Depois de uns minutos, Bruno voltou com o notebook na mão e sentou no sofá. No mesmo lugar que estava antes, do meu lado.

–Pronto, vamos começar senhorita Júlia – Piscou, me fazendo arrepiar.

Apenas sorri, e assim começamos a maratona no Twitter. Mas claro, antes de começar tudo ele tweetou.

“Queria pedir desculpa aos meus Hooligans pela falta de consideração que tive em não contar nada sobre meu relacionamento com a Joyce. Eu amo vocês e responderei o máximo de fãs possíveis hoje.”

Bom, isso não deu em um tweet só, então ele dividiu em dois e em menos de um minuto ele já estava com mais de cem mentions. Fãs dizendo que o perdoava e que estavam chorando com a atitude dele. Fiquei espantada com a quantidade de pessoas falando com ele.

–Nossa, não sabia que era essa loucura toda!–Exclamei, apontando para tela do notebook que estava em seu colo.

–Pois é, mas eu leio a cada um, todo dia que fico online –Disse com os olhos fixos no teclado.

Como era eu quem escolheria as pessoas para ele responder, escolhi muitas meninas que diziam apenas um “Eu te amo”. Confesso que rimos muito com algumas Hooligans taradas.

“Eu estou afim de comer Cenoura”

“Estou te esperando na minha cama hoje a noite”

Sim, a maioria era de Hooligans brasileiras. O que eu achava interessante era que depois do Bruno responder a menina ou menino ele meio que observava o Twitter deles para ver suas reações. Nós riamos muito com os “OMG O BRUNO ME RESPONDEU” que os Hooligans escreviam.

Por um momento, deixei Bruno escolhendo algumas pessoas e fiquei pensando nas vezes que isso acontecia comigo. Ele nunca me respondeu no Twitter nem algo assim, mas quando ficava online era um desespero tão grande. E quando ele dava retweet em alguém? Pronto, aí que o nervosismo começava a tomar conta. Foi assim desde os meus dezesseis anos. Tudo relacionado ao Bruno já me deixava nervosa. Imagina agora? Ele, bem aqui do meu lado, e ainda por cima respondendo as fãs? Era tudo tão surreal que eu não podia acreditar que estava acontecendo aquele sonho todo comigo.

–Júlia ta me ouvindo? –Disse Bruno me despertando dos pensamentos

–Desculpa, eu tava pensando aqui...

–Pensando em como eu sou lindo e gostoso? Eu sei – Ajeitou o chapéu e fez cara de metido

–Na verdade, não era isso não – Sorri e ele fez biquinho. O mais lindo do mundo todo – Brincadeira seu bobo, o que você estava falando?

–Falei pra gente fazer logo o “Ask The Dragon” porque estou cansado –Fez carinha de sono- Já respondi umas trezentas meninas loucas por mim e pela carrot –Sorriu, me fazendo rir junto.

–Você é sempre palhaço assim ou hoje está fora de controle? –Rimos juntos –Por mim pode, eu também estou cansada –Respondi, recostando a cabeça no “braço” do sofá.

Por incrível que pareça, quando olhei no relógio, já eram seis horas da tarde. Ficamos esse tempo todo só respondendo fãs e agora que Bruno iria começar a brincadeira das perguntas.

Pra variar, rimos de cada pergunta feita. Uma mais safada que a outra. Algumas eram um pouco mais pessoais, e Bruno dava um jeito de nunca responder essas, sempre respondia na base da brincadeira e tirava o foco do assunto.

Depois de meia hora fazendo isso, enfim terminamos.

–Cara, só você pra me fazer responder isso tudo de fãs, estou morto –Disse dando um tapa de leve no meu braço.

–Ai! Doeu ta legal? –Fingi cara de choro e fiz biquinho

–Aaaaawn, vem cá, me deixa dar um beijinho que passa – Beijou meu braço e depois voltou o olhar para os meus. Estávamos bem próximos agora. Conseguia sentir a respiração acelerada dele em conjunto com a minha. Aqueles olhos castanhos eram tão lindos, aquela pele tão perfeita e aquela boca que parecia ter sido desenhada pelo melhor artista do mundo. Ele foi se aproximando cada vez mais, e mais, e então...