Senti um arzinho quente no meu pescoço, era bom mas estava fazendo cócegas.”acho melhor levantar”gemi ainda com os olhos fechados, meu corpo doía e principalmente minha perna, visto que eu caí da cama ontem na guerra com Georg, epera: ar quente. Abri os olhos devagar e Georg dormia em cima de mim, com braços e pernas me sufocando, nós estávamos com roupa, por isso, fiquei calma.

-Georg! - mexi nele com dificuldade visto que tinha o corpo sobre meu braço, já ‘tava ficando dormente - Georg! - gritei alto - seu orelhudo preguiçoso, levanta você ‘tá me amassando! - gemi, ele disse algum palavrão imperceptível e rolou para o lado - pesado, foda-se - levantei da cama, minha cabeça doía e minha perna tinha um roxo leve, olhei no relógio e eram 01h da manhã.

-me deixa em paz mamã - girei os olhos.

-Moritz - mexi nele novamente”grita ou então ele não vai se levantar”tomei ar e gritei - Moritz! - até os vizinhos devem ter ouvido, ele se assustou a caiu da cama, ri.

-devia ter me deixado dormir - passou a mão no cabelo atrapalhado, catei as almofadas do chão e joguei tudo em cima da cama.

-são 01h da manhã Georg, vai pra casa - ele se sentou na cama coçando os olhos, caminhei até o banheiro, lavei o rosto e voltei para o quarto, ele já não estava lá então fui para a sala, ele estava pegando as chaves do carro.

-tenho mesmo que te ver mais hoje? - lhe mostrei a língua e ele riu - vai lá em casa okay? Não quero sair mais hoje - girei os olhos, ele não teria energias para ir á festa de certeza.

-vai logo - empurrei ele até a porta e bati a mesma - ‘to com fome - reclamei pra mim mesma”come ué”. girei os olhos caminhando de volta á sala e me jogando no sofá.

-aonde você estava também? Não ouvi você nem um minuto - risinhos e liguei a televisão”estava fazendo compras” - tanta ironia -”to de brinks, não queria vos incomodar, o casal perfeito”- não passava nada de bom, por isso levantei e fui até a cozinha.

-nós não somos um casal manola, agora, e não podemos ser - sim, aquela ideia me matava por dentro, mas tinha que ser assim”sim, eu sei, e por isso lamento muito” - hum - “vai mesmo na festa?” - assenti.

-claro, se não sabe, eu estou solteira - ri pra mim mesma. Quem me visse em casa provavelmente acharia que eu sou uma doida, e sou mesmo, problem?

Peguei algumas batatas fritas e uma lata de Monster, fui para o quarto assistir um filme de terror qualquer.

**

Acordei com o sol na minha cara, o quarto todo estava escuro e o único raio solar que entrava no quarto, batia nos meus olhos.

-sol filho da puta - resmunguei levantando da cama”só sabe xingar, credo”bufei de raiva e caminhei até o banheiro, tomei um banho demorado e saí de lá nua, escolhi uma roupa qualquer e fui para a cozinha, fiz uma lasanha e comi. Quando terminei saí de casa indo pra casa dos rapazes. Quem abriu a porta foi Gustav, o cumprimentei e entrei esperando Georg na sala.

-então Molly - Bill me cumprimentou e Tom se jogou ao meu lado no sofá - como andam as coisas? Vai sair com a gente hoje né? - ri do gêmeo mais velho e assenti.

-claro né Tom, não perco uma festa - rimos juntos, Georg desceu as escadas e nos olhou estranho, dei de ombros e me levantei - vamos aonde hoje? - ele olhou para Tom sério, este apenas riu, então ele voltou o olhar pra mim.

-vamos ficar aqui mesmo - assenti - vem - me puxou para o jardim da casa, chegando lá ele se sentou na grama, então fiz o mesmo. Ele não dizia nada, estava estranho e eu percebi isso.

-algum problema? - “sim, ciúmes”-não só… - “quer vê, é ciúmes” - não fica muito perto do Tom, ok? - "eu disse" sorri, ele olhou para os pés - ele pode ser bem cretino quando quer - assenti e ficamos em silêncio durante um tempo - o que vamos fazer hoje? - ri e me endireitei.

Falamos sobre muita coisa, o que ele iria vestir na festa, o que iria fazer pra mostrar pra Kristen que ele quer mais do que jantares caros e conversas bobas, dei conselhos e ele ria de muita coisa, mas a coisa era séria e eu só tenho mais 24 dias.

-e porque não posso dançar com outras mulheres? - fez cara de inocente e ri.

-porque não Georg - bufei. Olhei no relógio e já eram 17h34, tinha que ir - eu vou embora, uma mulher demora a se arrumar - rimos e levantamos do chão, fomos para a cozinha aonde todos estavam.

