No dia seguinte eu volto para perto da cerca, onde o garoto me esperava, sorrindo. O sorriso dele é tão lindo...

 Ele escreve algo, e assim como ontem joga a mensagem para mim em forma de um avião de papel.

‘’Você realmente voltou. Fico feliz em saber que finalmente posso confiar em alguém’’

 Eu sorrio e olho pra ele, escrevendo logo depois.

‘’Eu também fico contente que você tenha me esperado.’’

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 Havia passado uma semana desde aquele dia. Eu nunca havia sido tão feliz antes.

 Eu relia as mensagens dele no papel, e sentia meu rosto esquentar. Conversávamos sobre qualquer assunto que nos vinha a cabeça, podia não se nada demais pra ele, mas era importante pra mim. Sempre que eu o via, e lia suas mensagens era como se ele me desse um motivo para continuar viva. Me pergunto se isso que eu estou sentindo é o ‘’amor’’ que eu tanto vejo nos livros.

 Mas apesar disso... Não consegui sair hoje.

 Olhei para as câmeras que instalaram no quarto com desgosto. Alguém devia ter desconfiado das minhas escapadas. E além disso, eu havia tido uma recaída ontem, meu coração havia falhado outra vez. Apesar de não terem me trocado de quarto, agora eu tinha as máquinas em mim. Minha vontade era xingar Kami-sama por ter me feito com a saúde tão fraca.

 Lembrei-me do garoto que havia encontrado ontem. Ele devia estar me esperando. Eu queria desesperadamente poder sair daqui para encontrá-lo, mas o que eu faria? Cortar os fios das câmeras?

 E então eu tive uma brilhante idéia. Olhei para as máquinas, com um sorriso maligno no rosto. Cada uma estava em uma tomada diferente, mas se eu ligasse todas em uma só, iria dar um curto, e pelo menos danificar o circuito elétrico o suficiente para a câmera parar de funcionar. Graças a deus, nesse quarto há adaptadores com lados o suficiente para ligá-los todos.

 Sequer coloco todos e a lâmpada pisca repetidamente, logo se apagando. Noto que a câmera também havia se desligado. Agora eu só precisava ir antes dos enfermeiros para onde está a caixa que controla a energia do hospital, e dar um jeito para que não fique ligada de novo.

 Saio do quarto, com o meu chapéu e subo a escada do hospital o mais rápido que pude.

 As pessoas que estavam ali para visitar seus parentes e enfermeiros que não me conheciam me encaravam enquanto eu corria até o terceiro andar do hospital. Eu sentia minhas pernas fracas, mas eu tinha que continuar correndo. Eu não queria parar de vê-lo. Eu preciso dele.

 Vejo a caixa mas não consigo mais andar. Sinto minhas pernas fraquejarem enquanto minha visão fica turva e eu vou em direção ao chão frio do hospital. Me amaldiçoei por não aguentar, depois de chegar tão perto...