James estava com AQUELE sorriso.

Nada bom...

- O que você está aprontando? – Me estiquei para ver o que ele estava escrevendo.

James havia me arrastado até o chalé 11 dizendo que precisava da minha ajuda. Agora estávamos no fundo do chalé, em uma varanda que parecia construída recentemente. Talvez porque o chalé de Hermes seja o mais cheio, eles resolveram fazer uma varanda atrás da pequena construção de madeira.

Dava pra ver o mar. E o pôr do Sol estava particularmente lindo aquele dia. Mais a minha curiosidade natural não me deixava simplesmente “apreciar a vista”.

- Anda Jammy. Me conta! Eu conheço essa sua cara...

- Nossa, Taylor! Há quanto tempo você não me chama de Jammy? Só usa esse apelido quando quer alguma coisa...

- Terra chamando James! É claro que eu quero alguma coisa, eu quero veeeerrrrr.

- Já estou terminado...

- Terminando O QUE ?

Ele exibiu o seu desenho. Era perturbador. Parecia com um plano, cheio de rabiscos e bonequinhos assustados.

- Anh ?

- Tay, nós vamos á uma missão, certo?

- Vamos, e daí?

- E eu sou filho de Hermes! – Ele se levantou.

- Não estou entendendo...

- Pensa Tayzinhaaaa! Não lembra dos velhos tempos? Dos antigos boatos?

Caiu a ficha.

- Ah, deuses. O “C.D.P” !

- Exatamente, minha linda! O “C.D.P”, o famoso “Campeonato de pegadinhas.”

- Minha linda? – disse, levantando uma sombrancelha.

- Ah, certo... desculpe.

- Tudo bem... Mas não é possível! São só boatos! E mesmo que não fosse, não fazem isso á séculos.

- Boatos nunca são só boatos. É uma tradição entre os filhos de Hermes. E deixamos de fazer isso por que Quíron começou a mandar campistas para missões de emergência, na guerra contra Cronos.

- Acho que lembro de alguma coisa... O “C.D.P”, Campeonato de pegadinhas, é realizado quando algum filho de Hermes é destinado á uma missão. São duas equipes, e cada um deve conter um filho de Hermes, a competição é de quem prega mais peças em uma noite só. A da véspera da missão.

- Vulgo hoje á noite.

- Não acredito, Jammy... Sempre foi seu sonho! – Eu levantei e o abracei.

- Nosso sonho, Tayzinha. Eu prometi que quando fossemos em uma missão, você seria da minha equipe lembra?

- Mais é uma missão extremamente sigilosa. Você teria que contar pra alguns de seus irmãos, pra formar a outra equipe...

- Tay... você promete que não vai ficar com raiva de mim?

- Você contou não foi?

- Só pra Mari! Ela vai ser da outra equipe, junto com o Josh e o Jerry. A nossa equipe somos eu você e Sam.

Mari... por que eu não estava surpresa?

- James...

- Taylor! Você sabe que a Mari não vai contar pra ninguém. Poxa, é minha irmã mais velha, eu conto tudo pra ela.

Eu gosto muito da Mari. Aliás, adoro. Mais não sei o que estava me incomodando.

- Por que você contou primeiro pra ela? Quer dizer... Era o NOSSO sonho, lembra?

Um sorriso alegre e travesso se esticou nos lábios dele:

- Está com ciúmes?

- JAMES ! Não estou com ciúmes.

- Tudo bem Tay. – Ele me conhece bem demais, sabia a verdade. – Posso te explicar o nosso plano?

- Isso não vai prestar...

- Claro que não. Essa é a graça da coisa.

Á noite, depois do jantar. No topo da colina.

- Por que estamos aqui ? – perguntou Sam. Olhando as fileiras de chalés, embaixo da colina. Mari também estava lá, com Josh e Jerry

James e Mari explicaram sobre o “C.D.P”. Falaram todas as regras. Depois de um silêncio, Sam perguntou:

- Está brincando? – Sam levantou uma sobrancelha.

- Eu disse que era loucura James. – argumentei.

- Não! Não é loucura! Eu achei demais!

- E aí, vocês topam? – Disse Mari, sorridente.

- Eu topo – Disse Jerry

- Claro – Disse Sam.

Josh estava hesitante.

- Eu, como o mais velho daqui, não deveria permitir esse tipo de brincadeira.

- Mas... – sugeriu Mari

- Mas parece super legal! Eu to dentro.

Mari levou Josh e Jerry para o outro lado da colina. James, eu e Sam ficamos ali. Esperando o sinal.

- Revisando o nosso plano. Nós temos os chalés de Zeus, Poseindon, Afrodite, Ares e Deméter. Sam, pasta de dente com Ketchup na maquiagem das de Afrodite. Você vai pular a janela do banheiro deles e encher quantos potes puder, em uma hora. Acha que consegue?

- Certo. Acho que sim.

- Tay, o seu é bem simples. Abra a porta do chalé 3 com o grampo. E vai derramar o melado no chão. Tente não fazer muito barulho, apesar dos filhos de Poseidon terem o sono pesado. O chão vai secar em 30 minutos, mais só vai ficar mais escorregadio. Então cuidado, pra não fazer sujeira e tropeçar.

- Entendido. – Peguei o grampo e a garrafinha cheia da substância escorregadia.

- Eu vou no chalé de Ares. Não podemos arriscar em entrar, então eu vou colocar uns irrigadores com sensor de movimento que roubei do chalé de Hefesto. Os filhinhos do papai da guerra vão se molhar...

- E quando nos encontramos? - perguntei

- Em uma hora e meia, aqui mesmo. Aí nós vamos juntos ao chalé de Zeus. E o de Deméter.

- Entendido – Eu e Sam dissemos simultaneamente.

 No outro lado, entre as árvores Mari deu o sinal.

- Vamos agora! Equipe James!

- Equipe James? – perguntei

- É, eu sou o líder da equipe.

- Nossa, Sr. Líder da equipe. Obrigada pela consideração.

- Tudo bem, equipe Jaylor então? – sugeriu James

- Vamos lá então EQUIPE JAYLOR ? Os nossos adversários estão na frente. – Disse Sam

Juntamos as mãos e demos um gritinho de guerra silencioso. “Equipe Jaylor”

- É... Não vai dar certo. – eu disse