Pokétrip escrita por Lune Kuruta


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Título: Pokétrip
Autor(a): Lune Kuruta
Classificação: 14 anos
Palavras: 2394 (este capítulo)
Personagens/Casais: Máscara da Morte de Câncer, Afrodite de Peixes, Aiolia de Leão, Kiki de Appendex, Misty de Lagarto e outros.
Gêneros: Gen, humor.
Resumo: Crossover Saint Seiya/Pokémon. Pode até não ter sido a manhã mais longa da vida de Máscara da Morte, mas definitivamente foi a mais esquisita.
Disclaimer: Saint Seiya é de propriedade de Masami Kurumada e Toei. Todos os direitos reservados.
Por sinal, a ideia de fazer ISSO com o Máscara da Morte veio de um tema sugerido pela Nemui. Todos os créditos por essa ideia são dela XD
Notas: História escrita para o Festival Máscara da Morte, um amigo oculto de fanfics promovido pela comunidade Saint Seiya Super Fics Journal (capítulo originalmente postado na comunidade em 22/05/2012).
A princípio não se trata de um shonen-ai, ok? Mas se alguém quiser enxergar algum interesse amoroso, fique à vontade, huahuahau!
*Localização temporal: Pós-Hades, todos revividos por Atena.



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A Casa de Peixes era bem mais bela e organizada que a de Câncer, isso era óbvio. Afrodite não dispensava os luxos a que "fazia por merecer", como ele mesmo dizia. Afinal, trazendo beleza e refinamento a um Santuário cheio de guerreiros rudes e amazonas embrutecidas, ele deveria até ser recompensado pelo simples fato de existir.

Máscara da Morte detestava aquele lugar. Muito clara, sem cabeças nas paredes e com o contínuo perfume de flores que enjoava e o irritava sobremaneira, definitivamente não era uma moradia decente para um guerreiro. Ou para um homem, pelo menos.

Curiosamente, sua nova forma parecia não pensar isso. O aroma de rosas (não-venenosas) que invadiu suas narinas tão logo chegaram ao salão parecia... agradá-lo.

Eu mereço. Virei um Pokémon ovo feliz que gosta de flores... alguém me mate, por favor!

Já estava se habituando a perder o controle de seu corpo. Agitou-se, descendo do colo do dono da casa, e passou a correr pelo salão principal pra lá e pra cá, os passinhos desengonçados por causa dos pés presos ao ovo. Sentia-se bizarramente alegre pelo perfume agradável, pelo Sol que entrava, pelo piso fresco e até pelas feições irritadas de Afrodite.

- Prrrrrriiiiiiiiiiii!

- Já chega, já chega! Se tem coisa que detesto, além de feiura, Misty de Lagartixa e crianças hiperativas... é um Pokémon hiperativo. Se você não parar com isso, jogo você na frigideira, ouviu bem? Volte aqui agora!

Máscara não se sentiu atingido pela ameaça. Na verdade – e ficou intimamente horrorizado ao perceber isso – tinha ficado ainda mais feliz ao ouvir Afrodite chamá-lo. Correu (ou melhor, saltitou) em direção ao pisciano, agitando os bracinhos para ele.

- Já disse pra não ficar acostumado... – Murmurou Afrodite ligeiramente irritado, pegando o Togepi no colo. Já estava se acostumando ao calorzinho que aquela criatura emitia, e vez ou outra não conseguia acreditar que aquele Togepi era seu amigo rabugento.

Entrou nas dependências internas de seu templo, colocou uma música clássica (que costumava irritar ainda mais o canceriano) e se deitou em seu divã favorito, depositando Togepi no chão.

- Bom, já sabe, Máscara... se não quiser ser desmoralizado, e se quiser que eu fale com a Deusa sobre seu problema, vai me servir por enquanto. Hum, que tal uma massagem? Pode usar seus pés, acho que vão servir...

Vou usar meus pés no seu TRASEIRO, seu aproveitador infeliz! Todavia, seu "Eu Togepi" pareceu adorar a ideia de servir à sua "mãe". Afrodite se deitou de bruços, tirando a camisa de treinos, e colocou Máscara sobre suas costas.

Por mais que isso deixasse o Máscara "normal" indignado, até que a atividade não era tão ruim quanto parecia. Caminhava para cima e para baixo nas costas fortes do cavaleiro de Peixes, que vez ou outra emitia um suspiro satisfeito. Aquilo até que era divertido, no fim das contas. Pateava, saltitava, marchava, murmurando baixinho o costumeiro "To-ge, To-ge" como se marcasse o passo, tal qual uma criança brincando de soldado.

