou ficar triste, calado e desesperado. A noite vai ser longa e silenciosa para nós, prima.

Eu dei risada, mas logo fui atingida por uma terrível crise de tosse.

O agente Cullen imediatamente se levantou e veio para o meu outro lado, segurando minha mão. O agente McCarthy também ficou alerta, ambos querendo fazer qualquer coisa, mas impotentes.

Quando parei de me sacudir e tossir violentamente, caí de volta de encontro aos travesseiros me sentindo extremamente fraca. O quarto girava um pouco.

– Está sentindo alguma coisa? Algum lugar dói? – perguntou Emmett, tenso.

– Quer que eu chame ao médico ou uma enfermeira? – emendou Edward.

– Não, não precisa – eu falei assim que consegui encontrar minha voz, mesmo saindo só um sussurro. – Estou bem. Só preciso ficar quieta, e me lembrar de não rir tanto.

Edward lançou um olhar feio para Emmett, culpando-o.

– Vou chamar o doutor Hallstorm – disse ele, se virando para a porta.

– Edward, não precisa – eu pedi, olhando dele para Emmett. – Vou ficar bem, eu juro. Por favor. E escolha o seu filme preferido, Emm. Eu vou assistir com você.

– Tem certeza? – perguntou ele, sem acreditar em mim.

Eu assenti, bloqueando outra crise de tosse que ameaçava escapar.

– Então tá – ele sorriu, mas só um pouco, e se virou para Edward. – Pode ir tranquilo para casa, Ed. Eu vou cuidar muito bem da Bella esta noite, você vai ver.

– É disso que eu tenho medo. Espero encontrá-la viva amanhã – e ele saiu do quarto.



[...]



– Ela está acordando – eu o ouvi sussurrar perto de mim, um sorriso em sua voz.

Abri os olhos devagar, adaptando-me à claridade matinal. E logo fiquei boquiaberta.

– B-Branco? – gaguejei, piscando várias vezes. Eu ainda estava sonhando?

O sorriso de resposta dele foi enorme, como se eu estivesse dando um enorme presente para ele. Ele estava sentado na poltrona do lado da minha cama, usando uma camiseta branca e um paletó bege claro por cima. Um par de óculos de sol estava enganchado em sua camiseta. Estava lindo, o que me fez sorrir de volta.

Deus, o que havia comigo? No que eu estava me transformando?

– Surpresa! Bom dia, prima – seu sorriso se alargou no rosto. – Como se sente?

– Confusa – eu respondi, fazendo-o rir. – O que você faz aqui?

Logo atrás dele, jogado no sofá, Emmett olhava para nós com uma expressão bastante emburrada. Seu rosto estava meio amassado, a camiseta amarrotada, a jaqueta Adidas enrolada em um bolo ao seu lado e os sapatos espalhados no chão.

– Estou visitando você, oras – respondeu ele, mas não de forma ríspida. Soou bastante gentil. – E eu lhe trouxe isso aqui, apesar de não saber quais são as suas preferidas. Foi o melhor que eu consegui no meio da madrugada.

Enquanto falava, ele se virou um pouco na poltrona e pegou algo em suas costas que eu não tinha reparado. Estendeu-me um lindo buquê de grandes rosas brancas.

– Rosas brancas? – meu sorriso aumentou, enquanto eu me sentava na cama com cuidado para poder pegá-las. Ainda estava com os movimentos um pouco restritos, por causa daquelas terríveis agulhas. – São as minhas preferidas. Como sabia?

– Não sabia – ele sorriu, e virou para encarar Emmett. – Por quê você não me disse?

– Eu também não sabia – resmungou ele.

– Como ficou sabendo...? – perguntei a Branco, olhando dele para Emmett.

– Eu liguei para o Alemão ontem à noite, por volta das onze, na intenção de convocá-lo para um tradicional porre de sexta-feira – explicou ele. – Ele me disse que não podia sair, porque estava ocupado... E não quis me contar o que estava fazendo.

