De repente pareceu ficar tenso, até que eu rompi o silêncio

-Harry e eu já vamos – disse

Apertei o passo para fora da sala e Harry me seguiu

Quando chegamos ao corredor, Harry me segurou e tirou do bolso o que tinha pegado na mesa da diretora.

Era uma foto, nela tinha uma garota, com aparentes 16 ou 17 anos. Pele branca, face corada, olhos verde brilhantes, cabelos ruivos acaju longo e ondulado. Uma garota muito bonita, mas o que atraia a atenção era o fato da foto ser trouxa.

-Hermione, eu acho que é a minha mãe quando era adolescente

Antes de responder, e olhei para foto e para Harry duas vezes

-Seus olhos são iguais – eu comentei

Harry virou a foto e atrás tinha uma letra conhecida, a da diretora, estava escrito “a outra Potter”

-Só pode ser sua mãe – eu falei – se não for é alguém muito parecida.

-Mas o que ela tem haver com tudo isso?

-eu não sei, a essa altura não sei de nada

Continuamos a andar pelo corredor, quando eu ouvi a voz que menos queria ouvir.

Malfoy estava no fim do corredor e disse:

-Hermione, eu quero falar com você

Harry me olhou como se me pedisse permissão para ir, e inconscientemente eu assenti, só percebi a burrada que tinha feito quando Harry tinha desaparecido no corredor

Tentei disfarçar a tensão que eu senti quando Malfoy caminhou para mais perto de mim.

-O que quer? – fui o mais grossa que consegui

-Eu disse que íamos terminar a conversa outra hora

-E não vai ser agora, e nem nunca.

Vir-me-ei para ir embora, mas ele me segurou me juntando a ele

Olhei fixamente os lábios rosados de Draco. Não os beijava já fazia tanto tempo... Não o sentia junto aos meus lábios desde o quarto ano, e quanto eu sentia falta!

Fechei os olhos para não encará-lo, e esperei que ele dissesse alguma coisa

-Por favor, volta pra mim. – ele diz em sussurro

Senti-me indignada com isso, ele realmente achava que sou uma Parkinson da vida?

-Por que eu faria isso? – disse também em um sussurro

-Tem razão, por que você faria isso? Ainda não sabe de nada.

-Você sempre diz isso, e não é o único. O que esta acontecendo afinal? Se não é você nem a diretora que pode me dizer, quem é?

Ele não respondeu, as palavras pareciam estar entaladas na sua garganta

Afastei-me dele, e segui em silêncio pelos corredores

Quando cheguei ao meu quarto, eu encontrei Gina – a minha confidente – esperando. Disse tudo que aconteceu a ela, a mesma não disse nada até eu terminar de falar.

Gina suspirou e disse:

-E se for verdade?

-O que?

A ruiva estava sentada na cama, e eu estava deitada, com a cabeça encostada em seu colo

-O que ele disse a Parkinson é realmente capaz...

Sentei-me e a interrompi

-Isso é impossível. Ninguém sabe nada sobre nós, a não ser que...

-Tenha sido ela que publicou no jornal de Hogwarts a noticia de vocês dois – Gina completa a frase

-E no que ela ganha com isso? A noticia ia fazer com que Rony terminasse comigo, se isso acontecesse, eu estaria livre para o Draco, isso não faz sentido! Ela não ia querer isso

-Sim, não iria – ela pensou por um tempo

-Ah mais isso não importa, se foi ela ou não! – me joguei na minha cama – o Draco tava beijando a Parkinson e ela não sabia de nada sobre nós

-Garota como você é teimosa! – Gina reclamou – pra mim você esta cometendo um erro

-Não, eu não estou. A diretora disse para eu ficar longe dele

Não sei o que esta acontecendo, realmente não sei mais de nada. Estou confusa, em meio a coisas que eu nunca pensei que estaria metida, mas ainda sou a sabe-tudo-de-Hogwarts e se a diretora disse que o melhor é me distanciar de Malfoy, é o que vou fazer