Pelos deuses, isso NÃO é divertido po**a nenhuma! De onde eu tirei isso? Mas tem umas subidinhas e descidinhas legais, e a pele é macia, melhor que o chão, acho que posso fazer isso o dia todo... NÃO, EU ESTOU ENLOUQUECENDO!

Quando percebeu, Afrodite havia adormecido sob si. Quem diria que o pisciano fresco roncava, hein? Pretendia guardar a informação para mais tarde... mais especificamente, para o momento em que pudesse enfim verbalizá-la.

Mas Máscara estava inquieto. A "brincadeira" de massagear o colega havia se tornado chata, e o Togepi sentia uma necessidade muito forte de se divertir com algo novo. Sem pensar, saltou do divã para o chão e saiu do recinto, disposto a explorar o local.

- To-ge, to-ge... – Marchava Máscara, chegando ao salão principal do templo e olhando ao redor – To-ge...?

Aonde iria? O resto de consciência de Máscara o advertia para não sair de perto de Afrodite, ou se meteria em encrenca. No entanto, percebia que já estava praticamente se rendendo ao Togepi – além de seu corpo não obedecer mais à consciência humana, seus próprios pensamentos já estavam mais alegres e tolos.

Sentiu uma vontade absurda de procurar Aiolia e Kiki. Optou, então, por descer as escadarias.

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Afrodite despertou ainda um pouco confuso. A música ainda tocava, ele estava em seu divã, sem camisa... mas parecia estar faltando alguma coisa.

- MÁSCARA DA MORTE! – Arregalou os olhos. Onde o infeliz tinha se metido?

Saiu praticamente correndo, vistoriando o salão principal. Nada. Aonde ele teria ido? Andando daquele jeito ele não poderia ir muito longe. Não teria subido até o Templo de Atena, teria muita dificuldade em escalar os degraus.

Revirou os olhos. Aquele Máscara-Togepi parecia um bebê! Não podia descuidar um minuto!

Mal começou a descer as escadarias, vislumbrou um desafeto um pouco abaixo. Com o bendito Togepi

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Máscara saltitava degrau por degrau, distraído enquanto cantarolava em sua língua peculiar. Foi quando esbarrou na perna de alguém, o que desviou a atenção de sua caminhada. Olhou para cima, curioso.

- Mas o que é isso? – Misty de Lagarto analisava intrigado a criaturinha à sua frente – Seria um filhote de réptil? Nunca vi nada igual...

- To-ge-prrrrriiiiii! – Máscara da Morte, er... se apresentou.

- Deve ser algum brinquedo que o fedelho de Áries perdeu. Bah! – Fez menção de chutá-lo.

- NÃO SE ATREVA!

Misty arregalou os olhos ao ver quem se precipitava escadaria abaixo, sem camisa, como se tivesse saído correndo de sua casa. Seus lábios bem-cuidados se torceram em um sorriso cínico.

- Ora, se não é o segundo cavaleiro mais belo do Santuário...

- Querias, não é, sua lagartixa patética? – Afrodite bufou, aproximando-se.

- Deixe-me adivinhar... esse brinquedinho é seu? Que gracinha, Afrodite! – Zombeteiro – Mas ele está bem feinho... malcuidado... você é muito desleixado com seus pertences. Eu deveria quebrar seu brinquedinho para você aprender... – Colocou um pé (Misty trajava sua armadura) sobre Máscara, ameaçando pisoteá-lo. Afrodite empalideceu. Máscara apenas olhou para Misty, embora seu interior estivesse vagamente borbulhando.

Espera só eu voltar ao normal pra você ver a surra que vai levar, lagartixa de prata! Oh, prata... olha, sou eu! Máscara sorriu para o próprio reflexo na sola exageradamente polida da bota da armadura de Lagarto.

- Como se atreve a afrontar um cavaleiro de ouro? – Afrodite se empertigou – Limite-se à sua patente inferior, ou não terei piedade de você!

- Eu seria menos arrogante se fosse você! – Misty ficou sério – Ficou claro que você preza demais esse ovinho ambulante, pela forma como você está. Acho que vou ficar com isso pra mim...

Afrodite avançou em Misty, mas estava demasiadamente preocupado com Máscara da Morte para lutar com toda a sua habilidade; como punição por hesitar, levou um soco no rosto.

- O que foi, Peixes? – Riu-se Misty – Está tão preocupado com a integridade dessa criaturinha patética que se deixou atingir por um mero cavaleiro de prata? Acho que vou destruir esse seu rostinho bonito para que ninguém tenha dúvidas sobre quem é o superior e o mais belo!

