P.O.V. DAPHNE CHASE

        No primeiro dia, eu e Alicia tínhamos ido à escola somente para conhecê-la, e no dia seguinte teríamos nosso primeiro dia de aula normal.

        Logo no primeiro horário a aula era de Educação Física, e estava sendo um castigo. Não porque eu não gosto de Educação Física, e sim porque a gente tava jogando vôlei. Se tem algo que eu odeio com todas as minhas forças, é jogar vôlei.

        O treinador Mackenzie separou os times: Meninos contra meninas. Eu já podia ver, nós íamos perder feio.

        Ele apitou, ARGH o jogo estava começando. Tudo correu bem, a não ser pelo final, quando Kendall atacou a bola com toda sua força bem no braço de Alicia.

        - AI CARALHO! KENDALL!

        Ele sorriu como se pedisse desculpas.

        Mas a bola voou longe depois de bater no braço da Alicia, e eu fui fazer o sacríficio de tentar ir salvá-la. O problema é que a Marty também quis buscar a bola. E como eu sou muito azarada, nós duas trombamos, Marty somente caiu, mas eu continuei no chão, meu tornozelo estava doendo muito.

        - AII! –As lágrimas já estavam vindo a meus olhos.

        O treinador parou o jogo, se aproximou e mexeu no meu pé. Eu arquejei.

        - Ela torceu o tornozelo. Kendall, leve a Daphne para a enfermaria.

        - Claro treinador! Vamos lá Daphne, segura aqui no meu ombro...

        - Não, não precisa, eu vou sozinha, meu tornozelo já melhorou, olhem... –Me apoiar nele? Não, que vergonha! Eu tentei me levantar, mas quando me apoiei sobre o pé machucado, só não caí porque o Kendall me segurou.

        - Ah vamos, é claro que eu vou te levar lá, não seja teimosa! –Ele nem me esperou responder, puxou meu braço por cima do seu ombro e foi me apoiando.

        Quando chegamos no corredor da escola e ele viu que não tinha ninguém nos observando, Kendall me pegou no colo, sem avisar. Eu gritei, e ele falou:

        - Melhor assim não é? –foi aí que eu percebi que com ele eu não precisava ter vergonha, podia ser quem eu era.

        - Nossa, assim tá beeeem melhor! –Eu disse rindo, e ele correu comigo até a enfermaria.

        - O que vocês pensam que estão fazendo? Aqui não é um parque para casais felizes! Sr. Knight, por favor coloque esta senhorita no chão e volte ás aulas.

        - Sim, Sra. Hadwick. –Ele me colocou sentada numa maca e disse:

        - Tchau Daphne, depois a gente se fala!

        - Tchau Kendall! E... obrigada por me trazer até aqui –Eu disse e dei um beijo em sua bochecha.

        Ele saiu da sala com o rosto completamente vermelho e eu só fiquei observando. Quando ele chegou no corredor, ouvi um Carlos risonho falar:

        - Kendall e Daphne hein? Quem diria, safadão! –Eu enrubesci na mesma hora.

        - É seu namorado? –Eu olhei surpresa para uma curiosa Sra. Hadwick.

        - Não... Na verdade, a gente se conheceu ontem, eu sou nova aqui na escola.

        - Mas você gosta dele, não gosta? E acho que ele também gosta de você.

        - Hã? Não, eu... –o olhar dela estava me pressionando.- É, eu acho que estou gostando dele sim. Mas eu não sei como isso pode acontecer, a única coisa que eu sei sobre ele é o nome!

        - Uma explicação: Amor. Se você mal o conhece, e já sente algo por ele, é amor. O cupido acertou vocês dois, queridinha.

        Aquela frase ficou na minha cabeça o dia inteiro, desde quando minha mãe me buscou na escola, até de tarde, quando a campainha da minha casa tocou, e minha mãe gritou lá de baixo:

        - FILHA, TEM ALGUÉM AQUI QUERENDO TE VER!

        - MANDA SUBIR MÃE!

        Alguém bateu na porta.

        - Pode entrar! –Eu disse, esperando ver Marty passar pela porta. Além da minha irmã, ela era a única pessoa na escola com quem eu conversava bastante.

        Mas a pessoa que eu menos esperava entrou.

        - K-Kendall? O que você tá fazendo aqui? –Eu falei, e com certeza estava parecendo bem surpresa.

        - Eu vim te visitar, poxa! Ou você acha que eu não fiquei preocupado com você? –Eu fiquei vermelha.- O que o médico falou?

        - Ele disse que eu não vou poder ir na aula por uma semana, mas que depois meu pé já vai estar melhor. Mas... como você conseguiu meu endereço?

        - Alicia. Eu perguntei para ela quando voltei ao ginásio. E ela também disse que você ia estar em casa e que eu podia vir aqui.

        - Aquela vaca, e nem me avisa! –Falei baixo.

        - E aí, o que você tava fazendo? –Ele foi pegando uma manete da minha mão e olhando para a TV. Jogando video game? Posso jogar também?

        - Ahn, claro, porque não? É muito chato jogar sozinha!

        Kendall ficou até 9 da noite na minha casa. Depois de jogar video game, a gente resolveu fazer pipoca e ver um filme. Conversamos sobre nossas vidas, e agora eu sabia até seus defeitos e manias. E, depois, voltamos ao vídeo game. É, a gente não tinha mais o que fazer.

        - Nossa, são 9 horas ainda? Eu achava que já era quase meia noite! Mas eu tenho que ir, senão a Katie vai começar a perguntar onde eu tava, e minha mãe vai fazer uma entrevista comigo.

        - Ah, mas já? –Perguntei fazendo biquinho.- Pelo menos acaba essa partida! Quero ganhar mais uma vez de você.

        - Tudo bem. Mas você não vai ganhar de novo, eu sou o rei dos jogos lembra?

        - E você acaba de ser destronado. A nova rainha dos jogos, Daphne Chase, está permitindo ao rei perdedor ser o seu Bobo da Corte. –Falei, quando ganhei dele.

        - E o que eu poderia fazer por você minha rainha? –Ele disse rindo.

        - Me trazer um copo de refri Bobo. –Nós ficamos rindo feito idiotas, e falando besteiras, até que ele disse que não dava mais.

        - A minha mãe vai ter outro filho para me substituir se eu demorar mais 5 minutos. Ainda mais porque eu não falei para ela aonde eu tava indo.

        Eu me despedi dele com um abraço e ele foi embora. Nem é preciso dizer que eu fiquei sorrindo feito boba o resto da noite né?

        E quando Alicia chegou, ela veio me perguntando:

        - Conta logo Daph, o que rolou a tarde toda enquanto o Kendall tava aqui? –Eu olhei pra ela com um cara de “sua vadia, eu ainda te pego”.- Não vem me dizer que eu fiquei fora de casa a tarde inteira por nada!

        Eu contei para ela tudo o que aconteceu.

        - Hmm... Não rolou nada de mais, mas já é um começo não é?

        - É, acho que é. –eu disse sonhadora.