Our Paper Planes escrita por Annie Hirano


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Sentiram a minha falta?



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Já fazia uma semana, que eu treinava naquele quarto para fugir do hospital. E hoje é o grande dia, já que finalmente consigo andar sem tropeçar nos meus próprios pés.

 Olho para o corredor, ainda deitada na cama. Este não tinha grande movimentação também, para a minha sorte. Levanto da cama, pegando o grande chapéu branco com uma fita rosa, que meu pai havia trago para mim um dia desses e o coloco, pois as bordas dele eram grandes o suficiente pra quando eu abaixasse a cabeça não vissem o meu rosto. Isso seria bastante útil caso eu acabasse esbarrando com um enfermeiro. Agradeci mentalmente por não usar um vestido branco de hospital, como os outros pacientes.

 Vou até a porta, olhando para os lados pra me certificar que não havia ninguém ali, e depois saio andando rapidamente. A recepção estava vazia, e a mulher que tomava conta dali lixava as unhas, despreocupada. Abaixo um pouco a cabeça e empurro a porta de vidro, saindo dali.

 Olho em volta, maravilhada. Realmente era lindo, mas o hospital parecia longe da cidade. Eu só via a estrada cinza na frente, e o resto era coberto pela grama verde. Não haveria mesmo como escapar daqui, mesmo se eu quisesse. Mas só de estar aqui fora, já me fazia feliz. O sol em minha pele me dava uma sensação agradável.

 Ando para a parte de trás do hospital, era arriscado continuar ali na frente. Vi uma construção que parecia ser bem grande e antiga, feita de tijolos. Lembrei-me que meu pai uma vez havia me falado era uma prisão, e que era ele que comandava ali. Era um pouco distante de onde eu estava, mas fui até lá. Havia uma grande cerca feita com estacas de madeira e um fio de arame enfarpado, em volta de um grande espaço vazio. Vi algumas pessoas fazendo trabalhos pesados ao longe, com roupas esfarrapadas, algumas sangrando. Não pareciam, mesmo de longe, fazendo porque queriam.

 Arfei. Como alguém podia fazer tal crueldade com outro ser humano? Era realmente o meu pai que fazia eles ficarem desse jeito?

 Olho para o lado, e vejo um garoto que parecia ter a minha idade andando por perto. Porque ele estava ali? Olho para as suas roupas, ele parecia ser um dos que fazia trabalhos pesados também. Eu não gostava disso...

- Ei, você! – Eu digo, e o garoto olha para mim assustado, mas logo vem até mim, com uma expressão confusa. – O que você está fazendo aqui? Isso é uma prisão, e você não tem sequer idade pare estar aqui, não é? – O garoto olha pra mim, fazendo sinal de silêncio, e olha para trás, onde as pessoas estão trabalhando, com guardas vigiando. Ele devia estar fugindo deles, e eu aqui, falando alto. Fecho minha boca quase automaticamente.

 Eu queria falar com ele, mas como poderia?

 Lembrei-me então do pequeno bloco que eu escrevia minhas poesias. Talvez eu conseguisse falar com ele, mandando mensagens escritas pelo papel. Fiz um sinal pra ele me esperar, e voltei pro hospital.

 Amanhã eu ia vê-lo de novo, e dessa vez, iria falar com ele.


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Notas finais do capítulo

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