Máscara da Morte olhou para Afrodite. O pisciano não havia se ferido com um simples soco de um soldado de menor patente – por menos que a aparência mostrasse, sabia bem que Afrodite já havia passado por coisas piores. No entanto, era nítido que seu ego estava abalado. Não era fácil ser golpeado por um rival.

E foi por causa dele... foi por temer que Máscara fosse esmagado que Afrodite não usou de toda a sua habilidade de luta na investida. Percebera o movimento que o pisciano fizera – não para ferir Misty, mas para pegá-lo de volta.

Por mais filho da mãe que Afrodite fosse, ele se preocupava com Máscara da Morte. Eram amigos, afinal. De um jeito torto, mas eram.

Estava claro que, da mesma forma que Afrodite tentara protegê-lo, Máscara precisava retribuir.

Os bracinhos se ergueram e Máscara começou a movê-los de forma sincronizada. Misty observou a movimentação, surpreso.

- To-ge, to-ge, to-ge...

Os bracinhos claros começaram a brilhar. Afrodite, sem entender, sentiu os pelos de seu corpo se arrepiarem, como se percebesse um fluxo gigantesco de energia a caminho.

- ... prrri!

E uma explosão lançou Misty longe.

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- Como… como você fez isso?

Afrodite arrumava os cabelos desgrenhados, pegando um intacto Máscara da Morte nos braços. O Togepi canceriano o olhava na maior inocência. Mesmo o Máscara da Morte "interior" estava bastante satisfeito.

Você viu a cara dele? MUAHUAHUAHUA, foi longe, o babaca!

- Eu... obrigado... – Afrodite parecia constrangido, o que era realmente atípico. Na verdade, era a primeira vez que via o companheiro de batalha agradecer a alguém, que dirá agradecer a um Pokémon-bebê.

Relaxa. Você pode ser insuportável, irritante, uma verdadeira praga, mas é meu chapa. A gente se merece, no fim das contas. Então é lógico que eu ia meter a porrada naquela lagartixa oxigenada!

O sorriso de Afrodite se alargou, parecendo sincero.

- Ora... p-pare com isso... você tá me deixando bobo... – Sentindo-se envolver na aura de felicidade emitida pelo Togepi em seus braços, acabou rindo – Acho que nunca me senti assim...

Fechou os olhos, desfrutando da sensação estranha que envolvia seu empedernido coração. Foi quando sentiu o peso aumentar em seus braços e o Pokémon crescer... crescer...

- AAAAH!

Quando Camus, Shura e Aiolos, que foram averiguar a estranha explosão nas escadarias, chegaram ao ponto do ocorrido, deram de cara com uma situação extremamente inusitada: Afrodite sem camisa, caído no chão, e um Máscara da Morte completamente nu sobre si.

- Céus! Não poderiam ter escolhido um lugar mais apropriado, não? – O sagitariano estava pasmado.

- E em plena luz do dia! E se Atena estivesse passando? – Ralhava o cavaleiro de Capricórnio, estupefato.

- Já vi de tudo... deixarem de treinar para se agarrarem no meio das escadarias? Muito desespero o de vocês... – Camus não estava olhando diretamente para a cena, visivelmente desconfortável com a situação.

- N-não é nada disso que vocês estão pensando! – Máscara da Morte tentou cobrir as partes pudendas o quanto podia. E pensar que suas cuecas estavam várias Casas abaixo...

- Vocês não vão acreditar! – Afrodite falava atrapalhadamente – O Máscara mudou de forma, ele explodiu o Misty pelos ares, ele estava de cuecas e depois...

Aiolos, Shura e Camus fitaram os dois cavaleiros descompostos, descabelados e extremamente vermelhos. Entreolharam-se e deram de ombros, descendo. Vai entender aqueles dois...

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- Olinhos! – Exclamou Aiolia, levantando-se do degrau onde estava sentado. O Sol já se punha no horizonte e o grego havia procurado pelo filhote o dia todo, sem sucesso.

Mas a surpresa maior nem foi o retorno do gatinho acastanhado, e sim a pessoa que o trazia de volta para o Templo de Leão.

- Eu o encontrei cochilando em cima do meu sofá – Máscara da Morte estendeu o filhote ao vizinho. O gato emitiu um miado baixinho, aninhando-se manhosamente no dono – Mas é preguiçosinho mesmo, hein?

Aiolia arregalou os olhos ao ver Máscara coçar atrás das orelhas de Olinhos, que ronronou satisfeito. Câncer notou o olhar do outro e bufou.

- Eh, agora não posso nem fazer agrado num bichinho? Vou voltar a colecionar cabeças se ficarem enchendo meu saco...

