Quando eu abri meus olhos essa manhã, algo estava diferente.

Era a luz. Ainda estava à luz cinza-esverdeada de um dia nublado na floreta, mas estava mais claro de alguma forma. Eu percebi que não havia nenhuma névoa vendando minha janela.

Eu me levantei e chamei Bells pra olhar lá fora, e então Bells gemeu horrorizada.

Uma fina camada de neve cobria o jardim, varria a parte de cima de sua caminhonete, e em minha Ranger e deixava a estrada toda branca. Mas essa não era a pior parte.

Toda a chuva de ontem tinha congelado, virado gelo — cobrindo o topo das árvores em fantásticos padrões deslumbrantes, e cobrindo a calçada com um gelo mortal. Bells teve bastante dificuldade para não cair no chão seco; poderia estar mais seguro para se ela voltar agora para cama.

Charlie tinha ido para o trabalho antes de nós descermos escada abaixo. De muitos modos, vivendo com Charlie tinha como ter nosso próprio lugar, e nós ficamos nos divertindo sozinhas, mesmo sem ter ninguém.

Bells jogou rapidamente no chão uma tigela de cereal e um pouco de suco de laranja da caixa de papelão. Ela me sentia excitada para ir para a escola, e isso me assustou. Eu sabia que não era o estímulo do ambiente, percebi que estava se antecipando, ou seu novo grupo de amigos.

Bells quase caiu de cara no chão, mas se equilibrou e se segurou no retrovisor da caminhonete, ela estava ansiosa para ver Edward e isso estava claro em seu rosto.

Chegamos à escola e fomos perceber que Charlie havia colocado correntes cruzadas nos pneus, me aproximei de seu caminhonete nos olhamos e rimos, de repente ouvimos um arranhão forte no chão, vi que Bells estava confusa vi isso em seu rosto, ela apenas olhava para Edward que estava horrorizado, mas estava muito longe de nós assim como Emmett.

O rosto dele se destacou do mar de rostos, todos petrificados com a mesma expressão de choque assim como o de Edward. Mas de mais imediata importância havia uma van azul escura derrapando, pneus guinchando contra os freios, girando selvagemmente no gelo do estacionamento. Ia bater num dos cantos traseiros da caminhonete, e eu e Bells estávamos entre eles. Eu nem tive tempo de fechar os meus olhos. Logo antes de ouvir o barulho de algo se quebrando vindo da carroceria da caminhonete, alguma coisa bateu em mim, forte, mas não da direção que eu estava esperando. Minha cabeça bateu contra o gelo empedrado e eu senti alguma coisa sólida e fria me pressionando no chão. Eu estava deitada no chão atrás do carro de pintura queimada que estava estacionado próximo ao meu.

Mas eu não tive a chance de prestar atenção em mais nada, pois a van ainda estava vindo. Ela havia feito uma curva no fundo da caminhonete, e ainda girando e deslizando, estava prestes a colidir comigo e Bells de novo.

Uma voz baixa disse que alguém estava comigo, e a voz era impossível não reconhecer. Duas mãos longas, brancas ficaram protetoramente na minha frente e a van parou a um palmo de distância de mim, as mãos grandes cabendo perfeitamente num vão profundo na lateral da van. As mãos dele se moveram tão rápido que ficaram fora de foco. Edward fez o mesmo Bells.

Uma delas estava de repente agarrando o fundo da van, e alguma coisa estava me puxando,empurrando minhas pernas como se elas fossem de uma boneca de trapo até que elas encostaram-se ao pneu do carro com a pintura queimada. O baque de um som metálico fez meus ouvidos doerem, e a van estava estabilizada no chão, vidro caindo no asfalto - exatamente onde minhas pernas haviam estado.

Tudo ficou absolutamente silencioso por um longo segundo antes da gritaria começar.

Abri meus olhos e me deparei com Bells do mesmo modo que eu, nós nos levantamos devagar, olhei ao redor e vi Emmett e Edward, sorri agradecendo.

_Bella? Você está bem? – Perguntou Edward baixo para Bells.

_Eu estou bem. – Ela disse.

_Tenha cuidado. - Ele avisou quando ela relutou. - _Eu acho que você bateu bem forte com a cabeça. – Ele disse e eu me segurei para não rir.

Bells se deu conta de uma dor pulsante centrada bem acima de sua orelha esquerda.

_Ai! –Ela disse surpresa.

_Foi o que eu pensei. – El disse sua voz fez parecer que ele estava prendendo uma risada. E estava.

_Como diabos... – Ela disse.

_Como é que você chegou aqui tão rápido? – Ela perguntou.

_Eu estava ao seu lado Bella. – Ele disse e eu ri.

_Você estava bem ali. Você estava perto do seu carro. – Bells disse.

A expressão dele ficou dura.

_Não, eu não estava. – Ele disse.

_Eu vi você.  – Bells disse.

Tudo ao nosso redor estava um caos. Eu pude ouvir a voz áspera de adultos se aproximando da cena.

_Bella, eu estava em pé com você, e eu te tirei do caminho. – Disse ele e usou todo o poder imenso, devastador do seu olhar em Bells, como se estivesse tentando comunicar algo crucial.

_Não. – Bells disse.

O dourado dos seus olhos brilhou.

_Por favor, Bella. – Ele disse.