– Mas aí você conseguiu arrancar de mim, não é mesmo? – perguntou Emmett, cínico.

Eu ainda não conseguia entender o mau humor súbito que o atingia, quando Branco estava por perto. Qual era o problema entre eles?

– Eu sou bastante persuasivo, você quer dizer – corrigiu Branco, voltando sua atenção para mim novamente. – Quando ele me disse que estava em um hospital, com você... Bem, eu ameacei invadir cada quarto de hospital desta cidade até encontrá-los.

– Você sabe que não precisava estar aqui – eu disse a ele.

– Eu também disse isso a ele, sessenta vezes no mínimo – confirmou Emmett.

– Nossa, prima, obrigado pela sua consideração – ele falou, fingindo estar magoado. – Sabia que eu levei um século para achar uma floricultura aberta à meia noite, em plena sexta-feira? E quando achei uma no centro, não havia nenhuma flor branca? Tive que mobilizar metade dos meus homens para achar algo decente, e quando acharam, já passava das duas e meia da manhã... E é assim que você me agradece.

– Eu não sabia que você teve que fazer tudo isso... por mim – murmurei, culpada.

– Pare de fazê-la se sentir culpada, ou eu arrebento a sua cara! – ameaçou Emmett.

– Eu te trouxe chocolate belga também – Branco prosseguiu, sem se deixar intimidar. – O Alemão os confiscou e, se você não encontrar mais nenhum na caixa, me avise que eu mando comprar mais. Ele é completamente egoísta quanto a isso.

– Obrigada, Branco – eu o agradeci, sincera.

– Me agradeça apenas ficando boa, Bella. Para mim isso basta.

– Acho que eu vou vomitar – anunciou Emm. – Ela já acordou, está bem e você já viu com seus próprios olhos. Agora que tal você ir embora? O Edward deve estar vindo.

– Vou embora quando eu quiser, ou quando Bella me mandar. Acha que eu tenho medo daquele branquelo? Ou você está com medo de perder o seu amigo para mim?

– Nenhum dos dois. Apenas quero evitar explicações a seu respeito.

– Qual é o problema de vocês dois? – perguntei, olhando-os severamente.

E como se tivesse tido chamado, o Agente Cullen entrou sem bater pela porta.

– Bom d... – ele interrompeu o que estava dizendo, quando viu a nós três no quarto. – Mas o que está acontecendo aqui? – seu olhar encontrou o meu, depois recaiu sobre Emm. – Quem é ele? O que esse cara faz aqui?

Branco não respondeu, apenas estreitou os olhos. Prendi a respiração.

– Ed, esse é o JW – respondeu Emm, sem demonstrar a mínima preocupação na voz.

Edward olhou dele para Branco, bastante desconfiado. Veio até o meu lado.

– Como está se sentindo esta manhã? – perguntou ele, ignorando-os.

– Estou me sentindo melhor, obrigada – falei, soltando o ar.

– E o que você tem a ver com tudo isso? De onde é que a conhece? – ele perguntou a Branco, ainda imóvel do meu outro lado.

Emmett e eu olhamos para ele, aguardando pela sua resposta.

– Conheci Bella através do Emmett – respondeu ele seguramente, contando sua história com a maior tranquilidade. – Ela estava com ele quando nos encontramos há alguns dias atrás, dentro da Adidas no shopping. Uma simples coincidência.

O que de fato, era uma parte da verdade. Nos conhecemos no dia em que Emmett e eu saímos para comprar as coisas, agora como ele sabia que tínhamos ido a Adidas... Eu não fazia a menor ideia.

– JW, é? – o Agente Cullen ainda estava bastante desconfiado. – E de onde você conhece o Emmett? O que você faz? Por quê eu nunca ouvi falar de você?

– Quantas perguntas, cara – Branco riu, sarcástico. – Como é mesmo o seu nome?

Doutor Edward Cullen, neurologista – falou ele, em um tom superior.

