Ficou a espera de um taxi por longos dois minutos, assim que o mesmo chegou a garota entrou rapidamente e disse o endereço. O motorista lhe olhava estranhamente e aquilo ia incomodando a mais nova.

- Desculpe senhor, eu fiz algo de errado? – Perguntou Seohyun meio sem jeito.

- Não. Desculpe senhorita, é que você lembra muito uma artista nacional que faleceu a pouco tempo – Disse ele – Ontem elas apareceram em um programa pela primeira vez depois a maknae delas morreu, elas ainda estão muito abaladas.

- Sério? – Um calafrio percorreu a espinha da garota, como pudera causar tanto sofrimento enquanto dormia? – O senhor tem o programa aí?

- Tenho sim. Pode pegar esse notebook – Disse ele entregando o aparelho para ela.

- Em qual programa elas apareceram? – Perguntou a menina enquanto ligava o notebook.

- Star King – Informou o taxista.

Seohyun digitou o endereço do site rapidamente. O programa estava em destaque. A moça agradeceu a Deus pela internet estar colaborando. Ela percebeu que o programa não estava sendo alegre como todos os outros, a tristeza era perceptível no programa.

Seohyun assistia o programa com lágrimas nos olhos. A forma como suas unnies se referiam a ela deixou-a emocionada. Ao termino do vídeo, o rosto da mais nova se encontrava úmido.

- Fique sabendo que Super Junior, SHINee, F(x), BoA, entre outros também estão de luto... Nenhum desses grupos fazem alguma aparição na TV faz um programa faz muito tempo. As soshis foram as primeiras – Informou o taxista – Chegamos.

- Ah, obrigada senhor. – Seohyun fez uma breve reverencia, entregou o valor da corrida e saiu do carro.

A moça ficou estática em frente à mansão de seus pais. Quanto tempo fazia que ela não entrava naquela casa? Um ano e meio? Dois anos?

Caminhando lentamente até o portão, Seohyun teve sua cabeça invadida por lembranças de sua infância. Novamente lágrimas vieram banhar seu rosto. Chegou até o portão que dava de frente para o jardim, observou cada detalhe daquela casa, que agora estava silenciosa. Tocou a campainha mas não obteve resposta nas duas primeiras tentativas, decidiu então tentar pela ultima vez. Novamente não obteve resposta. Quando virou-se para ir embora, uma pequena senhora correu até o portão.

- Desculpe a demora moça, estava ocupada – Ouviu a senhora de voz fina dizer. Seohyun sorriu ao ouvir a voz tão conhecida por ela.

- Boa tarde Sra. Park, meus pais estão aí? – Perguntou Seohyun enquanto girava nos calcanhares.

- Não pode ser – disse a mulher incrédula, levando as mãos à boca – Não pode ser – Seohyun sorriu – Você está viva!!! – a mais nova apenas concordou com um sorriso no rosto – Seus pais? Eles estão lá dentro, entre, entre!

A senhora foi até uma casinha ao lado do portão e logo depois ele foi se abrindo lentamente.

- Sra. Park, cadê o Sr. Seun? – Perguntou, sentindo falta do porteiro da mansão.

- Ele está de folga hoje minha querida – Explicou a mulher.

- Onde meus pais estão? – Perguntou ela, quando chegaram na porta da casa.

- Estão na sala – informou.

- A senhora pode fazer um grande favor pra mim? – a mais velha apenas concordou com a cabeça – Eu vou falar com meus pais agora e quero todos os empregados reunidos na sala de estar daqui cinco minutos. Vou explicar toda a história para vocês! – Seohyun pediu sorridente, a empregada concordou e depois se retirou.

Seohyun deu duas batidas delicadas na grande porta branca, e ouviu em resposta um baixo “entre” da voz de seu pai. A menina suspirou e empurrou a porta, que se abriu lentamente, revelando seus pais dentro do cômodo. Os dois estavam de costas para a porta e não se viraram para ver quem era. Seohyun olhou triste para os dois que não notaram sua presença. Caminhou, então, a passos rápidos até o sofá. Quando se aproximou, percebeu detalhes que não havia notado antes. Haviam fotos suas sobre o chão e uma dela com seus pais nas mãos do seu Appa, que se encontrava com os olhos úmidos, inchados e avermelhados igual sua Umma. Seohyun aproximou seus lábios da cabeça de seus pais e sussurrou “Saranghae” perto do ouvido de ambos.

Instantaneamente os dois viraram os rostos em direção à autora da palavra. A Sra. Seo levou as mãos a boca, o Sr. Seo não piscava.

- Olá Umma e Appa – Disse Seohyun abrindo um sorriso enorme – Aish, parece que viram um fantasma – Brincou a mais nova ao ver seus pais estáticos – Sim, sou eu. Eu não morri, estou viva! – Falou enquanto girava infantilmente.

- Minha filha! – pronunciou sua mãe, pela primeira vez – Você está viva! Oh meu Deus, como eu senti sua falta! Mas... como? – Disse a Sra. Seo enquanto dava a volta no sofá e ia de encontro a um abraço com sua filha – Nós te enterramos!

- Foi tudo uma confusão umma, a moça que vocês enterraram não era eu. – explicou brevemente.

Assim que Seohyun foi solta dos braços de sua mãe e puxada por seu pai. A menina acabou caindo em cima do sofá por ele estar entre ela e o pai, mas isso ao rompeu o abraço.

- Você quer nos matar? Sentimos tanto a sua falta meu bebê. Nunca mais faça isso com seu Appa! Está me ouvindo?! – Pediu o Sr. Seo enquanto abraçava sua filha.

- Ouvi Appa, miane. – Disse Seohyun.

- Agora nos explique tudo o que aconteceu! – Ordenou a Sra. Seo enquanto acariciava os cabelos da menina que se encontrava no colo do pai.

Seohyun olhou em volta encontrando todos os empregados parados no corredor, todos boquiabertos. A garota fez sinal para que eles entrassem e todos acataram sua ordem.

- Bom, como todos viram, eu estou viva – Seohyun sorriu com a cena – O que aconteceu na verdade foi que... – Ela contou toda a história sem ser interrompida.

- Aish! Que imprudência daquele médio! –Esbravejou a mãe da garota.

- Então, eu já falei com ele. Tudo será arrumado com a mídia e com o corpo e família da Lee Eun Ni, que fui eu por alguns dias – Seohyun brincou.

- Filha! Não fale isso! Você não imagina como todos nós sofremos – A Sra. Seo brigou com a filha, que apenas engoliu uma risada.

- Umma... Appa... Eu tenho que ir, decidi falar com vocês primeiro. Ainda tenho muita gente para comunicar que estou viva – Seohyun disse após alguns minutos.

- Mas já? – Falou sua mãe.

- Sim. Pode ir minha filha. Obrigada por termos sido os primeiros – Disse seu pai sorrindo.

- Saranghae Umma e Appa – Disse dando um beijo no alto da testa dos dois – Annyeong gente – despediu-se dos empregados.

- Quer que te levemos lá? – Perguntou a Sra. Seo, que recebeu um sim como reposta, após alguns segundos.