- Foi mal, só achei inesperado – Aiolia acabou sorrindo para o colega – Valeu, cara...

Máscara fez um aceno de cabeça e já se afastava quando o grego ainda o chamou mais uma vez.

- Você viu o que Afrodite encontrou hoje? Um Togepi, acredita?

Máscara estremeceu involuntariamente.

- Bobagem. Pokémon não existem...

E desceu as escadarias em direção à sua casa. Somente alguns minutos depois foi que Aiolia atinou...

Ué... o Máscara SABE que Togepi é um Pokémon?

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- A senhora é realmente genial, mãe!

Eros se aproximou de Afrodite, que estava em seu divã macio servindo-se de uvas divinas com um sorrisinho no rosto. Diante deles, um espelho mostrava Máscara da Morte se preparando para dormir, pensativo.

- Ainda tinha dúvidas, querido? A inteligência do Olimpo não ficou concentrada na cabeça roxa da Atena, sabe...

- Desculpe, mas é que eu realmente tinha perdido as esperanças com aquele ali. Enfim, graças a essa pequena "intervenção", já plantamos uma pequena semente naquele coração de pedra, e de quebra também em Afrodite de Peixes. Isso abre as portas para uma maior harmonia no futuro e enche meu coração de esperança. Extremamente louvável, minha mãe!

Eros sorriu e, reverenciando a deusa, deixou o recinto. Afrodite, por sua vez, voltou o olhar para o espelho indiscreto, brincando distraidamente com um cacho dourado de seus cabelos.

Acho que eu subestimo demais minha inteligência. Eu só estava querendo dar uma lição nesse brutamontes que adora fazer pouco do meu protegido. Sem contar que estava realmente esperando pelo retorno dele ao normal... que saúde a desse mortal! Sempre digo que acho injusto Atena ter uma elite guerreira tão bem-apessoada para servi-la quando EU sou a deusa da beleza. Aquela infeliz fez voto de CASTIDADE e ainda a chamam de deusa da sabedoria... mas paciência... talvez eu ainda possa sugerir uma aliança...

A deusa sorriu maliciosa, abanando-se ligeiramente. Serviu-se de um pouco de vinho.

Mas aquele cavaleiro de Lagarto ousou bater no meu protegido e isso não posso perdoar, mesmo ele sendo razoavelmente bonito. O que devo fazer com ele?

Folheou uma revista japonesa que havia trazido de seu último passeio ao mundo dos mortais e seus lábios macios se curvaram em um sorriso.

Acho que um Caterpie seria perfeito...


FIM


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Notas finais do capítulo

Notas adicionais (nota de postagem no LJ):
É, eu sei, sempre fica a impressão de que eu poderia ter feito mais. Ou melhor. Ou os dois. Mas enfim... acabou-se o que era doce (ou não) =P Ficou meio corrido, mas não estava muito inspirada para interações do Máscara-Togepi com diversos cavaleiros, então... x.x
Um detalhe que me incomodou um pouco neste capítulo: fui dar uma olhada e em vários sites mais... "respeitados", a palavra "Pokémon" ficava desse jeito no plural. Eu achei esquisito, mas por algum motivo colocar um "s" no final me pareceu ainda mais estranho. Deixei assim, não sei se de fato é correto... qualquer coisa, fica aqui uma espécie de mea culpa.
Nemui, espero sinceramente que tenha gostado. Acho que o tema foi um desafio pra mim porque "Máscara da Morte" e "Togepi" parecem termos TÃO bizarramente antagônicos que acaba evocando algo mais nonsense. Não ficou tanto quanto deveria porque, no final, senti que precisava de uma explicaçãozinha, mesmo que surreal (deusa Afrodite tirando ideias de vingança de revistas de anime? WTF?). É a minha cabeça, mesmo n.n'' [apanha]
Ah... por favor, não fiquem com vergonha alheia da autora que vos fala pelas tentativas fail de humor x.x Tentei, mas as intempéries da vida enferrujaram um pouco essa propriedade (?).
Bom, fico por aqui. Foi um prazer participar do Festival! Kissus e até a próxima!
Lune Kuruta.
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NOTA DE POSTAGEM NO FFN E NO NYAH! FANFICTION: Não tenho muito mais a dizer. Espero que tenham curtido esta humilde e viajada sacaneada com o Máscara =P Ah, é: também peço desculpas por eventuais problemas de formatação (o FFN tem um problema chato com palavras em itálico e adora juntá-las x.x')... a gente tenta corrigir o que vê, mas sempre escapa, né? u.u'
Kissus e até uma próxima!
Lune Kuruta (21/07/2012)



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