-então Molly, quer que a gente te busque em casa? - foi a vez de Bill falar, dei de ombros.

-não sei se é preciso, afinal vocês provavelmente irão querer sair com outras e…

-ah! - Tom me interrompeu - hoje não, não podemos temos nosso manager na nossa cola - ri assentindo - deixa teu endereço aí, vou lá te buscar - Georg bebeu um copo de água sério, ele não pode ter ciúmes, é mal pra mim e pra ele.

-não sei…acho que…

-não Molly, vai - ele sorriu e estranhei - assim eu não fico preocupado por você voltar sozinha - assenti dando de ombros novamente.

Me despedi de todos e fui pra casa, eles iriam passar lá por volta das 21h, ainda tinha bastante tempo pra comer alguma coisa e me arrumar. Assim foi, quando cheguei em casa esquentei a lasanha que havia sobrado do almoço, comi e vi um pouco de TV, quando deu a hora de me arrumar corri para o banheiro. Tomei um banho demorado lavando os cabelos, saí de lá enrolada em uma toalha, passei cremes no corpo e sequei o cabelo, fiz a maquiagem e só depois tratei da roupa. Coloquei uma roupa diferente: coloquei uns knicker shorts pretos, aqueles de cintura alta e bem curtos, crop preto e branco ás listras collants pretas transparentes com vários detalhes, saltos altos pretos também, um bolero para a noite também na cr preta e algumas jóias como brincos braceletes em prata e meu anel de noivado. Na mala branca coloquei algumas coisas femininas, batom, maquiagem, celular, dinheiro, spray de pimenta e outras coisas.

Arrumei o cabelo e revisei a maquiagem, olhei para meu anel no dedo e ouvi uma buzina lá em baixo, cheguei na sacada do carro e Tom me esperava no lado de fora do mesmo, acenei. Peguei o anel e coloquei dentro da pequena mala, hoje eu estou livre, só hoje.

Desci no elevador e saí do prédio, Tom e Bill me esperavam no lado de fora do carro, sorri e atravessei a rua com os saltos batendo no asfalto e fazendo um barulho chato.

-’tá gata hein - ri e acho que corei, o comentário veio de Bill, o abracei e dei dois beijinhos no rosto.

-nossinhora - e com esse comentário eu ri muito - pelamordedeus Molly - o cumprimentei do mesmo jeito e entramos no carro. Tom dirigia, Bill ia ao lado dele e eu ia atrás. Conversávamos sobre coisas aleatórias, bobas e engraçadas, tentei ensinar eles algumas palavras em português, mas a única coisa que eles conseguiram falar foi merda, muito mal, e porra, com um sotaque carregado.

Chegamos na boate e estava tudo muito animado, barulhento e agitado, várias luzes rodavam no lugar e a música era exageradamente alta, eu andava balançando  corpo ao som da música e senti ser puxada, Tom riu e subimos para a área v.i.p.

Georg já estava lá, com Kristen, ela bebia delicadamente o whisky e ele olhava para os lados. Sorriu quando nos viu e me olhou estranho, reparei que Tom ainda me puxava pela mão, me soltei.

-olá - eles se levantaram, a música ali não era muito alta, podíamos falar em tom normal.

-olá - ela nos cumprimentou e ele também, ela era mais delicada do que imaginava, e sua roupa dizia isso. Ela usava um vestido creme com um cinto preto, sandálias de salto pretas também assim como a mala carteira, algumas jóias que pareciam caríssimas e os cabelos longos e soltos, maquiagem clara - que bom te ver novamente - assenti sorrindo.

A noite correu bem, no mínimo eu acho pois não me lembro de muito, Georg, Kristen, dreads, vodka, Georg e Kristen nos agarros, mais vodka, vodka de novo, Georg, dreads, piercing, Georg saindo com Kristen, vodka, mais vodka e vodka pra completar, dreads e minha casa.

**

Minha cabeça doía, doía era pouco, parecia que alguém estava batendo a minha cabeça contra a parede ou então que estava a espremendo com as próprias mãos.

Abri os olhos e me virei para o lado.

-ah!!! - gritei.

-Ahhh!!! - ele também gritou e caiu no chão”que merda você foi fazer?”, engoli em seco tirando o cabelo da cara e mordendo o lábio inferior - porra Molly! - sua voz saiu abafada e ele levantou com medo me olhando receoso, sentou na cama passando a mão sobre a testa - caralho, ’tá tudo bem? Me assustou - senti meus olhos arderem, fiz merda, fiz merda, fiz merda!!

-Tom, o que você ’tá fazendo aqui.