– Bem, doutor – repetiu Branco, seu tom de voz divertido. – Sou empresário, amigo de Emmett desde os quatro anos de idade. Agora, quanto a sua última pergunta... Sugiro que você deva perguntar isso a ele, não a mim. Ele deve ter suas razões.

Vi Edward trincar os dentes, nenhum pouco satisfeito. O que mais faltava acontecer?

A porta do quarto foi aberta pela segunda vez, fazendo a nós quatro nos virarmos ao mesmo tempo. E vieram quatro arquejos simultâneos, o meu o mais alto dentre eles.

– Black?! – falaram os três ao mesmo tempo, seus rostos passando do choque à fúria.

– Jacob! – exclamei, fazendo os aparelhos apitarem alto.

É claro que eu fui motivo de atenção dos quatro no mesmo instante, que se viraram com os rostos preocupados para mim. Meus batimentos cardíacos tinham subido consideravelmente, fazendo com que eles me cercassem na cama. Senti meu rosto esquentar, enquanto eu forçava a mim mesma respirar fundo e me acalmar.

– Estou bem, estou bem – eu tratei de tranquilizá-los logo, que pareciam estar prestes a mobilizar o hospital inteiro para me atender naquele instante.

Olhei então direito para Jacob, parado no pé da minha cama. Hoje ele usava uma camiseta de algodão cinza, uma jaqueta de couro preta e calças jeans. Segurava num dos braços um lindo urso de pelúcia bege, e na outra mão trazia o maior buquê de rosas brancas que eu já vira na vida. Santo Deus, o que ele fazia aqui?

– O que você faz aqui? – Edward verbalizou minha pergunta, encarando-o.

– De onde você a conhece? – interrogou Emmett, o olhar tão feio quanto o do Edward.

– Como é que ficou sabendo? – finalizou Branco, fuzilando-o com os olhos estreitos.

A porta do meu quarto foi aberta pela terceira vez naquela manhã. Quem ainda estava faltando? Papai? Tom? General Trenttini?

AimeuDeus! – Alice arfou, pulando de susto, quando viu o quarto abarrotado por aqueles quatro homens. Ela conseguiu encontrar o meu olhar e sorriu maliciosamente para mim. – Bella querida, por que não me contou que estava montando um harém?

Eu me encolhi mais entre os travesseiros e puxei o cobertor para cobrir meu rosto, morrendo de vergonha. Mesmo assim eu podia sentir cinco olhares perfurando o tecido para me encarar, cheios de perguntas e desgosto.

– Bella – quatro vozes chamaram pelo meu nome, em uníssono.

– Vamos, eu quero saber o que você está aprontando por aqui – insistiu Alice, puxando o cobertor contra a minha vontade. – E quem é esse cara?

Ela olhava para Branco, com um genuíno interesse.

– JW, amigo dela e do Emmett – apresentou-se ele, sorrindo torto para ela.

– Alice Cullen, irmã do Edward e vizinha dos patetas – ela sorriu de volta para ele.

– Eu ainda estou esperando para saber o que o Black faz aqui – interrompeu Edward.

– Eu também quero muito saber, cara – concordou Emmett, o rosto também feroz.

Branco, eu e os agentes passamos a olhá-lo.

– Bem – Jacob respondeu, parecendo bastante desconfortável por um instante com tantos olhares. – Eu encontrei com Alice nesta manhã, e ela me contou que Bella estava doente...

Os agentes passaram a encarar Alice, com um olhar inquisitivo.

– Vamos deixar eles conversarem em paz – falou ela, piscando para mim antes de puxar Edward para a porta.

Ninguém se mexeu, a não ser o doutor Hallstorm que acabava de entrar pela porta aberta. Imediatamente o olhar dele se tornou feroz, reprovando tantos visitantes.

– Mas o que é isso? – perguntou ele, olhando a todos com um olhar severo. – Eu venho ver como está a paciente, e encontro uma festa por aqui?

– Doutor...