-Como assim Hermione? Explica-me isso

-Não posso Gina – arfei – é só... Esquece o que eu disse

Ela ia revidar, mas quando a porta se abriu ela resolveu não falar nada

Era Thainá, ela não parecia bem, como se estivesse a ponto de desistir de algo, os olhos dela varreram pelo quarto a procura de alguma coisa desesperadamente

-Achei que fosse dormir na Sonserina hoje – Gina diz

A morena ignora Gina procurando alguma coisa na sua mala

-E vou, é que eu preciso de uma coisa

Ela sorriu quando achou seu MP3

-Que bom que achei, eu preciso de música, desesperadamente. É a minha válvula de escape da vida, sempre funciona

-O que aconteceu? – pergunto me sentando

Thainá hesitou em responder a pergunta. Fechou os olhos, suspirou e apertou seu MP3 em mãos, depois abriu os olhos e disse:

-Não posso dizer, desculpa

Não disse mais nada, só saiu rápido do quarto batendo a porta

-estranho...

“E a diretora disse para eu me distanciar dela” pensei “mas afinal. Por Merlin! O que esta acontecendo?!”

A noite estava se tornando mais longa que o normal, fazia um bom tempo que eu estava deitada na cama tentando dormir, e nada consegui a não serem recordações das coisas que vivi ontem e hoje em Hogwarts. Como pode que em dois dias tantas coisas tenham me acontecido?

Foram dois dias cheios, que mais me pareceram semanas. Eu preciso de uma válvula de escape desse mundinho louco que eu estou vivendo.

Virei outra vez na cama e meus olhos voaram pro violão da Thainá, e o que ela disse me veio na minha mente:

-Que bom que achei, eu preciso de música, desesperadamente. É a minha válvula de escape da vida, sempre funciona.

Por que não daria certo comigo? Eu aprendi a tocar violão quando era mais nova. Já fazia tanto tempo... No entanto, acho que me lembro de algumas notas.

Não sei a que momento eu decidi pegar o violão, só percebi quando ele estava em minhas mãos, já sem a capa.

Passei meus dedos pelas cordas do violão sem fazer barulho, como se estivesse tentando ouvir o que aquele pedaço de madeira com cordas queria me dizer. Passeis os dedos pela madeira fria, tentando sentir cada detalhe do instrumento.

Eu sorri bobamente. Ah quanto tempo eu não segurava um violão?

Desci do quarto de mansinho. Quando cheguei à sala comunal, me sentei em uma poltrona que ficava de frente a lareira, e soltei um suspiro

Comecei a tocar algumas notas, sem saber exatamente o que estava tocando, uma música baixa penetrava na minha cabeça e eu de repente comecei a tocar a melodia.

Depois de um tempo alcançar as notas violão se tornaram uma coisa automática, e me peguei pensando em anos atrás, quando eu tinha meu caso com o Malfoy

Uma chance. Ele desejava mais uma chance, mas será que era essa a coisa certa? Eu duvido, ele me magoou profundamente pela segunda vez. Destroçando meu coração que por culpa dele nem estava realmente inteiro

Eu até podia dar outra chance, mas esse romance não duraria muito. Pois nossas casas são inimigas, nossos amigos são inimigos e por alguma razão a diretora mandou eu me afastar dele, e de Thainá

Eu podia lutar por esse amor... Não, não valeria á pena. Ou valeria?

Parei bruscamente de tocar, frustrada com isso

-Por que parou de tocar? – ouvi uma voz um pouco grave

Assustei-me com aquela voz tão perto, olhei pra trás e vi quem eu menos esperava ali me olhando, com um sorriso amigável

O homem era lindo. Pele branca, olhos verdes brilhantes, lábios carnudos e cabelos loiros bronze enrolados e curtos. Alto, e forte.

-Professor Alan Celta