As aulas na Universidade Nacional de Artes da Coreia estavam prestes a começar e Jessie, nova aluna vinda do Brasil, estava muito ansiosa para conhecer novas pessoas e aprender mais sobre a cultura coreana.

Jessie estava hospedada na casa de uma família coreana, amigos de seus pais, que a tratavam como uma filha desde sua chegada e sempre foram cuidadosos com ela.

— Bom dia a todos — Jessie conseguia falar coreano fluentemente devido a um curso que fez antes de ir para Seoul Ela falou com um sorriso no rosto, mas ainda estava com sono por que mal dormiu, por causa das diferenças de fuso.

— Bom dia, querida. Dormiu bem? — Perguntou a sua nova mãe.

— Sim! Quer dizer... nem tanto. A diferença de fusos horários ainda me deixa tonta. — Jessie deu um sorriso de lado. — Ah, sim! Vou dar uma volta por ai, mãe? Estou precisando andar um pouco.

— Não vá até longe! — O seu novo pai sentia muita preocupação devido a segurança dela. — E, seus pais ligaram do Brasil e perguntaram como você estava.

— Ah, não se preocupe comigo, pai. Eu volto logo. Quando voltar ligo pra eles. — Jessie foi até seu quarto pegou um cardigã azul, vestiu e foi até a cozinha — Estou indo, qualquer coisa estou levando meu celular.

A vizinhaça era muito calma e o Sol aparecia, mas fraquinho, entre as nuvens. Jessie andou alguns quarteirões e achou uma cafeteria, parou e comprou um cappuccino. E sem querer, ela lembrou de sua antiga casa, do Sol forte, dos seus pais... de tudo. E aquilo fez seus olhos se enxerem de lágrimas. Ela sentia saudades. Mas sabia que ali, na Coreia, estava o seu sonho.

Na volta para casa, ela andava lentamente, até um rapaz, um pouco alto com um boné cobrindo seu rosto, esbarrou no braço dela fazendo com que o cappuccino caisse no cardigã.

— Me desculpe, me desculpe. — A voz do rapaz era bonita e suave, Jessie tentava ver seu rosto, mas o boné impedia de ver totalmente.

— Sem problemas. Não se preocupe. Tenho vários desse. — Jessie falou compreensiva.

— Ah, mas irei lhe dar outro. Aish, como eu sou desatento! — Assim que falou o rapaz involutariamente tirou o boné da cabeça, ela conhecia aquele rosto, só não lembrava onde tinha visto.

— Acho que já vi seu rosto em algum lugar... — Jessie lembrou que vasculhando um site de notícias de Seoul, viu uma foto dele.

— Não fale nada, por favor. Eu queria ser normal por pelo menos algumas horas. — O rapaz estava apreensivo, mas Jessie nem lembrava seu nome.

— Não se preocupe, acho que você já percebeu que não sou daqui. Eu mal conheço as pessoas. Estou aqui em Seoul há menos de um mês. — Sorriu tentando ser agradável. Agora o rosto do garoto expressava alivio.

— Então, intercâmbio? — Ele perguntou e Jessie confirmou balançando a cabeça. — Eu percebi que você não era daqui por causa dos seus olhos e seu sotaque. — Ele sorriu de lado. E aquele sorriso, era realmente lindo.

— Errr... Qual seu nome? — Jessie estava com vergonha de fazer aquela pergunta, mas conseguiu deixar o orgulho de lado.

— Ahm... Pode me chamar de SeHun.