– Para fora, agora! – ele interrompeu a Edward quase gritando, sem deixá-lo explicar. – Bella precisa de repouso, não de agitação! Concordei em dois visitantes por vez, desde que não se demorassem muito... Mas foi só eu virar as costas que vocês me desobedecem? Como esperam que ela se recupere? Para a sala de visitas, vamos!

Ninguém discutiu, mas hesitaram em sair do quarto. O dr. Hallstorm bateu o pé e apontou com a prancheta para fora, e um por um, meus visitantes saíram do quarto. O último a sair foi Branco, que demonstrou certa resistência em se levantar da poltrona.

– Acho que eu estou encrencada, não é mesmo? – eu perguntei ao médico.

– Eu poderia proibir suas visitas, minha jovem – falou o médico, mas abriu um pequeno sorriso para mim enquanto se aproximava. – Mas sei que isso não lhe fará nenhum bem. Então vou apenas restringir minha área de bronca a seus visitantes.

– Obrigada – eu sorri de volta para ele.

– Vamos ver como você está nesta manhã – ele veio para o meu lado e começou a me examinar. Quando terminou, sorriu um pouquinho para mim. – Vejo que está muito bem, Bella. Acredito que amanhã de manhã poderá ter alta.

– Verdade? – eu perguntei, bastante esperançosa.

– Sim. Imagino que o hospital deverá me agradecer por me livrar de tantos visitantes desobedientes – ele sorriu para mim e afagou minha mão. – Trate de se recuperar. Vou reforçar minhas recomendações médicas mais uma vez a eles, e permitir que venham somente um por vez.

– Obrigada mais uma vez, doutor. O senhor é um excelente médico.

Ele sorriu mais uma vez e saiu do quarto, enquanto eu soltava um longo suspiro.



[...]



Todos já haviam se despedido de mim, exceto o único que não tinha aparecido ainda.

Jacob passou pela porta ao anoitecer, e eu fiquei bastante surpresa ao saber que ele ainda não tinha ido para casa. Ele não deveria ter voltado para o trabalho?

– Não sabia que ainda estava por aqui – eu disse para ele, quando ele sentou na poltrona que passara o dia todo ocupada.

– Eu não tive a oportunidade de terminar o que eu comecei esta manhã – ele sorriu para mim, me entregando as lindas flores. – Eu não sou o cara mais experiente nesse assunto de visitas a hospital, então não sabia o que comprar para você... Comprei as flores mais bonitas que eu achei na floricultura e um urso de pelúcia, apesar de agora eu estar me sentindo bastante idiota.

Eu peguei os presentes de sua mão, franzindo o cenho para ele.

– Não desmereça os meus presentes. Eles são perfeitos, eu adorei.

Jacob sorriu, mas só um pouco.

– Como você veio parar aqui, hein?

– Uma virose forte acompanhada por uma infecção gástrica – eu respondi, tentando manter um tom agradável. – Eu tive até desmaios e alucinações, inéditos para mim. E faltei no compromisso que tinha marcado com você. Eu sinto muito, Jake.

Seus olhos eram tão gentis nos meus, que fizeram me sentir... importante.

– Eu cheguei a aparecer na portaria do seu prédio ontem à noite – contou ele, segurando minha mão delicadamente. – Mas o porteiro me disse que não havia ninguém em casa, então imaginei que você provavelmente teria encontrado coisa melhor para fazer... Fui para casa, tentando assimilar o primeiro bolo que eu levei na vida.

– Jacob, eu...

– Deixe-me continuar – pediu ele, apertando suavemente minha mão. Sua mão era grande e quente, mas era macia na minha. – De manhã, você também não apareceu. Eu estava vigiando mais uma vez do lado de fora, apesar disso soar bastante psicótico... E então, quando eu vi Alice saindo, atravessei a rua correndo para falar com ela... Quase fui atropelado, porque não olhei para os lados.

Eu arregalei os olhos. Jacob atropelado... por minha causa? Deus!