_Por quê? – Ela perguntou.

_Confie em mim. – Ele alegou a voz dele opressiva.

Eu podia ouvir o som de sirenes agora.

_Você promete que vai me explicar tudo depois? – Perguntou ele.

_Ta bom. -Ele disse subitamente exasperado.

Fomos levadas para o hospital. E Charlie apareceu furioso com Tyler, Carlise apareceu e cuidou de nós.

Bells soltou que Edward havia a salvo e El nos encarou estranho e apenas abaixei a cabeça e ri.

E todo mundo ficou em silêncio, ela teve uma pequena discussão com Edward ainda no hospital.

Chegamos em casa e Charlie finalmente falou.

_Vocês precisam ligar para Renée.

_Você contou para ela? – Perguntamos e ele afirmou que sim. – Pai! – Dissemos juntas.

_Me desculpem. – Ele disse.

Ligamos e acalmamos Renée, Bells estava com Edward na cabeça e até sonhou com ele.

Edward pode ser o que for, se ele ousar machucar Bells e o picoto e taco fogo, acabo com a raça dele.

Mesmo que para isso Emmett tenha que ficar sem irmão algum.

Bells brigou com Edward novamente, eu e Emmett não estávamos nos falando, trocávamos apenas olhares, Rosalie não apareceu mais.

Eric, Mike e Tyler convidaram Bells para o baile e ela não aceitou dizendo que iria a Seattle comigo, ainda bem, não queria ir ao baile.

Depois da escola fomos para casa, Bells preparou novamente o jantar. E Jessica ligou para ela eufórica, pois Mike havia aceitado ir ao baile com ela e eu ri muito sentada na sala escutando a conversa

Era engraçado e agonizante ver Bells nervosa, ansiosa, confusa em relação a Edward e seus momentos bipolares.

No jantar.

_Pai? - Bells perguntou quando ele já estava quase acabando.

_Sim, Bella? – Perguntou ele.

_Um, só queria te dizer que eu vou pra Seattle no próximo Sábado com a Aly, tudo bem? – Perguntou ela.

_Por quê? -Ele pareceu surpreso, como se ele não pudesse imaginar algo que Forks não pudesse oferecer.

_Bom, eu queria ir pegar alguns livros- a biblioteca daqui é bem limitada- e talvez vez algumas roupas. – Ela disse.

_Essa caminhonete provavelmente não faz uma milhagem muito boa com a gasolina. -Ele disse.

_Vamos com a minha Ranger. – Disse.

_Seattle é uma cidade grande, vocês podem se perder. - Ele disse.

_Pai, Phoenix é cinco vezes maior que Seattle- e eu sei ler um mapa, não se preocupe. – Bells disse e Charlie me encarou.

_Ela me obrigou, qualquer coisa eu te ligo. – Disse.

_Então tudo bem, podem ir. – Disse ele.

No dia seguinte, Bells estacionou bem longe do volvo de Edward, desci do carro e Emmett veio até mim, junto com Alice e Jasper.

Bells saiu do carro deixando suas chaves cair em uma poça, mas Edward apareceu quando ela se abaixou para pegar e a s pegou primeiro.

_Como você faz isso? – Bells perguntou.

_Faz o que? - Ele passou as chaves enquanto falava. Quando ela ia apanhá-las ele jogou elas na palma da mão de Bells.

_Aparece do nada. – Disse ela.

_Bella, não é culpa minha que você não é particularmente observadora. – Ele disse, voz dele era quieta como sempre.

_Porque aquela patacoada no tráfego ontem? - Ela perguntou de uma vez, ainda olhando pra longe. - Eu pensei que você devia estar me ignorando e não me irritando até a morte. – El completou.

_Aquilo foi pro bem de Tyler, não pro meu. Eu tinha que dar uma chance a ele. -Ele riu silenciosamente.

_Você... - Ela gaguejou.

_Eu não estou fingindo que você não existe. - Ele continuou.

_Então você está tentando me irritar até a morte? Já que Tyler não conseguiu terminar o trabalho?  -Perguntou Bells e eu a olhei incrédula.

A raiva transpareceu nos olhos de Edward. Os seus lábios se pressionaram até formar uma linha fina, todos os sinais de humor tinham desaparecido.

_Bella, você é muito absurda. - Ele disse, sua voz baixa estava fria.

_Vou sair daqui antes que bata em vocês dois. – Disse Alice, Jasper e Emmett riram.

E eu comecei a andar.

“Sério?” – Edward me perguntou em pensamento.

”Sério. Agora pare e trate-a bem, se não te picoto todo e taco fogo.” – Pensei e escutei os outros rindo de sua expressão, menos Bells que não estava entendendo.

Um pouco depois eles se aproximaram de mim.

_Eu disse que seria melhor se não fôssemos amigos, não que eu não queria ser.  – Disse ele.

_Oh, obrigada, isso esclarece tudo. – A Bells usou sarcasmo pesado.

_Seria mais prudente se você não fosse minha amiga. - Ele explicou. - Mas eu estou cansado de tentar ficar longe de você, Bella. – Ele disse.

_Finalmente! – Emmett gritou e eu ri.

_Você realmente deveria ficar longe de mim. – Ele disse para Bells. – Te vejo na aula. – Ele disse.

_Babaca! – Gritei e ele se virou e riu.