– Ela acabou me contando o que tinha acontecido, de tanto que eu insisti. Falou em que hospital você estava, então tudo o que eu tive que fazer foi atravessar a rua e pegar meu carro. No caminho para cá, Alice me explicou como você veio parar aqui.

– Eu sou só uma e consigo dar tanto trabalho... – murmurei, pesarosa.

– Bella, você é especial, então nada mais natural que tenha muitas pessoas que se preocupem com você – ele garantiu, recusando-se a aceitar minha onda de culpa. – Eu... estou aqui para compensar o nosso encontro.

– Como assim?

– Bem... com a ajuda da Alice, eu consegui ficar esta noite aqui com você – ele falou, sorrindo como um garotinho. Quando eu abri a boca para discordar, ele se apressou. – Ela disse ao seu primo e ao irmão que ela ficaria aqui esta noite, de modo que eles não suspeitaram de nada. Quando eles voltaram para casa, ela me perguntou se eu não queria ficar. Disse que você ia gostar de se redimir, veja só.

– Alice – eu resmunguei, morrendo de vergonha.

– Eu bem que imaginei que seria exatamente essa a sua reação – ele riu, depois voltou a ficar sério. – A menos que você não queira, então eu posso ir para casa e...

– Jacob, você não deve perder uma noite de sono por minha culpa... – procurei por argumentos que pudessem convencê-lo a ir. – Este sofá não é confortável, eu vi como Edward e Emmett acordaram nessas duas manhãs. E além do mais, você deve ter alguém te esperando em casa, alguém que se preocupe com você.

– Não é um sofá pequeno que vai acabar com um cara grande como eu – ele sorriu, fazendo piada. – E também, Napoleão não precisa de mim para nada.

– Napoleão?

– Não te contei que eu tinha um gato? – ele perguntou, e eu balancei a cabeça negando. – Pois bem, Napoleão é o gato mais esnobe de todo o universo. Eu já tentei me livrar dele de todas as formas, doação, mandá-lo para o meu pai...

– Coitado, Jacob! Não fale assim dele – eu o censurei.

– Coitado de mim, você quer dizer – ele discordou, sorrindo. – Napoleão é o gato mais antissocial que existe nesta dimensão. Minha mãe pensou que estava deixando um presente para mim, mas na verdade ela devia suspeitar que eu seria o único que não mataria aquele gato. Billy já tentara antes, mas ela o salvou.

– Acho que Napoleão se daria bem com Preciosa, minha gata – eu comentei com ele, distraída com aquele pensamento. – Preciosa é uma dama, um doce comigo e meu pai, mas com os outros... Bem, ela tem um temperamento forte e as pessoas não a entendem como eu.

Jacob riu, mas riu de verdade. Como eu nunca o tinha visto fazer.

– Bem, esta vai entrar para a nossa lista de afinidades... Nossos gatos têm temperamento difícil e afastam qualquer um que queira se aproximar, a não ser nós mesmos. O que mais eu preciso descobrir sobre você?

A verdade, pensei tristemente comigo mesma.

– Você já sabe quais são as minhas flores prediletas – eu sorri para ele.

– Pura sorte.

– Apesar de soar estranho, Jacob, este é o melhor encontro que eu já tive. Muito obrigada por você ter ficado comigo – eu apertei sua mão de volta.

– Você faz um quarto de hospital ser melhor do que qualquer jantar em uma cobertura – ele falou, e beijou minha mão.

Adormeci algumas horas depois, porque estava cansada. Jacob não se afastou de mim nenhum instante que fosse, sua mão sempre segurando a minha. Seus olhos castanhos fixados nos meus foram a última coisa que eu vi antes de apagar.





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Notas finais do capítulo

Bewaard!!!
Foi fofo? ou vcs nem gostaram?!
No próximo capítulo, a Bella começa a agitar a fic. E eu acho que vcs vão curtir, pq teremos mais confusão vindo por aí...
Aguardem e não deixem de comentar!